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Universidade Federal de Campina Grande

Centro de Engenharia Elétrica e Informática


Departamento de Engenharia Elétrica e Informática

Relatório de Experimento:
Medição de Deformação

Leo de Lima Araújo - 114210117

Campina Grande, PB
Janeiro de 2018
Sumário
1 Medição de Deformação 3
1.1 O Experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Strain-Gauge . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Questões Propostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3.1 1/4 de ponte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3.2 Ponte Completa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4 Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.5 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Lista de Figuras
1.1 Bancada montada para a realização do experimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Interface digital utilizada para registro dos dados do experimento. . . . . . . . . . 3
1.3 Extensômetro de resistência elétrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.4 Ligação dos extensômetros no experimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.5 Outras ligações possı́veis para os extensômetros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.6 Modelo matemático para a relação Deformação x Força. . . . . . . . . . . . . . . 7
Relatório do Experimento 4

1 Medição de Deformação

1.1 O Experimento

O quarto experimento realizado na disciplina de Instrumentação Eletrônica teve por objetivo


a medição da deformação em uma barra de alumı́nio causada pela fixação de pesos em sua ex-
tremidade, o instrumento utilizado para realizar as medidas foi o strain-gauge. Foram utilizados
pesos diversos de forma que foi possı́vel traçar a curva Deformação x Força e obter o modelo ma-
temático do sensor utilizado. Tem-se, a seguir, uma imagem da bancada montada, os pesos foram
posicionados na extremidade livre da barra de alumı́nio.

Figura 1.1: Bancada montada para a realização do experimento.

Como nos demais experimentos, utilizou-se uma interface digital criada no LabVIEW para
simplificar a coleta dos dados. A interface, disposta a seguir, indica, em tempo real, a deformação
sobre a barra de alumı́nio em conjunto com a tensão sobre os terminais do sensor, permitindo
que a deformação referente à massa atual seja registrada uma vez que o botão correspondente é
pressionado.

Figura 1.2: Interface digital utilizada para registro dos dados do experimento.

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1.2 Strain-Gauge Relatório do Experimento 4

1.2 Strain-Gauge

Um strain-gauge (fig. 1.3), ou extensômetro, é um transdutor formano por finas lâminas metálicas
acopladas a uma superfı́cie adesiva isolante. Por meio do adesivo, é possı́vel colar o dispositivo à
superfı́cie cuja deformação se deseja medir e, uma vez colado, as deformações às quais a superfı́cie
está submetida são transmitidas às lâminas metálicas, aumentando seu comprimento caso a su-
perfı́cie esteja sendo tensionada e diminuindo seu comprimento caso a superfı́cie sofra compressão.
As variações do comprimento nas lâminas causam pequenas variações na resistência elétrica do ex-
tensômetro, permitindo, assim, que sejam medidas as deformações sobre a superfı́cie.
A resistência Re do extensômetro é dada por:

Re = RG + ∆R (1)
∆R = KRG (2)
Sendo:

• RG - Resistência do extensômetro sem que haja deformação.


• ∆R - Variação na resistência causada pela deformação.
• K - Constante dependente da liga metálica utilizada.
•  - Deformação sofrida.

No experimento realizado, foram utilizados dois extensômetros (fig. 1.4a) em uma configuração
de ”1/2 de ponte”(fig. 1.4b) devido à baixa intensidade do sinal produzido pelos extensômetro, o
que torna difı́cil a sua detecção quando utilizados isoladamente. Os extensômetros foram conecta-
dos em faces opostas da barra de alumı́nio de forma que as suas contribuições fossem somadas no
resultado final. Nota-se que mesmo nesta configuração a intensidade do sinal de saı́da é baixo e,
consequentemente, um estágio de amplificação ainda é necessário.

Figura 1.3: Extensômetro de resistência elétrica.

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1.2 Strain-Gauge Relatório do Experimento 4

Analisando matematicamente a figura 1.4b temos:

R1 = R2 = RG
R3 = RG + ∆R
R4 = RG − ∆R
Uma vez que a ponte é excitada por uma tensão contı́nua VEX , tem-se que a tensão de saı́da Vo
é dada por:

Vo = VC − VB
R2 1
VB = VEX × = VEX ×
R1 + R2 2
RG − ∆R
VC = VEX ×
RG + ∆R + RG − ∆R
RG − ∆R
VC = VEX ×
2.RG
Vo RG − ∆R 1
= −
VEX 2.RG 2
Usando a equação 2, temos:

Vo RG − KRG 1
= −
VEX 2.RG 2
Chegando, finalmente a:
Vo −K
= (3)
VEX 2

(a) Conexão dos extensômetros à (b) Ligação dos extensômetros em meia


barra. ponte.

Figura 1.4: Ligação dos extensômetros no experimento.

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1.3 Questões Propostas Relatório do Experimento 4

1.3 Questões Propostas


1.3.1 1/4 de ponte
Utilizando apenas um extensômetro (fig. 1.5a):
1
VB = VEX ×
2
RG RG
VC = VEX × = VEX ×
2.RG + ∆R 2.RG + KRG
Vo 1 1 2 − 2 − K
= − =
VEX 2 + K 2 4 + 2K
Vo −K −1
= = 4 (4)
VEX 4 + 2K K
+2
Verifica-se que o sinal é muito mais facilmente detectável com dois extensômetros, visto que a
deformação é diretamente proporcional ao sinal de saı́da na equação 3, do que com um único, onde
a equação 4 mostra a deformação como um termo de mais difı́cil visualização.

1.3.2 Ponte Completa


Utilizando 4 extensômetros (fig. 1.5b):
RG − ∆R
VB = VEX ×
2.RG
RG + ∆R
VC = VEX ×
2.RG
Vo RG + ∆R RG − ∆R −∆R
= − =
VEX 2.RG 2.RG RG
Vo
= −K (5)
VEX
Vê-se que o ganho é igual ao dobro em relação à configuração em meia ponte. Porém, deve-se
ter em mente que é utilizado um estágio de amplificação para ambas as configurações e pode ser
preferı́vel ajustar este estágio para a configuração em meia ponte do que utilizar sensores extras.

(a) Ligação em 1/4 ponte. (b) Ligação em ponte completa.

Figura 1.5: Outras ligações possı́veis para os extensômetros.

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1.4 Resultados Relatório do Experimento 4

1.4 Resultados
Os dados coletados foram armazenados no site da disciplina e, a partir deles, foi possı́vel plotar
o gráfico referente à relação Deformação (µm/m) x Força (N) utilizando o Matlab. Além disso,
foram utilizadas as funções polyfit e polyval para encontrar a relação matemática entre as duas
grandezas por meio de uma aproximação polinomial de segundo grau. Tem-se a seguir o gráfico
(fig. 1.6) referentes às medições realizadas e ao modelo obtido.
A relação matemática entre as grandezas deformação (µm/m), D, e força (N), F obtida é:

D(F ) = 2, 0575.10−6 .F 2 + 0, 2375.F − 0.2264 (6)


Nota-se que a relação é praticamente linear, sendo o coeficiente de segunda ordem conside-
ravelmente menor do que os demais, o que indica que a aproximação poderia ter sido realizada
satisfatoriamente com uma aproximação de primeiro grau.

Figura 1.6: Modelo matemático para a relação Deformação x Força.

1.5 Conclusões

Neste experimento foram verificadas as propriedades dos extensômetros (strain-gauges), ve-


rificando seu funcionamento e se aprofundando em seu modelo matemático. Embora o experi-
mento tenha utilizado exclusivamente a configuração em meia ponte, foram analisadas, também, as
configurações em 1/4 ponte e ponte completa, o que revelou vantagens na utilização da primeira,
uma vez que produz resultados robustos utilizando um número pequeno de sensores (como visto
na seção 1.3).

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Referências Relatório do Experimento 4

Referências
[1] Silva, Jaidilson J. Notas de Aula do Professor.

[2] Morris, Alan S. Measurements & Instrumentation Principles, 3rd edition, 2001.

[3] . Wikipedia: Extensômetro. Disponı́vel em: https://pt.wikipedia.org/wiki/


Extens%C3%B4metro
Acesso: 17 de Janeiro de 2018

[4] . Wikipedia: Strain-Gauge. Disponı́vel em: https://en.wikipedia.org/wiki/


Strain_gauge
Acesso: 17 de Janeiro de 2018

[5] . Strain-Gauge o que é e quando utilizar. Disponı́vel em: http://ensus.com.br/


extensometria-strain-gauge-o-que-e-quando-utilizar/
Acesso: 17 de Janeiro de 2018

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