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Direção Geral
Mauricio Emerson Nunes
Gerência Editorial
Jeanine Grivot
Coordenação Editorial
Graziella Rollemberg
Revisão
Jeferson T. Braga e
Michelle Cezak Shoji
Coordenação de Editoração
Marcelene Maria Tomeleri
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Apresentação
Sem informação, não é possível iniciarmos qualquer negócio.
Muitos brasileiros desejam ser donos de seu próprio empreendimento,
mas nem imaginam quanto trabalho isso acarreta. Levantar informa-
ção não é uma tarefa fácil, mas a vida como empreendedor é ainda
mais difícil sem elas.
Ser empreendedor exige mais do que gostar de alguma atividade
econômica. Existem algumas características fundamentais para você
se transformar em um empresário. Há pessoas que têm maior facilidade
para fazerem uma atividade como essa, mas ainda assim, o empreendedo-
rismo pode ser aprendido. Não existem super-homens nem mulheres-
-maravilha que tenham somente características positivas. É importante
descobrirmos quais são nossos pontos fracos e sanarmos eventuais
falhas (características), além de aperfeiçoarmos o que já temos de
melhor. Trabalhado este aspecto humano do empreendedorismo, será
ainda necessário considerar o aspecto técnico e elaborar um plano.
Um bom plano de negócios começa com a coleta de informações e
pesquisa de mercado. Sem informação, uma ideia é apenas um sonho.
Com um plano de negócios, transformamos ideias em oportunidades
e podemos avaliar sua viabilidade e seu potencial. Se após estas medidas
conseguirmos acompanhar o desempenho de alguns indicadores,
podemos corrigir eventuais falhas em nosso planejamento. Minha
melhor expectativa é que este conteúdo desperte o seu interesse pelo
mundo do empreendedorismo. Bom estudo!
O Autor
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texto complementar
hipertexto
glossário
citações
dicas (livros, filmes...)
refletir
destaque de texto
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Sumário
Unidade 1
O Empreendedorismo . .................................................................................7
Conceito de Empreendedor e Empreendedorismo..................................................................7
O Empreendedor de Sucesso.................................................................................................8
As Características Empreendedoras....................................................................................11
Olhando para Dentro da Empresa.......................................................................................12
Análise de Oportunidades e Diagnóstico de Mercado...........................................................18
Descoberta de Oportunidades de Negócio...........................................................................24
Diagnóstico do Mercado.....................................................................................................28
Plano Empresarial.............................................................................................................29
O que é Planejar................................................................................................................31
Unidade 2
Análise de Oportunidades...........................................................................33
Introdução........................................................................................................................33
O Mercado.........................................................................................................................33
O Comportamento de Compra: Como o Cliente Escolhe o Produto ou Serviço.........................37
Busca e Fontes de Informação: Informe-se Mais e Melhor....................................................39
Quando Bem Utilizada Informação é Poder.........................................................................40
Estratégias e Vantagens Competitivas.................................................................................47
Liderança de Mercado........................................................................................................48
Falácias do Planejamento Estratégico (Mintzenberg) ..........................................................53
Competindo Pelo Futuro....................................................................................................53
Disciplinas de Valor............................................................................................................55
A Morte da Competição (James Moore)...............................................................................56
O Plano de Negócios..........................................................................................................56
Como se Elabora o Plano de Negócios..................................................................................58
Avaliação de Desempenho.................................................................................................61
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Unidade 1
O Empreendedorismo
Nesta unidade você vai aprender o que é ser empreendedor e a
importância do empreendedorismo para sua carreira, seja qual for. É
importante salientar que você pode ser empreendedor mesmo não ten-
do um negócio próprio. O empreendedorismo é, acima de tudo, uma
atitude frente às situações cotidianas.
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Conforme os dicionários, empre-
endedor é definido como “aquele que
empreende, que é ativo, arrojado”,
que coloca muita energia ao fazer
alguma coisa. Nas palavras de Joseph
Schumpeter, empreendedor é aquele
capaz de visualizar uma realização
futura e, por meio do seu trabalho e
http//www.upload.wikimedia.org
recursos, combinado ao trabalho e
recursos de terceiros, torná-la reali-
dade.
Por causa do grande número de
pesquisas realizadas sobre empreen-
dedorismo por diversas instituições,
Joseph Schumpeter junto a empreendedores de sucesso,
Em 1883, no mesmo ano da morte de Karl ampliou-se o significado do conceito
Marx e do nascimento de John Maynard de empreendedor. Peter Drucker,
Keynes, o tcheco Joseph Shumpeter começou administrador de empresas americano,
a lecionar Antropologia em universidades. no livro Inovação e Espírito Empreende-
Em 1919 assumiu o posto de Ministro das dor, apresenta a seguinte definição:
Finanças da República Austríaca. Em segui- “Um indivíduo que identifica opor-
da, assumiu a presidência do banco privado tunidades e para explorá-las toma
Bidermannbank de Viena, que faliu em 1924. iniciativa de reunir, organizar ou ad-
Tal experiência custou a Schumpeter toda ministrar recursos na forma de uma
sua fortuna e o deixou endividado por alguns empresa autônoma, assumindo uma
anos. Com a ascensão do nazismo, teve de quantidade significativa de risco as-
deixar a Europa, mudando-se, em 1932, para sociado com a participação acionária
Cambridge (Massachusetts, EUA), onde nesta empresa, comprometendo-se
assumiu posição de docente na Universidade pessoalmente com o resultado”.
de Harvard. Observe que é um conceito que
Peter Ferdinand Drucker pode se aplicar perfeitamente a pe-
Austríaco, foi filósofo e economista é con- quenos negócios. Se você substituir
siderado precursor da gestão moderna. as palavras “empresa autônoma” por
negócio independente e “empresa“
por empreendimento, verá que corresponde a qualquer tipo de negócio.
O Empreendedor de Sucesso
Você quer ser um empreendedor de sucesso? Então deve ficar atento
ao que dizem ou fazem os empreendedores mais experientes. Todo
empreendedor que deseja ter sucesso precisa estar disposto a, no
início, desenvolver ele mesmo todas as atividades de seu negócio.
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É preciso fazer compras, atender pessoalmente a clientes e fornecedores,
vender, entregar, fazer a contabilidade e, se for preciso, cuidar da
limpeza. Assim como um bom estudante ou atleta, o empreendedor
tem de se esforçar para desenvolver sua capacidade empreendedora.
Um bom livro sobre criatividade e empreendedorismo é Intrapreneuring – por que você não
precisa deixar a empresa para tornar-se um empreendedor, escrito por Gifford Pinchot III,
autor americano de grande sucesso.
Empregados
Gerentes e diretores trabalham, em média, 52 horas por semana.
Seus ganhos são regulares, mas muitas vezes seu poder de compra é
reduzido pelo avanço da inflação e pela falta de reajustes salariais
adequados. Muitas empresas oferecem 14.º salário, e algumas, bônus
por desempenho e participação nos lucros. O trabalho, quase sempre,
é em equipe. Mesmo em cargo de chefia, estão subordinado a alguém
com cargo mais alto na hierarquia. Cobranças por resultados estru-
turam o sistema, mas sua responsabilidade é partilhada com outros
profissionais. Um de seus maiores temores é a demissão.
Empregadores
Para eles, trabalhar 12 horas por dia se torna rotina no início do
negócio, bem como abrir mão de finais de semana e feriados. Não têm
garantia de rendimentos regulares, já que seus lucros dependem da
economia do país. Mas sua perspectiva de ganhos em longo prazo é
maior. Não têm benefícios como 13.º salário e férias remuneradas. São
os responsáveis por todas as atividades da empresa. Devem satisfações
a uma série de partes envolvidas: mercado, fornecedores, empregados
e eventuais sócios. As decisões tomadas são definitivas e estabelecem
o rumo do negócio. São responsáveis pelos resultados obtidos. Seu
maior medo é a falência.
Como você deve ter percebido, em ambas posições existem pontos
fortes e fracos. Não podemos afirmar que uma posição é melhor que
a outra, mas é evidente que as empresas esperam colaboradores mais
empreendedores, e que para abrir um negócio é fundamental desenvolver
algumas competências. Estas podem ser desenvolvidas por funcionários
com carteira assinada, o que significa que para ser empreendedor não é
preciso, necessariamente, abrir uma empresa.
Para obter mais informações sobre carteira de trabalho, visite o site
<http://www1.previdencia.gov.br/>.
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A tarefa de transformar potencial mercadológico e números em
negócios é de inteira responsabilidade do empreendedor. Nenhum
negócio nasce espontaneamente. É preciso um ato criador de alguém
capaz de observar, analisar e formular um negócio que dê conta de
gerar bens que produzam satisfação, conforto e bem-estar nas pessoas
ou em grupos de pessoas que venham a consumir estes bens.
Um negócio pode ser comparado a um organismo vivo. Assim
como este precisa ser adaptável ao meio para sobreviver, um negócio
necessita ser dinâmico para ser saudável do ponto de vista econômico,
financeiro e social. Os números de uma empresa são a tradução de
comportamentos de pessoas, especialmente daquelas que criaram e/
ou que estão à frente da organização. É preciso enfatizar que a compe-
tência técnica, por si só, não assegura o sucesso do empreendimento.
O sucesso é produto da competência do empreendedor em escolher,
usar e ajustar um conjunto de soluções em busca da concretização de
seu projeto.
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As Características Empreendedoras
O comportamento empreendedor tem sido estudado
por pesquisadores no mundo todo. Hoje, o empreendedor
tem a sua disposição um conjunto de conhecimentos que
podem facilitar sua vida profissional e melhorar muito seu
desempenho pessoal e empresarial. Conheça as característi-
cas de um empreendedor:
Persistência
Enfrentar os obstáculos decididamente, buscando sempre o sucesso,
mantendo ou mudando suas estratégias, de acordo com as situações.
Comprometimento
Abrir mão de alguns interesses pessoais, esforçar-se para comple-
tar uma tarefa; colaborar com os subordinados e, até mesmo, assumir
o lugar deles para terminar um trabalho; empenhar-se em manter os
clientes satisfeitos.
Busca de Informação
Informar-se sobre clientes, fornecedores ou concorrentes; investi-
gar, pessoalmente, como fabricar um produto ou prestar um serviço;
consultar especialistas para obter assessoria técnica ou comercial.
Estabelecimento de Metas
Assumir metas e objetivos que representem desafios e tenham sig-
nificado pessoal; definir, com clareza e objetividade, o que se quer
atingir e em que prazo.
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Planejamento e Monitoramento Sistemáticos
Planejar, dividindo tarefas de grande porte em tarefas menores
com prazos definidos; revisar constantemente seus planos, conside-
rando resultados obtidos e mudanças circunstanciais; manter registros
financeiros e utilizá-los para tomar decisões.
Independência e Autoconfiança
Manter seus pontos de vista, mesmo diante de um insucesso tem-
porário. Ter confiança em sua capacidade de complementar tarefas
difíceis ou de enfrentar desafios.
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Olhar para dentro da empresa em que trabalha permite ao funcio-
nário maior comprometimento e envolvimento para com ela, o que
resulta em satisfação do cliente. Uma empresa cujo ambiente é favo-
rável, em que seus funcionários trabalham contentes e se sentem per-
tencentes a ela, formando um grupo vencedor e unido, tem maiores
chances de sucesso que outra, em que os funcionários desconfiam uns
dos outros e trabalham apenas pelo salário.
Uma empresa não pode se preocupar apenas com o cliente, pois
são seus funcionários que o atendem e, portanto, representam a sua
marca neste momento de interação. Quando uma empresa elege o fun-
cionário em primeiro lugar, este elege o cliente em primeiro lugar.
Criar um ambiente favorável exige esforço e atenção do empresá-
rio e não pode se resumir a um evento ou campanha sazonal, deve ser
um trabalho diário.
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a mantê-la, não só individualmente,
Compartilhar suas próprias visões
mas em conjunto. Tal compartilha-
A visão compartilhada por todos depende
mento muda radicalmente a relação
da visão de cada um.
dos colaboradores com a empresa,
fazendo que lutem por ela como se fosse sua.
As visões compartilhadas surgem com base em visões pessoais,
que são as únicas capazes de motivar as pessoas. Por isso é importante
contratar profissionais que tenham uma visão a compartilhar, senão
restará a eles concordar com a visão dos outros. Muitas empresas pre-
ferem profissionais que pensem igual a elas, pois isso gera conforto.
Tal fato, porém, não proporciona o nível necessário de tensão criativa
às atividades de marketing. A organização deve incentivar e encorajar
seus colaboradores a compartilhar suas próprias visões. Nenhuma visão
será aceita se for imposta.
Fala-se muito em “vestir a camisa da empresa”, porém muitas
empresas não oferecem a camisa para seus funcionários vestirem;
algumas até exigem que eles comprem a sua. Como se comprometer
dessa forma?
Comprometimento é muito mais do que simplesmente participar,
é uma atitude pela qual nos responsabizamos por transformar nossa
visão, nosso sonho, em realidade. Enquanto aquele que participa quer
que a visão se realize, mas fará apenas o possível para isso, o compro-
metido fará o impossível, nem que para isso tenha de mudar regras
estabelecidas. Porém para comprometer-se não é preciso ser do contra;
basta ter domínio pessoal, saber compartilhar sua visão e aceitar a dos
outros. Infelizmente a maioria das pessoas aceita apenas a visão e a
cultura da empresa, o que é muito diferente de participar dela e com
ela se comprometer. Quem aceita apenas segue ordens e as cumpre
bem.
Preparar Pessoa
O papel dos gerentes de nível médio mudou radicalmente nos
últimos anos. Antes sua principal função era planejar, organizar e
controlar. Hoje é também desenvolver profissionais, e as empresas
devem reconhecer tal função.
Os gerentes, em convivência com a equipe de colaboradores,
sabem quais as necessidades dela. E sabem também que o melhor
momento para discutir e refletir com ela sobre um evento negativo, uma
negociação errada, uma ação incorreta é logo após a ocorrência desse
fato. Tal reflexão leva ao desenvolvimento dos profissionais enquanto
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seres humanos. Mas não se deve esperar os momentos de crise para
refletir. É preciso treinar os colaboradores, desenvolvê-los, e a educação
continuada exige dos líderes de equipe atenção máxima, de modo que
aproveitem cada momento de interação com sua equipe para que esta
se desenvolva. A função do líder não será, portanto, de professor de
sua equipe, mas de facilitador de momentos de reflexão, não desenvol-
vendo conhecimentos, habilidades e competências destes para prepará-los
para encarar os desafios do dia a dia.
As empresas devem, cada vez mais, inspirar o aprendizado
colaborativo. Isso pode acontecer, por exemplo, por meio de listas de
discussão na Internet, em que cada funcionário tem um espaço para
relatar suas dificuldades e os demais participantes podem ajudá-lo a
resolver. Seguindo a ideia da visão compartilhada, podemos aprender,
na empresa, com os colegas, e a tecnologia permite que isso não ocor-
ra somente na sala de aula. O aprendizado colaborativo descentraliza
a educação, eliminando a figura central do professor/instrutor e
valoriza a participação de todos. O processo educacional fica centrado
nos alunos, que tomam a frente e determinando o ritmo e a direção
do processo. Portanto, preparar profissionais não é somente marcar
palestras, treinamentos e cursos, mas incentivar neles a reflexão contí-
nua para atenderem melhor seus clientes.
Trabalho em equipe
O que caracteriza uma equipe é o resultado por ela atingido com
base na interação dos membros que dela participam. Os colaborado-
res responsabilizam-se em conjunto pelos resultados, fruto de esforços
conjugados. O importante é que todos contribuam para otimizar os
resultados comuns, sendo solidariamente responsáveis. Trabalhar em
equipe não significa ser amigo de todos os membros da empresa, mas
manter com eles um relacionamento frutífero num ambiente que gere
inovação, satisfação e constante melhoria, gerando alto desempenho
da equipe. Mas como fazer isso?
• Organize as equipes em torno de processos.
• Forneça feedback imediato.
• Facilite a comunicação entre seus membros.
• Elimine avaliações de desempenho individual; isso pode gerar
concorrência entre os membros, dificultando o processo de interação
colaborativa.
• No início o grupo deve ser pequeno.
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Trabalhar diretamente com clientes é uma fonte de estresse. O
consumidor, ciente de seus direitos, muitas vezes os exige com arro-
gância e grosseria. Isso acaba afetando psicológica e fisicamente os
funcionários, portanto, fazer parte de uma equipe em que você confia
é um antídoto para o esgotamento. O convívio em uma comunidade, o
comprometimento das pessoas, a colaboração e simpatia entre si pode
rejuvenescer, inspirar e divertir, melhorando o ambiente de trabalho.
O trabalho em equipe ajuda-os a desenvolver um bom relacionamento
com clientes.
Avaliar e recompensar
O setor de marketing de uma empresa está o tempo todo avaliando
a satisfação de seus clientes, o potencial de novos mercados, o com-
portamento do consumidor, mas esquece muitas vezes de avaliar seus
funcionários. A recompensa pelo bom trabalho acontece somente para
os vendedores, que têm sua remuneração variável (comissão de ven-
das). Muitas empresas monitoram o desempenho de seus colaborado-
res por meio de medidas exclusivamente financeiras, mas hoje se sabe
que medir competências é fundamental. A grande dificuldade disso,
no entanto, é o alto grau de subjetividade envolvido.
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Saber avaliar e recompensar depende muito da experiência. Ava-
liar é medir o desempenho que mais contribuiu para alcançar os obje-
tivos da empresa; recompensar é definir um valor para este objetivo. O
valor varia de pessoa para pessoa, portanto alguns incentivos podem
ser supervalorizados e outros desprezados. Lembro de uma situação
em que o melhor vendedor do mês receberia de prêmio uma TV 29`.
Por 5 meses seguidos o mesmo vendedor foi campeão. Para se estabe-
lecer regras de incentivos devemos seguir algumas dicas, a saber:
• Os objetivos devem ser claros e o funcionário deve perceber a rela-
ção entre seu desempenho e a probabilidade de recompensa.
• Todos devem acreditar que podem alcançar as metas.
• Os incentivos devem estar associados ao resultado da equipe e não
a desempenhos individuais.
• A recompensa deve ser algo desejado por todos.
Para determinar a competência de um indivíduo, equipe ou insti-
tuição é necessário comparar um comportamento típico a um exem-
plar e a partir desta constatação estabelecer metas. A avaliação não
deve se restringir a superior e subordinado. O ideal é que todos ava-
liem uns aos outros. A motivação advinda da avaliação e recompensa
auxilia o bom desempenho dos funcionários com os clientes.
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Uma empresa tem a qualidade das pessoas que trabalham nela, e para com-
preender o seu potencial, deve compreender o potencial de seus colaboradores.
O sucesso interno é o caminho para o sucesso externo.
Este clima bom e saudável motiva o funcionário a participar ativamente da
construção de uma empresa com resultados melhores, o que o satisfaz. Isso gera
inovação em produtos e serviços e melhoria contínua nos processos, o que traz
a satisfação do cliente e, consequentemente, maior rentabilidade e lucro, satisfa-
zendo, por sua vez, o empresário. Tal processo alimenta todo o ciclo de trabalho,
pois o ambiente fica ainda mais favorável quando se faz parte de um grupo ven-
cedor e quando existe participação nos resultados.
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A Influência do Jovem na Compra dos Pais
Cada vez mais os jovens e as crianças
estão influenciando a compra de seus pais
e familiares. Isso não é um fato isolado nas
classes com maior poder aquisitivo. De
forma generalizada, as crianças começam
a impor seus desejos e necessidades. Atu-
almente, no Brasil, 40 milhões de crianças
de 0 a 14 anos podem influenciar ou com-
prar diretamente mais de R$ 90 bilhões de
reais. Isso é uma parcela significativa da
© Roy Morsch/CORBIS
economia. Esta influência não está restrita a
produtos de consumo próprio, mas estende-
-se a produtos para casa, carros e alimentos.
Tal fato está cada vez mais presente
no lar brasileiro, pois as famílias tendem
a ficar cada vez menores, com um ou dois filhos. Isso faz com que
o jovem e a criança passem a conviver mais tempo com adultos e
incorporar seus hábitos de consumo. Empresas de telefonia móvel já
aumentaram seu público para crianças a partir de 7 anos de idade.
Muitas dessas crianças têm contato desde cedo com a televisão ou
internet, que são mídias com muita informação e formadoras de novos
comportamentos, que estimulam o consumo. Além da mídia eletrônica,
podemos ressaltar que essa geração de crianças não quer que lhe
digam o que fazer; ela está atrás de sua própria identidade. Suas escolhas,
no entanto, podem ser influenciadas por outras crianças.
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Como as empresas representam as necessidades e interesses da
sociedade, elas tendem a mudar seu foco para acompanhar o mercado.
A redução de embalagens ou a, utilização de recicláveis, o recolhimento
do lixo produzido pelo produto vendido e a utilização de matéria-prima
certificada já são preocupações de boa parte das empresas.
Em estudos realizados já se constatou que a população mundial
consome 23% a mais que a capacidade de regeneração da natureza.
Isso significa que logo não teremos mais recursos naturais para man-
termos as produções em larga escala. Por esta razão, vários países já
criaram leis que regulamentam a relação entre natureza e consumo.
Empresas que não se preocuparem com isso terão suas imagens e,
consequentemente, suas marcas ameaçadas. Aquelas que não perce-
berem que o consumidor está mais consciente social e ecologicamente
está fadado à falência.
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Enquanto os imigrantes valorizam a tradição de produtos e mar-
cas, os nativos buscam a atualização, desejando sempre o último lan-
çamento. Os nativos tendem a consumir mais a expectativa do produto
que está para ser lançado que o produto em si; já os imigrantes tendem
a aproveitar o produto adquirido.
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O mercado de beleza tem crescido muito e o Brasil já é o 4.º merca-
do mundial no ramo de atividades físicas e academias. O faturamento
anual brasileiro nesse campo já ultrapassa os R$ 2 bilhões. O cuidado
com a aparência é apenas uma das diversas oportunidades de negócios
existentes e atende consumidores ávidos por resultados rápidos.
Mudar o estilo de vida é uma tarefa difícil e implica em investi-
mentos de longo prazo, portanto a fidelidade do cliente deve ser con-
quistada nesse mercado.
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Pessoas Estão se Refugiando em suas Casas
As pessoas estão passando cada vez mais tempo em suas casas.
Algumas evitam sair, exceto para trabalhar, estudar ou quando há
extrema necessidade. Muitas pessoas até trabalham ou estudam em casa.
Em grandes centros urbanos, o trânsito e a dificuldade de deslocamento
por meio de transporte coletivo já forçam as pessoas a buscarem outras
alternativas.
Outra causa da permanência das pessoas em casa é o aumento da
criminalidade e violência urbana. O número de homicídios, assaltos
e sequestros-relâmpago vem crescendo nos últimos anos. A falta de
investimentos em educação e a má distribuição de renda agravam ainda
mais estes problemas.
Ao mesmo tempo, há mais possibilidades de entretenimento doméstico
e a tecnologia de produtos para o lar está cada vez mais desenvolvida,
estimulando-as a ficarem em casa. A percepção desse público consumidor
faz com que empresas invistam em serviços de entrega e se instalem
em locais com facilidade de estacionamento, uma vez que o carro,
hoje, é praticamente uma extensão da casa.
Como a casa passou a ser o centro da vida das pessoas é bastante
natural que elas tenham a intenção de transformá-la em um espaço
cada vez mais confortável. Por outro lado, as pessoas tendem a sair
de casa de vez em quando, e atender esta demanda com segurança e
a mesma qualidade que elas encontram em casa pode garantir bons
negócios ao empreendedor.
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Como você pode ter percebido, muitas dessas tendências são com-
plementares e não podem ser analisadas isoladamente. Em muitos casos,
mesmo que não se trate do mercado em que sua empresa atua, vale a pena
ficar atento a essas tendências para se inspirar na busca de novas oportu-
nidades em seu negócio.
http://www.sxc.hu
http://www.flickr.com
http://www.flickr.com
24
Vivemos em um país em que escolhemos livremente seus dirigentes.
A economia tem procurado se modernizar e o Estado se organizou para
ter menor interferência na vida econômica do país. Sabemos, também,
que a riqueza de uma nação é medida por sua capacidade de produzir
os bens e serviços de que a população necessita para seu bem-estar em
quantidade suficiente e a preços acessíveis. Mas você também conhece
as grandes dificuldades pelas quais a maioria da população brasileira
passa. E um importante recurso de que dispomos para solucionar os
enormes problemas socioeconômicos do Brasil é a capacidade empreen-
dedora do cidadão brasileiro.
Leia, agora, um texto retirado da publicação “Relatório GEM 2001
– Empreendedorismo no Brasil do SEBRAE e do Instituto Brasileiro de
Qualidade e Produtividade – PR” :
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Ambas as motivações estão presentes entre os empreendedores
brasileiros. Os negócios criados contribuem para a geração de empre-
gos e o dinamismo da economia, assim como possibilitam o desen-
volvimento de habilidades empresariais. Toda experiência obtida fica
reservada dentro de nós e, quando menos esperamos, ela nos ajuda a
tomar decisões e a melhorar nosso desempenho. Nenhum esforço em
aprender é perdido.
O empreendedor de sucesso não se cansa de observar, de procu-
rar novas oportunidades, seja no caminho para casa, no ônibus, nas
conversas entre amigos, na família, enquanto faz compras, lê jornais
ou revistas, assite à televisão. A curiosidade é a grande companheira do
empreendedor. Ela é sua forma de conhecer os segredos dos negócios.
Mas as chances de sucesso do empreendedor aumentam com o
conhecimento e o sucesso só vem para quem trabalha arduamente.
Alguns novos empreendedores acreditam que devem manter a ideia
da empresa em segredo. Nada mais enganoso, porque o segredo não
permite a valiosa contribuição de terceiros. Timmons (1994) aborda o
tema, que denomina “Os 7 segredos do sucesso”:
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Você deve estar se perguntando a que ramo de atividades se dedicam esses empreendedores.
Os dados com os quais estamos lidando são da mesma pesquisa citada anteriormente. São,
portanto, dados estimados. Leia-os a seguir.
• As atividades comerciais prevalecem (venda, compra e manutenção de veículos; atividades
de varejo envolvendo produtos alimentícios, artigos de vestuário, materiais de construção);
• Atividades de confecção de artigos de vestuário, panificação e confeitaria;
• Serviços de alojamento e alimentação, atividades imobiliárias, serviços de apoio a empresas,
atividades coletivas e sociais.
Lucro, portanto, é consequência e não a principal causa da escolha do negócio. A escolha
do negócio não é questão de pressentimento sobre o que pode dar lucro. Muitos aspectos têm
de ser considerados, a saber:
• Em geral, o primeiro passo é identificar uma oportunidade em um nicho de mercado. Ou
seja, verificar se a demanda por certo produto ou serviço não é atendida. Pode ser um
segmento que não desperte interesse das grandes empresas, por exemplo.
• Os especialistas recomendam que haja uma afinidade com o negócio desejado. Não
basta ser um ramo em alta. Tem de ser uma área em que se possa vislumbrar a possibi-
lidade de realização profissional e, de preferência, sobre a qual se tenha experiência ou
conhecimento.
• O empreendimento não precisa se basear em uma grande invenção ou inovação tecnológica.
O segredo está em adotar um diferencial em relação ao que já existe.
• Em geral, quanto maior o risco, maiores os ganhos possíveis. Negócios mais tradicionais
não costumam dar retornos vultosos, mas são menos arriscados.
• O setor de serviços apresenta as chamadas “barreiras de entrada” mais baixas. Na maioria
das vezes, não requer grande custo inicial, já que não há exigência de investimento em
estoque ou maquinário.
• Para iniciar-se em comércio, é preciso habilidade em vendas. Os gastos são mais altos que
em serviços, pois incluem ponto e mercadorias. Adquirir uma loja em shopping envolve
despesas com luvas.
• O segmento industrial costuma exigir maior investimento inicial, pois envolve a montagem
da infraestrutura produtiva. Para minimizar o custo, pode-se terceirizar parte da produção.
Conhecer redes de fornecedores e compradores é essencial.
• Para aqueles que querem correr menor risco calculado há as franquias. Nesse formato de
negócio, o franqueado trabalha com o apoio de uma marca já existente e supostamente
consolidada. Por outro lado, o investimento inicial tende a ser mais alto do que em um
negócio independente e há regras e padrões a serem seguidos.
Um negócio de sucesso não depende de uma grande ideia, mas de uma oportunidade
de negócio. Descobrir este vazio econômico, ou seja, uma necessidade ainda não atendida
no mercado em que atua ou pretende atuar, deve ser a razão principal de trabalho de um
empreendedor.
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Diagnóstico do Mercado
Um negócio deve ser visto como um processo de satisfação do consumidor,
não um processo de produção de bens.
Interessados
Processos
Recursos Organização
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Interessados
Antigamente, as principais preocupações da empresa eram os acio-
nistas. Hoje em dia, foi reconhecido que são os consumidores, funcio-
nários e fornecedores. Se estes não forem bem atendidos não haverá
dividendos para os acionistas.
Processos
As empresas são baseadas em departamentos cultivando a cultura da
“minha responsabilidade vai até aqui”, o que dificulta o comprome-
timento dos interessados. A visão das empresas modernas está cada
vez mais baseada na realização de projetos por núcleos. São as cha-
madas células interfuncionais, que são constituídas com o objetivo
de solucionar problemas, e logo que isso acontece são destituídas. Os
colaboradores dessas equipes passam, então, a fazer parte de uma
nova equipe.
Recursos
Financeiros, materiais, informacionais e de máquinas são alguns
dos recursos de uma empresa. Alguns não são tão bem utilizados
quanto outros. O ideal é terceirizar os recursos menos críticos e deixar
para a organização assuntos de competência básica, que são a essência
do negócio.
Organização
A organização trata da estrutura e das políticas da empresa. Elas
mudam facilmente e se adaptam a novas realidades de mercado. Ou-
tro elemento da organização são a cultura e os valores da instituição,
muito mais difíceis de serem mudados.
Plano Empresarial
A função do plano empresarial é antever as informações necessá-
rias para antecipar mudanças que se farão necessárias. Devemos defi-
nir a missão, seu negócio e o ambiente em que ela está inserida. Vamos
analisar as etapas de um plano de negócios.
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Definição da Missão
A missão é moldada por cinco elementos: história da organiza-
ção, preferências atuais, ambiente de mercado, recursos, competên-
cia distintivas (diferenciais). Uma missão bem elaborada fornece um
senso mútuo de propósitos. Ao ler uma missão devemos encontrar as
possíveis respostas a problemas que um colaborador tenha diante de
um cliente. Isso significa que a missão pode ajudar os funcionários a
tomar decisões em momentos de dificuldade.
Definição do Negócio
É comum uma empresa definir seu negócio em termos de produto.
Observe o quadro a seguir.
Microambiente
Concorrentes, fornecedores, clientes (afetam diretamente a empresa).
Macroambiente
Aspectos legais, tecnológicos, etc. (afetam o mercado como um todo).
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O que é Planejar
Desenvolvemos planejamentos dia-
riamente e muitas vezes nem percebemos
isso. Logo quando acordamos, olhamos
através da janela para prever o tempo e
escolher a roupa ideal para aquele dia.
Alguns já se organizam no dia anterior e
verificam a previsão do tempo. Em seguida,
durante o banho, o café da manhã ou no
trajeto para o trabalho pensamos sobre as
atividades que temos de realizar naquele
dia ou naquela semana. Ao longo do dia,
algumas circunstâncias mudam o rumo
de nossa atenção, obrigando-nos a rever
nossos planos e seguir outros caminhos.
Isso é planejar.
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Na empresa deve acontecer da mesma
forma: devemos nos antecipar a eventuais
problemas e identificar possíveis solu-
ções para eles, reservando uma segunda
opção para que possamos decidir entre elas e não corrermos riscos.
Planejar é, antes de tudo, ter alternativas para situações que podem
acontecer no futuro.
Analisar todos os “jogadores” do mercado e identificar as possí-
veis reações de nossos concorrentes pode parecer difícil, mas sem essa
visão estratégica dificilmente conseguiremos crescer em um mercado
concorrido. Portanto, planejar é antever o futuro com base em infor-
mações que já se têm e buscar soluções para eventuais dificuldades ou
oportunidades.
Planejar ou Sonhar?
Planejar pode ser confundido com sonhar? Afinal, temos de pen-
sar em coisas que ainda não existem e que podem nem existir. Planejar
é diferente de sonhar, mas exige um pouco de sonho, sim. Não podemos
deixar que a razão tome conta neste momento de planejamento, pois
temos de ser criativos nas soluções dos problemas identificados ou nas
oportunidades que teremos pela frente. Por outro lado, não podemos
apenas sonhar e não realizar as ações planejadas. É preciso planejar
colocar nossos sonhos em prática.
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As Falácias do Planejamento
Planejar não é algo estanque, é um processo que muda constan-
temente, por isso é difícil formalizar um planejamento. Mas se seus
executores estiverem plenamente envolvidos com ele qualquer alte-
ração será facilmente assimilada e processada.
O planejamento deve ser realizado por todos os membros da
organização e não somente pela direção. Cada funcionário, de acordo
com sua capacidade, deve colaborar com o grupo. Não podemos
diferenciar o estratégico do operacional, ou seja, o que pensa do que
executa; a execução e o planejamento devem andar juntos. Mas então
a empresa precisa de um superprofissional para fazer o planejamento?
Não, apenas de um revolucionário.
Os Novos Revolucionários
Todas essas competências exigem um novo profissional para colo-
car em prática o planejamento. As empresas precisam de um revolu-
cionário. Para compreender corretamente o perfil desse profissional,
leia a seguir quais são as características que ele deve ter:
• Estar sempre atento a novas possibilidades de se fazer algo. Ter
espírito de oposição, o que significa imaginar uma nova maneira
de fazer as coisas, não se contentando com o que está pronto.
• Ter uma curiosidade ilimitada, inclusive sobre coisas em que não
se é especialista.
• Ter uma orientação para o cliente, identificando sempre o seu ponto
de vista.
• Gostar de trabalhar com pessoas.
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