Você está na página 1de 2

UGB-FERP

História – 7° Período
Nome: Luiza da Silva Cruz
Matrícula: 2020101564

Resumo do artigo - Problematizando o ensino de História

A aula é uma forma de organização do ensino escolar, envolvendo um planejamento


e a própria realização e consequente avaliação. Tem-se a impressão de que a aula está
isolada do seu planejamento e de sua avaliação, do mesmo modo que o plano de aula só se
articula artificialmente ao plano de ensino e ao planejamento escolar. A própria prática do
professor cuja turma é acompanhada pelo aluno em seu estágio, enquanto referência de aula
e de sequência de ensino, muitas vezes está mais no fato de ser o mesmo professor a
ministrar as aulas, a mesma turma que as recebe, o professor percorrer a mesma rotina a
cada aula, ou uma eventual interrupção do conteúdo que continua na aula seguinte. Na aula
de História, há ainda, o vínculo entre períodos históricos e a sequência cronológica dos fatos
históricos a ensinar, que são construídos pelo próprio conhecimento do estagiário.
A partir disso, têm se manifestado a concepção de que cada aula é uma unidade em
si mesma, fazendo com que, quando chega o dia de ministrar sua aula prática, o estagiário
prepara uma aula que cabe naquele tempo específico sem se preocupar com o que veio antes
e nem depois em termos de conteúdos abordados, objetivos de ensino e aprendizagem, ou a
aprendizagem anterior existente ou necessária. Utiliza o mesmo tipo de aula expositiva
monolítica, como um apêndice da aula do professor.
Foram expressadas algumas possibilidades de transformação do ensino, apontando
especialmente aspectos metodológicos da História a serem implementados na aula, como a
realização de pesquisa pelos alunos do ensino fundamental e médio. Argumenta-se que, se
grande parte do conhecimento histórico escolar está estruturado e precisa ser conhecido, é
possível acessá-lo usando alternativas de busca de informações, como a pesquisa, que
também se voltaria à análise de fontes como exercício de interpretação e de crítica do aluno.
Ainda assim, essa mudança metodológica não atinge a estrutura da aula de História,
correndo o risco de o futuro professor a apenas incorporar elementos isolados a aulas
isoladas, como atividades de análise de fragmentos de textos, ou tarefas de avaliação de
pesquisa sobre determinados temas para nota.
Uma alternativa é a “sequência didática problematizadora”. Considerando que se torna
fundamental enfatizar o caráter sequencial e imbricado das aulas, bem como pensando no
desenvolvimento do assunto em torno de objetivos de ensino-aprendizagem, propõe-se:
1. É preciso que o professor realize uma análise da estrutura desse conteúdo para
localizar os pontos de maior dificuldade ou complexidade e outros de menor
dificuldade, para então definir quando ele fará exposições didáticas, quando os
alunos farão pesquisas de conhecimentos já estruturados, quando analisarão
documentos em busca de produzir conhecimento sobre a História e de
tornarem-se melhores leitores de diferentes materiais;
2. Interessa ao professor que fomente a reflexão sobre as questões enfrentadas
pelos homens do passado e suas possíveis relações (de causalidade, ou de
similaridade ou de diferença) com questões do presente;
3. Interessa dedicar especial atenção às diferentes linguagens que circulam na
sociedade e que significam formas de apropriação do conhecimento histórico
pelo aluno: documentação, patrimônio e museus, cinema, fotografia, entre
tantos outros.

Nesta proposta, a necessidade de um planejamento geral e prévio fica muito clara. O


professor deve analisar a estrutura do conteúdo quanto a sua complexidade para então decidir
onde entrar realizando suas exposições didáticas, onde é cabível um debate ou discussão,
ou onde os alunos irão estar pesquisando bibliografia, apresentando seminários ou simpósios
ou analisando documentos. Precisa orientar a preparação dessas apresentações, conduzir as
análises de fontes e organizar o seu registro, e avaliar a sua realização ao longo do
desenvolvimento da sequência, para corrigir o rumo do que estiver inadequado. Espera-se
também que o aluno se envolva de modo a tomar para si o problema apresentado, à medida
que seja uma questão a ser desvendada.
No entanto, a sequência didática exige um investimento que pode ser um fator para
sua não-viabilidade em um contexto de carga horária reduzida para História, como
componente curricular. Outro aspecto a destacar é a inclusão de conteúdos antes não
considerados, no que se refere à História do presente. Neste sentido, é preciso entender que
o tempo escolar será usado e o que resta é ter clareza da necessidade de seu uso. Outro
problema é a dificuldade de elaborar ou enxergar possíveis problematizações para a
sequência. Além disso, no planejamento da sequência, há a tendência de enfatizar os
procedimentos expositivos feitos pelo professor, que evidencia a tendência à permanência do
padrão da aula expositiva.
Uma condição necessária para o sucesso do planejamento de antever onde é possível
e desejável dividir a tarefa de buscar/apresentar/organizar informações com os alunos é a
análise da estrutura do conteúdo como um todo e em partes. Assim, a montagem de um mapa
conceitual e/ou das estruturas substantiva e sintática pode ser de valia de modo a perceber
com antecedência tais características do conteúdo.

Você também pode gostar