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Raça

(categorização
humana)
agrupamento de humanos com base em
qualidades físicas ou sociais
compartilhadas em categorias

Raça pode ser entendida como um


constructo social, usado para distinguir
pessoas em termos de uma ou mais
marcas físicas.[1][2] Em outras palavras,
raça é uma categoria usada para se
referir a um grupo de pessoas cujas
marcas físicas são consideradas
socialmente significativas. Desse modo,
raça é um importante instrumento
analítico para a sociologia, pois entende-
se que as percepções e concepções de
raça podem afetar e organizar a vida
social das pessoas, sendo responsável
principalmente pela criação e
manutenção de um sistema de
desigualdade social.[3][4][5]

Usado em primeiro lugar para se referir a


falantes de uma idioma comum e,
posteriormente, para denotar filiações
nacionais. No século XVII, iniciou-se o
uso do termo para relacionar os traços
físicos observáveis das pessoas. Tal uso
promoveu hierarquias favoráveis ​a
diferentes grupos étnicos. A partir do
século XIX, o termo passou a ser usado
frequentemente, em um sentido
taxonômico, para designar as
populações humanas geneticamente
diferentes, definidas pelo fenótipo. As
concepções sociais e agrupamentos de
raças variaram ao longo do tempo,
envolvendo taxonomias populares[6] que
definem tipos essenciais de indivíduos
com base em traços observáveis. Os
cientistas consideram o essencialismo
biológico obsoleto, e, geralmente,
desencorajam explicações raciais para
diferenciações coletivas em relação a
traços físicos e/ou
comportamentais.[7][8][9]

Mesmo que haja um amplo consenso


científico de que conceituações
essencialistas e tipológicas de raça em
humanos sejam insustentáveis​,
cientistas de todo o mundo continuam a
conceituar o termo "raça" de maneiras
muito diferentes, algumas das quais com
implicações essencialistas.[10] Embora,
por vezes, alguns pesquisadores usem o
conceito de "raça" para fazer distinções
entre conjuntos difusos de traços físicos,
outros na comunidade científica
sugerem que a ideia de raça muitas
vezes é usada de uma maneira
ingênua[11] ou simplista
[12] e
argumentam que, entre os seres
humanos, o termo não tem importância
taxonômica, apontando que todos os
humanos vivos pertencem à mesma
espécie (Homo sapiens) e subespécie
(Homo sapiens sapiens).[13][14]

Desde a segunda metade do século XX,


as associações do conceito de raça com
ideologias e teorias que se
desenvolveram a partir do trabalho de
antropólogos e fisiologistas do século
XIX, tornou o uso da palavra "raça" em si
problemático. Apesar de ainda ser usado
em contextos gerais, a palavra raça tem
sido muitas vezes substituída por outras
palavras que são menos ambíguas e
emocionalmente carregadas, como
populações, povos, grupos étnicos ou
comunidades, dependendo do
contexto[15][16]

Conceito de raça
Alguns estudiosos argumentam que
embora "raça" seja um conceito
taxonômico válido em outras espécies,
não pode ser aplicada a humanos.[17]
Muitos cientistas têm argumentado que
definições de raça são imprecisas,
arbitrárias, oriundas do costume,
possuem muitas exceções, têm muitas
gradações e que o número de raças
descritas varia de acordo com a cultura
que está fazendo as diferenciações
raciais; assim, rejeitaram a noção de que
qualquer definição de raça pertinente a
humanos possa ter rigor taxonômico e
validade.[18] Hoje em dia, a maioria dos
cientistas estudam as variações
genotípicas e fenotípicas humanas
usando conceitos tais como "população"
e "gradação clinal". Muitos antropólogos
debatem se enquanto os aspectos nos
quais as caracterizações raciais são
feitas podem ser baseados em fatores
genéticos, a ideia de raça em si, e a
divisão real de pessoas em grupos de
características hereditárias
selecionadas, seriam construções
sociais.[19][20][21]

A subdivisão racial da Europa em nórdicos, alpinos e mediterrâneos, segundo a desacreditada teoria eugenista de
Madison Grant, no livro The Passing of the Great Race (1916).

Um antropólogo que propusesse usar


a raça como uma maneira séria de
descrever a variabilidade humana seria
ridicularizado pela profissão - não por
razões de correção política, mas
porque a ideia mostra uma evidente
ignorância da biologia. Há mais de 60
anos, M. F. Ashley Montagu demoliu o
conceito de "raça" em seu livro O Mito
Mais Perigoso do Homem: A Falácia
da Raça (1945). No entanto, como
muitas más ideias, persiste a noção de
que existe algum propósito útil em
classificar a humanidade em cinco,
seis ou uma dúzia de raças. Mas
persiste à margem da antropologia,
entre os livros de ciências populares e
na imaginação não científica. Os seres
humanos compartilham um ancestral
comum muito recente para que haja
muitas diferenças biológicas
profundas entre nós. Do ponto de vista
evolutivo, somos todos africanos.[22]
Raças e etnias são uma construção
social, que são inventadas e
manipuladas, dependendo dos
interesses de determinada
sociedade.[23][24][25][26][27] Exemplo disso
é que a quantidade de raças humanas
existentes varia no decorrer do tempo.
Até meados do século XX, os europeus
eram divididos em diferentes sub-raças:
nórdicos predominando no Norte,
alpinos no Centro e mediterrâneos mais
ao Sul. Em 1916, no livro The Passing of
the Great Race (A extinção da grande
raça), o eugenista Madison Grant
escrevia que os casamentos entre os
nórdicos "superiores" e os alpinos e
mediterrâneos "inferiores" debilitavam a
raça superior através da mestiçagem.
Essa divisão racial dos europeus
influenciou o Congresso dos Estados
Unidos que, em 1924, aprovou uma lei
restritiva de imigração (lei de quotas), a
qual favorecia a entrada de nórdicos e
limitava a entrada de imigrantes
oriundos do Sul e do Leste da Europa,
como italianos, gregos, eslavos e judeus,
conforme Madison Grant desejava.
Posteriormente, essa subdivisão racial
dos europeus caiu em desuso.[28]

Classificações raciais são


frequentemente feitas com base em
características físicas escolhidas
arbitrariamente, como cor da pele e
textura do cabelo.[22] Porém, nos Estados
Unidos, pelo menos até meados do
século XX, uma pessoa de pele branca,
olhos azuis e cabelos loiros, poderia ser
considerada "negra", caso tivesse
alguma ascendência africana
publicamente conhecida. Isso deve-se à
imposição da regra de uma gota pelo
governo americano, quando passou a ser
necessário definir quem era negro, com o
advento da segregação racial com as
Leis de Jim Crow.[29][30][31] Já no Brasil e
no resto da América Latina,
classificações raciais sempre foram
mais fluidas e fortemente baseadas na
cor da pele, havendo, entre o branco e o
negro, uma enorme gradação de cores
de pele.[30] Por sua vez, na Europa,
historicamente a população é dividida
muito mais em termos de religião,
idioma ou nacionalidade do que em
termos de aparência física.[32] No
Continente Africano, as divisões são
fortemente feitas com base em grupos
tribais[33] e na Índia em castas.[34]

Raça é influenciada inclusive pela


condição socioeconômia do indivíduo.
Em muitas partes da América Latina, ser
branco é mais uma questão de status
socioeconômico do que características
fenotípicas específicas, e costuma-se
dizer que na América Latina "o dinheiro
embranquece".[35] Porém, esse
fenômeno não é exclusivo da América
Latina. Nos Estados Unidos da
segregação racial, mestiços de pele
morena, mas bem vestidos e que
falassem bem, conseguiam passar-se
por descendentes de italianos ou
portugueses, enquanto eles seriam
classificados como negros se
aparentassem ser pobres e falassem
com um dialeto rural. Essa tática era
denominada passing.[36]

Raças podem ser inventadas e extintas,


conforme interesses políticos. Na
Bolívia, o presidente Evo Morales
mandou eliminar a categoria "mestiço"
do censo de 2012, para, segundo os
críticos, forçar um maior número de
bolivianos a identificarem-se como
"indígenas" e, assim, aumentar a
legitimidade do seu governo pautado por
um discurso indigenista.[37][38] No Brasil,
grupos racialistas tentaram inúmeras
vezes eliminar a categoria intermediária
"parda" dos censos, mas não
conseguiram, devido às reações
contrárias.[37][39] Nos Estados Unidos, a
categoria "mulato" foi eliminada a partir
de 1910, para forçar todas as pessoas de
sabida ascendência africana a
identificarem-se como negras.
Curiosamente, estabeleceu-se uma
exceção para a ascendência indígena,
para abarcar as família ricas da Virgínia
que afirmavam descender da índia
Pocahontas: definiu-se que eram
"brancos" aqueles que tivessem 1/16 de
sangue indígena ou menos, mas
qualquer gota de sangue negro impedia
o status de ser branco.[40] Também nos
Estados Unidos, foi inventada a categoria
étnica "hispânico ou latino", que abarca
sob uma mesma categoria pessoas de
países com demografias tão diferentes
entre si quanto Argentina, República
Dominicana ou Guatemala, e até mesmo
europeus da Espanha às vezes são
tratados como "pessoas de cor".[41][42]

Na França, devido ao trauma das


políticas raciais nazistas durante a II
Guerra Mundial, quando muitos judeus
franceses foram mortos em campos de
concentração, o governo não conta a
população por raça ou etnia desde 1978,
quando foi aprovada uma lei que impede
que os franceses sejam enumerados por
essas categorias sem o seu
consentimento ou a isenção do comitê
estadual. Em parte, essa tendência pode
ser explicada pelas tradições
revolucionárias e republicanas francesas
de tratar todos os cidadãos de forma
igual perante a lei.[43][44][45]

Já outros países têm pesquisas que


perguntam a sua população a que raça
ou etnia ela pertence. O número de raças
e etnias varia enormemente de país para
país. Em Cuba, por exemplo, o censo tem
apenas três opções (branco, negro e
mulato ou mestiço). No Brasil, há cinco
opções (branco, preto, pardo, amarelo e
indígena), ao passo que no Peru há
catorze e, na Bolívia, há 40 opções de
etnias e raças.[38]

A tabela abaixo mostra as categorias


raciais e étnicas escolhidas nos censos
de alguns países:
"Raças" e etnias nos censos de diferentes países
Estados Reino África do
Brasil[46] Cuba[48] Peru[51]
Unidos[47] Unido[49] Sul[50]

Branco Branco Branco Branco Branco Branco

Negro
Preto Negro Negro Africano Afrodescendente
ou afro-americano

Índio americano
Mulato ou
Pardo Mestiço Coloured Mestiço
ou nativo do Alaska mestiço

Indiano /
Amarelo Asiático Asiático Quéchua
Asiático

Nativo do Havaí

Indígena ou de outras ilhas Outro Aimará


do Pacífico

Nativo ou
indígena
Hispânico ou latino
da Amazônia

Parte de outro
povo

indígena ou
originário

Asháninka

Shipibo Konibo

Nikkei

Awajún

Tusan

Outro

Não sabe

Histórico
Histórico
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Saiba mais

Antiguidade

Um líbio, um núbio, um sírio e um egípcio, representados por um artista desconhecido em um mural na tumba de Seti
I.

A primeira diferenciação conhecida de


grupos humanos fundamentada em suas
características físicas aparentes é, sem
dúvida, a dos antigos egípcios: Os Rot ou
Egípcios, com cabelo crespo e pintados
em vermelho (em hebraico ‫אדום‬
podendo significar, ou aparecer em
literatura antiga ruivo, como David); os
Namou, amarelos com nariz aquilino; os
Nashu, negros com cabelos crespos; os
Tamahou, loiros de olhos azuis. Mas esta
classificação só se aplicava às
populações vizinhas ao Egito.

O Antigo Testamento dividia os homens


em filhos de Cam, filhos de Sem e filhos
de Jafé. Aqui também só se trata dos
povos que eram conhecidos pelos
judeus. É entretanto nessas três
categorias que durante a Idade Média
tentou-se encaixar todos os homens que
os viajantes identificavam existir na face
da Terra.
Entre os gregos da antiguidade as
divisões entre povos existiam, mas não
eram fundamentadas em critérios
biológicos absolutos. Assim, o que faz a
diferença entre um grego e um bárbaro
não é sua origem, mas sim seu
conhecimento da cultura e língua gregas.
Existem por exemplos filósofos gregos
de origem semítica (como Zenão de
Cítio, descrito como um homem de pele
morena), sem que isso tenha levado à
discriminação (por mais que os gregos
zombassem dos erros no uso de sua
língua).

Era clássica
No final do século XV o fim da
reconquista na Península Ibérica vê o
surgimento da ideia de uma "pureza de
sangue" (limpieza de sangre) que deveria
ser protegida da "sujeira" dos
descendentes de judeus sefaraditas, e
mouros árabes. Outro debate surge
ainda na época da descoberta das
Américas, particularmente na
controvérsia de Valladolid: onde encaixar,
nas teorias existentes, os indígenas do
novo mundo? As primeiras "justificativas"
da ideia de diferenças, físicas e de
civilização, levadas a uma inferiorização
do estrangeiro, consistiriam em
sustentar que eles não teriam alma, e por
conseguinte, não seriam seres humanos.
O mesmo seria dito a seguir para
justificar o tráfico negreiro.

Na era clássica a noção de "raça" faz sua


aparição no discurso da "guerra de
raças" estudado por Michel Foucault em
sua obra Em defesa da sociedade (1975-
1976). Henri de Boulainvilliers (Essai sur
la noblesse de France -- Ensaio sobre a
nobreza da França -- 1732) é um de seus
representantes. Este discurso se
distingue amplamente do racismo
biológico do século XIX pois concebe a
"raça" como um dado histórico e não
essencial. Além disso ele opõe no seio
da nação francesa duas raças, os Galo-
Romanos (franceses do Sul e Sudoeste)
e os Francos (franceses do Norte e
Nordeste). Membros da aristocracia,
estes últimos reinariam na França em
virtude do direito de conquista, e a
história da França seria a história do
enfrentamento dessas duas raças, uma
autóctone (os Galo-Romanos,
considerados uma raça inferior), a outra
alóctone (os Francos, considerados
superiores).

O termo "raça" era usado então de forma


metafórica para designar uma ou outra
população específica. Assim como em
Corneille ao escrever de futuras
gerações nas suas Stances à Marquise:
Chez cette race nouvelle
Où j'aurai quelque crédit
Vous ne passerez pour belle
Qu'autant que je l'aurai dit.[52]

Era moderna

Lineu, século XVII.

As diferenças visíveis entre diferentes


tipos físicos dentre os grupos humanos,
descendentes do Homo sapiens
produziram, na era da ciência moderna—
correspondente à descoberta do "novo
mundo" onde foram descobertas novas
populações—tentativas que visavam
classificar a espécie humana em função
de "raças", descritas geralmente segundo
a cor da pele. Outros critérios
apareceriam progressivamente, com a
emergência da antropologia física, da
antropometria, etc.

As ciências naturais se iniciam pelo


estabelecimento das classificações, a
fim de catalogar e depois comparar os
seres vivos. No século XVIII, Buffon e
Lineu eram os principais naturalistas. Os
seres vivos eram classificados por
espécies e sub espécies, famílias,
gêneros, mas trata-se apenas do estudo
das plantas e animais, e se mais tarde
usariam a palavra "raça", ela fica
reservada apenas aos animais
domésticos.

Com Lineu aparece pela primeira vez


uma classificação com orientação
"científica". Na décima edição de seu
Systema naturae (1758), a que embasa
todas as questões de nomenclatura, o
estudioso sueco divide o homo sapiens
em quatro grupos fundamentais.

Ainda que no passado os homens,


sensíveis às diferenças visíveis entre os
seres humanos os tenham classificado
em grupos usando essencialmente a
divisão por cor da pele, a noção de "raça",
entendida em termos biológicos, é
bastante tardia. Pertence a um período
inicial da ciência moderna e deriva da
prática de classificação em espécies e
subespécies, que inicialmente só era
aplicada a vegetais e animais (Lineu,
século XVII).

Século XIX

É somente no século XIX que se começa


a falar de raças dentro da espécie
humana. Foi o Conde de Gobineau que
popularizou, em meados do século XIX,
um novo significado, em seu ensaio
racista Essai sur l'inégalité des races
humaines ("Ensaio sobre a desigualdade
das raças humanas", 1853-1855), no qual
toma partido a favor da tese poligenista
segundo a qual a humanidade poderia
ser dividida em várias raças distintas, as
quais seriam, outrossim, passíveis de
serem tratadas numa base hierárquica.

O racialismo ou racismo científico, tornou-


se a partir daí a ideologia predominante
nos meios eruditos, na antropologia
física etc, em conjunto com o
evolucionismo, com o darwinismo social
e com as teorias eugênicas
desenvolvidas por Francis Galton. A
tentativa de prover um discurso científico
para os preconceitos racistas (aquilo que
Canguilhem denominaria "ideologia
científica"), seria fortemente
desacreditado após o genocídio dos
judeus da Europa praticado pela
Alemanha Nazista.

A segmentação artificial em "raças


humanas" disseminou-se amplamente
na época do nacionalismo inflamado,
que deu lugar à proclamação de
ideologias racistas em nome da ciência.
Certos trabalhos, tais como o
Dictionnaire de la bêtise et des erreurs de
jugement, de Bechtel e Carrière, mostram
que estes preconceitos eram exercidos
simultaneamente entre vários países
europeus. Médicos franceses, por
exemplo, "explicavam" que os Alemães
urinavam pelos pés!

Franz Boas.

Na segunda metade do século XX, esta


ideia foi pouco a pouco sendo
abandonada sob três influências:
ambiguidade do termo e ausência de
base científica (demonstradas graças ao
avanço da biologia e da genética); papel
desempenhado por estas ideias nos
quinze anos do regime nazista; obras de
Claude Lévi-Strauss e Franz Boas, os
quais transformaram a antropologia e
lançaram luz sobre os fenômenos do
etnocentrismo inerentes a todas as
culturas.

Em meados dos anos 1950, a UNESCO


recomendou que o conceito de "raça
humana", não científico e que levava à
confusão, fosse substituído por grupos
étnicos, o qual insiste fortemente nas
dimensões culturais dentro da população
humana (língua, religião, costumes,
hábitos etc). Todavia, as tentativas
racistas persistem, como bem o
demonstram os recentes debates sobre
a publicação de "The Bell Curve" (1994),
de Richard Herrnstein e Charles Murray,
que afirmam ter estabelecido uma
correlação científica entre "raça" (no
caso, negros e brancos) e inteligência.

Estes preconceitos racistas também são


encontrados entre certos partidários da
sociobiologia, que visam demonstrar a
origem genética dos comportamentos
sociais e dentro da nova direita
francesa.[53]
Hoje em dia, o termo continua a
alimentar debates "à volta" da biologia,
embora a maioria dos cientistas prefiram
o conceito de população para qualificar
um grupo humano, seja ele qual for.
Também tende a desaparecer de outras
ciências, como antropologia e etnologia,
a favor da noção predominantemente
cultural de grupo étnico. Se falará, assim,
de populações geográficas em biologia e
diferenças entre culturas em
antropologia e etnologia. O conceito de
raça não possui hoje, 2007, nenhuma
utilidade no que toca à humanidade. No
entanto, continua a ser empregado no
mundo anglo-saxão e não desapareceu
completamente do texto legislativo
francês. Isto põe em questão o
fenômeno da "raça" enquanto construção
social, problema que está no âmago dos
race studies feitos nos Estados Unidos
(estudos relacionados às críticas ao pós-
colonialismo) e aos gender studies (que
estudam o gênero como uma construção
social).

Considerações linguísticas
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A expressão em inglês "the human race"


é por vezes traduzida como "a raça
humana" nas obras em português. A
tradução correta desse falso cognato
seria "A espécie humana" ou então "O
gênero humano": não existe nenhuma
espécie conhecida que se desdobre em
raças, uma delas sendo a humana. Em
Le racisme expliqué à ma fille Tahar Ben
Jelloun escreveu:
“ A palavra "raça" não deve ser
utilizada para dizer que existe
diversidade humana. A palavra
"raça" não tem base científica. Ela
foi usada para exagerar os efeitos
das diferenças aparentes, ou seja,
físicas. Não se pode basear nas
diferenças físicas -- a cor da pele,
o tamanho, os traços do rosto --
para dividir a humanidade de
maneira hierárquica, ou seja,
considerando que existem homens
superiores em relação a outros
homens, que seriam postos em
uma classe inferior. Eu te
proponho não mais utilizar a
palavra "raça". ”
Isso estaria de acordo com a proposta
feita pela UNESCO logo após a Segunda
Guerra Mundial de utilizar o termo por
"grupo étnico", mais adequado
cientificamente e que inclui os
componentes culturais, em substituição
ao termo vago e confuso "raça", que não
tem definição precisa.[55]

Desde as origens, a noção de "raça"


servia para definir o estrangeiro, o outro,
diferente e inferior, que pode ser por isso
maltratado sem mais consequências. O
questionamento da noção de "raça
humana", pretensamente científica
porque se apoiaria em classificações
anteriormente instauradas para as
espécies vivas, veio tardiamente.
Recorrer a este termo para os humanos
sempre esteve ligado a questões
políticas, com utilização dominadora.

Se esta noção traz problemas é porque


ela já foi utilizada, sob supostos
fundamentos científicos, por alguns
autores que, ao confundir os registros do
biologia e da cultura, desenvolveram no
final do século XIX uma ideologia nova, o
racismo. É a suposta "teoria" de uma
hierarquia de raças. Ela foi iniciada pelo
Conde de Gobineau, em seu Essai sur
l’inégalité des races humaines (Ensaio
sobre a desigualdade das raças
humanas, 1853-55) que prega a
superioridade da raça branca sobre os
demais povos. Ali ele inventa o mito do
Ariano e foi um dos primeiros a
fundamentar a classificação racial não
nas taxas de melanina no corpo (a
pigmentação da epiderme) mas sim nas
condições geográficas e climáticas. Para
tanto ele dividiu a humanidade em três
raças distintas, a "raça branca" (Ariana),
a "raça amarela" e a "raça negra" (e
incluindo ainda a "raça degenerada"), e
afirmava que toda mestiçagem era
nefasta. Gobineau visitou Wagner em
Bayreuth e influenciou seu círculo de
Bayreuth, enquanto sua obra fora
traduzida para o alemão desde 1898,
antes de se tornar uma referência para o
nazismo. Nos Estados Unidos ela foi
traduzida em 1856 por Josiah Clark Nott,
um discípulo de Samuel George Morton e
um dos chefes do movimento
polygéniste nos Estados Unidos, que
afirmava a diferenciação, desde as suas
origens, da humanidade em "raças"
distintas. Em sua obra The Descent of
Man and Selection in Relation to Sex de
1871 Darwin responde aos argumentos
poligenistas e criacionistas lançados por
Nott, sustentando a monogenia e
criticando o darwinismo social.

A distinção entre uma teoria científica,


no caso a biologia em seus diversos
aspectos, e a utilização que dela pode
ser feita (ideológica e política) esta, em
princípio, claramente estabelecida hoje
em dia por trabalhos dos epistemólogos
tais como François Jacob e Georges
Canguilhem (que chamam este tema de
"ideologia científica") e dos filósofos e
antropólogos tais como Claude Lévi-
Strauss.

Racialismo
O estudo pretensamente científico das
raças, ou racialismo, só explode
realmente na segunda metade do século
XIX, depois de ser iniciado no século das
luzes pelos inventores da antropologia,
da antropometria e da craniometria.
Entre os primeiros teóricos a tentar
estabelecer cientificamente a existência
de diversas "raças" biológicas em meio à
espécie humana podemos citar: Johann
Friedrich Blumenbach (De Generis
Humani Varietate Nativa 1775), Immanuel
Kant (Das diferentes raças humanas
1775), o zoólogo holandês Petrus
Camper, o americano Samuel George
Morton, Arthur de Gobineau, Paul Broca,
Francis Galton, Josiah C. Nott, George
Gliddon (esses dois alunos de Morton),
William Z. Rippley, seu adversário Joseph
Deniker, o eugenista Madison Grant,
Georges Vacher de Lapouge, Lothrop
Stoddard, Charles Davenport, etc. Essas
ideologias científicas se popularizaram
principalmente com a ajuda dos
zoológicos humanos (Madison Grant, por
exemplo, exibe o pigmeu Ota Benga no
zoológico do Bronx junto com macacos
e um escrito indicando "o elo perdido").

Vale lembrar entretanto que numerosas


gerações de estudantes foram educados
por esta teoria. A cartilha francesa de
1887,[56] na qual os franceses da época
aprendiam história começava assim:

« Distinguem-se três raças humanas:


a raça negra (descendentes de
Cam) povoou o sul que hoje é a
África;
a raça amarela (descendentes de
Sem) se desenvolveu na Ásia
oriental;
a raça branca(descendentes de
Jafé)seguiram ao leste, hoje
Europa;

O demógrafo Hervé Le Bras se


interessou pelas modalidades do
racialismo e pela raciologia durante seu
trabalho sobre a ideologia demográfica.
Entre os cientistas e homens poderosos
que aprovavam esta ideologia ele
destacou Vacher de Lapouge (darwinista
social e socialista), Ronald Fisher,
(democrata e eugenista), Paul Rivet (que
acreditava na hierarquia das raças e era
vice-presidente de Liga dos direitos do
homem), Alexis Carrel (médico
eugenista, fundador de um instituto
eugenista durante regime de Vichy).

Escravos judeus

A Europa, e o ocidente em geral,


conheceu duas utilizações políticas do
conceito de "raça" que hoje em dia são
particularmente rechaçadas:
a categorização seguida da
hierarquização dos grupos humanos
serviu de justificativa aos
colonizadores europeus para a
anexação de novas terras (noção de
"raças inferiores"). A experiência de
seu encontro com as culturas
autóctones era relatada à metropole
de forma particularmente parcial: as
terras colonizadas eram vistas como
repletas de selvagens incultos,
inferiores de todos os pontos de vista
em relação ao colonizador que, bom e
generoso que era, se dedicava em lhes
trazer as luzes e benesses da
civilização. Essas histórias
alimentaram as teorias racistas e
justificaram as discriminações de que
eram vítimas os povos colonizados.
Trata-se do racismo colonial.
a noção de "degeneração da raça" foi
particularmente usada no discurso
eugenista, inicialmente desenvolvido
por Francis Galton e levado também
para a França por Georges Vacher de
Lapouge.
o mesmo uso na Alemanha nazista e
em seguida na Europa sob seu
domínio, visando desta vez os judeus,
ciganos e eslavos que deveriam ser
exterminados para ceder lugar à "raça
ariana".
Depois do Nazismo, a UNESCO publicou
um estudo intitulado The Race Question
reunindo grande número de estudiosos e
pensadores, que refuta a noção de raça
humana por que ela perdeu qualquer
interesse científico ou validade
antropológica. Claude Lévi-Strauss
participaria deste estudo.

Ernest Renan se encarrega de dar uma


definição cultural à nação, opondo-se à
definição alemã, advinda de Fichte, da
nação como comunidade biológica a que
se pertence:
“ A verdade é que não há uma raça ”
pura e que apoiar a política na
análise etnográfica é fazer dela
uma quimera. Os mais nobres
países, a Inglaterra, a França, a
Itália, são aqueles com mais
mistura de sangue. A Alemanha
faria a esse respeito uma
exceção? Seria ela um país
germânico puro? Que ilusão! Todo
o sul foi gaulês. Todo o leste, a
partir do Elba, é eslavo. E as partes
que se pretendem realmente puras
o seriam realmente? Tocamos
aqui em problemas sobre os quais
é mais importante se ter as ideias
claras e prevenir os mal
entendidos.

Raça e biometria

"estudo" de antropologia

Os partidários da classificação da
espécie humana em raças buscaram por
um instrumento de medida capaz de
prover critérios para a diferenciação.
Assim, recensearam as características
fenotípicas visíveis, sendo esse o
primeiro meio de categorizar a espécie
humana em diferentes raças. O método
consistia nesta época em estudar essas
características físicas de maneira
sistemática: foi o nascimento da
biometria como meio de quantificar as
diferenças em meio a espécie humana.

Graças a essa ferramenta foram


definidas as raças humanas em função
de suas características físicas:
pigmentação, formato do rosto, etc. Essa
definição implica, de certa maneira, na
existência de uma "pureza racial",
ilustrada por indivíduos "típicos". A
disciplina encantou os interessados na
classificação das raças e quem era
persuadido de sua existência.
Os critérios usados então para identificar
as raças humanas compreendem
principalmente a pigmentação da pele, a
morfologia (especialmente a estatura e a
forma do crânio). Alguns autores
distinguem dezenas, se não centenas, de
"raças", mas todos dão lugar especial em
suas descrições aos grandes grupos, de
número limitado, baseados em sua
maioria na pigmentação da pele.
Os perfis criminosos de Alphone Bertillon

A cientifização da biometria, pratica


puramente descritiva das características
aparentes, só foi reconhecida por
aqueles que já eram previamente seus
defensores. Em contrapartida, essa
disciplina alimentou amplamente os
discursos (e políticas) racistas. O
período do nazismo viu assim a
multiplicação das obras detalhando as
características físicas para "ensinar" a
reconhecer as diversas raças humanas.

Segundo Henri Vallois, em 1968, "uma


raça é uma população natural definida
por características físicas, hereditárias,
comuns". [carece de fontes

?
]

Vallois: uma taxonomia descritiva


tardia

Em 1944, Henri Vallois estabeleceu uma


taxonomia racial em sua obra Les Races
humaines (em português, As Raças
Humanas) que dividia os humanos em
quatro grupos (de valor igual) por ele
chamados de "raças":

"raça negra africana" ;


"raça amarela asiática" ;
"raça negra australiana" ;
"raça branca europeia".

Críticas e abandono do
termo
Alemanha nazista: "Não compre dos Judeus!"

A grande variabilidade dos traços físicos


traz um problema: é impossível definir
raças fechadas onde os traços seriam
estritamente próprios de um
determinado grupo. De fato, a grande
maioria das características físicas são
quantitativas. Assim, definir uma raça se
fundamentando na pigmentação da pele
é um processo delicado já que todas as
nuances existentes na espécie humana,
e mesmo dentro de determinados
grupos (daí a discussão, na América
Latina e nos Estados Unidos sobre as
diferentes tonalidades de "negro", ou a
complicada classificação, desde a
colonização das Américas, a fim de
hierarquizar os indivíduos mestiços de
grupos étnicos distintos em função da
cor de sua pele).

O uso criminoso da noção de "raça"


durante a Segunda Guerra Mundial pelo
regime nazista, e a ausência de
categorizações fiáveis ligadas a esta
noção, levam os antropólogos a não
mais utilizar tal tipo de classificação.
Entretanto, a antropologia alemã oficial
utiliza ainda a concepção de 36 raças
humanas de von Eickstedt.[58]

Tanto a biologia, as abordagens das


"ciências humanas" antropológicas,
estudos comparativos de civilizações,
etnológicos, quanto as análises políticas
e sociológicas, tiveram de abandonar
essa noção.

De um lado o avanço dos trabalhos na


genética forçou o abandono da noção,
quando estabeleceu que as diferenças
entre humanos são individuais e não de
raça (ou de grupo). Efetivamente, os
indivíduos são todos diferentes e as
características que produzem essas
diferenças são encontradas em todas as
populações humanas.

Como disse o geneticista André


Langaney (1992):
“ No início das pesquisas em
genética, os cientistas, que tinham
em mente as classificações raciais
herdadas do século passado,
pensavam que iriam encontrar os
genes dos Amarelos, dos Negros,
dos Brancos... Pois bem, nada
disso, não foram encontrados. Em
todos os sistemas genéticos
humanos conhecidos, os
repertórios de genes são os
mesmos. ”
Por outro lado, o período da política de
extermínio racista do nazismo forçou,
após a guerra, a reflexão de maneira
crítica dessa noção de raça humana, e
ou abandoná-la, ou conservá-la num
sentido metafórico, ou seja, de
agrupamento cultural e não mais de
classe biológica.

O senador estadunidense Alben W. Barkley, membro do comitê que investigava os crimes de guerra nazistas, ao lado
de corpos de prisioneiros do campo de concentração de Buchenwald, na Alemanha

Os crimes do nazismo, que justificavam


suas ações em nome da salvaguarda de
uma pseudo "raça ariana", levaram a uma
retificação no sentido da anti-raciologia.
Em sua edição de julho-agosto de 1950,
com título de "Os estudiosos do mundo
inteiro denunciam um mito absurdo... o
racismo", o correio da UNESCO publica a
"declaração sobre a raça". Trata-se de um
documento redigido em dezembro de
1949 por um grupo internacional de
pesquisadores que repudia à noção de
raça e afirma a unidade fundamental da
humanidade.[60]

Claude Lévi-Strauss analisa os


mecanismos de constituição da
ideologia racista, em termos de
diferenciação de raças:
“ O pecado original da antropologia
consiste na confusão entre a
noção puramente biológica de
raça (supondo-se que [...] essa
noção pudesse pretender
objetividade, o que a genética
moderna contesta) e os produtos
sociológicos e psicológicos das
culturas humanas ”
Levi-Strauss afirma que se os grupos
humanos se distinguem, e para tanto que
precisem ser distinguidos, é unicamente
em termos culturais. De fato, é
unicamente pela cultura que os grupos
humanos ou sociedades se dividem e se
diferenciam; e não segundo a natureza
que seria a biologia. Quer dizer que se é
necessário a manutenção das
distinções, o fenômeno não é de forma
alguma natural. Ele não deriva de estudo
da biologia, mas da antropologia no
sentido amplo. O racismo consiste
precisamente no contrário, em fazer de
um fenômeno cultural um fenômeno
pretensamente físico, natural e biológico.
Ele explica ainda em Raça e História (que
foi também publicado pela UNESCO) que
a imensa diversidade cultural,
correspondendo a modos de vida
extraordinariamente diversificados, não é
em nada imputável à biologia: ela se
desenvolve paralelamente à diversidade
biológica. Essas análises foram
retomadas mais tarde uma obra mais
detalhada, O olhar distante.

Em um relatório ao Presidente da
República' datado de 1979, sobre as
questões de ciências da vida e sociedade
(título da obra, do francês: sciences de la
vie et société), François Gros, François
Jacob e Pierre Royer abordam
precisamente as relações entre o
conhecimento em matéria de ciências da
vida e sociedade. Um trabalho
envolvendo toda a comunidade científica
francesa -- os membros da academia de
ciências, do CNRS, dos professores
universitários, do Collége de France, dos
"Estudiosos" do "comité national de la
Recherche" (comitê nacional da
pesquisa) e interessados em biologia
que contribuíram e o seguiram -- diz o
seguinte:

“ há mais de um século, e ainda nos


dias de hoje, tenta-se por demais
utilizar argumentos tomados à
biologia para justificar certos
modelos de sociedade.
Darwinismo social ou eugenia,
racismo colonial ou superioridade
ariana, [...] as ideologias nunca
hesitaram em desviar o apanhado
da biologia... ”
Isso quer dizer que a exploração indevida
da biologia para uso das ideologias e
políticas racistas é com certeza (mesmo
ainda hoje) algo que não pode ser
ignorado, já que foi estabelecida e
analisada pelos estudiosos de diversas
disciplinas, biólogos, historiadores da
ciência, epistemólogos, filósofos, etc.

Exploração indevida e transferência de


noções que não tinham nenhuma razão
de ser senão traduzir os interesses ou
fantasias em propostas com pretensa
base científica, mas que não passam de
teorias racistas e discursos em termos
de raças que visam apenas fazer crer
numa diferença e hierarquia racial.
Entretanto o que a biologia ensina pode
ser resumido ainda pelo que dizem
nossos três autores do relatório citado
acima:

“ os conhecimentos da biologia
moderna vão, em sua maioria, de
encontro às ideias mais
comumente aceitas hoje em dia. ”
A cultura como principal critério de
diferenciação
De William Blake, Europe Supported By Africa and America, 1796

Os etnólogos estimam que, postas de


lado as supostas diferenças genéticas e
fenotípicas, as populações humanas são
principalmente diferenciadas pelos seus
usos e costumes, que são transmitidos
de geração em geração. A espécie
humana se caracteriza então por uma
forte dimensão cultural. É por isso que o
conceito de etnia é hoje em dia preferido
ao conceito de raça em etnologia. As
diferenças culturais permitem definir um
grande número de etnias. As noções de
nação assim como de comunidade
religiosa se abstraem da noção de raça e
de etnia: o que conta para defini-las é
muito menos o que seus membros são, e
muito mais o que eles desejam em
comum.

Para R. Barbaud, a "diversidade cultural


pode então ser tomada como um
componente natural da biodiversidade,
como o resultado final de nossa própria
evolução. Ela tem, por este ponto de
vista, a mesma função da biodiversidade
para as outras espécies". A diversidade
humana é portanto genética, com suas
conseqüências fenotípicas, mas também
culturais. E faz-se importante distinguir
bem os dois domínios para não recriar,
mesmo involuntariamente, os discursos
racistas e não científicos.

Nessa ótica, as diferenças culturais


aparecem como mais importantes, já
que elas podem até mesmo modificar os
traços físicos (os pés pequenos das
chinesas ou as mulheres girafa da África
são exemplos de modificações culturais
dos traços físicos) e participam na
dinâmica do grupo. Um dos elementos
da questão é saber se um isolamento
geográfico ou cultural pode levar à
seleção de genes específicos, e assim
saber se um povo ou etnia pode
constituir uma raça.

Ao longo de sua história, sem o saber, o


homem praticou uma espécie de seleção
natural para aperfeiçoar as raças de
animais (criação) e as espécies de
plantas (agricultura). Assim, ele não
parou de realizar operações de seleção
genética e de fixação de raças para as
espécies animais e vegetais, algo que
não tem nada a ver com a ideia de
transpor tais práticas para o gênero
humano. Ainda assim, isto foi tentado
(para sua própria espécie) em certos
momentos, sob o Terceiro Reich.
Cumpre assinalar, como assinala o
biólogo Stephen Jay Gould, que fatores
culturais que favorecem ou, ao contrário,
dissuadem certas uniões conjugais, são,
por sua própria natureza, circunstâncias
que levam ao desenvolvimento, a longo
prazo, de um processo de "raciação". Por
outro lado, segundo Jacques Ruffié, do
Collège de France, os grupos humanos
vêm convergindo nos últimos seis
milhões de anos. O homem moderno
(homo sapiens) conheceu curtos
períodos de isolamento de grupos
étnicos, mas também um sem número
de mesclas. Somente grupos isolados e
numericamente muito pequenos (bascos
e nepaleses, por exemplo) conseguiram
diferenciar-se suficientemente em
relação a outros grupos e manifestar
populações estáveis desde um ponto de
vista taxonômico, ou seja, apresentar
diferenças genéticas significativas e
hereditárias. O processo de globalização
e mestiçagem das culturas e dos
indivíduos reduziu fortemente a
possibilidade de tais modos de vida
isolados e autônomos.

Na prática, a duração de uma sociedade


(e consequentemente de uma cultura)
humana parece, com efeito, bastante
curta em relação ao tempo que seria
necessário à separação de
características físicas. No ser humano, o
impacto da cultura não parece assim ser
suficientemente grande para explicar
uma diferenciação entre raças.

Ver também
Cor da pele Raça ariana
humana Raça superior
Espécie Raça branca
Etnia Raça amarela
Grupo étnico Raça negra
Homo sapiens Racialismo
População Racismo
Raça Especiação

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humana (http://www.nature.com/ng/
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18. Por exemplo, esta declaração que
expressa o ponto de vista oficial da
American Anthropological
Association em seu websítio (http://
www.aaanet.org/stmts/racepp.htm)
: "Evidências obtidas com a análise
genética (p.ex., DNA) indicam que a
maioria das variações físicas
originam-se dentro dos assim
chamados grupos 'raciais'. Isto
significa que há uma variação muito
maior dentro de grupos 'raciais' do
que entre eles."
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2004.
(em francês) Trenton C. Holliday,
Espèces d'hybrides !, La recherche, 377,
2004.

Leitura adicional

BARROS, José D'Assunção. A


Construção Social da Cor. Petrópolis:
Editora Vozes, 2009.
PARADELA, Eduardo Ribeiro. PEREIRA,
Marcela Saldanha. ANDERS, Quézia
Silva. AGOSTINHO, Luciana de
Andrade. FIGUEIREDO, André Luís dos
Santos.
PAIVA, Carmen Lúcia Antão. Poderiam
os fundamentos da evolução humana
e da genética desfazer discussões
entre "raça" e "inteligência"?. In: Âmbito
Jurídico, Rio Grande, 57, 30 de
setembro de 2008 [Internet].
Disponível em http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id
=3119 . Acesso em 27 de maio de
2011.

Ligações externas
New England Journal of Medicine , Les
Noirs sont plus sensibles au tabac que
les Blancs (http://fr.news.yahoo.com/2
6012006/5/les-noirs-plus-sensibles-qu
e-les-blancs-aux-effets-nocifs.html)
[ligação inativa]

Agence de santé publique de Canada,


La densité minérale osseuse en
fonction de sexe, race et hérédité (htt
p://www.phac-aspc.gc.ca/publicat/cdi
c-mcc/16-1/a_f.html) ;
U.S. Food and Drug Administration,
Medicament pour les Noirs, en anglais
(http://www.fda.gov/bbs/topics/NEW
S/2005/NEW01190.html) ;
Émile Durkheim et la taille des crânes
(http://www.cndp.fr/RevueDEES/pdf/1
15/01903011.pdf) ;
Le projet Genographic sur National
Geographic (https://web.archive.org/w
eb/20051014135817/http://www.natio
nalgeographic.fr/genomeA.htm) ;
ankhonline.com Acquis récents de la
recherche et histoire ancienne de
l'Afrique (http://www.ankhonline.com/
ankh_acquis_10ans.htm) : 1. La
paléontologie, l'archéologie - la
génétique et l'origine de l'homme ;
«Origine de l'homme et
paléoanthropologie» (http://www.mod
ernhumanorigins.net/) (em inglês). ;
(em inglês) Un article de C. David
Kreger sur le concept de race
humaine (http://www.modernhum
anorigins.net/anth372.html) , d'un
point de vue biologique, culturel et
sociologique ;
(em inglês) Du même auteur, un
article sur l'origine de l'homme
moderne (http://www.modernhum
anorigins.net/anth588.html) .

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title=Raça_(categorização_humana)&oldid=6477
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