Você está na página 1de 23

MESTRADO EM QUALIDADE ALIMENTAR E SAÚDE

Faculdade de Farmácia de Lisboa


Cristina Carvalho
PARADIGMA Formulação do Problema
DA
AVALIAÇÃO
DO RISCO
Identificação do(s) Perigo(s)
• identificação de efeitos
adversos na saúde:
-estudos humanos
-estudos toxicológicos em
animais
Avaliação da Exposição -estudos in vitro
• níveis da substância no -relações estrutura - actividade
alimento e dieta
• quantidade de alimento
consumido
• ingestão individual
(max/min, regular/ocasional) Caraterização do(s) Perigo(s)
• ingestão em grupos • seleção de um conjunto de
populacionais especiais dados importantes
• modo/mecanismo de ação
• variabilidade cinética
• variabilidade dinâmica
• dose - resposta para efeito
crítico
• extrapolação de dados
• identificação do ponto de
partida

Caraterização do Risco

Re -avaliação causada por


dados novos da Avaliação da
Exposição ou
Identificação/Caraterização
do Perigo

Cristina Carvalho Aconselhamento aos Gestores do Risco 2


Cristina Carvalho 3
Químicos não genotóxicos

RFD=*POD (NOAEL, BMD, LOAEL )


/UFAxUFH
*Point of Departure

Adaptado de “Toxicokinetics and Risk Assessment”, 2006


Cristina Carvalho 4
Toxico Toxico
cinética cinética
AK –UF HD- UF
Diferenças 4,0 3,2 Variabilidade
inter interindividual
espécies
Toxico Toxico
dinâmica
dinâmica HK- UF
AD-UF
3,2
2,5
Adaptado de “Toxicokinetics and Risk Assessment”, 2006

Cristina Carvalho 5
Cristina Carvalho
6
“Taking risks is a part of life but humans are unique in
the sense that we frequently ignore high risks taken
voluntarily but become terribly concerned, agitated,
hostile, and even totally irrational about small, seemingly
insignificant risks, particularly if these are being
imposed upon us by some other group, frequently a
regulatory agency.”

“Risk assessment is an instrument of social compromise,


providing numerical answers in the face of vast scientific
uncertainties”.
It is not designed to reflect scientific truths, but to bring a
semblance of order to the chaos, permitting regulatory agencies
to ease the tension between popular demands and scientific
uncertainties.”
Donald Ecobichon, The Basis of Toxicity Testing

Cristina Carvalho 7
Risk Assessment

Scientific process by which one attempts to characterize in as a


quantitative manner as data permits, the dose(exposure)-response
curve in humans to provide scientific support for management
decisions designed to decrease risks from exposures to agents.

It is IMPORTANT the utilization of the best available toxicity


data base to predict any risk to the health of general population.

Donald Ecobichon, The Basis of Toxicity Testing

Cristina Carvalho 8
Estimativa do ADD (average daily dose)ou MDD (maximum
daily dose) expressa em mg/kg/dia
ADD=C×CR/BW
C- conc. do químico,
CR-Concentration rate ou quantidade do químico recebida na exposição (ingestão, inalação
etc) diária
BW- body weight ou peso corporal

Comparação com o RfD, ADI ou TDI.

Cristina Carvalho 9
Cristina Carvalho 10
Índice de Risco

IR = ADD
TDI Ou IR=MDD/TDI

Concentração de X Hg no Quantidade de alimento


peixe
x
peixe
alimento
ingerido
ing ((µg/kg)
µg/kg) ingerido por dia (kg/dia)
Ingestão estimada
=
de tox
Hg (µg/kg pc/dia)
Peso
Peso corporal
corporal (Kg
(Kg pc)
pc)

ADD = ingestão diária média (µg tóxico /Kg peso corporal /dia)
TDI = ingestão diária tolerável (µg tóxico /Kg peso corporal /dia)

Cristina Carvalho 11
MARGEM DE SEGURANÇA

•Químicos não genotóxicos

• MOS ou MOE=NOAEL/MDD

MOS-margem de seguranca (MDD é determinado)

e MOE~margem de exposição (MDD é estimado)

➢Se MOS ou MOE forem < que 100 pode haver risco de
exposição

Cristina Carvalho
12
Cálculo da dose média de exposição ao longo da vida (LADD)

LADD=(C × CR × AF × ED) /(BW × LT)


C- conc. do químico,
CR- exposição ( ingestão,inalação etc)diária
AF- Absorption factor ou fator de absorção
ED- exposure duration ou tempo médio da exposição (dias)
LADD-(life time average daily dose) mg/kg/dia
LT- expected life-time ; 70 anos (25.550dias)

Cristina Carvalho 13
Para exposições muito reduzidas deve comparar-se com TTC (threshold of
toxicological concern) – a quantidade que depois de ingerida não levará a efeitos
tóxicos para a grande maioria dos químicos.

Agentes genotóxicos exposições abaixo de 0,15 µg/dia (0,0025µg/kg-peso


corporal/dia) risco negligenciável.

Agentes não genotóxicos exposições abaixo de 1,5µg/dia (0,025µg/kg-peso


corporal/dia) risco negligenciável.

Cristina Carvalho 14
Incertezas resultantes do processo de avaliação da exposição e
caraterização dos perigos

➢ Especificações deficientes das condições de exposição do grupo a


risco ou do grupo experimental (concentração, duração, via de
exposição);
➢ Exposição múltipla a químicos potencialmente tóxicos;
➢ Diferenças na idade da 1ª exposição;
➢ Diferenças nos estilos de vida (hábito de fumar, ingestão de álcool);
➢ Interação do tóxico com outro agente.

Cristina Carvalho 15
Incertezas resultantes do processo de avaliação da exposição e
caraterização dos perigos

➢ Diferenças na toxicocinética e/ou toxicodinâmica entre as espécies


➢ Extrapolações de altas para baixas doses
➢ Uso de estudos experimentais envolvendo uma via de exposição
inapropriada
➢ Grupos controlo insuficientes

Cristina Carvalho 16
Químicos não genotóxicos
Cálculo do Índice de Risco

IR=ADD/RfD
O Numerador pode ser ADD ou MDD
O Denominador pode ser RfD, ADI ou TDI
Existe um risco potencial para valores da fração > 1

Cristina Carvalho 17
Químicos genotóxicos

IR =q xLADD
q-declive da reta na região sub-experimental

Risco potencial para valores de


IR superiores a 10-4

Cristina Carvalho 18
MOE ou MOS=NOAEL/ADD
O numerador pode ser outro ponto de partida experimental (POD)
como BMD, BMDL10 ou TD25.

MOE- margem de exposição (ADD é estimado)


MOS- margem de segurança (ADD é determinado)

Cristina Carvalho 19
 A informação (aconselhamento) dada aos gestores
do risco pode ser quantitativa ou qualitativa. Isso
vai depender da formulação do problema, da
disponibilidade de dados e da natureza do
composto ou substância.

Cristina Carvalho 20
Formas de aconselhamento quantitativo:
 estimativa dos riscos associados a diferentes níveis de
exposição (ex: para um contaminante inevitável);
 proposta de um valor baseada em conhecimentos de
saúde (ex: aditivos, pesticidas, drogas de uso veterinário
ou outros contaminantes evitáveis);
 indicação da margem de exposição, calculada através da
razão entre o NOAEL obtido em estudos experimentais
ou epidemiológicos e a quantidade estimada de
ingestão/exposição humana;
 indicação da margem de segurança calculada com base
na razão do valor de NOAEL e a ingestão/exposição
actual da população humana;
 recomendação de valores de ingestão mínima e máxima
(ex: vitaminas, minerais e outros nutrientes).
Cristina Carvalho 21
Formas de aconselhamento qualitativo:

 atribuição da classificação “ADI not specified”; isto


significa que por exemplo a adição de um aditivo ao
alimento produzido com base nas GMPs não necessita
ser restringida devido à ausência de evidência de
toxicidade mesmo em doses elevadas;
 a aprovação poderá ser específica para um uso, ou seja,
a substância é considerada segura no contexto da
ingestão que é estimada para usos específicos (um ou
vários) o que acontece por exemplo para vitaminas,
minerais ou aditivos;
 indicação para evitar certos alimentos (ex: frutos secos
contaminados com aflatoxinas de determinada
proveniência);
Cristina Carvalho 22
Formas de aconselhamento qualitativo:

 indicação para evitar certos processos (ex: o uso de


óxido de etileno para esterilizar especiarias);
 modificação de processos de produção (ex: utilização de
um método de produção diferente para obter proteína
vegetal hidrolisada para evitar a formação de
cloropropanóis);
 minimização da exposição para valores tão baixos
quanto possível (ex: contaminantes tóxicos inevitáveis);
 redução da ingestão (ex: certos tipos de gordura);
 indicação para reduzir ou evitar ingestão por certos
sectores da população (ex: suplementos de fígado e
vitamina A a evitar por mulheres grávidas).
Cristina Carvalho 23

Você também pode gostar