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Noiva de um escocês
perverso
Samantha James
(Série Família McBride 03)
Alec McBride sabe quem ele teve. Lady Maura o levou a se casar com a experiência
de uma sedutora nata, e agora ela pagará por sua traição. Ele a arrebatará, a
tentará, a domesticará - até que ela deseje muito que nunca tenha ouvido falar do
duque de Gleneden. Presos em seu jogo de vingança, Alec e Maura não percebem o
que está acontecendo em seus corações - até que seja tarde demais.
O casamento deles pode ter sido uma farsa, mas não há nada mais verdadeiro que o
desejo deles...
Mas o que quer que o tivesse afetado, ele lutou contra isso. Ela
sentiu; viu nas expressões de raiva e frustração e inúmeras outras que
cruzavam seu rosto. Seus lábios se separaram. Mais uma vez, ele tentou
falar.
Maura respirou fundo, mantendo-se firme mesmo quando o pânico
se aproximava. Ela nunca o tinha visto assim.
Ela olhou para Murdoch, que estava ao lado da cama.
Ele hesitou.
Ela pressionou.
— Quanto tempo, por favor?
— Eu não lhe sei dizer.
Não, pensou Maura. Ele não sabia. Mas havia piedade em seus
olhos. Mesmo que ele sabia.
Superstição, alguns podiam tê-lo chamado. Absurdo. Mas no
fundo da sua alma, ela sabia que era a maldição. A maldição que havia
atormentado os McDonough desde a noite em que o Escocês Negro, o
infame pirata que escondeu sua verdadeira identidade de ambos, escoceses
e irlandeses, navegou através da noite com o Círculo de Luz em sua posse.
Todos sabiam.
Antes que o dia terminasse, o conde de McDonough estaria morto.
Ela inclinou a cabeça.
— Obrigada — disse ela calmamente. — Murdoch, pode, por favor,
escoltar o médico à porta e providenciar o seu pagamento?
Maura voltou para o quarto. Seu interior torcido com medo. Uma
dor aguda, ameaçando rasgar o seu coração em dois. Seu pai, muito fraco,
estava encostado aos travesseiros. Ela foi atingida pela mudança nele, no
pouco tempo que ela se ausentou para o corredor. Suas bochechas estavam
afundadas, os ossos de seu rosto tensos, sua pele quase fina como papel.
Com um dedo, ele acenou para que ela se aproximasse.
— O Escocês Negro.
Fogo se alastrou dentro dela.
— Esse maldito pirata! — Ela gritou. — Ele está morto e eu rezo
para que ele tenha queimado no inferno todos estes anos! Eu o amaldiçoo
da mesma forma que nós temos sido amaldiçoados!
Um acesso de tosse tomou o conde. Maura segurou um copo de
água em seus lábios e o fez beber.
— Nada de bom virá de você o amaldiçoar — respondeu
asperamente enquanto ele ainda era capaz. — Ele já está amaldiçoado. Pelo
próprio velho conde de McDonough, Randall O'Donnell, que viu seu navio
desaparecer na noite Ele começou a bufar novamente. — Mas você pode
nos salvar, Maura. Você é a única.
Uma onda de desespero caiu sobre ela. Se ao menos fosse verdade.
Se ao menos houvesse alguma maneira ela os poder salvar! Mas a cada ano
que passava, mais alguns inquilinos partiam. Aqueles que permaneciam
lutavam para sobreviver.
Durante todo o resto do dia e à noite, ele protestou.
— Maura — ele sussurrou uma e outra vez. — Você é a única. A
única que pode nos salvar. A única que pode salvar o nosso povo e as
nossas terras.
Por um tempo seu pai esteve tranquilo. Maura estava vagamente
consciente de Murdoch e Jen pairando atrás dela. Ela pensou que ele estava
dormindo, um sono reparador, um sono de cura, ela orou. Apenas para
que, quando a esperança surgiu em seu peito, ele tossisse de novo, e soasse
como o arranhar dos ventos através de um campo de palha pálida, seca e
quebradiça pelo sol.
Ela agarrou as mãos dele. Ele segurou firme, tão apertado que era
como se tivesse relâmpagos dentro de seu cérebro, seu próprio sangue,
como se uma corrente de uma estranha energia desconhecida passasse de
seu corpo para o dela.
Era considerado por muitos que o pai dela tinha a visão. Era
verdade que muitas vezes as coisas aconteceram do jeito que ele dizia que
seria. Ele, com frequência, rejeitava essa crença com a sua habitual forma
jovial. No entanto, Maura percebeu agora, pela primeira vez, e com uma
inabalável certeza, que era a verdade.
Alguns poderiam ter argumentado que não havia razão para
acreditar que esse homem a quem o jornal chamava Escocês Negro poderia
estar relacionado com o pirata do passado, o Escocês Negro que roubou o
Círculo de Luz. No entanto, com uma certeza estranha, Maura sentiu a
verdade no núcleo de seu ser. Este homem, Alec McBride, Duque de
Gleneden... carregava o sangue de seu antepassado pirata, o Escocês
Negro.
Seu pai gritou:
— Eu vejo em seus olhos que você sente isso também. Que você
entende. Que você sabe do mesmo modo que eu. Oh, sim, menina, foi seu
antepassado que nos roubou, roubou tudo. Vá ter com ele, Maura. Procure-
— Murdoch! — Ela disse após lhe ter pedido que lhe mostrasse um
dos seus trajes novos. — Oh, se a Jen pudesse vê-lo agora! Eu juro que você
a deixaria sem fôlego tal como você fez muitos anos atrás!
— Na verdade, é a minha respiração que me preocupa — ele
resmungou, correndo um dedo entre colarinho e a garganta. — Isso me
lembra mais vivamente de que, se seu pai tivesse insistido que eu me
vestisse assim no dia-a-dia, meu tempo a seu serviço nunca teria ido além
de uma semana!
— Oh, pare! — Maura falou mostrando-lhe uma falsa carranca.
Ambos, Murdoch e Jen, eram mais família do que criados. — Eu — disse
ela alegremente, — confirmo que você está muito bonito — ela fingiu
retirar uma linha inexistente de lã da sua manga — meu mais querido tio.
Era crucial que chegassem cedo para que pudessem recolher o
máximo de informações possíveis acerca do Barão de Killane. Foi Murdoch
que descobriu, em um pub na aldeia próxima, que o barão era idoso; sua
esposa, Lorraine, falecida há quase uma década.
Talvez tenha sido precipitado. Talvez fosse tolice ela pensar que
poderia conseguir uma entrada para o baile. Mas por Deus, ela iria
esgueirar-se ela tivesse que o fazer.
Eles tinham voltado para os alojamentos, não muito longe da casa
do barão. Vários dias após a sua chegada, Maura sentou-se à mesa de
madeira em seu quarto, com o coração batendo loucamente, sua mente
correndo descontroladamente. No entanto, lentamente, muito lentamente,
ela pegou pena, papel e tinta, e começou a escrever.
Lorde Preston,
— Amanhã! Oh, mas você não pode partir tão cedo! Você viaja por
prazer, não é?
Maura limpou a garganta.
— Sim, mas...
— Então fique! Eu tenho um baile de máscaras planejado para
amanhã à noite — declarou o barão. — Ficaria extremamente grato se vocês
dois quisessem comparecer. Me agradaria ainda mais se vocês ficassem na
mansão comigo, agora! Eu já tenho uma casa cheia de convidados, e espaço
para mais.
Era exatamente o que Maura tinha querido. Exatamente como ela
esperava. Mas o barão era claramente um homem muito afável, com um
grande coração e um comportamento acolhedor, e ela estremeceu por
dentro por o estar a enganar. Ela gostou dele, ela realmente o fazia, e
mentir para ele era como raspar um dente sobre pedra.
Mas então ela pensou no Escocês Negro.
Ela mordeu o lábio.
— Eu nunca fui a um baile de máscaras antes, tio.
Murdoch estava franzindo a testa. Fingindo considerar, como ela
bem sabia.
— Bem...
Ele suspirou.
— Eu sei, criança. Mas há um velho provérbio irlandês: “Se você
cavar uma sepultura para os outros, você pode cair nela você mesmo”. Isso
é o que me preocupa.
— Eu vou ficar bem, Murdoch. Verdadeiramente.
No salão de baile, o barão, vestido como o rei Henrique VIII, os
saudou cordialmente. Havia comida, mas Maura mal podia comer. Seu
olhar vagou pela sala.
Ela avistou um bobo da corte. Um homem de pequena estatura,
vestido como Napoleão. Não, isso não era, definitivamente, o duque. Eileen
tinha dito que ele era alto.
As palmas de Maura estavam úmidas. Ela nunca teria chamado a si
mesma vingativa. E não era a vingança que lhe enchia o peito. Medo,
excitação, todo o caos no mundo. Ela avistou um padre vestido todo de
preto. As palavras de Eileen ecoaram em sua mente. Ele aprecia as senhoras.
Agora teria sido, de fato, uma ironia, se ele tivesse escolhido se vestir como
um padre!
Surgiu em sua mente, que talvez fosse apropriado que ela tivesse
escolhido o traje que escolheu... Ela ficou imóvel como se ancorada à terra,
incapaz de se mover, até mesmo piscar os olhos, ao vê-lo, lentamente, fazer
o seu caminho em direção a ela...
A postura de seus ombros era orgulhosa. Ela era alta para uma
mulher, mas com ossos pequenos. Corajoso da parte dela, aparecer com os
cabelos soltos, e ousada, ele pensou, com um sopro de admiração, para
usar uma saia que se agarrava aos quadris, revelando a forma de suas
nádegas quando ela se virou levemente. Consciente de um fogo lento
surgindo em sua barriga, ele examinou-a, uma avaliação de admiração.
Ela era magnifica. Na verdade, havia muito o que apreciar sobre a
senhora.
E o mais fortuito para ele, foi que o traje que ela escolhera era o
mesmo que o seu, o que lhe proporcionou um meio de apresentação.
Quase antes que ele percebesse, Alec viu-se diante dela. Ele não
tinha nenhuma lembrança de atravessar o pavimento em mosaico preto e
branco.
Ele executou uma ligeira vénia. Quando se ergueu, ele pegou dois
copos de vinho de um lacaio que passava e entregou um a ela.
— Boa noite, companheira pirata — disse ele suavemente. — Você
está esperando alguém? Seu acompanhante, talvez?
Ele olhou diretamente em seus olhos, olhos que eram um tom
surpreendente vívido de verde. À sua pergunta, a bela disse nada, mas
balançou a cabeça. A ponta de sua língua saiu para correr sobre os lábios,
deixando-os orvalhados e úmidos, a cor da urze florescendo após uma
bruma de chuva. Desejo, afiado e rápido, o atinguiu. Ele estava um pouco
assustado com a sua força.
O olhar de Alec já a tinha inspecionado da cabeça aos pés. Sua pele
era quase iridescente e sem dúvida tão suave como uma pérola, ele estava
certo. E havia uma considerável extensão revelada, ele observou com
— Eu imagino que cada homem aqui, está feliz que você não aja
como a jovem Grace O’Malley — ele murmurou. — Eu deveria considerá-
lo quase um sacrilégio.
Ela não fez nenhum comentário sobre sua observação, mas
continuou com sua explicação.
— Mesmo quando ela estava casada, Grace navegava os mares. Uma
marinheira feroz, nossa Grace O'Malley, que não iria ser derrotada pelos
Ingleses quando ele tentaram conquistar terras irlandesas.
— Ela parece bastante destemida. Por que, eu quase odeio revelar a
você que eu sou metade inglês.
Ela inclinou a cabeça de lado. Preto, arcos das sobrancelhas
elevados. Sem dizer nada, ela olhou para o xadrez.
Alec deu um suspiro simulado.
— E sim, meio escocês.
— De verdade?
— Oh, sim, de verdade. Isso significa que deve vou ser incapaz de
conseguir os seus favores?
Um lento sorriso surgiu em seus lábios.
— Você está familiarizado com a Calçada dos Gigantes em Antrim?
Eu prefiro dançar nua em torno do fogo. Temo que seja o pirata em mim.
Interiormente, Maura se encolheu, absolutamente mortificada com
as palavras rodando em sua mente uma e outra vez. Senhor, ela realmente
disse isso? O que ela estava pensando? Algo dentro dela lhe dava uma
repreensão severa, lembrando-a de que os piratas eram aventureiros.
Piratas não tinham escrúpulos.
Ela e o Escocês Negro se separaram dentro do salão de baile, de
modo a não levantarem suspeitas. Eles se encontraram novamente no
patamar da escada. Ele riu quando a viu acenar a um criado com uma
bandeja. Um instante depois, uma garrafa cheia de vinho e duas taças
estavam em suas mãos.
Ele não percebeu que era o meio pelo qual ela ia domá-lo.
E fortificar a coragem dela.
Desde o momento que ele se apresentou diante dela, o pânico a
ameaçava. Uma parte dela desejava fugir. Esconder-se. Era como se o
tempo tivesse parado. O pulso de seu próprio coração ressoou em seus
ouvidos.
Apesar da tagarelice de Eileen, sobre como as senhoras se juntavam
a ele, ele não era nada como ela esperava, no entanto era exatamente como
ela deveria ter esperado.
Suas calças de couro eram estreitas, enfiadas nas botas altas. Como
ela, ele usava uma camisa branca solta. Os cordões estavam desatados,
revelando um peito cabeludo. Sobre a camisa tinha um colete, muito
parecido com o dela.
A semelhança no traje terminava ai. Ele não usava nem chapéu nem
lenço, como ela usava, mas sim uma bandana estreita, amarrada na cabeça.
Passou pela mente de Maura que deveria ter sido exatamente assim
que o seu antepassado parecia. Cruel. Perigoso. Mortal.
Adicionado a isso, existia uma sensação de controle firmemente
amarrado. Uma arrogância bem disfarçada. Ela estava certa de que ela não
imaginava isso. O mais desconcertante de tudo era seu olhar fixo. Ousadia
e quase possessividade escorriam lentamente pelo corpo dela.
E era quase que uma indiferença entediada.
Quando seus olhos finalmente se encontraram, foi como se um raio
disparasse através dela. Naquela fração de um batimento cardíaco, ela
soube...
Alec McBride, Duque de Gleneden, era um homem que conseguia o
que queria, ela estava certa disso. Ele era um homem de incansável
propósito, e ela, percebeu trêmula, era o que ele queria! O que é que ela
estava pensando, para presumir que ela pudesse controlar um homem
como este!
Mas tudo tinha sido posto em movimento, os jogadores, ela própria
e o Escocês Negro, prontos e no lugar. Era tarde demais para voltar atrás.
Qualquer que fosse a trepidação que ela sentia, deveria ser abafada.
Qualquer que fosse a incerteza ela sentia, deveria ser sufocada. Ela tinha
um papel a desempenhar, o de sedutora tímida. Jogar ela deveria, e ela iria
jogar!
Com isso, Maura se focou em seu propósito. Era constante e firme.
Ela não iria se desviar dele. Afinal, ela tinha acabado de provar que podia
Ela lamentou a sua modéstia, bem como seu ávido escrutínio. Por
baixo de sua blusa os seus mamilos formaram pequenos pico rijos,
enquanto seus seios incharam pesados e cheio. Uma luminária queimava
na mesa de cabeceira. Ela estava bem ciente de que seus mamilos eram
claramente visíveis. Um canto da boca dela inclinou-se, transmitindo a sua
aprovação. Levou toda a força de vontade que ela possuía para não apertar
os braços sobre si mesma. Em vez disso, ela sacudiu um dedo na frente do
colete dele.
— Sua vez, Escocês.
Ele deu uma risada suave.
— Você não faz prisioneiros, pois não, Irlandesa?
— Não faço prisioneiros, não tenho piedade. Sou uma pirata cruel,
não sou?
Sua visão focou em suas mãos, mais uma vez juntas no colo. Ela não
conseguia olhar para ele. Ela não se atrevia.
Estranhamente, ele não estava mais rindo também.
— Seu lenço — ele disse suavemente. — Remova-o, por favor.
Por favor.
Lentamente, Maura levantou as mãos. Por mais relutante que
estivesse, sabia que não deviria demonstrá-lo. Ela puxou o lenço, depois
passou os dedos pelos fios do cabelo. Seu olhar estava abaixado,
concentrado em um ponto em algum lugar distante no chão.
— Olhe para mim, Irlandesa.
Ela não queria. Ela realmente não queria. Naquele momento, ela não
tinha palavras para explicar como se sentia. Por que ela se sentia assim? Era
como se, revelando o rosto e os cabelos, ela revelasse algo que ele não tinha
o direito de ver. Como se ela desse uma parte de si mesma que não
pertencia a ele. Pertencia a ela. A ela.
— Irlandesa — a palavra era pouco mais que um suspiro.
Calmamente, ela levantou o queixo. Ela até conseguiu dar um
sorriso. Aqueles olhos incrivelmente azuis percorreram seu rosto, da
mesma maneira que os dela percorreram o dele. A intensa determinação
em seu olhar era enervante, o silêncio excruciante. Se prolongou até que ela
tivesse certeza de que iria gritar. Seu estômago deu um nó.
O cafajeste arrogante! Então ele pensou que ela estava satisfeita, não
é? Chocada, era como ela descreveria. Chocada sem palavras, na verdade.
Tremendo, cada nervo dentro dela agitado. Ele sentiria isso? No entanto, o
que importava se ele sentisse? Sem dúvida, ele confundiria isso com prazer
de novo!
Um estrondo de uma baixa risada passou por sua orelha. Com um
braço nas costas dela, ele a puxou totalmente para a cama, para que se
deitassem frente a frente. Seus dedos invadiram o decote solto da blusa
dela, pegando-o e arrastando o pano para baixo, descobrindo totalmente
um seio.
A mesma mão desavergonhada agora se moldava em torno de uma
nádega. Maura se contorceu. Ah, mas ela sabia disso! Ele confundiu seus
movimentos com a reciprocidade de seu ardor. Ele beijou o arco do ombro
Depois disso... Deus, mas era como se sua mente tivesse sido limpa.
Ele levantou a cabeça. Sua mandíbula se apertou. Seu olhar deslizou
da pirata em sua cama para Murdoch Maxwell.
Havia algo estranho em seu tom. Maura olhou para ele. Sua testa
franziu... de repente, ela percebeu por que ele estava tão pálido.
— Oh céus. Você tem uma constituição delicada, Senhor? — ela
perguntou brilhantemente. Que estranho que, para um descendente de um
pirata, seu novo marido fosse um mau marinheiro. Era tudo o que ela
podia fazer para não cantar.
Alec lançou-lhe um olhar venenoso.
— Você não precisa se deliciar com isso — ele murmurou.
— Oh, mas eu não me delicio! Eu apenas perguntei por preocupação
com o meu marido. É dever da esposa, não é, cuidar do bem-estar e do
conforto do marido?
Ah, mas ele era arrogante! Se ele queria ser provocado, ela o
satisfaria!
— Um duque rico? — Ela ousou.
— Sim — Era uma declaração de fato, ele não se gabou. — Você
ganhou muito com esse casamento. Mas esse era o ponto, não era? E como
você descobrirá de qualquer maneira, sim, também sou titulado em
Inglaterra.
Ela deveria ter percebido mais cedo. Que ele pensou que ela se tinha
casado com ele por dinheiro! Que risível!
Ela passou um dedo ao longo da costura elaborada no braço da
cadeira.
— Com propriedades... onde?
— Duas outras na Escócia, duas na Inglaterra. E uma casa da cidade
em Londres.
— Eu nunca estive em Londres — disse ela docemente.
— Bem, se você está pensando em morar em outro lugar, duquesa...
não.
— E por que não? — Ela estava inclinada a ser tão arrogante quanto
ele.
Então, o que ele deveria dizer? Que foi amor à primeira vista?
Pensou ironicamente. Mais como luxúria à primeira vista.
Todas aquelas horas na carruagem com ela, hoje... Ela parecia tão
inocente quando fingiu dormir. Ela não o enganara nem um pouco. Ele
sabia que ela estava acordada. Então, quando ela finalmente adormeçeu,
ela parecia tão desconfortável, com a cabeça inclinada contra o lado da
carruagem. Ele finalmente a puxou para o banco, enquanto ele gostaria
muito de a puxar para ele.
Ele afastou sua mente do pensamento. Ela o tinha afetado mais do
que deveria. Muito mais do que ele queria. Ele tocou a sua bochecha, o
lugar onde ela lhe deu um tapa. Deu um tapa nele. Ele já fora agredido por
sua irmã Anne. Por Aidan. Quando eles eram todos crianças. Mas ele
nunca tinha sido esbofeteado antes!
Ele ainda estava surpreso que a adorável Lady Maura tivesse
ousado.
A boca dele se afinou.
Ou talvez ele não estivesse. Alec se considerava um bom juiz de
carateres; ele não era facilmente enganado. Ele não tinha sido influenciado
pela demonstração feminina de arrependimento choroso de Maura,
naquele dia no escritório do barão. Ele suspeitava que ela era uma mulher
de espírito, um espírito que se espalhou para o que só poderia ser chamado
de obstinação e força de vontade. Ele não se casou com uma jovem
covarde.
Ele lutou para conter uma fúria crescente. Ele não gostou que a sua
mão fosse forçada. E, refletiu, negativamente, tinha sido a maneira pela
qual esse casamento havia acontecido! Ele não conseguiu afastar a sensação
Uma parte distante dele registrou que ela virou o rosto. A sua
bravata estava desmoronando. Sem dúvida, ela o considerava um bruto e
sem coração.
Sua pele era branca como alabastro. Ela era esbelta como uma cana,
as pernas longas e bem torneadas. No entanto, mesmo sentindo-se usado,
ele experimentou uma pontada aguda de luxúria. Ele imaginou aquelas
longas pernas enroladas nos seus quadris, seu pau duro enterrado
profundamente.
Sua consideração foi longa e completamente sem pressa.
Vagamente, ele registrou a sua aflição, pois, enquanto lutava contra a sua
consciência, sua mente estava em outro lugar.
Ela era maravilhosa. Cristo, não fazia sentido. Como ele pôde fazer
amor com uma mulher assim e não se lembrar? Como? Cristo, ele deve ter
Alguma coisa, talvez uma boa noite de sono?, aliviou seu mau
humor da noite anterior.
A falta de uma boa noite de sono, azedou o dela.
— Não — ela disse com uma doçura ácida. — Ele era o pirata mais
miserável e feio que você poderia imaginar.
Um canto da boca de Alec se inclinou para cima, um sorriso
malicioso, sem dúvida.
— E você foi resgatada desse pirata miserável, Irlandesa?
Maura franziu a testa. Era desconcertante que ele estivesse
completamente vestido, enquanto ela estava debaixo do cobertor, vestindo
apenas uma camisola.
— Eu acho que não. Caí nos braços de mais de um pirata. E acredito
que ele pretendia me atormentar, em vez de me resgatar.
— Oh, certamente não. Deixe-me arriscar outro palpite. Este outro
pirata em seus sonhos. Aposto que ele era realmente muito bonito.
Ela comprimiu os lábios.
Foi a Sra. Yates quem veio buscar Maura. Ela explicou que Alec a
esperava em seu escritório; ele ainda estava conversando com o gerente da
propriedade. Uma mulher carinhosa, Maura soube que a Sra. Yates estava
na casa desde que era jovem. Orgulhosa, informou a Maura, que foi
nomeada governanta quando a mãe de Alec, a duquesa viúva desde que
Alec se casara, fora a própria noiva.
Outra picada de culpa. A mãe de Alec ainda era a duquesa de
Gleneden.
Alec estava curvado sobre um mapa estendido sobre uma mesa de
tamanho monstruoso, junto com outro homem. Quando viu a Sra. Yates e
Maura perto da porta, ele chamou Maura para dentro.
Ele se endireitou.
— Maura. Sr. Campbell, posso apresentar lhe minha esposa,
duquesa de Gleneden. Maura, este é o meu gerente da propriedade,
Malcolm Campbell. Não acreditamos que ele nasceu no clã Campbell, mas
também não o deixamos esquecer. — O tom de Alec era irônico.
O Sr. Campbell riu.
— Och , e sabeis, Sua Graça, cê tê sorte por ter um Campbell que vai
dignar-se a trabalhar pa vós. — O homem virou-se para Maura e inclinou a
cabeça. — Sua Graça.
Maura estendeu a mão e apertou-a profundamente.
— Sr. Campbell, um prazer.
Alec olhou para ela.
— Fique se quiser, Maura. Não devo demorar.
— É claro — ela murmurou.
— Isso foi pintado vários anos antes de meu pai ficar doente — Alec
disse a ela.
Dois dias depois, Maura montou uma égua cinza malhada até a vila
ao sul de Gleneden, passando pela igreja até o cemitério. Amarrou as
rédeas numa árvore e depois olhou em volta.
Murdoch saiu de trás de um robusto carvalho.
Maura correu para ele, abraçando-o. Murdoch seguiu quase
diretamente em seu rastro. Era parte do plano que eles haviam concebido,
uma maneira de manter contato caso ela encontrasse o Círculo.
Quando ele foi capaz, deu um passo atrás, procurando as feições
dela.
— Lady Maura! O que há de errado, garota? — Seu sorriso
acolhedor desapareceu. — É o duque, não é, criança? Eu sabia que ele era
um bruta-montes! Eu juro, se ele a...
O cafajeste! Então ele pensou que tinha vencido, não era? Ele
adorava atormentá-la. Tudo nele, seu comportamento quase preguiçoso,
aquele sorriso diabólico que agora curvava seus lábios, proclamava sua
presunção. Ela se irritou em prol da sua justiça.
— E se eu disser não?
— A menos que você escolha algo que queira, eu comprarei a loja
inteira.
— O quê! — Ela exclamou.
— Eu farei — ele prometeu.
Ela inclinou a cabeça para o lado.
— Por que tenho a sensação de que há mais nessa barganha?
— Por minha vez, vou escolher um item também. Quando
voltarmos a Gleneden, você revelará sua escolha e eu revelarei a minha.
Mas quando estivermos em casa, prometa que vai usar o que eu comprar...
e o que você comprar. Essa é o acordo.
Maura apertou os lábios em ávida consideração. Alec respirou
fundo, seu intestino em chamas. Ele resistiu ao desejo de cobrir os lábios
dela com os dele, traçando aquele delicioso beicinho rosa em sua boca e
deixando o desejo levar aonde deveria.
Ele decidiu traçar a carranca entre as sobrancelhas dela.
— Isso é agradável para você, Duquesa?
— Se eu quiser salvar a sua fortuna, parece que devo — ela
resmungou.
Um sorriso roçou seus lábios. Ele floresceu em uma risada baixa e
encorpada.
— Tudo bem, então. — Ele arrastou um dedo pela curva de sua
bochecha. — Madame? — Ele chamou. — Sua Graça está pronta para suas
medições.
Mas parecia que ele não havia terminado. As mãos dele estavam na
cintura. Alguns movimentos rápidos e ele saiu da calça. Sua boca ficou
seca. Ele estava perto o suficiente para tocar. Suas nádegas pareciam duras
e tensas. Ele se virou.
2
raça de pôneis originária das ilhas Shetland, na Escócia. Têm pelagem densa, pernas curtas e são considerados
muito inteligentes.
3
raça de pôneis originária da Irlanda. São atléticos, versáteis e bem-dispostos. A raça produz excelentes póneis
para espetáculos.
— Sua Graça?
Maura olhou para cima. Era Aggie, e só então ela percebeu que a
garota a havia chamado duas vezes. Ela estremeceu por dentro. Ela não
estava acostumada a ser abordada como “Sua Graça”.
— Sim, Aggie?
— A Sua Graça exige a sua presença em seu quarto, Sua Graça.
— Obrigado, Aggie. — Ele pensou que ela correria com a sua
convocação? Pelo céus, ele poderia esperar.
Passaram-se quinze minutos antes de ela caminhar para o quarto.
Alec estava sentado em uma das grandes poltronas em frente à lareira. A
julgar por sua expressão, não parecia que ele estava impacientemente
esperando.
Ele ficou de pé. Tinha, numa mão, uma pequena caixa com um laço.
Ele bateu-a contra o peito.
— Você acha que eu esqueci a nosso acordo na Madame Rousseau?
— perguntou ele.
— Sim! Eu prometo!
Ele entregou-lhe a caixa. Maura arrancou a fita, segurou as meias
contra o peito e cantou:
— Não acredito. Meu primeiro par de meias de seda! Minhas! — No
meio da dança dela para cima e para baixo, ele a pegou pelo cotovelo e a
girou. Ele apontou para a porta.
Aggie e meia dúzia de outras criadas entraram, cada uma
carregando várias caixas redondas que empilharam perto do armário.
Quando elas se retiraram, Alec acenou para Maura.
Ela caiu de joelhos e arrancou tampa após tampa de caixa após
caixa. Com seu ombro apoiado na porta, Alec olhava. No momento em que
ela terminou, apertadas contra o peito e espalhadas por todo lado, havia
dezenas de meias de pura seda. Maura estava rindo impotente.
Ela olhou para Alec.
— Oh, meu Deus, você comprou até ao último par na loja, não
comprou?
— Acredito que a madame disse algo nesse sentido, sim.
Alec olhou pensativo. Se ela pedisse tudo, ele teria comprado pouco
ou nada. Mas como tudo o que ela queria era uma coisa tão simples, e isso
quase arrancado à força! Agora, ele desejava ter comprado até aos últimos
itens em todas as últimas lojas da rua.
Com uma única ponta do dedo por baixo do laço no ombro dela, ele
o deslizou para baixo, descobrindo a pele. Um puxão, e se separou.
Maura não poderia ter se mexido, mesmo que quisesse. Ela olhou,
hipnotizada, o reflexo dele, hipnotizado pelo dela. Seus olhos se
encontraram, os dela arregalados e assustados. Os de Alec queimavam
como tochas azuis ardentes. Era como se ele tocasse na sua alma. O braço
direito dele enrolou em volta da cintura dela, puxando-a de volta contra
ele. Ela estremeceu por dentro, ciente do seu poder e força latentes. Ele
afastou a cortina negra de seus cabelos, expondo o comprimento frágil de
seu pescoço, a inclinação delicada de seu ombro.
Nunca em sua vida ela esqueceria a fome ardente em seus traços.
Ela viu nos olhos dele antes dele abaixar a cabeça. Ele beijou a sua nuca,
uma trilha ardente até o ponto sensível logo abaixo da orelha dela. Ela não
tinha sonhado que poderia ser tão dolorosamente sensível ali. Os lábios
dele roçaram o lado do pescoço dela. Ela inclinou a cabeça, concedendo
ainda mais acesso ao toque tentador de seus lábios.
O corpo dela reagiu instintivamente. Impacientemente. Seus
mamilos empurram contra o pano fino. Eles formigavam, agulhas geladas
que ansiavam... alguma coisa. Algo mais...
Fazia sentido agora. Sua timidez sempre que ele a tocava. O jeito
que ela respondeu, o jeito que ela resistiu antes de finalmente ceder seus
lábios aos dele.
E agora ele sabia o porquê.
Ela havia drogado o vinho dele, a bruxinha!
Tanto que era quase uma dor física, no fundo da barriga, uma dor
que ela não podia suportar. Lentamente, ela se endireitou, sem saber que
havia se curvado, como se sentisse dor.
E de fato tinha. O coração dela apertou. Sua garganta estava cheia
de emoção. Mais uma razão para não se apaixonar por ele. Não, ela não
podia quere-lo. Ela não devia quere-lo.
Alec era muito perigoso para o seu coração.
— Nunca. Não a faço sentir da mesma forma que você me fez sentir
naquela noite na Irlanda? O que mudou desde então, eu me pergunto? —
Seu olhar percorreu suas feições.
Maura lutou para manter o rosto sem expressão. A única maneira
que ela o conseguir, era abaixar os olhos que então se concentraram
diretamente na suavidade esculpida de seus lábios.
— Ah, Maura, você não me deixa escolha a não ser convencê-la.
Seu interior estava agitado. Ela mal podia respirar, muito menos
falar, mas de alguma forma ela conseguiu.
— E como você pretende fazer isso, Escocês?
— Um beijo de cada vez — ele sussurrou antes de fechar a boca
sobre a dela.
Na verdade, foi preciso apenas um beijo para mergulhá-la em
desejo. E sim, seus braços rodearam, de bom grado, o pescoço dele. A boca
dele separou a dela; hálito quente misturado com o dela. O beijo dele a
estava queimando. Magistral. Persuasivo. Isso a fez ficar desfeita, com os
joelhos fracos e desejando. No entanto, havia algo em sua maneira que a
advertia para tomar cuidado.
Ela afastou a boca.
— Por quê? — Ela exclamou. — Por que você continua me beijando
assim?
— Por que você me deixou? — Ele respondeu.
— Você não me queria como sua esposa — ela lembrou-o, instável.
— Isso não significa que eu não quero você na minha cama.
Alec foi até o fim da lareira e depois voltou. Ele parou, cruzando os
braços sobre o peito.
— E a sua mãe? Ela não era familiar da falecida esposa do barão,
era?
— Minha mãe foi deixada para descansar quando eu era pequenina.
— E você nunca conheceu o barão antes disso?
Ela balançou a cabeça.
— Foi apenas um ardil para você entrar no baile de máscaras?
— Sim.
— Então não foi por acaso que você me procurou.
— Você parece ter todas as respostas, Sua Graça. O que você acha?
Um músculo tremeu na mandíbula de Alec. Não era hora de
desafiá-lo.
Ela continuou:
— Se você está procurando alguém para culpar, Sua Graça, não
precisa procurar mais.
— Então você mentiu sobre quem você é?
Ela ficou de pé.
— Pense o que você quiser, mas não foi assim. Não foi nada disso.
— E eu era o meio?
— Sim! Sim! Foi a única maneira que eu consegui pensar para vir
para cá. Ficar e não despertar as suas suspeitas. Para procurar o Escocês
Negro...
Ela era diferente de qualquer outra mulher. Ele a queria como ele
não queria outra mulher.
Uma expressão de confusão suave em seu rosto, ela olhou para ele.
Ele levantou a mão direita dela.
— Escolha um dedo — ele sussurrou.
Maura ainda estava confusa.
— Deixe-me escolher, então. — Ele levou o dedo à boca. O lavou
com o calor quente e úmido de sua língua...
...e arrastou-o lentamente pelo comprimento de sua barriga.
Insuportavelmente excitante.
E quando outro dedo se juntou à ação, sua mente ofegou com um
prazer proibido e sombrio.
Ela começou a ofegar.
— Alec...
— Sem vergonha — ele sussurrou. — Apenas prazer.
Era verdade. Alec olhou para ela, obtendo prazer de seu prazer.
Ela gemeu.
— Alec... eu quero...
— Isto? — Ele deslizou o dedo dentro dela.
Os olhos dela se fecharam. Seus quadris estavam torcendo. Se
contorcendo. Agitando o dedo dele... o dela.
Maura vagou pelo caminho que levava ao poço dos desejos. Ela
tentou cochilar, mas sua mente não se aquietava. Alec enchia sua mente,
excluindo tudo o mais. Um beijo. Um toque. Um olhar daqueles olhos azuis
aquecidos e ela tremia de desejo. Ela se desesperava com sua fraqueza, se
desesperava com o significado do ato sexual.
Seu coração apertou. Isso significava o mundo para ela. No que
dizia respeito a Alec, ela não tinha determinação, não tinha vontade de
resistir a ele!
Ela não podia confiar em seus sentimentos por ele. Eles eram muito
coloridos pelo desejo. Por necessidade.
Pela paixão.
Ah, sim, seus pensamentos estavam cheios de tormento.
O coração dela, de amor.
Mas ela não o admitia. Não, não para ele. Apesar de ceder seu
corpo, seu orgulho ainda era forte demais.
Mas ela não podia ficar aqui em Gleneden para sempre.
A princípio, odiei meu pai por insistir em seguir seus passos e servir na
Marinha de Sua Majestade. Eu não estava destinado a servir os outros. Mas uma
vez lá, bem, eu aprendi que o mar estava no meu sangue. E reconheci o que sempre
soube. Enfrentei o perigo... e gostei. Eu ansiava pelo poder... e o encontrei. Eu sou,
afinal, um duque.
E um pirata. Eu também sou um canalha.
Diverte-me imenso quando as mulheres sussurram e estremecem quando
falam do Escocês Negro. Como o ousado vilão assola os mares entre a terra escocesa
e a Irlanda. Mal sabem eles que o Escocês Negro, pode, de fato, se sentar do outro
lado da mesa. Que ele possa estar ao seu lado. Mal sabem eles que o Escocês Negro
é um homem com duas faces. Um homem com dois lados. Mal sabem eles que o
Escocês Negro é um nobre, um duque ainda por cima!
Alec respirou fundo. Havia realmente um pirata chamado Escocês
Negro. E Maura estava certa, o Escocês Negro era seu ancestral, James
McBride. Ele continuou a ler.
Ninguém sabe. Nem mesmo minha adorável Gertrude. Nem a minha filha,
Willa. Nem meus filhos, Gerald e Robert.
Seus olhos desceram a página e depois pararam em uma passagem
se destacou.
Eu cobiço o poder. Eu cobiço as riquezas. Eu cobiço a emoção. Meus
companheiros no navio são leais. Eles cobiçam riquezas como eu. Mas ouvi falar de
um tesouro bem diferente, um círculo celta místico. Dizem que gira e gira através
do seu próprio poder, durante o dia e a noite. Eles dizem que trouxe a fortuna do
Clã McDonough através dos tempos. Eu jurei que seria meu, este misterioso
— Maura!
O rosto dela se levantou. Ela estava perdendo os sentidos?
O rosto de Alec apareceu por cima do poço. Sua expressão era
frenética.
Ela poderia ter chorado de alegria. Ele estava aqui!
— Maura! Teremos uma escada em apenas um momento. — Ele se
virou. — Depressa! — Ela o ouviu gritar.
A escada foi abaixada. Maura tremia tanto de frio que mal conseguia
subir os degraus.
— Espere, amor! Estou descendo.
Momentos depois, com um braço forte quente e duro em volta da
cintura, ela se segurou firme enquanto Alec subia a escada. No topo, vários
homens a ajudaram a sair do poço.
Estava em casa.
No lar, na ponta da península, neste lugar onde o vento encontrava
o mar e o céu, e o céu a terra, onde o Círculo de Luz flutuava no altar de
pedra, flutuava com um poder próprio.
Todos os que vieram, olharam maravilhados para a luz cintilante
que brilhava na igreja de St. Patrick, iluminando a noite. Eles exclamaram
com alegria e admiração, e chamaram isso de um milagre.
Entre os que vieram estavam Nan Desdentada. Patrick, o tolo. Nos
degraus do castelo McDonough estavam Maura, Murdoch e Jen.
Jen sorria, as mãos cruzadas diante dela. Murdoch balançava a
cabeça em reverência.
Jen se virou e abraçou Maura.
— Você conseguiu, criança. Você conseguiu!
Murdoch colocou a mão no ombro dela.
— Seu pai ficaria tão orgulhoso de você, moça.
— Sim. Ele ficaria. — Foi tudo o que ela conseguiu. Maura estava
sorrindo, mas sua garganta estava apertada.
Ela não chorou desde o momento em que chegou a vila perto de
Gleneden. Na pousada, ela se jogou nos braços de Murdoch.
Ela não falou de Alec. Murdoch não perguntou. Quando eles
embarcaram no navio que os levou de volta à Irlanda, Maura ficou na popa
por longos, longos minutos. Ela permaneceu até a Escócia não estar mais à
vista.
FIM
Conteúdo
Prólogo
A partir das névoas e da magia através dos tempos...