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Atendimento/contrato

1º contato → o melhor a fazer é sempre encaminhar para uma conversa pessoalmente

whatsapp não é onde nosso trabalho acontece

fundamento desse momento → abrir espaço para estabelecer uma parceria/aproximação


(conquistar confiança) → abertura para mudanças

marcar uma entrevista

pergunta para a família: quem gostaria de vir? se a criança vier, ela vai entrar

usar o tempo para entender sua escolha enquanto profissional, avaliar como acolher sem
passar por cima do que você sente

convidar ou não a criança:

depende de como você está se sentindo → não se force a fazer algo que não está segura

a decisão é dos pais, mas é uma ideia recomendada

quando é violento o que eles falam na frente da criança, a gente vê algo que é violento sim,
mas é violento pra gente, porque a criança está acostumada → emprestar pra criança
depois que aquilo foi violento pra ela é o que vai marcar pra ela que aquilo é violência,
porque o que ela tá vivendo é cotidiano → ter acesso a isso e poder nomear logo de cara
começa a abrir um novo curso para ir construindo com a criança

nem criança nem adolescente é obrigado a ir, mas, se toparem, é o recomendado →


considera que adolescente só pode não estar presente se ele não quiser

se é durante o percurso, conversa primeiro com a criança/adolescente: 1- você quer vir? 2-


o que eu vou falar, 3- você quer que mande algum recado para eles (dizendo ou não que é
você?) → o mais importante é manter a confiança

vai avaliando a atuação que tem a partir do que está acontecendo e a partir da previsão que
se tem da situação → para saber se fala com os pais ou com a criança/adolescente

quem é a criança e qual é a pergunta que ela faz exatamente → devolver para entender
exatamente qual é a pergunta da criança. dificilmente é o que nossos ouvidos de adulto
ouviram.

exemplo:

criança: como meu pai morreu?

pensamento: desconfia/quer saber se se matou

psicólogo: como morreu como?


criança: quero saber se morreu de roupa, se morreu dormindo

suicídio/morte é delicado, mas é delicado pra gente. entender o contexto pra responder a
pergunta. responder o que foi perguntado. mentira alimenta o fantasma, o fantasma
alimenta o não-dito, vira maldição, vira violência.

crianças fazem perguntas que são pedaços, vão fazendo exercícios de abstração a partir
dos pedaços que você dá e chega em um outro pedaço. ir respondendo as coisas aos
poucos.

entender quando estamos lidando com a nossa angústia e quando está lidando com a
pergunta da criança. quando estamos lidando com a nossa angústia e quando estamos
lidando com a angústia da família.

criança ir ou não nesses primeiros momentos: de acordo com o que os responsáveis


trazem. às vezes eles pedem para vir no dia tal que é o único dia que a criança vai estar
com outra pessoa, e tudo bem, nisso você já entende um pouco.

eu não quero criar a regra daquela família, eu quero conhecer a regra daquela
família. até para apoiar a criança a fluir nessas regras do modo que seja melhor
pra ela. não adianta eu tentar reformular essas regras, eu não tenho esse
poder. algumas coisas eu até consigo negociar, mas a maior parte do meu
trabalho vai ser ajudar essa criança/adolescente a reconhecer e a negociar a
partir do que ele quer, do que ele pode, com o que aquela família está
oferecendo.

identificar/nomear e poder emprestar para a criança o que estamos identificando. aumentar


o campo hermenêutico → campo de possibilidades de interpretação e de sentidos para
aquela criança.

entender os contratos que são estabelecidos com os responsáveis e os que são com a
criança → contrato que prevalece é com a criança

1º contrato (responsáveis):

aviso: sem julgamentos, relação de parceria

marco 0 → reparação da ideia equivocada que a psicologia criou de que todas as questões
são culpa deles

crianças e adolescentes têm uma linguagem própria e a psicóloga atua como tradutora
entre essas duas partes

● como esses responsáveis se apresentam? o que eles contam?


● o que eles esperam de você?
● o que eles esperam da criança/adolescente

depois das conversas iniciais → agora vou ficar com a criança/adolescente, ficar um tempo
com ele, entender o que se passa e depois voltar a conversar com a família
● não é a hora de fazer um contrato de longo prazo, primeiro precisa entender o que
está acontecendo, para então entender para onde vai
● deixar aberto para os responsáveis chamarem para conversar quando quiserem
● deixar explícito para a criança que ela pode participar de quaisquer momento com os
responsáveis, de acordo com o que ela avaliar melhor
● pagamento, faltas etc

contrato verbal → a importância da palavra, da responsabilização por combinados

não antecipar as perguntas. a ordem que as pessoas escolhem narrar diz muito sobre o que
elas vão narrando. vai aparecendo. vou guardando as perguntas. não tenho pressa, avalio
se é o momento das minhas perguntas ou o momento de acolher a pressa deles e ter o
contato com a criança

● o que acontece? desde quando acontece? como era antes de acontecer?


● qual é a hipótese deles para essa mudança? → assim aparece o mito, a profecia
realizadora, quais são os papeis de cada um e qual papel é reservado para a
criança/adolescente
● como a criança se relaciona com ela mesma? como come? como dorme? como
brinca (se a gente quisesse saber como a criança brinca, iríamos brincar com a
criança. essa pergunta não é pra identificar isso, mas sim identificar como os pais
vão narrar sobre isso. lugar da fantasia, onde os significados da cultura não têm
prevalência) → o que é o fazer bem/fazer mal para aquela família?
● como ela responde a determinadas situações?
● grau de autonomia
● como é a vida escolar?
● atividades preferidas, atividades que desgosta
● doenças comuns, marcantes → ideia do senso comum da psicologia do trauma,
entender o mito e os sentidos daquela narrativa sobre o acontecimento X para
depois ir desconstruindo devagar
● história do casal, da gravidez, do parto → mitologia da criança, o lugar que ela está
inserida nessa história → descobrir o não-dito, onde se esconde o poder e quais são
os discursos ocultos dessa família
● tem irmãos, primos, amigos? do que gosta de brincar? brincam juntos? de que?
(perguntas para psi entender o quanto os pais conhecem a criança)
○ dizer que vai pensar juntos no que fazer, cumplicidade. combinado de não
fazer nenhuma intervenção com a criança sem passar pelo psi antes
○ pedir para trazer com roupa tranquila, que possa sujar, se movimentar. ter
aventaizinhos

1º contrato (criança)

objetivo: como é possível essa criança ser aquela?

● ir valorizando o trabalho dos pais a partir dos comportamentos da criança traz eles
para perto

o que vai fazer? não “dar uma de psicóloga”, mas sim brincar
com o tempo as coisas começam a acontecer, vem perguntas, conflitos na brincadeira →
abrindo espaço para a criança ser quem ela é e ir se conectando com ela

● confiança
● combinado do sigilo: nunca vou contar para os pais o que a criança falou ou fez mas
sempre vou contar para ele o que os responsáveis disseram
○ avisar que vai falar com os pais → eu acho que, eu percebi que, eu entendo
que, na minha opinião → garantir que não vai dizer o que a criança disse
● 1ª coisa: sabe por que está aqui? o que você acha que está acontecendo? o que
você acha que está preocupando seus pais? o que você acha de você? o que você
acha que seus pais acham de você? você sabe quem sou eu?
○ se a criança responder que não sabe, eu conto o que eu sei
● combinados concretos:
○ tempo: relógio
○ brinquedos são da sala, não dela
○ se esforçar para tentar não quebrar nada e não se machucar nem machucar
a psi
○ pode trazer/sugerir brincadeiras → todas as coisas têm combinados
● brincar livre → ela vai mexendo com o que ela quer, lugar de mais autonomia e
menos interventivo, permitir que ela explore as possibilidades (apresentar um livro
como um livro tira as outras possibilidades dele) → brincar dirigido pela criança. as
coisas vão acontecendo e vamos negociando
○ sair do lugar de achar que tem que ficar dando uma de psicóloga
● perguntas inesperadas a partir do que a criança vai contando

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