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Centro Universitário UniFTC

R. Ubaldino Figueira, 200 - Recreio,


Vitória da Conquista - BA, 45020-510
Curso: Medicina Veterinária. Atividade (Valor: pontos)
Disciplina: Enfermidades parasitárias e micóticas Data: 25/04/2023.
Professor (a): Leticia Filgueiras Nota:
Confirmação de Envio:
Aluno: Anna Clara Garcia Fernandes Santos

Resumo do Artigo

 TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Introdução:

O carrapato Rhipicephalus microplus transmite para os bovinos dois


protozoários responsáveis pela doença denominada babesiose, e uma
rickettsia que causa a anaplasmose, sendo que esta pode ainda ser
transmitida mecanicamente por dípteros hematófagos e
fômites. Popularmente, tais doenças são conhecidas como tristeza
parasitária bovina, que se manifesta, clinicamente, por
febre, anemia, hemoglobinúria, icterícia, falta de apetite, prostração e pelo
arrepiado, determinando alta mortalidade em rebanhos sensíveis. Apesar
de ter sido erradicado nos Estados Unidos da América, algumas vezes o
R. microplus pode aparecer no Texas ou na Califórnia, em uma zona
tampão de quarentena ao longo da fronteira com o México. A tristeza
parasitária bovina causa maiores prejuízos principalmente em zonas de
instabilidade enzoótica , como é o caso do Rio Grande do Sul, em que as
condições climáticas determinam períodos mais ou menos longos sem a
presença do carrapato R. microplus, transmissor desses agentes.

BABESIOSE

O envolvimento do carrapato R. microplus na transmissão de protozoários


do gênero Babesia está relacionado à fase parasitária do vetor, quando as
larvas fixam-se no hospedeiro em regiões corporais propícias ao seu
desenvolvimento, como posterior da coxa, perineal, perianal e perivulvar. A
B. bovis é transmitida pelas larvas do R. microplus, mas não persiste no
carrapato como um agente infeccioso além do estágio larval. As maiores
perdas econômicas referentes à babesiose em bovinos ocorrem em áreas
de instabilidade enzóotica, como é o caso do Rio grande do Sul, ou por
ocasião da transferência de animais destas, ou de áreas livres, para outras
cuja situação epidemiológica seja de estabilidade. Em bovinos, a
severidade da infecção pode ser determinada por características inatas ao
animal, como raça, sexo, faixa etária e resposta imunológica específica
induzida por infecção ativa ou transferência passiva de anticorpos.
Essa resistência decorre da presença de anticorpos colostrais, rápida
resposta da imunidade celular, maior eritropoese da medula óssea e da
presença de hemoglobina fetal nos eritrócitos O Brasil é considerado como
um país enzoótico devido à constante transmissão dos agentes, porém
existem algumas regiões como sertão nordestino e sul brasileiro, em que
as condições edafoclimáticas não favorecem o desenvolvimento do
R. microplus.

ANAPLASMOSE

As regiões tropicais e subtropicais são endêmicas para a doença devida a


grande população de vetores presentes, diferente das áreas de clima
temperado, onde a infecção é esporádica. A fonte de infecção é sempre o
sangue de um animal infectado. A recuperação de uma infecção aguda
resulta numa infecção persistente, caracterizada por períodos repetitivos de
riquetsemia. Os portadores funcionam como fontes de infecção para todo o
rebanho.

Muitas vezes, o nível de parasitemia é tão baixo que impede a visualização


do parasita no sangue, porém a identificação pode ser feita por meio de
analise do ácido nucléico. Durante o repasto sanguíneo, o
carrapato, através da saliva, injeta o agente patogênico no sangue do
animal. fase aguda da anaplasmose é caracterizada por altas
riquetsemias , anemia, perda de peso, aborto e até morte.

SINAIS CLÍNICOS

Os sinais clínicos de infecções subagudas são mais difíceis de


detectar. Sinais neurológicos estavam presentes nos casos de babesiose
por B. bovis e se caracterizaram por transtornos da locomoção, tremores
musculares, agressividade e quedas com movimentos de pedalagem
convulsão e coma.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico das babesioses e ou anaplasmose bovina pode ser realizado


com base nos sinais clínicos e na visualização dos parasitos no interior das
hemácias em esfregaços sanguíneos delgados corados pelo
Giemsa. bovis, mesmo na fase aguda tende a apresentar baixa
parasitemia, o que dificulta o seu diagnóstico por exame de esfregaço
sanguíneo. Para confirmar o diagnóstico de babesiose, e necessário
verificar antecipadamente a presença do carrapato vetor no local, a não ser
que o animal tenha vindo de zona enzoótica no mês precedente.

TRATAMENTO

O tratamento da babesiose consiste em destruir os protozoários no


paciente com aplicação de medicamentos a base de aceturato de
diminazeno, dipropionato de imidocarb, diisetionato de amicarbalina e
fenamidina. O mais utilizado é o dipropionato de imidocarb por apresentar
efeito prolongado devido a sua lenta metabolização, porém suas ações
colaterais como diarreia, cólica e salivação são mais severas também.

Apesar da eficácia do tratamento, é preciso lembrar que a fase inicial da


doença é aguda e o animal pode morrer de anemia se houver demora na
instituição do mesmo. Outro fator que deve ser pensado é que os fármacos
não agem sobre os protozoários que estão residindo nos carrapatos que
por ventura estejam infestando o bovino nesse momento,
consequentemente, não há efeito sobre a taxa de transmissão.

Às vezes a babesiose pode estar associada com a anaplasmose, assim é


comum no tratamento a utilização de aceturato de diminazeno e
oxitetraciclina nos animais que apresentam os sinais clínicos e quando não
se podem aplicar testes sorológicos na região.

CONTROLE

O conhecimento do ciclo vital do carrapato é fundamental para seu


controle. O grande paradoxo no controle dessas enfermidades são os
animais persistentemente infectados. No Brasil, é utilizado o controle
estratégico em determinadas área. Para a anaplasmose, o controle de
carrapatos só protege parcialmente contra a sua transmissão, visto
que, essa ocorre muitas vezes por transmissão mecânica por fômites com
sangue infectado e por moscas hematófagas.

A tristeza parasitária bovina é caracterizada como uma enfermidade que


está presente no cotidiano da pecuária de corte e leiteira ficando
evidenciados a necessidade de conhecer sua
epidemiologia, controle, prevenção e seu tratamento para evitar perdas
econômicas.

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