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Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

Físico – Química II
Propriedades coligativas

Prof. Vinicius Vescovi


Propriedades coligativas Prof. Vinicius Vescovi

1. Redução da pressão de vapor.


2. Elevação do ponto de ebulição.
3. Redução do ponto de fusão.
4. Pressão osmótica.
5. Solubilidade.

✓ Para derivar as equações que descrevem esses fenômenos, vamos fazer três
suposições importantes:
1. A solução ideal diluída, portanto o solvente obedece a lei de Raoult;
2. As soluções contêm não-eletrólitos. Fonte – Atkins, P. Físico-Química. LTC, v1. 2012.

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Propriedades coligativas Prof. Vinicius Vescovi

1. Redução da pressão de vapor.

∆𝑷 = 𝑷𝟏 ∗ − 𝑷𝟏 = 𝒙𝟐 . 𝑷𝟏 ∗

“A diminuição na pressão de vapor relativa à do solvente


puro, é diretamente proporcional à fração molar do
soluto”

Fonte – https://document.onl/documents/qg-propriedades-coligativas.html

Menor entropia do sistema →Menor tendência de escape da solução → Menor pressão de vapor

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Elevação no ponto de ebulição

✓ Vimos que a adição de um soluto não volátil em uma solução provoca a redução da pressão vapor do
solvente, quando comparado com sua pressão de vapor em estado puro.

Podemos fazer essa mesma analogia a temperatura de ebulição, ou seja,


a adição de um soluto não volátil irá reduzir ou aumentar a temperatura
de ebulição?

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Propriedades coligativas µ𝐀 = µ𝐀 ∗ + 𝐑𝐓𝐥𝐧𝐱𝐀

2. Elevação do ponto de ebulição.

Fonte – https://www.estudopratico.com.br/propriedades-coligativas/

Fonte – Atkins, P. Físico-Química. LTC, v1. 2012.

“Quanto maior a pressão de vapor, mais facilmente o líquido evapora” 5


Relação pressão de vapor e temperatura de ebulição Prof. Vinicius Vescovi

✓ Na pressão atmosférica (760 mmHg) o equilíbrio (ou seja


pressão de vapor)é atingido à temperatura de 100°C.

✓ A pressão externa também pode alterar a temperatura de


ebulição (Ex: panela de pressão)

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Fonte – https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/fatores-que-alteram-pressao-vapor-um-liquido.htm
Elevação no ponto de ebulição Prof. Vinicius Vescovi

✓ 𝑂 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜 1 → 𝑆𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑂 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜 2 → 𝑆𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜

0 0 𝜇1 𝑔 − 𝜇1 0 (𝑙) ∆𝜇1
𝑁𝑜 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜 𝜇1 𝑔 = 𝜇1 𝑙 = 𝜇1 𝑙 + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥1 → 𝜇1 𝑔 − 𝜇1 (𝑙) = ∆𝜇1 = 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥1 → = = 𝑅𝑙𝑛𝑥1
𝑇 𝑇


𝑼𝒔𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒂 𝒆𝒒𝒖𝒂çã𝒐 𝒅𝒆 𝑮𝒊𝒃𝒃𝒔 − 𝑯𝒆𝒍𝒎𝒉𝒐𝒍𝒕𝒛 𝒆 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒊𝒅𝒆𝒓𝒂𝒏𝒅𝒐 ∆𝝁𝟏 = ∆𝑮

𝑑(∆𝑉𝑎𝑝 𝐺/𝑇) ഥ
∆𝑉𝑎𝑝 𝐻 𝑑(𝑙𝑛𝑥1 ) ഥ 𝑇𝐸𝑏 𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜 − 𝑇𝐸𝑏 𝑆𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑢𝑟𝑜
∆𝑉𝑎𝑝 𝐻
→ =− =𝑅 → 𝑙𝑛𝑥1 = 𝑙𝑛(1 − 𝑥2 ) =
𝑑𝑇 𝑇2 𝑑𝑇 𝑅 𝑇𝐸𝑏 𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜 ∗ 𝑇𝐸𝑏 𝑆𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑢𝑟𝑜

Onde:
𝑹𝑻𝑬𝒃 ² ∆T = Elevação do ponto de ebulição
∆𝑻 = 𝒙𝟐

∆𝑽𝒂𝒑 𝑯 R = Constante dos gases
𝑻𝑬𝒃 = Temperatura de ebulição do solvente puro
ഥ = Entalpia molar de vaporização do solvente puro
∆𝑉𝑎𝑝 𝐻
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𝑥2 = 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
Elevação no ponto de ebulição Prof. Vinicius Vescovi

❑ Podemos expressar a equação da elevação do ponto de ebulição em função da molalidade da solução

𝑹𝑻𝑬𝒃 ²ℳ𝒔𝒐𝒍𝒗𝒆𝒏𝒕𝒆
∆𝑻 = 𝒎𝑺𝒐𝒍𝒖çã𝒐

∆𝑽𝒂𝒑 𝑯
Onde:
∆T = Elevação do ponto de ebulição
R = Constante dos gases
𝑻𝑬𝒃 = Temperatura de ebulição do solvente puro
ഥ = Entalpia molar de vaporização do solvente puro
∆𝑉𝑎𝑝 𝐻
ℳ𝑆𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑀𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑜 𝑆𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑚𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = 𝑀𝑜𝑙𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

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Elevação no ponto de ebulição Prof. Vinicius Vescovi

RTEb ²ℳsolvente
❑ Podemos simplificar a equação ∆T = mSolução

∆Vap H

𝑹𝑻𝑬𝒃 ²ℳ𝒔𝒐𝒍𝒗𝒆𝒏𝒕𝒆
= 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 = 𝑲𝑬𝒃

∆𝑽𝒂𝒑 𝑯

𝑲𝑬𝒃 (𝑪𝒐𝒏𝒔𝒕. 𝒅𝒆 𝑬𝒍𝒆𝒗𝒂çã𝒐 𝒅𝒐 𝑷𝒐𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝑬𝒃𝒖𝒍𝒊çã𝒐)


∆𝑻 = 𝑲𝑬𝒃 𝒎𝑺𝒐𝒍𝒖çã𝒐

Permite calcular ∆𝑻

Fonte – Atkins, P. Físico-Química. LTC, v1. 2012.

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Redução do ponto de fusão Prof. Vinicius Vescovi

❑ Análise termodinâmica do abaixamento do ponto de fusão é semelhante à análise da elevação do ponto de ebulição, ou seja,
mesmo principio (aumento entropia, redução da pressão de vapor e etc).

𝑹𝑻𝑪𝒐𝒏𝒈𝒆𝒍𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 ²ℳ𝒔𝒐𝒍𝒗𝒆𝒏𝒕𝒆
= 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 = 𝑲𝑪

∆𝑽𝒂𝒑 𝑯

𝑲𝑪 (𝑪𝒐𝒏𝒔𝒕. 𝒅𝒆 𝒓𝒆𝒅𝒖çã𝒐 𝒅𝒐 𝑷𝒐𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝑭𝒖𝒔ã𝒐)

∆𝑻 = 𝑲𝑪 𝒎𝑺𝒐𝒍𝒖çã𝒐

Permite calcular ∆𝑻

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Fonte – Atkins, P. Físico-Química. LTC, v1. 2012.
Prof. Vinicius Vescovi

Redução do ponto de fusão


❑Importante:
𝑷𝒂𝒓𝒂 𝒂𝒃𝒂𝒊𝒙𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝒄𝒐𝒏𝒈𝒆𝒍𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐

∆𝑻 = 𝑻𝑪𝒐𝒏𝒈𝒆𝒍𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒔𝒐𝒍𝒗𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒑𝒖𝒓𝒐 − 𝑻𝑪𝒐𝒏𝒈𝒆𝒍𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒔𝒐𝒍𝒖çã𝒐

𝑷𝒂𝒓𝒂 𝒆𝒍𝒆𝒗𝒂çã𝒐 𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒏𝒕𝒐 𝒆𝒃𝒖𝒍𝒊çã𝒐

∆𝑻 = 𝑻𝑬𝒃𝒖𝒍𝒊çã𝒐 𝒅𝒂 𝒔𝒐𝒍𝒖çã𝒐 − 𝑻𝑬𝒃𝒖𝒍𝒊çã𝒐 𝒅𝒐 𝒔𝒐𝒍𝒗𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒑𝒖𝒓𝒐

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Pressão Osmótica Prof. Vinicius Vescovi

Equação de Van Hoff

𝑛2 𝜋 𝑅𝑇
𝜋= 𝑅𝑇 ou
=
𝑉
𝑐2 ℳ2
Onde:
π= Pressão osmótica
R = Constante dos gases h = Pressão osmótica
𝒏𝟐 = Número de mols do soluto
𝑉 = Volume
ℳ2 = 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑀𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑜 𝑆𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
𝑐2 = 𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 (𝑔/𝐿)

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Fonte – https://xflow.pentair.com/pt-pt/spectrum/reverse-osmosis
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Solubilidade
✓ Quando um soluto sólido fica em contato com um solvente, ocorre a sua
dissolução até que a solução esteja saturada.

∆HFusão 1 1
ln 𝑥2 = − −
𝑅 𝑇 𝑇0
𝑇0 = 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 𝑝𝑢𝑟𝑜
Fonte – Atkins, P. Físico-Química. LTC, v1. 2012.

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Prof. Vinicius Vescovi
Pressão Osmótica
✓ Exemplo: Considere o seguinte arranjo, no qual é colada no compartimento direito uma solução com 20 g de
hemoglobina em um litro de solução e água pura, compartimento esquerdo. No equilíbrio, a altura da solução na
coluna da direita é 77,8 mm maior que a altura da água na coluna da esquerda. Qual é a massa molar da
hemoglobina? A temperatura do sistema é constante a 298 K.

Resposta:
1. Isolar o termo pedido no enunciado a partir da equação do cálculo da pressão osmótica
2. Obter o valor da concentração em kg/m3.
3. Calcular a pressão do sistema do lado direito pela diferença de altura dos dois lados.
4. Substituir os valores encontrados na equação encontrada no primeiro passo.

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Pressão Osmótica Prof. Vinicius Vescovi
Exemplo: Considere o seguinte arranjo, no qual é colada no compartimento direito uma solução com 20 g de hemoglobina em um
litro de solução e água pura, compartimento esquerdo. No equilíbrio, a altura da solução na coluna da direita é 77,8 mm maior que a
altura da água na coluna da esquerda. Qual é a massa molar da hemoglobina? A temperatura do sistema é constante a 298 K.

π RT 𝐜𝟐
1. 𝐀 𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬ã𝐨 𝐨𝐬𝐦ó𝐭𝐢𝐜𝐚 é 𝐜𝐚𝐥𝐜𝐮𝐥𝐚𝐝𝐚 𝐩𝐞𝐥𝐚 𝐞𝐪𝐮𝐚çã𝐨 → = Restruturando a 𝐞𝐪𝐮𝐚çã𝐨 𝓜𝟐 = 𝐑𝐓
c2 𝓜2 𝛑

g
2. Concentração →2 0 L = 𝟐𝟎 𝒌𝒈/𝒎𝟑

3. Pressão = hρg = 0,0778 m x 9,81 m/s2 x 1000 kg/m3 = 763 kg/ms2

4. Substituindo....

𝐶2 20 𝑘𝑔/𝑚3 8,314 𝐽/ 𝐾 𝑚𝑜𝑙 (298 𝐾) 𝐽𝑠 2


Molaridade do soluto= π
𝑅𝑇 =
763 𝑘𝑔/ms2
= 64,94 2
𝑚 𝑚𝑜𝑙

𝐽𝑠 2 𝑘𝑔 𝑚2 𝑠 −2 𝒌𝒈
Molaridade do soluto= 64,94 2
𝑚 𝑚𝑜𝑙
𝑥
1𝐽
= 𝟔𝟒, 𝟗𝟒
𝒎𝒐𝒍

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Elevação da temperatura de ebulição Prof. Vinicius Vescovi
Exemplo: Considerando os dados apresentados na tabela abaixo para uma solução de 45,20 g de sacarose (C12H22O11) em 316,0 g
de água, calcule: Ponto de Keb Ponto de KC
Solvente
(a) O ponto de ebulição; ebulição normal (°C) (°C ou K mol/kg) congelamento normal (°C) (°C ou K mol/kg)
(b) O ponto de congelamento Água 100,0 0,51 0,0 1,86
Benzeno 80,1 2,53 5,5 5,12
Etanol 78,4 1,22 -114,6 1,99
Clorofórmio 61,2 3,63 -63,5 29,8

Resposta da letra a:

∆𝑻 = 𝑲𝑬𝒃 𝒎𝑺𝒐𝒍𝒖çã𝒐

mSolução = (45,2g/ 342,3 g/mol) = 0,132 mol = 0,136 mol / 0,316 kg = 0,418 mol/kg

∆T = (0,51 °K mol/kg )(0,418 mol/kg) = 0,21 K

TEb = 100,00 +0,21 = 100,21 °C ou 373,15 + 0,21 = 373,36 K


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Elevação da temperatura de ebulição Prof. Vinicius Vescovi
Exemplo: Considerando os dados apresentados na tabela abaixo para uma solução de 45,20 g de sacarose (C12H22O11) em 316,0 g
de água, calcule: Ponto de Keb Ponto de KC
Solvente
(a) O ponto de ebulição; ebulição normal (°C) (°C ou K mol/kg) congelamento normal (°C) (°C ou K mol/kg)
(b) O ponto de congelamento Água 100,0 0,51 0,0 1,86
Benzeno 80,1 2,53 5,5 5,12
Etanol 78,4 1,22 -114,6 1,99
Clorofórmio 61,2 3,63 -63,5 29,8

Resposta da letra b:
∆𝑻 = 𝑲𝑪 𝒎𝑺𝒐𝒍𝒖çã𝒐

∆T = (1,86 °K mol/kg )(0,418 mol/kg) = 0,78 K


TCongelamento = 0,00 - 0,78 = -0,78 °C ou 273,15 - 0,78 = 272,37 K

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Solubilidade Prof. Vinicius Vescovi

Exemplo: O calor de fusão por grama de p-diclorobenzeno (C6H4Cl2 – 147 g/mol), é de 29,7 cal/g e a temperatura de fusão é 52,7
°C. Calcular a solubilidade ideal a 25 °C. Adote o valor de R como 1,987 cal/K mol. (X2 = 0,534).
Dicas:
1. Calcular o valor do ∆𝑯𝑭𝒖𝒔ã𝒐 em cal/mol;
2. Calcular o valor de solubilidade (𝒙𝟐 ) p-diclorobenzeno a 25°C.

Resposta:
cal g cal
∆HFusão = 29,7 x 147 mol = 4365,9 mol
g

∆HFusão 1 1
ln 𝑥2 = − −
𝑅 𝑇 𝑇0

4365,9 cal/mol 1 1
ln 𝑥2 = − − → 𝑥2 = 0,534
𝑐𝑎𝑙 298,15 325,85
1,987
𝐾 𝑚𝑜𝑙 19
Prof. Vinicius Vescovi

ATÉ A PRÓXIMA AULA!

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