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Análise de causa raiz: Por que fazer e quais as

melhores práticas?
22 de setembro de 2020
• Por Jeferson Santos

A análise da causa raiz (RCA) é uma técnica frequentemente usada para responder à
pergunta “Qual o motivo da originação do problema?”. Essa análise busca identificar a
origem de um problema usando um conjunto de etapas e ferramentas, de modo que você
possa:

 Determinar o que aconteceu.


 Determinar o motivo pelo qual aconteceu.
 Descobrir o que fazer para reduzir as chances de que volte a acontecer.

Por que fazer análises de causa raiz?


Uma análise de causa raiz ajuda a identificar os desafios e problemas enfrentados para
alcançar um determinado objetivo.

Quando o desempenho de um processo ou departamento da empresa está abaixo do


esperado é necessário uma análise para identificar seus motivos assim como o
desenvolvimento de um plano de ação para resolução.  

A avaliação desses problemas deve ser originada de uma série de observações, análises,
testes e levantamento de dados.

Problemas operacionais constantemente podem gerar “gargalos” como desvios e


desperdícios de esforços, tempo e recursos. Além de dar a gestores uma visibilidade
profunda sobre o ocorrido, o RCA permite um estudo de causa e efeito em eventos,
permitindo revelar em qual ponto os processos ou sistemas falharam e geraram
problemas.

Quando fazer uma análise de causa raiz?


Uma análise da causa raiz deve ser conduzida como parte da análise de uma ocorrência.
Pode ocorrer após a identificação de uma não conformidade, ocorrência atípica ou, se
necessário, ao identificar expectativas não atendidas em um processo.

Abaixo, alguns objetivos e aprendizados que podem ser esperados após a conclusão:

 Identificação das causas básicas de um problema.


 Identificação e distinção entre fatores causais e a causa raiz de um problema.
 Classificação e agrupamento de causas e desafios envolvidos.

As etapas a seguir ajudarão a identificar possíveis motivos da ocorrência, incluindo a


análise de causa raiz do problema durante a análise da ocorrência.
Como fazer uma análise de causa raiz?
A RCA pode ser realizada a partir de diversas técnicas e metodologias que preparam a
empresa como um todo para identificação de erros, riscos e problemas já existentes.

Primeira etapa: Identificação dos possíveis motivos que ocasionaram a


ocorrência

Para identificar fatores causais, pergunte:

1. Qual a sequência de eventos leva ao problema?


2. Quais condições permitem que o problema ocorra?
3. Que problemas coexistem com o problema central e podem contribuir para ele?

A nível de exemplo, imagine a seguinte situação: uma máquina na linha de produção


teve sua operação interrompida. Quais eventos aconteceram ou deixaram de acontecer e
levaram a essa situação? Será que a manutenção está em dia? E os insumos? Ocorreu
troca de operadores? Ocorreu alguma mudança no processo produtivo? Essa série de
perguntas ajuda o time na etapa de investigação a pensar em possíveis motivos que
ocasionaram o problema.

Segunda etapa: Identificação da causa raiz

É sempre recomendado trabalhar em equipe para resolver problemas, convidando


especialistas, gerentes e operadores a participar (dependendo da gravidade do
problema), para garantir que você tenha ideias de todos os envolvidos.

Nesse artigo, citamos três ferramentas: Diagrama de Espinha de Peixe (ou Diagrama de
Ishikawa), Os 5 Porquês e Análise de árvore de falhas (também conhecida como FTA).
Essas ferramentas te ajudarão a coletar todas as ideias, organizá-las e lhe dar uma visão
clara das causas de seu problema.

Recomendações
Trabalhe em equipe e busque pessoas com diferentes visões

Quer seja apenas um colaborador ou uma equipe inteira de colegas, qualquer olho extra
nos ajudará a descobrir soluções mais rapidamente e também servirá como uma barreira
contra preconceitos. Obter a opinião de outras pessoas também oferecerá pontos de vista
adicionais, ajudando-nos a repensar nossas suposições.

Plano para futuras análises de causa raiz

À medida que realizamos uma análise de causa raiz, é importante estar ciente do próprio
processo. Faça anotações. Faça perguntas sobre o próprio processo de análise. Descubra
se determinada técnica ou método funciona melhor para suas necessidades e ambientes
comerciais específicos. Fazer uma retrospectiva ao final levantando esses pontos irá lhe
ajudar a ser mais eficiente nas próximas vezes.
Lembre-se de realizar análises de causa raiz para ações bem-sucedidas

A análise de causa raiz é uma ótima ferramenta para descobrir onde algo deu errado.
Normalmente usamos o RCA como uma forma de diagnosticar problemas, mas pode ser
igualmente eficaz para encontrar a causa raiz de um sucesso. Se encontrarmos a causa
de um sucesso, superação ou prazo antecipado, não seria uma má ideia descobrir a causa
raiz de porque as coisas estão indo bem. Esse tipo de análise pode ajudar a priorizar e
proteger preventivamente os principais fatores de sucesso em uma área de negócios ou
processo da empresa.

Automatize seu processo


Para atender essa demanda, a SoftExpert desenvolveu uma excelente ferramenta online
criada para suprir as necessidades de empresas atuantes nos mais diversos segmentos
que buscam otimizar seus negócios. 

Proporciona maior agilidade, clareza e eficiência na análise de causa raiz e


gerenciamento de planos de ação. Eleve o nível de resolução de problemas da sua
empresa. Conheça mais sobre os serviços que a SoftExpert oferece e invista na
maximização do potencial de crescimento de seus negócios.
Gestão de Fornecedores – Mais do que uma relação de
compra e venda
1 de outubro de 2020
• Por Jeferson Santos
Qualidade

As primeiras experiências de compra que me recordo são de quando minha mãe me


pedia para ir à feira livre, que acontecia semanalmente em frente ao prédio onde
morávamos. Geralmente ela me passava uma lista detalhada com todos os itens, mas
quando eu chegava lá a confusão era certa. Havia, no mínimo, umas três barracas para
cada fruta ou legume, cada uma com um preço diferente e na maior parte das vezes a
negociação era fechada literalmente no grito. Ainda que o produto não fosse o melhor, a
barraca em que o vendedor gritava mais, vendia mais. A simpatia também era um ponto
importante e isso fez com que, com o tempo, eu comprasse dos vendedores que eu tinha
feito amizade e geralmente os mais engraçados.

Hoje, trabalhando em Compras, percebo que muitas vezes ainda somos tentados a
conduzir uma negociação como se estivéssemos em uma feira livre, focando apenas no
preço ou sendo seduzidos pela habilidade do vendedor. No entanto, um processo de
aquisição é muito mais complexo do que isso e deveria olhar com mais cuidado para a
gestão e o relacionamento com seu fornecedor. Uma relação sustentável com ganhos
para ambas as partes deve priorizar mais do que preço, sendo assim, gostaria de citar
alguns pontos:

Estratégia
Frequentemente implementamos uma série de iniciativas desordenadas e fazemos
escolhas sem ter uma estratégia estruturada para as diversas aquisições que temos em
nossa empresa. Tratar todas as categorias da mesma forma nem sempre é a melhor
alternativa. Priorizar a regra básica de buscar três cotações e fechar o menor preço pode
não ser o ideal em todos os casos. Talvez em uma categoria onde tenhamos muitas
opções com o mesmo padrão de qualidade, serviço e entrega, possamos seguir este
modelo de negociação, mas é primordial entender:

 as peculiaridades de cada produto e serviço;


 a oferta no mercado;
 a sua força e complexidade na cadeia de Suprimentos;
 a importância para o seu negócio.

Partindo do pressuposto que tais exigências foram definidas e qual será o


relacionamento com o fornecedor, é importante definir se teremos fornecedores
exclusivos ou múltiplos e qual a periodicidade com que faremos novas consultas ao
mercado. A empresa deve avaliar se vale a pena investir no desenvolvimento de um
fornecedor e depois substituí-lo após 1 ano, tendo apenas o preço como critério. Uma
estratégia eficaz deve ser feita com uma visão de médio e longo prazo, com ações e
planos por categoria de compra.
Utilizar ferramentas para isto é fundamental. Matriz de Kraljic, A3 Estratégico e Canvas
são ótimas maneiras e podem ser utilizadas de forma combinada, mas com o objetivo de
que quanto mais detalhes conseguir desdobrar na categorização de fornecedores, pela
importância e complexidade, mais informações terá para planejar as ações de forma
efetiva.

Sistema de Qualidade
Um dos pontos básicos a ser avaliado é o Sistema de Qualidade da sua empresa e se ele
tem capacidade para gerir o seu portifólio de fornecedores. Um bom sistema de
Qualidade deve ser proativo e com requisitos claros para o fornecimento. Além dos
critérios de aderência a normas e requisitos como licenças e certificações, um sistema
eficaz deve também considerar a saúde financeira do fornecedor e o risco que uma
relação comercial pode impactar em ambas as partes. Cada vez mais, a imagem da
empresa e o seu compromisso com Sustentabilidade, Relações Sociais e Processos
anticorrupção são pontos críticos em uma relação comercial. O custo de um escândalo
somente é mensurado após sua incidência e é função da área de compras estar atento a
isto.

Hoje, dispomos de ferramentas melhores e mais eficazes para uma boa gestão de um
sistema de Qualidade. Utilizar tecnologias de informação como portais e sistemas de
SRM é mandatório para que se consiga processar toda a informação necessária para
uma avaliação eficiente.

Capacidade de inovação
Uma característica de nossos tempos é a velocidade em que as inovações ocorrem e
como as barreiras entre as empresas estão diminuindo para buscarem soluções
conjuntas. No momento da contratação e na relação com fornecedores, é importante
avaliar a capacidade de inovação do fornecedor e como ele pode trabalhar em conjunto
para novas tecnologias e soluções. Esperamos dos fornecedores mais do que a entrega
de produtos e serviços, queremos a resolução dos problemas. Este é o espírito que uma
relação deve ter, e entender a capacidade do fornecedor para isto pode ser o principal
ponto para uma relação de êxito. Algumas ações como eventos de Supplier´s day e
Hackathon são importantes para estimular e reconhecer a inovação na cadeia de
Suprimentos. O desafio é balancear as inovações juntamente com as políticas da
empresa, para que critérios de exclusividade e competividade não entrem em conflito
com soluções inovadoras. É sempre importante valorizar os fornecedores que trazem as
iniciativas.

Comunicação e Gestão por Indicadores


Quando temos uma boa estratégia e critérios definidos para um sistema de gestão de
fornecedores, devemos implementar um processo contínuo de avaliação por
indicadores. Um sistema de avaliação de fornecedores tem o propósito de transmitir
para os dois lados de uma negociação (Contratante e Fornecedor) qual é o termômetro
da relação. É recorrente um desalinhamento de expectativas. Por diversas vezes
presenciei situações de reclamações do contratante em que o fornecedor não estava
ciente dos fatos, e o pior é quando conclusões sobre problemas são atribuídas a
fornecedores sem que ele tenha a oportunidade de participar da investigação. Por isso
que um processo de avaliação deve ser realizado por toda a empresa, pois todos
possuem fornecedores com transparência e isonomia. Esta atribuição não deve se limitar
à área de Compras ou Qualidade. Os sistemas são essenciais para que, se uma
expectativa não for atendida, seja descoberta a causa e o problema seja sanado, em um
processo a quatro mãos. Uma relação saudável com fornecedor está pautada em dados e
fatos e quanto mais consistente for isso, menor será o espaço para avaliações subjetivas
e sentimentais.

Time de Compras Preparado


O fator mais importante neste processo de gestão e relacionamento com fornecedores
são as pessoas. Ter um time estratégico de compradores é um dos maiores desafios, pois
muda o conceito tradicional de foco em custo, para foco em agregar valor estratégico ao
negócio. Em uma relação estratégica falamos mais de projetos do que de negociações, já
que é necessário ter uma visão maior dos riscos, tempos e sustentabilidade de cada
relação. Saber compreender as restrições e dificuldades de quem está do outro lado da
mesa e aprofundar as negociações, buscando o melhor para a cadeia como um todo, é
uma habilidade que os compradores precisam adquirir. Os compradores são geradores
de valor e precisam ter a cada dia foco maior em relações duradouras.

Em um mercado competitivo com muita oferta e excesso de informação, a decisão de


compra deve ser cada vez mais estratégica e com uma visão a longo prazo. A boa
notícia é que as empresas desejam cada dia mais participar deste processo e oferecer
mais do que um produto ou serviço. A Gestão de Fornecedores tem a missão de
coordenar estas ações e desenvolver todas as partes de uma relação comercial.

Precisamos ter em mente que toda relação duradoura e saudável requer tempo e boa
vontade de ambas as partes. Se continuarmos tratando as negociações como se
estivéssemos em uma feira livre, pode ser que no final do dia sobre somente pepinos.

Autor: Otávio Nunes da Silva Neto.


Gerente de Suprimentos.
GDC Alimentos S.A.  – Grupo Calvo.

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