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Avaliação de Risco em

Toxicologia

Prof.ª Ms. Juliana Rodrigues Santana


Bióloga/Mestre em Agroecossistemas Amazônicos
Doutoranda em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente
Princípio da precaução e os riscos químicos
Todo nosso organismo, inclusive o meio ambiente estão sujeitos a riscos que determinadas
substâncias químicas podem causar.

Desde 1997, estudos já apontavam vinham sendo colocados no mercado, a cada ano,
entre mil e duas mil novas substâncias, e que este quadro tenderia a crescer devido as
inovações tecnológicas na área química.

Novos métodos foram elaborados de


avaliação de risco para prevenir, planejar e
alertar quanto aos prováveis riscos
existentes (princípio da precaução).
Avaliação de risco
• Precaução sugere cuidados antecipados, cautela para que uma atitude ou ação não
venha a concretizar-se ou a resultar em efeitos indesejáveis.

O processo de avaliação do risco se desenvolveu durante a década de 1970 em virtude da


necessidade de as agências regulatórias estabelecerem níveis de tolerância e níveis de risco
aceitável para exposição humana a substâncias.

A preocupação inicial era com risco de câncer.


Subsequentemente o processo passou a ser aplicado a outros efeitos.

Avaliação de risco baseia-se em PROBABILIDADES


Avaliação de risco

Com bases nas estatísticas


(nº de casos novos, nº de
leitos, nº de mortes)

Ocorre a liberação para o


retorno das atividades
diárias normalmente.
Avaliação de risco
Existem 02 tipos de avaliação de risco:

• Substâncias químicas que são possíveis estabelecer limites seguros; Consegue-se


estabelecer um limite de segurança.
(Não causam danos ao material genético)

• Efeitos sem limites seguros – mutagênicas, carcinogênicas, teratogênicas


(Causam danos ao material genético - variável em cada indivíduo - e não é possível
estabelecer um limite seguro)

É possível estabelecer limite seguro para maioria das substâncias químicas


que estamos expostos no cotidiano.
Avaliação de risco
Caracterização científica e sistemática dos potenciais efeitos adversos à saúde
resultantes da exposição humana a agente sou situações perigosas.

Risco
Definido como a probabilidade de ocorrer um efeito adverso sob condições específicas;

Gerenciamento de risco
Refere-se ao processo de tomada de decisões politicas para controlar situações perigosas.
Objetivos da Avaliação de Risco
➢Balancear riscos e benefícios
Ex., medicamentos, praguicidas.

• Estabelecer níveis de risco


Ex., contaminantes em alimentos, poluentes no ambiente.

• Estabelecer bases científicas para as ações de agências regulatórias,


indústrias, organizações ambientais e de consumidores
Fases da Avaliação de risco

Identificação do perigo Caracterização do risco Controle do risco

• Testes epidemiológicos • Potência da substância • Informação


• Testes toxicológicos • Exposição da pessoas • Legislação
• Análise estrutura • Susceptibilidade da • Substituição
atividade população (de outra subst. que está no mercado
(crianças, idosos, venda restrita ou não)
e é mais tóxica)
(testes computacionais)
Condições para aceitação do risco
Adequação e
Benefícios adquiridos disponibilidade de outras Extensão de seu uso
pelo uso da substância substâncias químicas pelo público
química para o mesmo uso

Considerações de Efeitos sobre a Conservação de fontes


ordem econômica qualidade ambiental naturais
Condições para aceitação do risco
Benefícios adquiridos pelo uso da substância química

Ex. Desinfetante eficaz contra o vírus (benefício: proteção da população)

Benefício da redução do enjoo para gestantes não “compensa” o risco


do efeito teratogênico devido ao uso da talidomida

Quando o benefício não é vantajoso, a substancia deve ser Precariedade na avaliação toxicológica.!
retirada do mercado ou substituída.

Adequação e disponibilidade de outras substâncias químicas para o mesmo uso

Já tem substância para esse uso?


Tem necessidade de implementação de mais uma substancia química no mercado para a mesma finalidade?
Condições para aceitação do risco
Extensão de seu uso pelo público
Quantas pessoas irão utilizar a substância a ser liberada?

Terá uso restrito em ambiente hospitalar?

Será de venda livre em farmácia? Supermercados?

Terá exposição de crianças, idosos, gestantes?

Considerações de ordem econômica

Substâncias que já foram avaliados seus níveis de


toxicidade, entretanto, continua sua utilização.
Custo! Preço acessível.
Condições para aceitação do risco
Efeitos sobre a qualidade ambiental
Atualmente, para a liberação e uma sustância química, existe a preocupação ambiental, o
que anteriormente não era tão evidente.

Atualmente, todos os órgãos de legislação tem a preocupação com os impactos ambientais

Conservação de fontes naturais

Preocupação com impactos ambiental e preservação das fontes


naturais.

Quais os impactos dessa substância para a comunidade aquática?


Padrões de segurança para a exposição humana ás
substâncias químicas
Testes toxicológicos (realizados em animais) são fundamentais para determinar um padrão
de segurança para extrapolar esse padrão obtidos em animais para humanos.

• Testes em humanos apenas medicamentos e vacinas;


• Testes em animais substâncias químicas (praguicidas, produtos de limpezas, etc.)

Como é realizado o cálculo do padrão de segurança?


Padrões de segurança para a exposição humana ás
substâncias químicas
Dose de referência (RfD) = dose que a população pode estar exposta durante toda a vida
sem que haja risco de aparecimento de efeito nocivo. PS
=
Padrões de
Ingestão diária aceitável (IDA) = quantidade diária que se pode ingerir sem que haja risco Segurança
de aparecimento de efeito nocivo

NOAEL ou LOAEL
IDA ou RFD =
FI (Fator de incerteza)

Atenção! Quando o NOAEL não está disponível, ou seja a 1ª dose


já apresenta efeito, usa-se o LOAEL e divide-se por um FS maior.
Sempre que houver necessidade de calcular o Padrão de
Segurança de uma substância, é necessário testes para
determinação de NOAEL?
Sempre que houver necessidade de calcular o Padrão de
Segurança de uma substância, é necessário testes para
determinação de NOAEL?
Primeiro passo é pesquisar informações em banco de dados científicos, visando identificar
pesquisas que já determinaram o NOAEL da substância em questão.

Levantamento bibliográfico

Utilizar como base, menor índice de NOAEL publicado cientificamente


Quais são os fatores de incertezas?
1. Qualidade dos dados toxicológicos disponíveis;
(Dados publicados são confiáveis, quantas doses foram avaliadas?)
Se os dados não forem
2. Existência de dados em humanos e sua qualidade; confiáveis, maior será
os fatores de incertezas
3. Tipo de população a proteger;
(Medicamento utilizado apenas para uma população especifica, ex. idosos);

4. Variabilidade da resposta interespécie e intraespécie.


(O NOAEL foi feito para a mesma espécie de animal e dentro da espécie foi determinado para machos e fêmeas)

50
PS=______________ 50
= 0,005 mg/Kg/dia
10x10x10x10 10.000
Valores Limitantes
Valores limitantes do padrão de segurança, são determinados por dados:

Dados Dados
Dados Clínicos Epidemiológicos
Experimentais

NOAEL
(Aplicação)
Fatores de Incerteza
Limite adotado é a
legislação propriamente dita Limite Toxicológico
(Padrão de segurança)

Fatores extra científicos


(econômico, políticos, etc.)

Limite Adotado
Quem faz as avaliações toxicológicas e avaliações de risco?
Diversos Comitês

Publicam informações sobre NOAEL de diversas substâncias químicas.

• OMS (Organização Mundial da Saúde);

• Joint FAO/WHO Expert Committee on Food


Additives (JECFA) on Pesticide Residues (JMPR)
(Comitês de especialistas em aditivos em Alimentos e Resíduos de praguicidas)

• FDA (Agência federal do Departamento de Saúde e


Serviços Humanos dos EUA);

• IARC (Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer);


Avaliações da Toxicidade para efeitos carcinogênicos,
mutagênicos e Teratogênicos
Para substancias químicas com efeitos carcinogênicos, mutagênicos e teratogênicos, não
é possível avaliar o risco, ou seja, não é possível estipular o limite de segurança.

Nesse caso, aceita determinado risco!


1 caso em 1 milhão de pessoas!

Aceita a liberação no mercado da substância que ocasiona efeitos, baseado em risco e frequência!

Estudos científicos não reconhece limites seguros para a exposição do trabalhador aos
agentes cancerígenos, mutagênicos e teratogênicos.
Pesquisa com animais
Origem: Grécia Antiga

Objetivo: Entender o funcionamento de órgãos e sistemas do corpo humano e aprimorar


técnicas cirúrgicas

Debate sobre o uso de animais

Grau de Sofrimento dos Animais

Atualmente existe debates de cunho Social Científico Ético


Invasão ao Instituto Royal em 2013
Invasão do Instituto Royal (SP) por ativistas que
julgavam que os testes não deveriam ser conduzidos
em animais e soltaram os animais
Será que os ativistas estavam corretos?
Será que a ciência teria avanços de outra forma?

Ciência está caminhando para a substituição de testes em


animais, entretanto, até o momento ainda é o recurso
mais utilizado.

Invasão: Perda de dados em andamento e


recursos de agencias de fomento
Pesquisa com animais
VANTAGENS:

• Desenvolvimento de vacinas

• Desenvolvimento de medicamentos para uso humano e veterinário;

• Desenvolvimento de rações;

• Proteção ambiental
(produtos químicos são testados
para determinar seus efeitos nos ecossistemas)
Pesquisa com animais
DESVANTAGENS:

Testes causam sofrimento e transtornos


psicológicos nos animais;

Nem sempre os resultados obtidos em animais


são semelhantes em humanos;

Há modelos capazes de substituir a


experimentação animal
Bons Estudos!!

“O pessimista reclama do vento,


O Otimista espera que ele mude,
O realista ajusta as velas!”

Prof.ª Ms. Juliana Rodrigues Santana


E-mail: juliana.santana@unicentro.ro.edu.br

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