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Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

Campus: Parque Tecnológico – São José dos Campos

Instituto de Ciência e Tecnologia – ICT


Bacharelado em Ciência e Tecnologia – BCT

Professor Dr. Fabiano Paixão


Fenômenos do Contínuo Experimental - Turma N
Máquina Térmica

Leonardo Elisei Leite Fernandes - RA: 136134


Nathan Ferreira Nunes - RA: 133774

São José dos Campos, 18 de Novembro de 2022.


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Sumário

1 Introdução 2

2 Objetivo 2

3 Metodologia (Materiais e Métodos) 2

4 Resultados 4

5 Discussão 4

6 Conclusão 8

7 Bibliografia 8
2

Introdução
Máquinas térmicas são dispositivos capazes de converter calor em trabalho mecânico.
Qualquer máquina térmica precisa de uma fonte de calor de uma substância ativa, que seja capaz
de ter seu volume modificado, consequentemente para acionar um mecanismo como o de válvulas
ou pistões.

Todos os motores térmicos operam de acordo com um ciclo termodinâmico, repetindo


sequências de estados termodinâmicos. Esses ciclos possuem diferentes estados de volume,
pressão e temperatura, que geralmente são representados por gráficos de pressão vs volume.

Objetivo
O objetivo deste estudo é mostrar que variações na temperatura podem causar mudanças
no volume do ar e na pressão, realizando a contração e a expansão térmica. Essa oscilação
gráfica deve ocorrer horizontalmente de acordo com a temperatura obtida, e verticalmente de
acordo com a pressão aplicada

Metodologia (Materiais e Métodos)

Os materiais utilizados foram os seguintes, conforme o descrito no roteiro do experimento:

● Máquina Térmica

● Cilindro de alumínio com rolha (com tubulação de plástico)

● 1 béquer com água quente (placa de aquecimento)

● 1 béquer com água fria

● 1 sensor de pressão com interface USB

● 1 sensor de rotação com interface USB

● 2 massas de 50g
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Foram realizados quatro procedimentos para obtenção do ciclo da máquina térmica.

Primeiramente, foi configurado o gráfico do DataStudio para que fosse demonstrado a


pressão em Y e o volume em X, sendo a pressão demonstrada em KpA e o volume, demonstrado
2
através da equação de primeiro grau 𝑌 = [π * (0, 01625) * 𝑥], sendo 0,01625 o raio do cilindro
da máquina térmica, e ‘x’ a variação da altura do cilindro da máquina térmica.

O cilindro de alumínio foi posicionado no béquer de água fria, sem nenhuma adição de
peso no suporte da máquina térmica, sendo iniciado a obtenção dos dados através do DataStudio.

Após o gráfico se estabilizar, foi inserido as duas massas de 50 gramas no suporte da


máquina térmica (𝐴 → 𝐵).

Novamente, após estabilizar o gráfico, foi alterado o cilindro de alumínio para o béquer de
água quente (𝐵 → 𝐶).

Por fim, após estabilizar o gráfico, foram removidos os pesos da máquina térmica (𝐶 → 𝐷) e
o cilindro de alumínio foi posicionado no béquer de água fria (𝐷 → 𝐴), conforme demonstrado na
figura 1.

Figura 1 - Ciclo de 4 estágios de expansão e


compressão.
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Resultados
Através do software DataStudio, foram obtidos os seguintes resultados, através dos sensores de
temperatura e pressão:

Ponto Temperatura [ºC] Volume [𝑚 ]


3 Pressão [Pa]

A 2,6 0 95240

B 2,6 3, 111 * 10
−6 96630

C 93,5 3, 139 * 10
−5 96850

D 93,92 3, 459 * 10
−5 95280

Figura 2 - Diagrama PV do experimento

Discussão
De acordo com os resultados obtidos no experimento, podemos observar os seguintes
pontos de deslocamento do pistão contido no cilindro graduado.

Partindo do ponto inicial em temperatura ambiente, temos:

3
Em 2,6 ºC, temos 𝑃𝑎 = 95240 e 𝑉𝑎 = 0 𝑚
5

−6 3
Em 95 ºC, temos 𝑃𝑏 = 96630 𝑃𝑎 e 𝑉𝑏 = 3, 111 * 10 𝑚

−5 3
Em 2,6 ºC, temos 𝑃𝑐 = 96850 𝑃𝑎 e 𝑉𝑐 = 3, 139 * 10 𝑚

−5 3
Em 93,92 ºC, temos 𝑃𝑑 = 95280 𝑃𝑎 e 𝑉𝑑 = 3, 459 * 10 𝑚

Podemos classificar os processos térmicos da seguinte forma:

Transição Classificação

𝐴→𝐵 Isotérmico

𝐵→𝐶 Isobárico

𝐶→𝐷 Isotérmico

𝐷→𝐴 Isobárico

Com isso, podemos encontrar o trabalho realizado pelo pistão através da área do
paralelogramo formado pelos pontos do diagrama PV contido na figura 2, logo:

Á𝑟𝑒𝑎 = 𝐵𝑎𝑠𝑒 * 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎

Para encontrarmos os valores de base e altura do paralelogramo, devemos encontrar a


distância entre os pontos 𝑃𝑎 e 𝑃𝑏 e entre os pontos 𝑃𝑏𝑒 𝑃𝑐.

Logo, temos que:

𝐷𝑖𝑠𝑡𝑃𝑎−𝑃𝑏 = 𝑃𝑏 − 𝑃𝑎 = 96630 − 95240 = 1390 𝑃𝑎

−5 −6 −5 3
𝐷𝑖𝑠𝑡𝑃𝑏−𝑃𝑐 = 𝑃𝑐 − 𝑃𝑏 = 3, 139 * 10 − 3, 111 * 10 = 2, 8279 * 10 𝑚

Fazendo 𝐴 = 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑃𝑏−𝑃𝑐 * 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑃𝑎−𝑃𝑏, temos:


6

−5
𝑊 = Á𝑟𝑒𝑎 = 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑃𝑏−𝑃𝑐 * 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑃𝑎−𝑃𝑏 = 2, 8279 * 10 * 1390 = 0, 0393 𝐽/𝑠.

Com o trabalho exercido pelo pistão, podemos calcular o rendimento desta máquina térmica
usando:

𝑊
ε= 𝑄𝑄
. 𝐸𝑞(𝐼𝐼)

onde ε é a eficiência, 𝑤 o trabalho e 𝑄𝑄 = 𝑚𝑐Δ𝑇.

Para calcularmos o valor 𝑄𝑄 é necessário a utilização da massa de ar contida no sistema. Para


isso, utilizando o cálculo da densidade, temos:

𝑚
𝐷= 𝑉
. 𝐸𝑞(𝐼𝐼𝐼)

onde D é a densidade do, m a massa e V o volume total do sistema.

Das medidas experimentais, temos:

−5 3
𝑉𝑐𝑖𝑙𝐺𝑟𝑎𝑑 = 4, 14 * 10 𝑚

−15 3
𝑉𝑚𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒𝑖𝑟𝑎 = 8, 851 * 10 𝑚

−3 3
𝑉𝑡𝑢𝑏𝑜 = 1, 903 * 10 𝑚

Logo, o volume total do sistema é dado por:

−5 −15 −13 −5 3
𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑉𝑐𝑖𝑙𝐺𝑟𝑎𝑑 + 𝑉𝑚𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒𝑖𝑟𝑎 + 𝑉𝑡𝑢𝑏𝑜 = 4, 14 * 10 + 8, 851 * 10 1, 903 * 10 = 4, 14 * 10 𝑚

Substituindo os valores na 𝐸𝑞(𝐼𝐼𝐼), temos:

3 −5 3 −5
𝑚𝑎𝑟 = 𝐷𝑎𝑟 * 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 1, 225 𝑘𝑔/𝑚 * 4, 14 * 10 𝑚 = 5, 071 * 10 𝐾𝑔.

5
Como o calor específico do ar à pressão corresponde a 𝑐𝑝 = 2
* 𝑅, onde R é a constante
universal dos gases. Logo, substituindo os valores, temos:
7

5
𝑐𝑝 = 2
* 8, 3145 = 20, 78 𝐽/𝑚𝑜𝑙 * 𝐾.

Logo, substituindo os valores na 𝐸𝑞(𝐼𝐼), temos:

𝑊 0,0393 𝐽/𝑠 0,0393 𝐽/𝑠 0,0393 𝐽/𝑠


ε= 𝑄𝑄
= 𝑄𝑄
= 𝑚𝑐Δ𝑇
= −5 = 0, 4082.
5,071*10 *20,78*91,35

Portanto, o rendimento da máquina térmica do experimento corresponde a 40,82%.

No gráfico obtido durante o experimento, conforme demonstrado na figura 2, demonstra o ciclo da


máquina térmica, tendo semelhança com o ciclo de Otto e com o ciclo de Carnot, conforme
demonstrado nas figuras 3 e 4, respectivamente. A diferença para esses dois ciclos, em suma, é
durante a transição do ponto A para o ponto B, e do ponto C para o ponto D, onde no ciclo de
Carnot o processo é adiabático e na máquina térmica do experimento é isotérmico. Já no ciclo de
Otto, no ponto A para o ponto B e no ponto C para o ponto D, o processo é isocórico, e no ponto B
para o ponto C, e no ponto D para o ponto A, o processo é adiabático.

Figura 3 - Ciclo de Otto


8

Figura 4 - Ciclo de Carnot

Conclusão
Com base nos resultados obtidos, podemos notar que os resultados foram satisfatórios mesmo
que ainda sendo um pouco divergentes. Ao repetir algumas vezes o ensaio, foi possível notar que
uma pequena variação na forma com que o cilindro de metal era exposto às temperaturas
extremas, e isso foi o suficiente para impactar positivamente ou negativamente no deslocamento,
deixando claro que precisaríamos de uma forma mais precisa de exposição do cilindro, para
conseguirmos alcançar os valores teóricos descritos nas bibliografias.

Bibliografia
HEWITT, P.G, Física conceitual 9° edição. Porto Alegre:Bookman 2002.

David Halliday, Robert Resnick e Jearl Walker, Fundamentos de Física – vol.2 (Gravitação,
Ondas e Termodinâmica), 9ª. Edição (2011) Editora LTC.

TIPLER P A and Mosca G 2007 Physics for Scientists and Engineers 6th edn (New York:
Freeman)

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