Desenvolvimento Emocional da

Criança

Secretaria Municipal de Educação

Psicóloga Esp. Ana Alice Barros
 Agir ou REagir?
•Comportamento = expressão dos sentimentos

•Todo comportamento é mediado por um

estímulo (S) também chamado de antecedente;

•Todo estímulo produz uma resposta (R) e toda

resposta acarreta uma consequência (C);

•Tal consequência servirá de estímulos de

outros comportamentos.
S–R=C

S
Sentimentos e Pensamentos estarão envolvidos
neste processo como qualquer contingência, seja
estímulo, resposta ou consequência.
•Se entendemos o que sentimos, logo
podemos compreender como nossos
sentimentos servem de estímulo para um
comportamento.

•Ao ter domínio dos estímulos reforçadores,

podemos prever um comportamento/ação.
Quando...
A criança bate, xinga, chora “demais”,
briga, não obedece...

O que eu faço quando

isso acontece?
 O Pensamento afeta a forma como nós
Sentimos e consequentemente como nós
Agimos.

A situação deixará de existir?

Então o que muda?
A forma como cada um interpreta a
situação e como REage frente a ela.
Isso irá compor o repertório da criança
para resolver novos conflitos futuramente.
Sugiro que mudemos a pergunta para:

O que aconteceu para a criança sentir

que tinha que fazer isso?
Quando mudamos a pergunta, tiramos o
foco de nós e colocamos NELA

Este é o primeiro passo para descobrir

maneiras não autoritárias de lidar com a
situação porque estaremos Humanizando
a criança.
Quando...
A criança está mais reativa, reclamando,
não aceita fazer nada que sugerimos

E nos fazemos a pergunta:

O que aconteceu para ela SENTIR que

precisava fazer tudo isso?
Podemos descobrir que ela está assim por MEDO,
CANSAÇO, LUTO, condição sintomática de
saúde ou mesmo algum transtorno, etc.

Ao tentar “fazer algo” não para acabar com a

expressão do comportamento mas para ATUAR
NA CAUSA, muitas vezes não conseguiremos
sanar a causa. Só da criança se sentir acolhida, o
comportamento dela já tende a melhorar (conosco
também é assim!).
Quando...

A criança não cumpre COMBINADOS

Geralmente os combinados são ordens

disfarçadas
Não é porque você usou a palavra
combinado no final da frase que ela
deixou de ser uma ordem.

Não tem nada de errado em dar uma

ordem às vezes.
Sempre que puder substituir a palavra
Combinado por:
Você me ouviu?
Você entendeu?
Ficou claro?

Tenha a consciência de que é uma ordem.

Não tente disfarçar uma ordem
Seja carinhosa nas palavras mas
demonstre seriedade no tom de voz;
Fale com calma e coerência na expressão
facial;
Relembre com a frequência necessária;
Tenha paciência com os protestos.
Pra criança executar uma ordem ela
precisa ter confiança. A criança se sente
segura com quem confia.
Tenha em mente que para haver um
Combinado a criança precisa participar
da decisão;

Ambos os envolvidos chegam juntos num

consenso

Exemplos:
-“Querida, eu entendi que vc quer doces agora… mas
precisamos almoçar primeiro. Qual horário da tarde vc quer
comer o pirulito?”

- “Fulano, todos nós temos que tomar banho antes da janta.

Quem vc acha que pode ir primeiro, eu, vc ou o papai?”

- “Querido, vamos olhar no calendário qual dia poderemos ir na

pracinha?”

- “Fulano, vamos vestir roupas parecidas? Eu vou usar um

casaco azul, qual cor será o seu casaco?”

- “Fulana, vamos combinar de fazer algo juntinho pela manhã?

Vc quer ler um livrinho? Brincar no jardim? Você tem outra
ideia do que podemos fazer?
Quando...

A criança testa seus limites...

Voce tem essa diferença clara?
Como esses limites foram estipulados?
O que vocês fazem quando alguém
ultrapassa?
Compreender e respeitar nossas próprias
limitações e verbalizar para os outros não é
uma tarefa fácil...

Tendemos a repassar às crianças o que

vivemos na pele quando nos
comportávamos menos do que
perfeitamente, na nossa infância: rótulos,
afastamento emocional... achamos de
verdade que o problema está com a nossa
criança, e não com toda a dinâmica que foi
se estabelecendo dentro de casa.
E, quando olhamos de verdade para o que
nosso coração e nosso desejo dizem, eles
muitas vezes nos pedem proximidade.
Pedem que eduquemos com conexão, com
menos gritos, caos, com menos guerra,
menos afastamento. O problema é: não
basta querermos. É preciso olhar
profundamente pra essa relação e pra que
tipo de recursos estamos nos utilizando para
educar.
O lance é que as crianças não precisam
SOFRER as consequências.

Elas precisam LIDAR com as

consequências.

Entender isso é uma chave que vira e não

desvira mais 
Querido, lembra aquela hora que você bateu no amiguinho?
…
Como será que ele se sentiu?
…
Como fazemos para ele se sentir melhor agora?
…
Como podemos explicar para ele o que vc queria dizer
aquela hora e não conseguiu?
…
Será que isso seria uma solução para evitar que isso
aconteça de novo, amor?
…
O que tentaremos fazer na próxima vez que a raiva acordar
nosso dragão?”
…
Você não precisa (e nem deve) dar todas
as respostas. Mas você precisa
acompanhar o processo.

É assim que as crianças chegam às suas

próprias soluções.
 ACOLHER
É o um passo, o primeiro grande passo... Mas não
é o único! É aí que muita gente se perde.

Educação
Educação
 Mas então...
Qual o caminho do meio?
As cem linguagens da criança A escola e a cultura
Loris Malaguzzi lhe separam a cabeça do corpo.
A criança Dizem-lhe:
é feita de cem. de pensar sem as mãos
A criança tem cem mãos de fazer sem a cabeça
cem pensamentos de escutar e de não falar
cem modos de pensar de compreender sem alegrias
de jogar e de falar. de amar e de maravilhar-se
Cem, sempre cem só na Páscoa e no Natal.
modos de escutar Dizem-lhe:
de maravilhar e de amar. de descobrir um mundo que já existe
Cem alegrias e de cem roubaram-lhe noventa e nove.
para cantar e compreender. Dizem-lhe:
Cem mundos que o jogo e o trabalho
para descobrir. a realidade e a fantasia
Cem mundos a ciência e a imaginação
para inventar. o céu e a terra
Cem mundos a razão e o sonho
para sonhar. são coisas
A criança tem que não estão juntas.
cem linguagens Dizem-lhe enfim:
(e depois cem, cem, cem) que as cem não existem.
mas roubaram-lhe noventa e nove. A criança diz:
Ao contrário, as cem existem.