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Analise do Movimento

Humano
Modelos de
análise qualitativa

FIGURA 4. Modelo de quatro


fases da análise qualitativa da
performance desportiva proposto
por Knudson &

Morrison (1997).

Knudson & Morrison (1997)


Modelos de análise qualitativa
1º Preparação

-Conhecer a actividade
-Conhecer os executantes

4º Intervenção 2º Observação
-Seleccionar tipo (repetir se necessário) -Conhecer contexto (ed,...)
intervenção (FB, manip,...) -Conhecer local mais
-Dominar técn. emissão FB vantajoso para observar
-Definir palavras-chave -Definir n.º observadores

3º Avaliação/Diagnose
-Avaliar pontos fortes ou
fracos
-Determinar prioridades
intervenção

(adaptado de Knudson e Morrison, 1997)


ANÁLISE
QUALITATIVA
MODELO
INTEGRADO
DE ANÁLISE
QUALITATIVA
Modelo de Knudson e Morrison
(1997)

1. Preparação

- Conhecer a actividade
- Identificar pontos críticos das habilidades
- Identificar os objectivos de cada habilidade

- Conhecer os executantes a avaliar


[a] – Preparation - definição do conhecimento que o orientador deve possuir para realizar as
fases seguintes.

Knudson e Morris (2002) consideram os seguintes pré-requisitos:

a.1) knowledge about the activity or movement - estabelecer as características essenciais da


actividade/tarefa, descrevendo um conjunto de modelos de movimento, a sua eficácia e
eficiência, de modo a que este seja observável;

a.2) knowledge about the performer(s)- compreender como diferentes factores humanos e
experiências vivenciadas pelo indivíduo permitem rentabilizar o
processo de intervenção;

a.3) knowledge about effective instruction- a forma e a natureza da informação transmitida ao


desportista.
Etapa de preparação

Recolhe-se informação sobre:

◦ A atividade
◦ Útil
para definir componentes criticas (CC)

Abordagens ◦ Definição de componentes criticas


(podem ser obtidas através dos
Para Análise princípios do movimento e dos
modelos
Qualitativa deterministas/hierárquicos

◦ O executante

◦ Seleciona-se uma estratégia de


observação
Etapa de preparação - Informação sobre o actividade

◦ Onde obter informação? É fidedigna?

◦ Deve ser BASEADA EM EVIDÊNCIAS


Abordagens
◦ Treinadores e executante
Para Análise
◦ http://coachesinfo.com/ (deriva da sociedade
Qualitativa
internacional de biomecânica do desporto)

◦ http://www.isbs.org (sociedade internacional de


biomecânica do desporto - ISBS)
Etapa de preparação - Informação sobre o atividade

◦ Onde obter informação? É fidedigna?

◦ Sport and Exercise Scientist


◦ http://www.bases.org.uk
◦ Swimming World Magazine
◦ http://www.swimmingworldmagazine.com
Abordagens ◦ Jornais científicos
Para Análise ◦ Sports Biomechanics
◦ http://www.tandf.co.uk/journals/rspb
Qualitativa ◦ New Studies in Athletics
◦ http://www.iaaf.org/development/studies/index.html
◦ Journal of Sports Sciences
◦ http://www.tandf.co.uk/journals/rjsp
◦ Journal of Applied Biomechanics
◦ http://journals.humankinetics.com/jab
◦ Medicine and Science in Sports and Exercise
◦ http://journals.lww.com/acsm-msse/pages/default.aspx
Etapa de preparação - Informação sobre o executante

◦ Idade

◦ Sexo

◦ Nível de desempenho Abordagens


◦ Capacidades físicas (e.g. Força, flexibilidade)
Para Análise

◦ Histórico de lesões
Qualitativa
◦ Desenvolvimento cognitivo (relacionado com
o feedback a fornecer)

◦ Necessidades executante
◦ Etapa de preparação

◦ Estratégia de observação

◦ Como observar?
Abordagens
◦ Todo o movimento? Para Análise
◦ Fases do movimento?
Qualitativa
◦ De qual perspetiva (ângulo visual, distância) o
movimento deve ser observado?

◦ Quantas observações devem ser recolhidas?


Abordagens Para Análise Qualitativa

Etapa de preparação

Estratégia de observação → Fases do movimento


Modelo de Knudson e Morrison
(1997)

2. Observação

- Implementar uma estratégia observacional


-situação (contexto educativo, treino, competição,
etc)
- definir locais vantajosos para observar
-definir nº de observadores (fiabilidade inter e
intra-observador)
[b] – Observation- são apresentadas 3 estratégias para o treinador observar o seu desportista:

b.1) Phase Analysis- na qual o movimento é dividido em fases4 com o objectivo de melhorar a
avaliação/diagnóstico, pois o treinador focaliza a sua atenção para determinadas partes desse
movimento. De acordo com os autores, esta estratégia deve ser relacionada com a Temporal
Analysis, que consiste em especificar o tempo do movimento, de modo a construir uma
representação espacial do mesmo na sequência da fase anterior;

b.2) Balance- na qual a observação incide nos segmentos que suportam o


movimento (equilíbrio e origem do movimento, por exemplo, iniciar a
observação pela base de apoio seguida do tronco e posteriormente os braços);
determinadas partes desse movimento. De acordo com os autores, esta
estratégia deve ser relacionada com a Temporal Analysis, que consiste em

b.3) Critical Features-especificar


onde ao tempo
observação é organizada
do movimento, pelo
de modo a construir uma grau de importância
representação

das componentes envolvidas no movimento,


espacial do mesmo na sequência da fasena Figura 2 é apresentado um
anterior;

exemplo aplicativob.2)daBalance-
Análisena Qualitativa
qual a observaçãodoincide
Movimento para
nos segmentos que fazer
suportamoo

diagnóstico/avaliaçãomovimento
de um (equilíbrio
serviço eno ténis.
origem do movimento, por exemplo, iniciar a
observação pela base de apoio seguida do tronco e posteriormente os braços);
b.3) Critical Features- onde a observação é organizada pelo grau de importância das
componentes envolvidas no movimento, na Figura 2 é apresentado um
exemplo aplicativo da Análise Qualitativa do Movimento para fazer o
diagnóstico/avaliação de um serviço no ténis.

Critical Fea ture Cues

Gr ip Hammer grip; loose and relaxed

Toss Consistent placement; elevate the Ball

Pr epar ation Trophy; coil the body; back scratch

Continuous upwar d motion Uncoil; extend the wave

Follow-thr ough Release the wrist

Stance Align your hells; slow and throw

Figur a 2 - As “Critical Features and Cues” aplicadas a um serviço no ténis (Knudson e Mor r is, 2002)

[c] – Evaluation/Diagnosis - são propostos os seguintes modelos, para avaliar a prestação:

c.1) Templates Models - baseados na representação de um padrão de movimento


ideal, são utilizados como uma ferramenta de avaliação (no fundo uma
extensão da phase analysis). Com base em desvios verificados nos
Abordagens Para Análise Qualitativa
Pé direito
De qual perspectiva o
movimento deve ser visto?

Ângulo visual
Supinação Pronação
Abordagens Para Análise Qualitativa
De qual perspectiva o movimento deve ser visto?

Distância visual
Abordagens Para Análise Qualitativa

•Etapa de preparação - Estratégia de observação

Outros cuidados:

Roupa do executante
Condições de iluminação
Pano de fundo
Utilização de vídeo
Abordagens Para Análise Qualitativa
Etapa de observação

Execução da estratégia de observação

Recolha de informação sobre o movimento

Deverá focar-se: componentes críticas (identificadas na Etapa


de preparação)
Modelo de Knudson e Morrison
(1997)
2. Observação – contexto observação

Contexto treino Contexto competitivo


Modelo de Knudson e Morrison
(1997)
2. Observação - local observação

Plano oblíquo Plano sagital (???)


Modelo de Knudson e Morrison
(1997)
2. Observação – fiabilidade observação
Modelo de Knudson e Morrison
(1997)

3. Avaliação e diagnóstico

- Avaliação da performance
- pontos fracos (falhas técnicas)
- pontos fortes

-Diagnostico da performance
-Determinar prioridades de intervenção
[c] – Evaluation/Diagnosis - são propostos os seguintes modelos, para avaliar a prestação:

c.1) Templates Models - baseados na representação de um padrão de movimento ideal, são


utilizados como uma ferramenta de avaliação (no fundo uma extensão da phase analysis). Com
base em desvios verificados nos desportistas, sobre imagens pré-estabelecidas em experts é,
então, realizado o diagnóstico de outro desportista;
c.2) Principles of Movement - assentam na combinação de relações biomecânicas simples,
interacções multisegmentares e características biológicas do sistema
esquelético humano;

c.3) Systematic Models - constroem a hierarquização do movimento com base no resultado


final. Segundo Hay e Reid (1988) citados por Knudson e Morris (2002), a regra principal para a
construção deste modelo é a que cada factor seja complementado pelos factores que vêm
imediatamente a seguir.
Modelo de Knudson e Morrison
(1997)
3. Avaliação e diagnóstico
Modelo de Knudson e Morrison
(1997)
3 Avaliação e diagnóstico
(modificado de
Carreira da Costa, 1988)

Corrida de balanço Voo/transposição


Trajectória incorrecta – perpendicular Voo incorrecto – de frente
Trajectória incorrecta – oblíqua Voo incorrecto - engrupado
Trajectória correcta Voo incorrecto – de lado
Ritmo adequado Voo adequado
Chamada/impulsão Transposição incorrecta – de frente
Não há chamada Transposição incorrecta - engrupado
Chamada incorrecta – 2 apoios Transposição incorrecta – de lado
Chamada incorrecta – pé oposto Transposição adequada
Chamada incorrecta – bloqueada Queda/contacto com o solo
Chamada incorrecta – ângulo inadequado Queda incorrecta – má colocação cabeça
Chamada correcta Queda incorrecta – má colocação MI
Impulsão incorrecta – não vertical Queda correcta
Impulsão incorrecta – sem rotação Contacto incorrecto
Impulsão correcta Contacto correcto
Modelo de Knudson e Morrison
(1997)
3. Avaliação e diagnóstico

Não Satiz Satiz Bom


Serviço Ténis Preparação
Arco do tronco X
Lançamento da bola X
Pé anterior X
Pé posterior X
Batimento
MS do batimento X
Alinhamento corporal X
Velocidade projecção X
Finalização
Movimento continuo da raquete X
Arco do corpo X
TOTAL (%) 44% 33% 22%
Modelo de Knudson e Morrison
(1997)
3. Avaliação e diagnóstico
S/N
Posi Posição inicial correcta
ção Peso bem colocado
inici
al
Engrupar Engrupa tensionado
Joelhos ao mesmo nível
Linha de ombros e anca paralela
Deslizamen MS e ombro esq. descontraído
to Estende MI esq. em direcção da
antepara
Trajectória rasante
Coloca pé debaixo da anca, rodando
~45º
Final Afastamento correcto dos apoios
MS lançador a 90º com tronco
Alinhamento peso-anca-pé
Peso na vertical do pé
Rotação interna e extensão MS dir.
MS livre abre na direcção lançamento
Peito e ombro direito avançam
Modelo de Knudson e Morrison
(1997)

4. Intervenção

- Seleccionar a intervenção mais adequada


- FB
- modelo visual (fotos, filme, etc)
- modificar a tarefa
- manipulação
- condicionar, exagerar ou sobrecompensar

- Traduzir pontos críticos em palavras-chave


[d] – Intervention - centra-se no tipo de feedback (quer verbal, quer utilizando outros
suportes/formatos como, por exemplo, o vídeo), o tipo de linguagem utilizada e a sua
complexidade na relação com o desportista.
Consideram, ainda, que a dificuldade da tarefa a que o desportista está sujeito deverá
aumentar progressivamente.
Estratégias de hierarquização da intervenção, que
podem ser diversas:

a) estabelecer a relação do erro com ações prévias e, dessa forma, intervir nas ações
iniciais;
b) selecionar a intervenção que mais poderá aportar benefícios à performance –
maximizar a melhoria;
c) intervir por ordem crescente de dificuldade;
d) corrigir em sequência (respeitando a sequência do movimento);
e) corrigir primeiro a base de suporte do movimento e só depois os aspetos que dela
dependem;
f) corrigir primeiro os aspetos críticos, depois os secundários.
A análise da performance desportiva:

- subjetividade;
- Crenças;
- Expetativas;
- juízos de valor;
- Atenção.
Abordagens Para Análise Qualitativa
Etapa de Intervenção

Realizar 1 intervenção de cada vez (1 correcção por vez)

Atua-se no executante (dando-se feedback)


Feedback
Quando dar? Qual dar? Como dar?

Usualmente retorna-se à observação


Análise Qualitativa
Modelo integrado de análise qualitativa
Etapa de preparação

Etapa de intervenção Etapa de


(e revisão) observação

Etapa de Avaliação
e Diagnóstico
Análise Qualitativa

Pretende-se que a análise qualitativa aporte informações


que permitam tomar decisões conducentes a um aumento da
qualidade do processo de preparação desportiva. Para que tal
aconteça, importa aferir da qualidade dos dados,
nomeadamente da sua validade e fiabilidade.
Análise Qualitativa

Validade

Validade Validade
interna externa

Representa a concordância com


Representa a coerência interna do
outras realidades similares, permitindo
sistema/ protocolo ou do instrumento
a representatividade e generalização
de análise/avaliação, o que significa
dos dados.
afirmar que o treinador deverá garantir
que os resultados encontrados não são
afetados por variáveis estranhas à
própria recolha de dados, constituindo-
se fonte de distorção interna.
Análise Qualitativa

Fiabilidade

É uma qualidade fundamental de qualquer instrumento de


medida, porque dela depende a confiança que podemos ter nos
resultados obtidos.
Análise Quantitativa

Validade

A validade é a caraterística mais importante de um teste


(ou variável) e pode ser dividida em vários tipos.

Validade de Validade de Validade


conteúdo construto preditiva

Validade
concorrente
Análise Quantitativa
A validade de conteúdo carateriza-se pela relação entre este mesmo conteúdo
com os assuntos acerca dos quais as conclusões têm de ser retiradas (Baumgartner e
Jackson, 1995) e assenta fundamentalmente em critérios subjetivos.

A validade concorrente é um processo de determinação de validade de um novo


teste através da relação que se estabelece entre os valores obtidos por um desportista
nesse novo teste e os valores obtidos num critério, que pode ser um teste já validado
ou o juízo de um grupo de peritos (Safrit, 1990).

A validade preditiva significa que o teste em questão é capaz de prever


adequadamente o desenvolvi- mento subsequente da capacidade testada
(Baumgartner e Jackson, 1995).

A validade de constructo refere-se à testagem de aptidões que não são


possíveis de serem medidas diretamente.
Análise Quantitativa
Análise Quantitativa

Fiabilidade

O estudo da fiabilidade centra-se na identificação e análise das fontes de erro, por


forma a maximizar a consistência das medidas realizadas. Na generalidade, se as
capacidades de um desportista permanecerem inalteráveis e ele for sujeito a duas
medições com instrumentos fiáveis, os resulta- dos obtidos devem ser idênticos

A variabilidade nos resultados pode ser originada


pela:
Análise Quantitativa

O método do teste-teste de repetição consiste no cálculo das diferenças entre duas


séries de resultados de um grupo de desportistas quando submetido, em duas
ocasiões diferentes (dias diferentes), ao mesmo teste (Safrit, 1990). Os resultados
fiáveis expressam que os desportistas tendem a manter a sua posição relativa no seio
do grupo a que pertencem e é expressa a ideia de estabilidade nas respostas. O
método de consistência interna implica sujeitar os desportistas a, pelo menos,
duas aplicações do teste no mesmo dia.
Um teste diz-se objetivo quando os resultados que apresenta estão isolados de
qualquer interferência da atitude ou da apreciação pessoal do avaliador. Neste
sentido, a objetividade (ou fiabilidade do interavaliador) depende da clareza dos
sistemas de pontuação e da precisão no atribuir dessas pontuações.
Análise Quantitativa

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