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Índice
1.Introdução................................................................................................................................2
1.1 Objectivos.............................................................................................................................2
1.2 Metodologias.........................................................................................................................2
2. Ruanda, sua história e a situação antes da revolta étnica-tribal dos Hútu e os Tutsi..............3
1.Introdução
Este trabalho tem o intuito de abordar o assunto: Revolta étnica-tribal dos Hutu e os Tutsi,
tema inserido na linha de pesquisa na Disciplina: História da África Central e Oriental: Sec.
XVI-XVIII, na área de estudo em ensino de História.
Portanto, importa dizer como nota introdutória, que o Ruanda é um Estado, que desde cedo
conheceu clivagens entre os hutus e os tutsis, que apesar destas, não eram as etnias originárias
da região, sendo os primeiros, os twas. As clivagens entre eles provinham da superioridade
financeira dos tutsis, que eram pastores, face aos hutus, que eram agricultores. As relações
entre elas eram, ora pacíficas, ora conflituosas. Mas, ainda assim, as duas, coabitavam num
território regido por normas que os regulavam. Os maiores problemas entre as duas etnias,
começaram com os primeiros contactos com os europeus, especificamente, os alemães,
ocorrido após a Conferência de Berlim.
1.1 Objectivos
1.2 Metodologias
O procedimento metodológico adoptado foi a pesquisa bibliográfica. No decorrer da
elaboração do trabalho de Pesquisa foi observada a ausência de livros sobre o assunto que
resultou na necessidade de procurar em outras fontes de informação na internet, como em
Trabalho de Conclusão de Curso, artigos científicos, revistas e jornais electrónicos, que se
mostraram em número suficiente e confiáveis.
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2. Ruanda, sua história e a situação antes da revolta étnica-tribal dos Hútu1 e os Tutsi
Oficialmente chamado de República de Ruanda, este pequeno território está localizado na
porção centro-oriental africana, na região dos Grandes Lagos. Seu território montanhoso é
pouco maior que o estado de Alagoas, com 26.338 km² de extensão territorial. Faz fronteira
com República Democrática do Congo (a Oeste), Uganda (ao Norte), Burundi (ao Sul) e
Tanzânia (a Leste) (Gourevitch, 2000).
Segundo (Gourevitch, 2000), Ruanda é um país paupérrimo, um pouco maior que Vermont,
estado americano, e um pouco menos populoso que Chicago, um lugar tão espremido pelos
vizinhos Congo, Uganda e Tanzânia que, na maioria dos mapas, seu nome, para ser legível,
tem que ser impresso fora dos limites de seu território, o pais está dividido em províncias que
são: Kigali maior cidade Ruanda, Gasabo, Gesoki, Kicukero, Nyarugenge; Norte, Burera,
Byumba cuja é capital da província, Gakenke, Ruhengeri e Rulindo; Oeste, Cyangugy,
Gasiza, Gisenyi, Kibuye cuja capital da província, Ngororero, Nyamasheke e Rutsiro; Leste,
Bugesera, Gatsibo, Kayonza, Kibungo, Kirehe, Rwamagara, cuja capital, Nyagatare; Sul,
Butare, Gikongoro, Gisagara, Gitamara, Kamonyi, Nyanza, cuja capital da província e
Nyaruguru.
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O termo hutu significava „agricultor‟, ou „pobre‟ ou criado‟, enquanto tutsi se referia a „criadores de gado‟,
que em decorrência deste fato tinham que ser ricos e, portanto, os patrões. Os tutsis tinham um status social
superior devido à sua riqueza económica em termos de gado naquela época em particular.
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Segundo Fonseca (2016, p.226), existem três grupos étnicos que compõem a população de
Ruanda são os tutsis, os hútus e os tuás. Os principais grupos eram os tutsis, povo vindo do
norte e do leste, e os hútus, provenientes do sul e do oeste. Os hútus representam a maioria da
população, com cerca de 90%, e os tutsis que, apesar de serem apenas 9% da população,
assumiram as funções de liderança na sociedade por muitos séculos. Os tuás, jamais foram
mais que 1% da população, assim, nunca desempenharam um papel significativo dentro da
estrutura social do país, sendo marginalizados e destituídos de quaisquer direitos. A distinção
entre os elementos de um grupo e de outro estava basicamente ligada às funções sociais
exercidas por cada um.
Todavia, os hutus eram caracterizados pela pele escura, nariz achatado, lábios grossos e
mandíbulas quadradas. Os tutsis são mais altos e elegantes possuem rostos delgados e
compridos, pele não tão escura, nariz estreito, lábios finos e queixo estreito
De acordo com Paul J. Magnarella (2018), uma premissa geralmente aceita entre os
historiadores é que os primeiros habitantes do território de Ruanda foram os ancestrais dos
twas, um povo pigmeu que viviam em cavernas. Em seguida os hútus, um povo bantu, teriam
vindo do sul e oeste de Ruanda e por último um povo chamado tutsi, de origem nilótica (que
vem das margens do Rio Nilo), vindo do leste e norte.
Para Rusagara (2009, p. 104), um outro traço que é possível apontar de forma segura quando
se lança um olhar para as relações do passado entre os dois grupos é que os tutsis, em razão de
suas posições hierárquicas superiores, costumavam ter terras e criavam gado enquanto os
hútus se dedicavam à agricultura. Portanto, é possível se falar que os grupos pertenciam há
classes económicas-sociais diferentes, mas não em etnias distintas propriamente ditas.
Outro ponto importante, destacado por Santiago (2011) é que não havia naquela época uma
rivalidade, muito menos um ódio extremo entre os grupos, que conviviam e se relacionavam
de maneira pacífica. Segundo ocorria até mesmo casamentos entre as etnias, dificultando
ainda mais a diferenciação dos grupos: toda a alta estrutura política de tal sociedade era
baseada nos tutsis (com algumas excepções pontuais) e, principalmente, na figura monárquica
do mwami2, responsável pela manutenção do equilíbrio político e também social de Ruanda.
Apesar dessa distinção entre os grupos e esta visão de superioridade, não havia o uso da força,
ou uma repressão física por parte dos tutsis para se manterem no poder.
Para incentivar essa discriminação, os belgas passaram a distinguir os dois grupos baseados
em suas aparências físicas. Os hútus eram descritos como tendo feições mais rígidas e
arredondadas, pele escura, nariz largos, lábios grandes e mandíbulas quadradas. Os tutsis, por
outro lado, eram descritos como tendo feições suaves, pele mais clara, nariz, lábios e queixo
finos. Foram até mesmo enviados cientistas pelo governo belga para tirarem medidas da
população, que chegaram a conclusão de que os tutsis possuíam um porte naturalmente
aristocrático.
Assim, pertencer a uma categoria tutsi era sinónimo de prestígios, elegância, e superioridade.
Ser tutsi era sinónimo de riqueza, status, na época da monarquia era possível ao hútu de renda
financeira considerável se tornar um tutsi, da mesma forma um tutsi que tinha suas finanças
rebaixadas passavam a ser reconhecido como hútu,
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Divino Rei.
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Segundo a análise de Mahmood Mamdani (2016) ainda na época que antecedeu a colonização
um hútu próspero poderia se tornar tutsis ao longo de várias gerações seja por meio do
casamento ou aquisição financeira, demostrando que a cisão tutsi e hútu versavam
principalmente como uma problemática social, ser tutsis estava ligado a poder aquisitivo,
status. Demostrando ser uma característica de desigualdade, assim reversível, condição de
estado e não ser.
Por outras palavras, antes da era colonial, os tutsis geralmente ocupavam as camadas mais
altas do sistema social e os hútus, os inferiores. Contudo, a mobilidade social era possível, um
hútu que adquirisse um grande número de gado ou outras riquezas poderia ser assimilado ao
grupo tutsi e os tutsis empobrecidos seriam considerados hútus.
Todavia, essa política consistia em unir todos os hutus com objetivo de purificar Ruanda e
fazer do país um lugar melhor para viver. Num primeiro momento, o intuito seria eliminar os
hutus que não concordavam com o massacre, os chamados hutus moderados; depois, eliminar
os tutsis
Segundo (Gourevitch, 2000), o massacre teve início em 06 de abril de 1994, quando o avião
do presidente Habyarimana, voltando de Dar es Salaam na Tanzânia, foi derrubado ao
sobrevoar Kigali, tendo se espatifado no terreno de seu próprio palácio. O novo presidente
hutu do Burundi e vários altos conselheiros de Habyarimana também estavam a bordo.
Hutus radicais mataram tutsis com armas de baixas tecnologias, tais como: porretes, facas,
facões, lanças e o tradicional masu, enorme clava com pregos espetados. Mais tarde, foram
acrescidos ao arsenal chaves de fenda, martelos e guidons de bicicleta (Hatzfeld, 2005)
Todavia, a arma mais utilizada no massacre foi o facão por ser mais barato e também por ser
um instrumento bastante utilizado pelos ruandeses na agricultura desde a infância O principal
objectivo era exterminar o mais rápido possível, não importando como eram mortos, mas sim
quantos estariam mortos em pouco tempo. Igrejas, escolas e casa eram invadidas pelas tropas
interahamwe. Os tutsis buscavam refúgio em igrejas, pântanos, hospitais e hotéis, e os relatos
mostraram que cerca de cinco mil refugiados tutsis foram mortos na igreja de Nyamata
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Na visão de Nolli e Armada (2013) Foi um período em que professores mataram alunos,
médicos mataram pacientes, padres mataram fiéis, irmãos mataram irmãos. As actividades do
quotidiano ficaram suspensas e o país transformou-se num gigantesco campo de morte a céu
aberto, num cenário em que a morte violenta, as pilhagens e violações se tornaram
absolutamente banais, como se de uma extensão do campo de batalha se tratasse.
Com o país voltado praticamente apenas para o massacre, o dia-a-dia dos hútus responsáveis
pelas atrocidades se resumia a reuniões no início de cada dia para o consumo de álcool e uso
de drogas para, em seguida, iniciarem as perseguições e mortes brutais. As pessoas deixaram
de trabalhar porque para eles “matar era menos cansativo do que plantar
Muitas mulheres tutsis foram abusadas sexualmente e depois mortas, principalmente as tutsis
grávidas de homens hutus. Alguns tutsis foram mortos em público, pois a intenção era
intimidar tanto hutus moderados quanto os fugitivos tutsis. Nem mesmo as crianças e os
recém-nascidos foram poupados das mortes, já que representavam a próxima geração e o
intuito dos hutus radicais era fazer o que eles consideravam como ‘limpeza étnica’ em
Ruanda.
Todavia,, a maioria das mulheres hutus ficava em casa com a responsabilidade de cuidar da
casa e fazer comida para a família, e também tinha o dever de informar esconderijodos tutsis
além de saquear os bens, tais como; dinheiro escondidos nos bolsos, saca de feijão, vacas,
rádios e folha de zinco
Portanto, para (Power, 2004), foi o massacre mais intenso tanto em Ruanda como também em
todo mundo, os mortos se acumularam numa velocidade quase três vezes maior a que o dos
judeus mortos durante o Holocausto, por isso tem sido considerado um dos mais importantes
assassinatos em massa desde os bombardeios atómicos de Hiroshima e Nagasaki, pois se
estima que pelo menos 800 mil tutsis foram mortos em apenas cem dias e durante a primeira
semana estima-se que dez mil pessoas eram mortas por dia.
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Aqueles que lutam juntos
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Todavia, o massacre não era visto como um crime em Ruanda antes era considerado a
aplicação da lei local, e cada cidadão era responsável pelo seu cumprimento. Era obrigatória a
participação de todos os hutus adultos, porém, os que não poderiam participar devido a idade,
pagavam uma multa para a milícia. Os assassinos matavam durante o dia todo e a noite, eles
bebiam cerveja e comiam churrasco com o gado de suas vítimas.
Foi o massacre mais intenso tanto em Ruanda como também em todo mundo, os mortos se
acumularam numa velocidade quase três vezes maior a que a dos judeus mortos durante o
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Holocausto, por isso tem sido considerado um dos mais importantes assassinatos em massa
desde os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, pois se estima que pelo menos
O presidente Paul Kagame, que está no poder desde 2000, tenta criar uma mentalidade
ruandesa (power, 2004).
Todavia, a identidade étnica foi abolida; a população presta um dia de trabalho comunitário
por mês, segundo o governo, para incentivar a ideia de vida em comunidade; vários projectos,
que têm como meta levar a reconciliação entre aqueles que participaram do genocídio e
aqueles que foram vítimas, são mantidos por ONG
7. Considerações Finais
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Podemos concluir com base nas fontes analisadas que as diferenças em torno dos grupos
tutsis e hútus são características desde o tempo pré-colonial, que embora não seja
visivelmente fácies de relacionar no quesito traços físicos, era uma condição existente, da
mesma forma a diferença social.
Durante a revolta as primeiras acções foram realizadas por militares hútus com armas de fogo,
porém, com o passar do tempo, as lideranças extremistas começaram a mobilizar civis com
facões e foices que se transformaram em instrumentos para matar. Esse fato fez com que o
massacre tomasse um rumo extremamente sangrento, pois o método utilizado gerou
assassinatos ainda mais brutais, com centenas de milhares de pessoas sendo mortas com
golpes de facões e foices. Não foi permitido a nenhum ruandês retirar-se de seu país, os que
tentaram asilo em países vizinhos tiveram seus pedidos negados e, até mesmo, os ruandeses
que possuíam influência e alto nível hierárquico deveriam permanecer em seu país.
8. Referências Bibliográficas
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