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INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CACOAL

FANORTE

TOXICOLOGIA
AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE – ENSAIOS TOXICOLÓGICOS

Profº Dr. André Tomaz Terra Júnior


AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 ENSAIOS TOXICOLÓGICOS:
• Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos adversos causados pela interação entre as
substâncias químicas e os organismos vivos ou sistemas biológicos.

• Avalia a probabilidade da ocorrência de efeitos adversos devido a exposição a determinada


substância e em quais condições ela pode causar danos.

• Sempre que for lançado um novo produto que terá contato direto com o homem –
Medicamento, Agrotóxico, Aditivos alimentares etc., devem ser realizados estudos para predizer
quais os riscos toxicológicos dessa nova substância terá com a interação com o organismo
humano – AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 ENSAIOS TOXICOLÓGICOS:
• Desde de sempre os Animais têm sido utilizados como modelos vivos para avaliar o Risco
Toxicológico de diversas substâncias e medicamentos.

• Estes experimentos são conhecidos como Estudos Toxicológicos in vivo – causa morte e
sofrimento de um grande número de animais.

• 1876 – Ato de Crueldade contra Animais (Cruelty to Animals Act).

• Pesquisadores teriam que respeitar o programa 3R´s – Reduction, Refine, Replace – Reduzir,
Refinar e Substituir.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 ENSAIOS TOXICOLÓGICOS:
• 1959 – William M.S. Russell e Rex L. Burch  publicaram um livro estabelecendo o princípio
dos “3 Rs” (Replace, Reduce e Refine) para a pesquisa utilizando animais, racionalizando
recursos e humanizando cuidados.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 ENSAIOS TOXICOLÓGICOS:
• 3R’s – principal objetivo Reduzir o número de animas empregados em pesquisas, buscar o
Refinamento de técnicas que permitam diminuir o sofrimento dos animais e Substituir animais por
Estudos in vitro (BΦs, Fungos, Enzimas, Proteínas, Culturas celulares).

• Estudos in vitro – permitem limitar o número das variáveis experimentais, sua execução é mais
simples e mais rápida que a do Teste in vivo e podem substituir os animais ou, ao menos, servirem
como um estudo precedente ao Teste in vivo.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 ENSAIOS TOXICOLÓGICOS:
• Ensaios toxicológicos – são feitos para determinar os níveis de ingestão das substâncias que não
causem dano ao ser humano – Determinação de um nível de ingestão diária (IDA – Ingestão Diária
Aceitável) de um composto químico (Aditivos alimentares, Resíduos de pesticidas, Contaminantes
de alimentos), que podem ser consumidos com segurança, não causando risco aos seres humanos.
• Antes da determinação da IDA, é necessário que seja estabelecido o Nível de Ingestão Abaixo do
qual o Efeito Toxicológico não observado (NOAEL – No observed adverse effect level).
IDA = NOAEL / FATOR DE SEGURANÇA

Fator de segurança = 100 podendo ser ↑ ou ↓ dependendo da substância


AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 ENSAIOS TOXICOLÓGICOS:
• Determinação do Fator de segurança – devido a diversos fatores que influenciam na toxicidade de
uma substância e o dano que a mesma pode causar ao ser humano.
• Fatores do sistema biológico – Idade, Peso corpóreo, Temperatura, Estado nutricional e
patológico, Fatores genéticos.
• Características da substância – Forma e Tamanho das partículas, Concentração ingerida,
Afinidade, Solubilidade, Sensibilidade da substância no tecido ou organismo humano....

• Determinação de NOAEL – Testes toxicológicos – Estudo de toxicidade Aguda, Subcrônica e


Crônica, Genotoxicidade, Carcinogenicidade, Imunotoxicidade, reprodução entre outros
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 FINALIDADES:
• Fornecer dados que possam ser utilizados para Avaliação do risco do uso de substâncias
químicas para o homem e estabelecer limites de segurança na exposição aos agentes químicos.

 Quais substâncias devem ser avaliadas?

• Substâncias que pretendem ser comercializadas;

• Provável produção e emprego;

• Potencial de acumular no meio ambiente;

• Exposição (Tipo e magnitude) das populações.


AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 TODA SUBSTÂNCIA PODE SER CONSIDERADA UM AGENTE TÓXICO?


• Condições de exposição
• Tempo
• Via de absorção
• Frequência
• Concentração (dose)

 É necessário conhecer as condições de uso seguro de substâncias químicas para a saúde humana e
ambiental.
TODA SUBSTÂNCIA PODE SER TÓXICA
X
TODA SUBSTÂNCIA TEM SER USADA DE FORMA SEGURA
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DE UMA SUBSTÂNCIA
• Caracterização qualitativa e quantitativa do potencial de efeitos adversos causados à saúde
causados pela exposição a uma determinada substância;
• Deve ser composta pela identificação do seu perigo e da avaliação da dose-resposta.

• Identificação do perigo
• Processo que tenta reconhecer se a exposição a determinado AT pode estar relacionada ao
↑Incidência de determinado efeito adverso.

• Avaliação Dose – Resposta


• Processo de vincular, quantitativamente, a informação da Toxicidade (Incidência do efeito
adverso à saúde na população exposta) e a caracterização da relação entre a Dose de AT
administrada ou recebida com o aparecimento do Efeito adverso.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

“ Toda substância, segundo a Toxicologia pode ser considerada um Agente Tóxico,


dependendo das condições de exposição.”

 AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE  compreende a análise de dados toxicológicos de uma substância ou


um composto químico com o objetivo de classificá-lo Toxicologicamente e, ao mesmo tempo, fornecer
informação a respeito da forma concreta de sua utilização, bem com estabelecer medidas preventivas
e curativas quanto ao uso inadequado ou em casos de acidentes.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 PARÂMETROS DETERMINADOS NA AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE:
• Curva dose/resposta
• Estudos de Toxicidade Aguda / Sub-Crônica / Crônica
• Estudos de Mutagênese e Carcinogênese
• Estudos de Reprodução e Teratogênese
• Estudos de Toxicocinética
• Estudos Epidemiológicos
• Extrapolação para o homem (Fatores de segurança)

 ESTABELECER O RISCO  probabilidade do efeito nocivo ocorrer sob determinadas condições.

RISCO= Toxicidade x Condições de Exposição


AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

• PARÂMETROS DETERMINADOS NA AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE:


• Perigo  Capacidade da substância causar um efeito adverso

• Risco  Probabilidade de ocorrência de Perigo

• É um processo sistemático através do qual o Perigo, a Exposição e o Risco são identificados e


quantificados;

• Avaliando os resultados, tal como benefício para a sociedade, ocorre uma tomada de decisão a
fim de minimizar o Risco ao homem.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 HISTÓRICO:
• 1940 – 1950 – Conferência Americana estabelece níveis de exposições toleráveis aos
trabalhadores;

• 1954 – FDA publica a IDA (Ingestão Diária Aceitável) – quantidade de algum Agente químico
presente no alimento que pode ser ingerido sem provocar riscos;

• 1958 – Lei norte americana que proíbe a adição de substâncias carcinogênicas em alimentos;

• 1970 – Surge a Avaliação do Risco, a partir daqui o Brasil se enquadra.


AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 FATORES QUE INFLUENCIAM NA TOXICIDADE:  COMO AVALIAR UM RISCO?


• Relacionados ao Agente Tóxico • Etapas:
• Relacionados à exposição • Identificação do perigo
• Inerentes ao organismo • Caracterização do perigo
• Ambientais • Avaliação da exposição
• Caracterização do risco

RISCO= Toxicidade x Condições de Exposição


AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 IDENTIFICAÇÃO DE UM PERIGO:
• Trata-se da Avaliação da Toxicidade
• Estudo com Animais
 CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DO RISCO:
• Estudo com Humanos
• Integração dos dados obtidos nas etapas anteriores;
• Caracteriza-se aqui os Efeitos adversos
• Avaliar a importância social do risco;
• Caracterização do Risco mínimo ou aceitável;
 CARACTERIZAÇÃO DO PERIGO:
• Buscar alternativas para ↓Risco;
• Avaliação da dose-resposta
• Análise de fatores políticos e econômicos.
• Seu objetivo é quantificar o Perigo
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

• CARCINOGÊNESE  processo no qual as células normais se transformam em células cancerígenas, no


processo de formação do Câncer. Esse processo acontece lentamente, podendo levar vários anos até
que uma célula cancerosa prolifere e dê origem a um tumor visível.

• TERATOGÊNESE  capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez. Estes danos
podem se refletir como Perda da gestação, Malformações ou Alterações funcionais (Restrição de
crescimento) ou Distúrbios neurocomportamentais (Retardo mental).
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 RELAÇÃO DOSE x EFEITO E DOSE x RESPOSTA


• Efeito – Alteração biológica
• Resposta – Proporção de uma população que manifesta um efeito definido
• Relação entre a concentração exposta AT e os Efeitos tóxicos observados

• Estudos de DL50  Dose que pode levar a morte 50% de uma população em condições
experimentais

• Suposições – Relação Dose/Efeito e Dose/Resposta:


• Interação do Agente químico com um sítio molecular ou receptor
• Grau do efeito tem relação com a concentração do agente químico no sítio ativo
• Concentração no sítio está relacionada com a Dose administrada
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 RELAÇÃO DOSE x EFEITO E DOSE x RESPOSTA

n DL50
100 %
• A partir da DL50 é possível estabelecer a dose limite
• Dose mínima necessária para produzir uma
resposta detectável em uma população teste.

50 %
Categoria DL 50 VO –
(CE) Ratos (mg/Kg)
Muito Tóxico < 25
Tóxico 25 – 200
-1 0 1 2 DL 3 4
50 Nocivo 200 – 2000
Log dose
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

METODOLOGIA TOXICOLÓGICA LEGISLAÇÃO


• Análise de dados Toxicológicos  Testes
• Classificação Toxicológica;
• Fornecer informação a respeito da forma correta de seu emprego;
• Estabelecer medidas preventivas e curativas quando do uso
inadequado.

ENSAIOS TOXICOLÓGICOS
DECISÕES
TOXICOLÓGICAS

INFORMAÇÃO ADEQUADA

INTERPRETAÇÃO
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

Identificação do composto Caracterização Química

REA Revisão da Literatura

Estudos de Toxicidade Reprodução


in vitro Teratogenicidade

TOXICIDADE AGUDA Toxicidade Toxicidade Crônica


Sub-Crônica

Mutagenicidade
Toxicocinética Oncogenicidade
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 RELAÇÃO DOSE x EFEITO E DOSE x RESPOSTA
• TESTE DE DOSE FIXA
• Substância a ser testada é administrada em um animal em uma Dose específica.
• Recomenda-se 10 animais (5 fêmeas e 5 machos)
• Ex – Dose de 500mg/Kg – Aguarda 14 dias em observação
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 RELAÇÃO DOSE x EFEITO E DOSE x RESPOSTA
• TESTE DE DOSE FIXA
• Resultados
• Se não houver sinais de toxicidade a substância não será classificada nas categorias
mencionadas – será considerada ATÓXICA
• Se houver manifestações de Toxicidade sem morte, será classificada como NOCIVA
• Se houver morte procede novo teste com dose de 50mg/Kg
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 RELAÇÃO DOSE x EFEITO E DOSE x RESPOSTA
• TESTE DE DOSE FIXA
• Resultados
• Se houver sinais de toxicidade sem morte na dose 50mg/Kg será considerada TÓXICA
• Se houver morte com esta dose, testa-se a dose de 5mg/Kg
• Caso apresente sinais de toxicidade nesta nova dose será considerado MUITO TÓXICA.
• Se não houver sinais de toxicidade com a dose 500mg/Kg é necessário que faça o teste
na dose de 2000mg/Kg para avaliação total de riscos – será considerada ATÓXICA.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 RELAÇÃO DOSE x EFEITO E DOSE x RESPOSTA


 TESTE DE DOSE FIXA
• Vantagens:
• Utiliza pequeno número de animais – 10
• Não há necessidade de morte  minimiza o sofrimento
Avaliação de Toxicidade
 RELAÇÃO DOSE/EFEITO E DOSE/ RESPOSTA
• PROCEDIMENTO  10 animais (5 machos e 5 fêmeas).

• Administrar dose oral de 500 mg/Kg.


• Etapa 1: • Não houve sinais de Toxicidade  Substância não é classificada em nenhuma categoria – ATÓXICA.
• Houve manifestação de Toxicidade sem morte  Classificar como substância NOCIVA.
• Se houver morte  Realizar a Etapa 2.

• Administrar dose oral de 50 mg/Kg.


• Etapa 2:
• Houve manifestação de Toxicidade sem morte  Classificar como TÓXICA.
• Houve morte  Realizar a Etapa 3.

• Etapa 3: • Administrar dose oral de 5 mg/Kg.


• Houve manifestação de Toxicidade e/ou Morte  Classificada como MUITO TÓXICA.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 RELAÇÃO DOSE x EFEITO E DOSE x RESPOSTA
• TESTE DE DOSE FIXA
10 animais na dose de 500mg/kg

Com Morte Sem Toxicidade

Não é classificado
10 animais na dose de 50mg/kg Com Toxicidade ATOXICO
Sem Morte

Com Morte NOCIVA


Com Toxicidade
Sem Morte
10 animais na dose de 5mg/kg

TÓXICA
Com Toxicidade ou Morte

MUITO TÓXICA
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS
• Para se conhecer os efeitos tóxicos de uma substância, além da dose-resposta, é necessário
realizar Testes Toxicológicos para conhecer os efeitos tóxicos.

• Testes em Laboratório  condições previamente estabelecidas para prever os possíveis efeitos


em Humanos.
• 1937 (Europa)  Intoxicação e morte por Etilenoglicol (EG) – solvente utilizado na
preparação da Sulfanilamida  Substituição de Glicerina por EG (107 mortos).
• 1959 – 1961  Deformações congênitas por Talidomida.
• 1967 (Austrália)  Capsula de Fenitoína (Diluente CaSO4 por Lactose) mais 100 mortes

• Após esses incidentes Instituições Governamentais exigiram maior rigor nos Testes biológicos de
fármacos (Efeitos colaterais e Tóxicos).
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS
• No Brasil, pela Resolução 1/78 (DOU 17/10/78) do CNS estabelece cinco tipos de ensaios de
Toxicidade
• Aguda
• Sub-Crônica
• Crônica
• Teratogênica
• Embriotoxicidade
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS
• Informações preliminares  conhecer a substância ( Características FQ)
• Toxicidade Aguda  24h após a exposição
• Toxicidade Sub-Crônica  21 a 90 dias de exposição
• Toxicidade Crônica  3 meses após a exposição
• Mutagênese e Carcinogênese  modificações no material genético da célula
• Reprodução e Embriotoxicidade
• Toxicocinética
• Efeitos locais e sobre a pele e olhos  avaliação de cosméticos
• Sensibilidade cutânea  avaliar reações cutâneas (aplicação 1 – 2 semanas)
• Ecotoxicidade  efeitos no meio ambiente – Monitorização biológica.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS
• PRINCÍPIOS OBSERVADOS NOS TESTES TOXICOLÓGICOS EM ANIMAIS:
• Efeitos tóxicos produzidos pela substância nos animais devem (podem) também ocorrer nos
homens;
• Exposição dos animais a ↑Doses é um método válido e necessário para descobrir efeitos
tóxicos no homem;
• Testes Toxicológicos não são planejados para demonstrar se o AT é seguro, e sim para
caracterizar o tipo de Efeito toxico que produz.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS
• INFORMAÇÕES PRELIMINARES
• Caracterização química da substância.
• Grau de impurezas.
• Determinação das propriedades FQ da substância – Odor, Cor, Densidade, Viscosidade,
Solubilidade, Volatilidade, Lipossolubilidade, PF, PE.
• Vias de administração.
• Toxicocinética e Toxicodinâmica.
• Estimar possíveis níveis de exposição pela população.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS
• ESTUDOS DE TOXICIDADE AGUDA
• Efeitos adversos que ocorrem dentro de um período curto, após a administração de uma dose
única ou doses múltiplas, dentro de 24 horas em animais.
• Caracterização da Relação dose/resposta que conduz ao cálculo da DL50 ou CL50, no caso de
inalação ou estudo em peixes.
• Avaliações clínicas e Testes macroscópicos e microscópicos em várias espécies e linhagens, em
ambos sexos.
• Resultados servem para conhecer a Toxicodinâmica e Identificar os órgãos ou sistemas
afetados, determinar a reversibilidade dos efeitos  Exames anatomopatológicos.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 CLASSIFICAÇÃO DA TOXICIDADE (segundo KLASSEN & DOULL,1990)

CLASSIFICAÇÃO DL (provável para humanos)

Praticamente atóxico > 15 g/Kg

Ligeiramente tóxico 5 – 15 g/Kg

Moderadamente tóxico 0,5 – 5 g/Kg

Muito tóxico 0,05 – 0,5 g/Kg

Extremamente tóxico 0,005 – 0,05 g/Kg

Super Tóxico < 0,005 g/Kg


AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS
• ESTUDOS DE TOXICIDADE AGUDA
• Exemplo – Administração de um AT em animais (grupos de 50 animais), em 4 doses
diferentes VO.
• Efeito observado  Morte.
• Número de mortes / Número de indivíduos
• Relação causal – ↑Dose – ↑Efeito (morte)

G1 G2 G3 G4
CONTROLE
(2 mg/kg) (4 mg/kg) (6 mg/kg) (8 mg/kg)
0/50 1/50 13/50 27/50 48/50
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS


• ESTUDOS DE TOXICIDADE SUB-CRÔNICA
• Servem para obtenção de informações de toxicidade após exposições repetidas 21 – 90 dias;
• Finalidade  determinar os níveis em que não aparecem os Efeitos tóxicos, Identificar e
caracterizar os órgãos afetados e a Intensidade do efeito;
• Identificação e Caracterização dos órgãos afetados após exposições repetidas;
• Reversibilidade do efeito e, se há ou não acúmulo da substância no organismo;
• Observação quanto às modificações comportamentais e fisiológicas.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS


• ESTUDOS DE TOXICIDADE SUB-CRÔNICA
• Animais:
• 2 espécies – sendo uma não-roedora (cães)

• 3 doses
• 1ª Dose – ↑Toxicidade, com menos de 10% de letalidade
• 2º Dose – ↓Dose baixa que não produza efeitos tóxicos aparentes
• 3ª Dose – Dose intermediária
• Examinar os animais pelo menos 1 – 2x ao dia  Avaliar sinais de Toxicidade
• Mortes prematuras registradas e animais necropsiados.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS


• ESTUDOS DE TOXICIDADE SUB-CRÔNICA
• Animais em sofrimento devem ser sacrificados – evitar sofrimento desnecessário e preservar
órgãos e tecidos;
• Avaliações Anatomopatológicas, Bioquímicas e Hematológicas;
• Verificar tecidos afetados no médio prazo;
• Relação Dose/Efeito observável após doses repetidas e também serve como modelo para
estudo de exposição Sub-Crônica e Crônica;
• Estudo de Carcinogênese.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS


• ESTUDOS DE TOXICIDADE CRÔNICA
• Determina efeitos tóxicos após exposição prolongada e cumulativa  6 meses a 2 anos
para roedores e 1 ano para não roedores levando em conta o período de vida normal do
animal – Ratos – 2 – 2,5 anos / Camundongos – 1,5 – 2 anos.
• 2 espécies (ratos e camundongos)  50 animais por dose e sexo, visando garantir 30
animais no final do experimento.
• Escolha da Dose  evitar morte prematura.
• Exames clínicos realizados 2x dia para evitar perdas por autofagia durante 13 semanas 
avaliar a progressão dos efeitos tóxicos.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS
• ESTUDOS DE TOXICIDADE CRÔNICA
• Potencial Carcinogênico, Mutagênicos e Efeitos Embriotóxicos.
• Parâmetros Hematológicos, Bioquímicos e Urina  Inicio e após 6 meses – 10 animais por
grupo.
• Anatomopatológico e Nefrotóxico.
• Avaliações rigorosas dos animais.
• Parâmetros Bioquímicos que possibilitam uma melhor avaliação de todos os órgãos e
funções, com um maior enfoque na função renal e hepática.
• Testes longos sofrem a influência de variáveis críticas – escolha da espécie animal e da dose.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS


• ESTUDOS DE MUTAGÊNESE
• Mutagênese – modificação no material genético da célula, podendo levar ao
desenvolvimento de anormalidades e à morte.
• Identificar agentes com potencial mutagênico e prever o desenvolvimento do câncer.
• Dose que induz ao dano genético e quantificar o perigo da lesão ao material genético.
• Testes in vitro e in vivo  avaliar propriedades mutagênicas.
• Quantificar o perigo de lesão ao material genético e transmissão hereditária.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS


• ESTUDOS DE MUTAGÊNESE
• Testes in vitro desenvolvido por Ames (1975)  avaliação de cepas de Salmonella
typhimurim para avaliar mutações pontuais.
• Testes in vivo  observação de danos nos cromossomos de células da medula óssea em
metástase.
• Testes de dominante letal  capacidade do AT produzir alterações nos espermatozoide.
• Avaliar a capacidade mutagênica dos AT  difícil reproduzir a condição humana.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS


• ESTUDOS DE MUTAGÊNESE
• Testes Carcinogênico:
• Definir o potencial carcinogênico por mecanismo não Genotóxico  Citotoxicidade,
Desregulação hormonal, Imunossupressores, ↑Síntese de DNA.
• Dose e tempo de exposição são cruciais  Doses em animais feitas para garantir o
surgimento de câncer. Exposição a longo prazo ao AT.
• Difícil reproduzir a condição humana.
• Maior Dose tolerada que não provoque perda ≥10% peso em relação ao controle.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS


• ESTUDOS DE REPRODUÇÃO E TERATOGÊNESE
• Testes avaliam a fertilidade e o desempenho para reproduzir, assim como Potencial
Teratogênico, Toxicidade perinatal (próximo ao nascimento) e pós-natal e, Efeitos sobre o
Sistema reprodutivo.
• Exposição durante o Acasalamento, Espermogênese e Maturação.
• Observação de ocorrências peri e pós-natal.
• Avaliação da capacidade de atravessar a barreira placentária.
• Cuidados  Tendência ao canibalismo.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS
• ESTUDOS DE TOXICOCINÉTICA
• Absorção, Distribuição, Metabolização /Biotransformação e Excreção do AT.
• Produtos de Biotransformação.
• Sistemas enzimáticos e sua quantidade.
• Ratos e Camundongos metabolizam mais rápido que cão, macaco e homem.
• Conhecer a cinética de metabolização dos animais é crucial  diferenças e similaridades na
tentativa de prever seu comportamento no corpo humano.
• Estudo Toxicocinéticos em animais  vias metabólicas diferentes, porém serve para prever
a Toxicidade em Humanos.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS
• ESTUDOS DE ECOTOXICIDADE OU TOXICIDADE AMBIENTAL:
• Estudo dos efeitos adversos em organismos vivos causados pelas substâncias tóxicas
quando liberadas no Meio ambiente.
• Interação com outros AQ  apresentam isoladas no Meio ambiente sem provocar efeito
algum, porém com a interação pode causar algum dano.
• Condições climáticas  afetam a natureza e a exposição aos AT.
• Monitoração dessas substâncias no Meio ambiente permite verificar sua distribuição e
possíveis transformações desses agentes em produtos de ↓ ou ↑Toxicidade.
• Monitoração biológica  avalia os organismos expostos à Toxicidade ambiental, com o
objetivo a identificação dos níveis tóxicos de substâncias presentes no Meio ambiente
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS


• ESTUDOS DE ECOTOXICIDADE OU TOXICIDADE AMBIENTAL:
• Monitorização Ambiental e Biológica (em várias espécies)
• Estuda e Avalia os efeitos tóxicos no ecossistema
• Potencial de Biodegradação
• Toxicidade a peixes, plantas, mamíferos
• Bioacumulação em Rios, Atmosfera, Solo ou Animais
• Radiação
• Realizar monitoração biológica: espessura da casca de ovos de pássaros, morte de abelhas
(Praguicidas).
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS


• ESTUDOS DE EFEITOS LOCAIS (PELE E OLHOS):
• Avaliação de risco de substâncias em exposições acidentais e cosméticos.
• Animais para teste  Coelho (pele e olho) e cobaia (pele) – são animais muito sensíveis aos
AQ, com isso se exagerarmos na exposição podemos determinar a Margem de segurança.
• Parâmetros avaliados  irritação que a substância provoca na pele (intacta ou não) e nos
olhos.
• Pele  Eritema, Escara, Edema e Corrosão.
• Olhos  Alterações na conjuntiva, Córnea, Íris e Cristalino.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS


• ESTUDOS DE EFEITOS LOCAIS (PELE E OLHOS):
• Existem 3 tipos de irritação:
• Local e Aguda  reversível, resultante de aplicação única ou exposição ao AT.
• Cumulativa  resposta dérmica a exposição repetida ao AT.
• Induzida Fotoquimicamente (UVA/UVB) primária (dose única) resultante de luz
induzindo modificações na pele exposta.
• Irritação não reversível  persiste por mais de 14 dias após a exposição.
• Primária  objetivo de avaliar o potencial de risco de um AT em dose única causar lesão
reversível ou permanente.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TIPOS DE TESTES TOXICOLÓGICOS
• ESTUDOS DE EFEITOS LOCAIS (PELE E OLHOS):
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TESTE DE DRAIZE EM COELHOS:
• 1940 – Teste tem como intuito medir possíveis danos causados por substâncias químicas em seres
humanos através da observação de seus efeitos na pele e nos olhos de animais.

• Existem dois tipos – Irritação Ocular e Irritação Cutânea


• Ambos causam extremo desconforto e dores nos animais.
• São realizados sem nenhum tipo de anestesia.
• Quando os testes terminam, todos os animais são mortos e seus órgãos são analisados.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TESTE DE DRAIZE EM COELHOS:
• IRRITAÇÃO OCULAR
• Produtos são aplicados diretamente nos olhos, causando séria queimação, irritação e dor.
• São colocados clipes nas pálpebras para manter os olhos abertos durante o período de testes
(3 semanas) para evitar que os animais consigam remover a substância dos olhos ou diminuir
seu desconforto.
• Animais são colocados em equipamentos de contenção onde suas cabeças ficam paralisadas,
impedindo que se movam durante a duração do teste.

• Causar dor intensa e deixam os olhos dos animais ulcerados e sangrando.


• Coelhos – são os animais mais usados, pois são baratos, mansos e têm
olhos grandes e sensíveis que quase não produzem lágrimas e, portanto,
não conseguem expelir as substâncias aplicadas em seus olhos.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TESTE DE DRAIZE EM COELHOS:
• IRRITAÇÃO DÉRMICA
• Substâncias são aplicadas diretamente à pele, que é previamente raspada
• Raspa-se a pele do animal com fita adesiva, que é colocada diversas vezes e puxada, para
tirar várias camadas de pele – Pele fica mais sensível
• Aplicada a substância, coberta com esparadrapo ou outro tipo de proteção, para que o
animal não retire da área afetada.
• Essas substâncias causam dor intensa, queimaduras e irritação.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TESTE DE DRAIZE EM COELHOS:
• Aplica a 0,5 ml ou 0,5 g substância teste em um dos olhos, o outro olho
serve como controle.
• Animais são observados por até 14 dias para sinais de Eritema e Edema no
exame cutâneo e no olho testado vermelhidão, inchaço, descarga,
ulceração, hemorragia, nebulosidade ou cegueira.
• Animais – Cão e Coelho  são sacrificados após o teste, se o dano for
irreversível (olho e pele).
• Testes são controversos.
• São vistos como cruéis e não científicos  devido às diferenças entre os
olhos do coelho e humanos e a natureza subjetiva das avaliações visuais.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
TESTE DE DRAIZE EM COELHOS
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
TESTE DE DRAIZE EM COELHOS
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

TESTE DE DRAIZE EM COELHOS

Classe Olhos Pele

I Opacidade da córnea reversível ou não em 7 dias, Irritação permanente Corrosivo

II Sem opacidade da córnea, Irritação reversível em 7 dias Irritação Severa

II Sem opacidade da córnea, Irritação reversível em 72 horas Irritação Moderada

IV Sem opacidade da córnea, Irritação reversível em 24 horas Irritação Leve


AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 TESTE DE DRAIZE EM COELHOS:
• Teste DL-50
• 1920 – é utilizado para medir os níveis de toxicidade de determinados ingredientes e
produtos finalizados em animais vivos, sem nenhum tipo de anestesia.
• DL-50 – Concentração de uma substância necessária para 50% do grupo de animais usados
no teste dentro de um determinado período de tempo.
• Substância é administrada à força por VO, Inalação ou qualquer outra via de administração.
• Animais têm intenso sofrimento – dores, convulsões, corrimento, diarreia, sangramento.
• Após o teste os animais que ainda não morreram são mortos e analisados.
• São utilizadas duas espécies de mamíferos (Roedores e Cães).
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 DETERMINAÇÃO DA DOSE LETAL ORAL EM RATOS
• OBJETIVO  Verificar a Toxicidade de uma substância caso seja
ingerida por acidente. Determina a DL50 da população em teste.
• TÉCNICA  Substância é administrada por meio de intubação
gástrica. Ensaios de Toxicidade aguda (testes mais polêmicos) estão
sendo revistos nos países desenvolvidos.

 IRRITAÇÃO DA MUCOSA ORAL EM HAMSTERS


• OBJETIVO  Determinar a Toxicidade de uma substância de uso oral.
• TÉCNICA  Produto é aplicado na boca de hamsters, com lavagem
subsequente, durante um determinado período. São feitas
observações macroscópicas da mucosa. Ao final do ensaio, os
animais são sacrificados para exame do tecido e das alterações.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 FOTOTOXICIDADE EM RATOS OU COELHOS
• OBJETIVO  Testar se a substância causa reações quando a pele é
exposta ao sol.
• TÉCNICA  Teste fotoalergênico, as cobaias são expostas por 3
semanas à radiação UV. Após 14 dias, são expostas novamente e as
reações são avaliadas. Teste de Fototoxicidade – pele dos animais é
exposta às matérias-primas e depois às radiações UVA e UVB.

 IRRITAÇÃO DA MUCOSA GENITAL EM RATOS OU COELHOS


• OBJETIVO: Determinar a Toxicidade de substâncias usadas em
sabonetes íntimos e lubrificantes.
• TÉCNICA  Produto é aplicado sobre a mucosa com observações
macroscópicas e microscópicas das alterações teciduais. São feitas
graduações para determinar o potencial de irritação.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 COMEDOGENICIDADE
• OBJETIVO  Testar componentes de cosméticos que podem causar
cravos (comedões) na pele.
• TÉCNICA  efetuam-se aplicações da substância na parte interna da
orelha direita dos coelhos. Animais são observados para verificar o
surgimento de eritema (vermelhidão), edema (inchaço) e presença ou
ausência de cravos. Depois, a parte afetada das orelhas é cortada com
bisturi.
 IRRITAÇÃO DÉRMICA PRIMÁRIA E CUMULATIVA
• OBJETIVO  Testar se o produto causa irritação na pele.
• TÉCNICA  Faz uma aplicação no dorso de coelhos. É aplicado um
adesivo com a substância por 4 horas. Procede-se à graduação das
lesões (eritema e edema), 24 e 72 horas após a aplicação. No ensaio
para irritação cumulativa, as aplicações são feitas por 10 dias
consecutivos.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
 IRRITAÇÃO OCULAR PRIMÁRIA
• OBJETIVO  Testar se substâncias causam irritação nos olhos.
• TÉCNICA  Aplica-se a substância diretamente nos olhos (saco
conjuntival) dos animais, e têm suas cabeças imobilizadas. Depois,
observa-se a evolução das lesões em 24, 48 e 72 horas após a
aplicação e 7 dias depois. São analisados os danos a córnea, íris e
conjuntiva.

 SENSIBILIZAÇÃO DÉRMICA
• OBJETIVO Testar se a substância pode causar irritação à pele.
• TÉCNICA  são realizadas aplicações tópicas da ↓Dose não irritante
por 3 semanas (Fase de indução). Após um período de repouso,
procede-se à aplicação tópica de ↑Dose não irritante (Fase de
desafio). As reações são graduadas segundo escala específica.
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE

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