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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM EMBELEZAMENTO E

IMAGEM PESSOAL – 4º SEMESTRE

CARUARU
2022
THIAGO FELIPE A. DE VASCONCELOS
JOYCE MAIARA FREITAS DE MELO
JOSEFA BÁRBARA DA SILVA
GLEICE VIRGÍNIA GOUVEIA
COVID 19: CRISE NO SETOR DE BELEZA FORÇA SALÕES A
SE REINVENTAREM.

Trabalho de Produção Textual Interdisciplinar


em Grupo apresentado à Universidade
Pitágoras, do 4° semestre do curso de
Embelezamento e Imagem Pessoal.

Caruaru
2022
SUMÁRIO

INTRODUCÃO

DESENVOLVIMENTO

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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INTRODUÇÃO

Com intuito de promover a aprendizagem e o desenvolvimento de competências e o


raciocínio crítico, este material busca discutir e encontrar ferramentas resolutivas para
desafios propostos, diante da novo cenário do mercado da beleza onde enfrentamos
novos modelos de consumo, comportamentos e novas práticas respeitando e se
adequando à nova realidade pós pandemia. Como também, trataremos as relações
trabalhistas em discussão a fim de evitar a precarização das categorias do setor da
beleza, desoneração dos custos tributários, benefícios da Lei do Salão Parceiros.
Impactos do uso constante das máscaras de proteção por longos períodos, tais como
acne e os efeitos da exposição às telas de aparelhos como ferramentas de trabalho,
provocando o aceleramento de sinais de envelhecimento e problemas
posturais. Novos comportamentos dos consumidores que passaram a frequentar com
menos assiduidade os estabelecimentos, se adequando a outras rotinas de beleza e
como os profissionais podem se adequar a essa nova realidade, construindo um novo
modelo de relacionamento e atendimento a esse perfil de consumidor. Por fim,
compreender como os profissionais de embelezamento, como os maquiadores, se
reinventaram para enfrentar as dificuldades do setor na fase de restrição para
contenção da pandemia.
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DESENVOLVIMENTO

Vigorando desde 2017, a Lei do Salão Parceiro objetivando atuar nas relações de
trabalho, fornecendo segurança jurídica para ambas as partes através da
formalização por contrato, permitiu que algumas categorias do setor da beleza
pudessem aderir a nova modalidade, são elas: barbeiro, cabeleireiro, depilador,
esteticista, maquiador, manicure, pedicure.

Desta forma, não se aplica a recepcionista, gerente, auxiliar de limpeza, segurança


e profissionais da saúde, que já possuem regulamentação prevista em outras leis:
CLT e Lei de Autônomos.
Conforme oitavo parágrafo do Artigo 1 -A da Lei N O I 2.592, de 18 de Janeiro de
201 2, o contrato de parceria deve ser firmado entre as partes mediante ato escrito,
homologado pelo sindicato da categoria profissional e laboral e, na ausência
desses, pelo órgão local competente do Ministério do Trabalho e Emprego, perante
duas testemunhas.
Sendo estabelecido entre as partes, conforme décimo e décimo primeiro parágrafo
e o Art. 1 O B da Lei, o devido cumprimento das cláusulas que regem o contrato
de parceria:
- percentual das retenções pelo salão-parceiro dos valores recebidos por cada
serviço prestado pelo profissional-parceiro;
- obrigação, por parte do salão-parceiro, de retenção e de recolhimento dos tributos
e contribuições sociais e previdenciárias devidos pelo profissional-parceiro em
decorrência da atividade deste na parceria;
- condições e periodicidade do pagamento do profissional-parceiro, por tipo de
serviço oferecido;
- direitos do profissional-parceiro quanto ao uso de bens materiais necessários ao
desempenho das atividades profissionais, bem como sobre o acesso e circulação
nas dependências do estabelecimento;
- possibilidade de rescisão unilateral do contrato, no caso de não subsistir interesse
na sua continuidade, mediante aviso prévio de, no mínimo, trinta dias;
- responsabilidades de ambas as partes com a manutenção e higiene de materiais
e equipamentos, das condições de funcionamento do negócio e do bom
atendimento dos clientes;
- obrigação, por parte do profissional parceiro, de manutenção da regularidade de
sua inscrição perante as autoridades fazendárias.
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S 1 1. O profissional-parceiro não terá relação de emprego ou de sociedade com


o salão-parceiro enquanto perdurar a relação de parceria tratada nesta Lei."
"Art. 1 0-B Cabem ao salão-parceiro a preservação e a manutenção das
adequadas condições de trabalho do profissional-parceiro, especialmente quanto
aos seus equipamentos e instalações, possibilitando as condições adequadas ao
cumprimento das normas de segurança e saúde estabelecidas no art. 40 desta
Lei."
Em se tratando da Ação Direta de Inconstitucionalidade N 0 5625, em que
questiona a Lei Salão Parceiro, os argumentos apresentados, são entendidos
como precarização das categorias e postos de trabalho, uma vez que desobriga a
contratação dos profissionais de beleza pelo modelo CLT, ficando estes sem o
amparo de seus direitos trabalhistas, benefícios previdenciários.

Todavia, não podemos esquecer que estas profissões não foram excluídas da lista
de Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), a Lei do Salão Parceiro, veio
como mais uma possibilidade de formalização dessas relações de trabalho. Se
observarmos, pelo ponto de vista da possibilidade de maior remuneração do
profissional de acordo com a sua produtividade, a flexibilidade de encerramento de
contrato sendo um colaborador autônomo, com CNPJ e contribuindo como MEI, o
benefício dessa modalidade torna-se mais relevante, uma vez que, o profissional
não fica limitado ao baixo piso salarial estabelecido.

Ainda que, não venha ter posteriormente as garantias do regime CLT, tais como
seguro desemprego, abono salarial, férias remuneradas e fundo de garantia do
tempo de serviço (FGTS). Seus direitos previdenciários são mantidos enquanto
contribuinte MEI, que são auxílio doença, salário maternidade, pensão por morte,
auxílio reclusão, aposentadoria por tempo de contribuição, por idade e/ou
invalidez.
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Em 2020 com o aparecimento da COVID-19, as pessoas foram orientadas a passar a


maior parte do tempo em casa. O isolamento não teve impacto apenas econômico,
mas também social e acadêmico, encontros passaram a ser remotos (home office),
como medida de segurança. Fazendo assim com que as pessoas ficassem mais
tempo na frente das telas de computadores, tablets e celulares. Mas qual a influência
que a luz desses aparelhos tem sobre a pele?

Atualmente com o uso em excesso desses aparelhos, com o tempo vem causando
danos a pele, embora não seja tão agressiva como os raios ultravioleta, a luz que é
emitida chamada luz visível, contribui para o aparecimento de manchas como por
exemplo o melasma. Que é uma hipermelanose que envolve principalmente a área do
rosto, apresenta-se de forma irregular. São células com memória, sempre que
excitadas, ativam o metabolismo e entram em produção. Importante lembrar que além
do aparecimento de manchas, a Luz emitida por esses aparelhos são um dos
responsáveis pelo envelhecimento precoce. A ação da luz visível é chamada de
poluição eletromagnética, que quando em contato com a pele, libera radicais livres do
organismo na pele, que deterioram as células saudáveis. Seus sinais mais visíveis
são rugas, linhas finas, flacidez e as próprias manchas.

Contudo, durante a pandemia a COVID-19 por ser um vírus que se propaga no ar, as
medidas de proteção individual foram necessárias, tendo como objetivo controlar a
propagação. O uso das máscaras foram indispensáveis, mas com ela alguns
incômodos, o aparecimento de acnes e cravos. “Máscara não causa espinha, mas
pode agravar alguma acne pré-existente” diz o dermatologista Paulo Guedes, mas a
dermatologista Vanessa Nóbrega explica que “quando o rosto está suado, e a
máscara abafa, aumenta a sujeira na pele, favorecendo assim a proliferação de cravos
e acnes"
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O impacto da pandemia na área da beleza foi devastador, os procedimentos estéticos


foram suspensos para própria saúde do cliente e profissional. Sem orientação muitas
pessoas optaram por realizar alguns processos sozinhos, sem ajuda profissional,
como por exemplo pintar os cabelos com tinta de mercado.
Sempre precisamos pedir ajuda profissional quando se trata de cabelo, a tintura, como
todo processo químico de transformação, acarreta em danos à fibra capilar.

Andréia, 40 anos, enfermeira, atua sua jornada de trabalho pela noite, no período que
os salões estavam fechados por conta do lockdown causado pela COVID-19, a
paciente realizou algumas tinturas no cabelo, principalmente em sua raiz.

Como profissional devemos orientar as medidas certas para aplicação em casa


(nesses casos), sempre orientando e passando confiança para o cliente. Como
Andréia não tinha opção, a melhor orientação seria indicar um produto de melhor
qualidade, que iria agredir menos o cabelo. O melhor plano para essa situação é fazer
um cronograma capilar que vá fazer a reconstrução, nutrição e hidratação dos fios por
inteiro, e cuidados necessários para que os seus fios não fiquem mais danificados,
evitar secadores, chapinha e modeladores de cachos, que colaboram para que o
cabelo fique quebradiço e ressecado, já que a temperatura dessas ferramentas
costumam ser bem altas.
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Eventos cancelados, festas adiadas. As maquiadoras – assim como outras


profissionais do segmento da beleza – estão enfrentando a crise financeira causada
pela pandemia e, a partir deste cenário, começaram a buscar alternativas com o
objetivo de não serem esquecidas pelo seu público e manter o negócio “de pé”.

Investir na produção de conteúdo digital têm sido uma opção eficaz. Com a falta de
atendimentos e a necessidade de seguir prestando serviço ao seu público, as
profissionais passaram a produzir conteúdo em grande escala: vídeos tutoriais, lives
de maquiagem e os famosos “challenges”- que desde 2019 vêm fazendo sucesso
entre as apaixonadas por maquiagem.

Aline Soares, maquiadora profissional desde 2015, relata que se viu sem trabalho na
pandemia e para se manter ativa e apta aos atendimentos investiu mais do seu tempo
na produção de conteúdo digital. “Precisei me reinventar para não abandonar o que
amo. Sigo mostrando que meu trabalho não parou, e quando tudo isso acabar estarei
pronta para meus clientes. Eu repito várias vezes para mim a frase quem não é visto
não é lembrado”, relata a profissional.

N.C.A, 45 anos, diabética, atua no mercado desde seus 25 anos. Sempre trabalhou
como cabelereira e a 10 anos também como maquiadora. Atualmente divide seu
espaço com uma amiga manicure e com seu filho, que também é maquiador e
designer de sobrancelhas.

A referida profissional relatou que, com o início da pandemia e consequentemente o


lockdown, a situação se complicou um pouco, devido a paralização dos serviços não
essenciais. Com isso a procura por maquiagem foi o serviço mais afetado em seu
salão, porque, se estava tudo fechado, não estavam acontecendo festas e shows, as
clientes não tinham porque procurar tal serviço.
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Por outro lado, procura por cuidados com os cabelos, sobrancelhas e unhas
permaneciam, mesmo que em uma escala menor. Diante disso, para que suas
finanças não focem mais prejudicadas do que já estavam sendo, N.C.A, resolveu
atender suas clientes as escondidas, de portas fechadas. Mais, com horários mais
rigorosos para não haver muito movimento em um único horário.

Mesmo sabendo que estava se colocando em risco, como também a sua clientela, a
mesma diz que essa era a única forma para manter seu sustento. Então, continuou
com seus atendimentos, porém enfatizou que, o uso de mascaras, assim como álcool
em gel, eram obrigatórios e que sempre deixava claro que, caso algum cliente
apresentasse sintomas gripais, entrasse em contato para desmarcar.

Foi um momento muito difícil, tenho total ciência de que coloquei minha vida e
a de outras pessoas em risco. Mais infelizmente foi a única maneira que encontrei
para continuar trabalhando. – disse N.C
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CONSIDERAÇÕES
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOAVENTURA, Thiago. As novas relações de trabalho: parcerias em atividades de


beleza e estética
(lei 13.352/16). Migalhas, mar. 2018. Disponível em:
https://www.migalhas.com.br/depeso/276347/as-novas-relacoes-de-trabalho--
parcerias-ematividades-de-beleza-e-estetica--lei-13-352-16 Acesso em 13 out. 2022.

CAPELETO, Daiana. Lei permite parceria entre profissionais e salões de beleza sem
vínculo empregatício. Bortolotto Advogados Associados. Disponível em:
https://bortolotto.adv.br/blog/leipermite-parceria-entre-profissionais-e-saloes-de-
beleza-sem-vinculo-empregaticio/ Acesso em 13 out. 2022.

Justiça pode devolver direitos trabalhistas a cabeleireiros e profissionais de beleza. A


crítica, jun. 2020. https://www.acritica.net/noticias/justica-pode-devolver-direitos-
trabalhistas-a-cabeleleirose/457450/ Acesso em 13 out. 2022.

https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/tire-suas-duvidas-sobre-o-mei-
microempreendedor-individual,e31c13074c0a3410VgnVCM1000003b74010aRCRD
Acesso em 13 out. 2022.

BIONDI, Sonia. DONATI, Bruno. Cabelo: Cuidados básicos, técnicas de corte,


coloração e embelezamento https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=ZKLYDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT3&dq=cabelo+mudança+de+coloração
+&ots=faoTQsGvAK&sig=kdfaBosoBGmbZ7JxPsNHbOFdWu8#v=onepage&q=cabel
o%20mudança%20de%20coloração&f=false Acesso em 25 out. 2022

HOFFMANN, Andriele https://claudemirpereira.com.br/2020/10/nova-era-


maquiadoras-investem-na-producao-de-conteudo-para-se-manteremativasdurante-
pandemia/ Acesso em: 20 de outubro 2022.
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