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Toxicidade crônica:

carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Aula nº 08
Disciplina: Toxicologia
Discente: Profa. Fernanda Silva Moreira

Jaru – RO
28 de abril de 2023
Apresentação

1 Eng. Civil (Unichristus), com mobilidade de 6 meses na Universidade da Beira Interior (UBI – PT)

2 Especialização em metodologias de gerenciamento de projetos

3 Especialização em Engenharia e Segurança do Trabalho

4 Mestranda em Engenharia Química (UFC).

5 Bolsista CAPES

6 Professora do IFRO – Seg. do Trabalho Contatos:


o E-mail: engfernanda.smoreira@gmail.com
o Whatsapp/Telegram: +55 85 99842-9806
(horário comercial)

2 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Apresentação
1 Viajar Ler/Estudar
2 3 Gato (Jorge)

4 Cerveja 5 Meu marido 6 Ceará

3 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Apresentação

Dica de leitura
complementar!
(clique aqui)

Dica de vídeo para ....(clique


aqui!)

4 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Relembrando...

Toxicidade aguda vs. toxicidade crônica: qual a diferença?

• Toxicidade crônica: são os efeitos tóxicos a longo prazo da exposição repetida ou


contínua a uma substância tóxica.

• Toxicidade aguda: a dose letal do tóxico é liberada em um único evento e rapidamente


absorvida

Como se estipula o limite de segurança para substancias químicas com efeitos


carcinogênicos, mutagênicos e teratogênicos?

Não é possível avaliar o risco, ou seja, não é possível estipular o limite de segurança.

5 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Definições

Carcinogênese Mutagênese Teratogênese

Capacidade de uma Capacidade de uma Capacidade de uma


substância química substância química substância química
causar câncer. causar mutações no causar defeitos
material genético de congênitos em um feto
uma célula. em desenvolvimento.

Ex.: tabaco, amianto, Ex.: amianto, chumbo, Ex.: talidomida, álcool,


benzeno, aflatoxina. mercúrio, arsênio, retinoides, mercúrio,
formaldeído. chumbo, valproato.

6 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Esquema de teste toxicológicos de novas substancias

Substância

Caracterização Estudos de toxidade aguda e curta duração (doses repetidas)


química

Revisão da literatura Toxicologia genética in


Farmacocinética
vitro
Avaliação estrutura/
atividade

Toxicidade subcrônica

Reprodução/
Toxicidade crônica Oncogenecidade
Teratogênese

7 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Fontes de referências
The International Council for Harmonisation of
Technical Requirements for Pharmaceuticals
for Human Use (ICH)
A ICH produziu um conjunto abrangente de
Diretrizes de segurança para descobrir riscos
potenciais, como carcinogenicidade, ICH Safety Guidelines
genotoxicidade e toxicidade reprodutiva.

8 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Fontes de referência
Cód. Documento Objetivo Status no Brasil

ANVISA, Brazil - Implemented; Date: 1


Need for
This document provides a consistent definition of January 2013; Reference: Guideline
carcinogenicity
S1A the circumstances under which it is necessary to for Toxicological Non-Clinical Studies
studies of
undertake carcinogenicity studies on new drugs. and Pharmacological Safety required
pharmaceuticals
for the development of medicines

Testing for Comprehensive and integrative approach to


S1B(R1)
carcinogenicity of assessing human carcinogenic risk of ANVISA, Brazil - Not yet implemented;
EWG
pharmaceuticals pharmaceuticals

ANVISA, Brazil - Implemented; Date: 1


Dose selection for criteria for the selection of the high dose to be
January 2013; Reference: Guideline
carcinogenicity used in carcinogenicity studies on new
S1C(R2) for Toxicological Non-Clinical Studies
studies of therapeutic agents to harmonise current
and Pharmacological Safety required
pharmaceuticals practices and improve the design of studies.
for the development of medicines

9 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Carcinogênese

O amianto é o principal agente


carcinogênico ocupacional, respondendo
pela maioria dos cânceres de pulmão
ocupacionais e por um terço de todos
os cânceres ocupacionais (STRAIF, 2008).

10 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Atividade Carcinogênica Química

A carcinogenicidade é uma propriedade intrínseca de um produto


químico. Verdadeiro ou falso?

( ) Verdadeiro ( ) Falso

A carcinogenicidade NÃO é uma propriedade intrínseca de um


produto químico; em vez disso, É UMA ATIVIDADE DO PRODUTO
QUÍMICO SOB CONDIÇÕES ESPECÍFICAS.
Dica de leitura
complementar!
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11 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese
Atividade carcinogênica ao longo dos anos
1962, a lista da Conferência Americana Governamental de Higiene Industrial (ACGIH) incluiu,
num apêndice, três substâncias químicas carcinogênicas para as quais deveria se adotar
controle extremamente severo.
Em 1968, a lista da ACGIH foi expandida para nove substâncias carcinogênicas com a
recomendação de não permitir a exposição, por qualquer via. Essa filosofia expressava o
consenso de que a exposição ocupacional às substâncias químicas carcinogênicas deveria
ser controlada (Kraybill; Mehlman, 1977).
Em 1972, a lista anual do programa da ACGIH classificou os cancerígenos em dois grupos:
cancerígenos para animais ou para humanos.
A partir da década de 1980, observou-se grande alteração nos documentos produzidos pela
ACGIH quanto ao potencial cancerígeno de compostos usados em alguns processos de
trabalho.
Estudos Relato de casos a Estudos
epidemiológicos de Caso-controle partir de registros epidemiológicos
coorte clínicos descritivos

12 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Classificação de substâncias carcinogênicas

Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV

O agente (mistura) é O agente é O agente não é Agentes para os quais


cancerígeno para provavelmente classificável como há evidências que
humanos. cancerígeno para cancerígeno para sugerem ausência de
humanos (2A) ou humanos. carcinogenicidade
possivelmente em humanos e em
Essa categoria é cancerígeno para experimentos animais.
usada quando há humanos(2B). O mecanismo de
evidência suficiente carcinogenicidade
de em experimentos Só existe o agente
carcinogenicidade Inclui agentes para os animais não funciona “Caprolactam” nesse
nos humanos. quais não há dados em humanos. grupo.
em humanos, mas há
uma evidência em
experimentos animais.

13 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Classificação de substâncias carcinogênicas
A legislação brasileira reconhece vários agentes cancerígenos, tanto químicos quanto físicos.
Agente Marco legal
Asbestos (amianto) Portaria nº 1287 de 30/09/2015 / MTE
Benzeno
Cloreto de vinila NR-9 da Portaria MTb nº 3.214/1978
Compostos de cromo hexavalente
Radiações ionizantes NR-15 da Portaria MTb nº 3.214/1978

Adota-se no Brasil a concepção de “níveis seguros” para a exposição


ocupacional a maior parte dos cancerígenos, o que conflita com o
atual conhecimento científico sobre carcinogênese, que não
Dica de leitura reconhece limites seguros para a exposição do trabalhador aos
complementar!
(clique aqui) agentes cancerígenos (RIBEIRO; WÜNSCH FILHO, 2004)
14 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese
Mecanismos moleculares envolvidos na carcinogênese
O câncer surge a partir de uma mutação genética, ou seja, de uma alteração no DNA da
célula, que passa a receber instruções erradas para as suas atividades.

As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados proto-oncogenes, que a


princípio são inativos em células normais. Quando ativados, os proto-oncogenes tornam-se
oncogenes, responsáveis por transformar as células normais em células cancerosas.

15 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Mecanismos moleculares envolvidos na carcinogênese
Dentre os principais mecanismos moleculares envolvidos na carcinogênese, podemos destacar as
mutações do DNA, disfunção do controle do ciclo celular, angiogênese, invasão/metástase e resistência
à apoptose.
São alterações na sequência de nucleotídeos do DNA e
podem ser causadas por uma variedade de fatores,
incluindo exposição a produtos químicos, radiação e vírus.
Mutações do DNA
Essas mutações podem afetar genes críticos envolvidos na
regulação do ciclo celular, sinalização celular e reparo do
DNA, levando ao desenvolvimento de células cancerosas.

O ciclo celular é regulado por proteínas que controlam a


progressão das células através das fases do ciclo celular.
Disfunção do
controle do ciclo Mutações em genes que regulam essas proteínas podem
celular levar à perda do controle da proliferação celular,
resultando em crescimento e divisão celulares
descontrolados.
16 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese
Mecanismos moleculares envolvidos na carcinogênese
Processo de formação de novos vasos sanguíneos,
essencial para o crescimento e disseminação de tumores.

Angiogênese As células cancerosas secretam fatores de crescimento


que estimulam a formação de novos vasos sanguíneos,
permitindo que o tumor receba nutrientes e oxigênio para
crescer e se disseminar.

Capacidade das células cancerosas de invadir o tecido


circundante e se espalhar para outras partes do corpo.
Invasão e As células cancerosas adquirem a capacidade de
metástase invasão e metástase através de uma combinação de
alterações genéticas e epigenéticas que permitem que
elas contornem as barreiras normais do tecido e penetrem
nos vasos sanguíneos e linfáticos.
17 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese
Mecanismos moleculares envolvidos na carcinogênese
Processo de morte celular programada que é essencial
para manter o equilíbrio entre a proliferação e a morte
celular.
Resistência à
apoptose As células cancerosas podem adquirir a capacidade de
resistir à apoptose, permitindo que elas sobrevivam e se
proliferem mesmo em condições adversas.

Esses mecanismos moleculares estão inter-relacionados e contribuem para a


progressão da carcinogênese.

O conhecimento desses mecanismos é essencial para o desenvolvimento de


estratégias terapêuticas mais eficazes para o tratamento do câncer.

18 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Carcinogênese

19 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Teratogênese

A regulamentação total da questão farmacêutica ocorreu


somente na década de 1990 e, em 2003, a talidomida
passou a ter uso controlado no País.

Hoje, a droga só pode ser usada para tratar hanseníase,


lúpus e HIV, por ser um bom aliado no controle dessas
doenças. Mas somente se for receitada por um médico e,
mesmo assim, é proibida para mulheres em idade fértil.

20 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Teratogênese
Um agente teratogênico, ou teratógeno, é externo ao genoma
O que é um e pode ser definido como qualquer substância, organismo,
agente agente físico ou estado de deficiência que, estando presente
teratogênico? durante a vida embrionária ou fetal, produz uma alteração na
estrutura ou na função da descendência.

São responsáveis por:


• 3 a 4% das anomalias congênitas; Todo doença congênita é causada
• 5 a 13 % das deficiências mentais. por um teratógeno?

NÃO. Exemplo.: Fenda Labiopalata


As fendas labiopalatais podem ser causadas por fatores genéticos (genes ou cromossomos),
teratógenos (consumo de álcool, uso de anticonvulsivantes, alguns antibióticos e antifúngicos
durante a gestação) ou pela interação de fatores genéticos (hereditariedade) e não
genéticos (deficiências nutricionais, tabagismo, alterações metabólicas durante a gestação).

Dica de leitura complementar! (clique aqui)

21 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Teratogênese
Estima-se que um ser humano possa estar exposto a aproximadamente 5 milhões de diferentes
substâncias químicas, mas destas, cerca de 1.500 foram testadas em animais e pouco mais de
30 são comprovadamente teratogênicas no homem. Este pequeno número se deve às
dificuldades de investigação da teratogenicidade nos humanos.

Por que?

Para determinar se uma substância é teratogênica, são necessários estudos em animais e em


seres humanos. No entanto, existem várias limitações éticas e técnicas que dificultam esses
estudos.

Por exemplo, estudos em animais são frequentemente usados para avaliar a toxicidade de
substâncias, incluindo sua capacidade de causar malformações congênitas.
No entanto, os resultados desses estudos em animais PODEM NÃO SER APLICÁVEIS aos seres
humanos, devido a diferenças na fisiologia e no desenvolvimento embrionário.

22 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Como definir um teratógeno?

• Úteis para demonstrar em detalhes os mecanismos pelos quais


Estudos em ocorrem a patogênese;
animais • Padrão similar de anomalias em proles de diversas espécies;
• Teratogenicidade em humanos NÃO PODE SER DIRETAMENTE INFERIDA
com dados em animais.

• Estudo prospectivo de coorte em mulheres expostas a um teratógeno


potencial durante a gravidez, comparando com mulheres não
expostas. Teoricamente são os mais úteis e precisos na avaliação de
Estudos de riscos teratógenos.
coorte • Difíceis de serem realizados por questões éticas e porque precisa de
um n amostral grande e de uma avaliação longa o que os torna
caros.
• Poucos estudos grandes de coorte em teratologia humana

23 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Como definir um teratógeno?

• São estudos retrospectivos e são os mais usados na investigação de


teratógenos humanos potenciais;
• Os dados colhidos de registros médicos podem ser imprecisos pela
Estudos de variabilidade das informações registradas (tendenciosidade das
casos-controle lembrança);
• É mais difícil de avaliar retrospectivamente o momento da exposição;
• Efeitos teratógenos comuns como abortos precoces e padrões de
anomalias menores são improváveis de serem obtidos por este
método.

• Evidência fraca
Relatos de
• Maior parte dos teratógenos foi identificada originalmente assim
caso
• Isoladamente não provam nem refutam o efeito teratogênico

24 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Dica de leitura complementar!
Fatores de influência (clique aqui)

• Genótipo (parte da composição genética de uma célula e, portanto, de qualquer


indivíduo, que determina uma de suas características);
• Época de Exposição;
• Natureza dos Agentes;
• Dose.
Não há necessidade de intoxicação materna ( ) Verdadeiro
para que haja efeito teratogênico. Verdadeiro
( ) Falso
ou falso?
Embora a exposição materna a substâncias tóxicas possa aumentar o risco de efeitos
teratogênicos em um feto em desenvolvimento, NEM SEMPRE É NECESSÁRIO QUE OCORRA
INTOXICAÇÃO MATERNA PARA QUE HAJA EFEITO TERATOGÊNICO.

Algumas substâncias podem ser teratogênicas em doses muito baixas, mesmo que a mãe
não apresente sintomas de intoxicação. Além disso, alguns fatores genéticos podem tornar
um feto mais suscetível a efeitos teratogênicos mesmo em níveis baixos de exposição
materna.
25 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese
Classificação de substâncias teratogênicas

Agentes Ex.: Radiação.


físicos Radiações ionizantes podem aumentar taxa de mutação em
células germinativas comprometendo futuras gerações

Agentes
Ex.: zika vírus
biológicos

Bebê com
microcefalia

26 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Classificação de substâncias teratogênicas

A infecção pela Chikungunya na gestação não está relacionada


com efeito teratogênico (como no caso do Zika vírus), mas há relatos
de abortamento espontâneo associado a esse quadro. Verdadeiro ou
falso?

( ) Verdadeiro ( ) Falso

Abortamento espontâneo (também conhecido como aborto espontâneo ou perda


gestacional) pode ter diversas causas, incluindo FATORES GENÉTICOS, ANATÔMICOS,
INFECCIOSOS, HORMONAIS E IMUNOLÓGICOS, ENTRE OUTROS. Portanto, nem todos os
abortamentos espontâneos são causados por agentes teratogênicos.

27 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Classificação de substâncias teratogênicas
Ex.: Álcool.
O etanol é reconhecidamente o teratógeno mais utilizado em
nível mundial, sendo capaz de causar abortamentos, aumentar
Agentes
a taxa de natimortalidade e de disfunções no sistema nervoso
químicos
central. A exposição pré-natal ao álcool é responsável pelo
maior número de defeitos congênitos que poderiam ser
evitados.

Não há quantidade segura conhecida de álcool para


consumo durante a gravidez. Por essa razão, as autoridades
de saúde recomendam que as mulheres grávidas evitem
completamente o consumo de álcool. A exposição ao álcool
durante a gravidez pode levar à Síndrome Alcoólica Fetal
(SAF), que é uma das principais causas de atraso mental e de
outras complicações congênitas.

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28 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese
Mecanismos moleculares envolvidos na teratogênese
A teratogênese é o processo pelo qual os agentes teratogênicos, como drogas, produtos
químicos ou infecções, causam malformações congênitas em fetos em desenvolvimento. Os
mecanismos moleculares pelos quais esses agentes induzem teratogênese ainda não são
totalmente compreendidos, mas algumas das possíveis vias são:

Disrupção do Os agentes teratogênicos podem interferir com a


desenvolvimento do sinalização celular crítica, levando a malformações
embrião estruturais ou funcionais durante o desenvolvimento fetal.

Sinalização celular crítica envolve moléculas de


sinalização, como hormônios, fatores de crescimento e
neurotransmissores, que se ligam a receptores
específicos nas células-alvo, desencadeando uma
cascata de eventos bioquímicos intracelulares que
levam a uma resposta celular específica.

29 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Mecanismos moleculares envolvidos na teratogênese
Afetam a replicação e a transcrição, alterando assim o
desenvolvimento fetal normal. Isso pode ocorrer por meio
Danos ao DNA de mutações pontuais, que afetam a sequência de
nucleotídeos do DNA, ou por meio de grandes rearranjos
cromossômicos, como deleções ou translocações

A inflamação crônica pode levar a alterações no


ambiente uterino que afetam o desenvolvimento fetal,
Inflamação causando malformações congênitas. Isso pode ocorrer
devido a uma infecção materna crônica ou a uma
resposta inflamatória do sistema imunológico materno.

30 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Mecanismos moleculares envolvidos na teratogênese
A falta de nutrientes críticos durante a gravidez pode
levar a malformações congênitas.
Ex.:
• Deficiência de ácido fólico: A deficiência de ácido
fólico durante a gravidez pode levar a
Deficiência nutricional
malformações no tubo neural do feto, como a
espinha bífida e a anencefalia.
• Deficiência de zinco: A deficiência de zinco pode
levar a retardo no crescimento fetal e
malformações ósseas.

Ocorre quando há um desequilíbrio entre a produção de


radicais livres e a capacidade do organismo de
Estresse oxidativo neutralizá-los. Isso pode levar a danos celulares e afetar o
desenvolvimento fetal normal.

31 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


SIAT
A teratogênese é um processo complexo que envolve múltiplas vias moleculares e ainda é
objeto de estudo e pesquisa intensiva.
Não se pode afirmar com certeza que um fármaco é absolutamente seguro para ser usado
durante uma gestação.

Em muitos casos, falta comprovação de que certos medicamentos realmente não causam
danos ao feto. O fato de não haver estudos que associem o uso do fármaco a riscos para o
feto não significa que este risco não exista e venha a ser conhecido futuramente.

Retinóides
Talidomida Misoprostol
Sistêmicos

Dica de leitura complementar! (clique aqui)


32 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese
Misoprostol
Recém-nascidos de mulheres que fizeram uso de Misoprostol no primeiro trimestre apresentam
com maior frequência:
• Síndrome de Möbius (paralisia facial congênita). O misoprostol é usado no tratamento e
• Defeito do sistema límbico. prevenção de dor no estômago, para
• Constrição das extremidades em forma de anel. induzir o parto, para parar hemorragia
• Artrogriposis. uterina pós-parto e como abortivo.
• Hidrocefalia. Também é usado na medicina
• Haloprosencefalia. veterinária para proteção estomacal de
• Extrofia de bexiga animais.

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33 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese
Retinóides Sistêmicos
Atualmente estes congêneres da vitamina A são os mais potentes teratógenos conhecidos em
humanos. Os retinóides reduzem linhas de expressão e rugas, além de aumentarem a produção
de colágeno, o que promove maior firmeza da superfície cutânea.
Pode causar abortos espontâneos e variadas malformações congênitas graves no feto e atingir
a sua formação óssea, ocular, sistema nervoso central, cardíaca, renal, pulmonar impedindo
muitas vezes o seu desenvolvimento.

Dica de leitura complementar! (clique aqui)


34 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese
Teratogênese

Qual a relação entre teratogênese e teratoma?

Apesar de suas semelhanças no nome, TERATOGÊNESE E TERATOMA SÃO CONCEITOS


DIFERENTES.
Um teratoma é um tumor congênito (presente antes do nascimento) formado por diferentes
tipos de tecido.

Embora a teratogênese possa causar anomalias congênitas


que afetam vários órgãos ou tecidos, incluindo a formação de
tumores, ela NÃO ESTÁ DIRETAMENTE RELACIONADA AO
DESENVOLVIMENTO DE TERATOMAS.

Os teratomas são geralmente benignos, mas em alguns casos


podem ser malignos. O tratamento envolve a remoção
cirúrgica completa do tumor.

35 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Dica de leitura complementar!
Mutagênese (clique aqui)

Definição:
• A mutagênese é um processo que envolve a alteração do material genético de um
organismo.
• É uma alteração súbita do material genético e pode ser transmitida à descendência,
dependendo da linhagem celular em que ocorra.
• São eventos raros que ocorrem espontaneamente e ao acaso.

Como saber se
uma mutação será
transmitida à
descendência?

36 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Mutagênese
Embora a replicação do DNA seja um processo extremamente rígido com
relação aos mecanismos de controle de sua fidelidade (normalmente uma
molécula de DNA é copiada com menos de um erro em 10^9 nucleotídeos), o
nível de erros pode ser aumentado por características específicas de certas
sequências de DNA.
Mutações
pontuais São favorecidas, por exemplo, pela presença de citosinas metiladas.

Citosinas metiladas são citosinas modificadas quimicamente pela adição de um grupo metil
(-CH3) na posição 5, e essa modificação pode afetar a atividade do gene e a expressão do
DNA.
Essa modificação química pode afetar a atividade do gene e a expressão do DNA,
além de estar envolvida em vários processos biológicos, como diferenciação celular,
imprinting genômico e supressão de tumores. É um processo epigenético que pode ser
transmitido de uma célula para outra e de uma geração para a seguinte.
37 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese
Mutagênese: Tipos
Mutações pontuais

Transcrição Transversão

A classe mais Menos frequente


comum é aquela e implica a
em que uma purina substituição de
é substituída por uma purina por
outra ou uma uma pirimidina ou
pirimidina por vice-versa.
outra.

Quais os pares • A - Adenina; A T


de bases do • T - Timina;
DNA? • C - Citosina; C G
• G - Guanina.

38 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Mutagênese: Tipos
Resultam da exposição dos organismos a agentes físicos e químicos, ou
Mutações
ainda da ação de elementos genéticos de transposição endógenos,
induzidas
que causam mudanças no DNA.

39 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Mutagênese: Tipos

Fertilização in vitro é um exemplo de mutagênese induzida?

A fertilização in vitro NÃO É CONSIDERADA UM EXEMPLO DE MUTAGÊNESE INDUZIDA,


pois a mutagênese refere-se a mudanças ou alterações no material genético,
enquanto a fertilização in vitro é um procedimento que ocorre antes da formação do
material genético do embrião.

E o diagnóstico genético pré-implantacional (PGD)?

O PGD NÃO ESTÁ DIRETAMENTE RELACIONADO À MUTAGÊNESE. O PGD é uma


técnica utilizada para identificar doenças genéticas específicas em embriões,
antes da implantação no útero da mãe.

40 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Aberrações cromossômicas
Alterações no número ou na estrutura dos cromossomos que afetam a
Estruturais e organização do material genético dentro do núcleo celular. Essas alterações
numéricas podem ser causadas por erros durante a divisão celular, radiação, produtos
químicos, mutações genéticas ou outros fatores.

Estruturais
1.Deleções: perda de um segmento do
cromossomo.

2.Inversões: uma porção do cromossomo é


invertida em sua orientação.

3.Translocações: uma porção do cromossomo se


rompe e se une a outro cromossomo.

4.Duplicações: presença de um segmento extra


de um cromossomo.
41 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese
Cromossomo Philadelphia
O cromossomo Philadelphia é uma aberração cromossômica específica encontrada em alguns
tipos de leucemia mieloide crônica (LMC) e em uma forma rara de leucemia aguda
linfoblástica (LAL).

Dica de leitura complementar!


(clique aqui)

42 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Aberrações cromossômicas
Numéricas

1. Aneuploidia: é a presença de um número anormal de cromossomos em uma célula ou


organismo. Pode ocorrer devido a uma não-disjunção durante a meiose, resultando em
gametas com um número anormal de cromossomos. A trissomia do cromossomo 21, que
causa a síndrome de Down, é um exemplo de aneuploidia.

2. Poliploidia: é a presença de mais de dois conjuntos de cromossomos em uma célula ou


organismo. É comum em plantas, mas rara em animais.

43 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Mecanismos moleculares envolvidos na mutagênese
Existem diversos mecanismos moleculares envolvidos na mutagênese, que
podem ser divididos em duas categorias principais: mutagênese espontânea e
mutagênese induzida.
A mutagênese espontânea ocorre devido a
erros naturais que acontecem durante o
processo de replicação do DNA ou devido a
danos causados por radicais livres, radiação
natural ou outros processos químicos que
ocorrem dentro da célula.
A mutagênese induzida, por outro
lado, é causada por agentes Leitura obrigatória:
externos que podem danificar o cap. 1.7 (pág. 85 no
DNA ou interferir no processo de pdf)
replicação do material genético.

44 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Dica de leitura complementar!
Mutagênese (clique aqui)

Qual a relação entre alimentos transgênicos e mutagênese?

A relação entre alimentos transgênicos e mutagênese é que OS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS


SÃO CRIADOS POR MEIO DE TÉCNICAS DE ENGENHARIA GENÉTICA, QUE PODEM ENVOLVER A
MANIPULAÇÃO DIRETA DO MATERIAL GENÉTICO, MAS NEM SEMPRE RESULTAM EM MUTAÇÕES.

A mutagênese, por outro lado, é um processo que envolve alterações no material genético
que podem ocorrer naturalmente ou por exposição a agentes mutagênicos.

• Melancias sem sementes


• Tomates resistentes a doenças;
• Canola com óleos mais saudáveis em sua composição;
• Peras resistentes a doenças;
• Algodão tolerante ao calor e desenvolvimento precoce.

45 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese


Dica de leitura complementar!
Mutagênese (clique aqui)

Dica de vídeo: mutagênese


ambiental (clique aqui!)
46 Toxicidade crônica: carcinogênese, teratogênese e mutagênese
Dúvidas?
Grupo do Telegram da disciplina (+55 85 998429806)
E-mail: engfernanda.smoreira@gmail.com
Whatsapp: +55 85 998429806

Jaru – RO
28 de abril de 2023

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