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SIDNEY LUIZ DA SILVA, já qualificado nos autos, por um de seus defensores ao final
assinado, intimado, vem apresentar suas RAZÕES RECURSAIS em relação ao inconformismo
demonstrado por ocasião de sua condenação pelo Egrégio Tribunal do Júri desta comarca.
Recebida esta e ouvido o Ministério Publico para suas Contra Razões, requer a subida
dos autos para Superior Instancia objetivando a analise do apelo apresentado.
RAZÕES RECURSAIS
Ínclitos Julgadores,
Egrégia Câmara.
Trata-se de recurso de apelação intentado por SIDNEY LUIZ DA SILVA com arrimo no
disposto no artigo 593, III, alíneas “c” e “d” do Código de Processo Penal, inconformado com seu
julgamento pelo Egrégio Tribunal do Júri e pena fixada pelo Juiz togado.
Rua Dom Pedro II, 244 – Centro – Gov. Valadares/MG. CEP: 35010-090. Telefone: (33) 3271-2004.
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FACULDADE DE DIREITO DO VALE DO RIO DOCE
NÚCLEO DE CRIMINOLOGIA PENAL E EXECUÇÃO PENAL “VALÉRIA VIEIRA ALVES”
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Registra a história do direito, precedentes antigos de decisões que não precisavam ser
motivadas. A partir da consagração no ocidente do racionalismo iluminista tal concepção alterou-
se. Já no final do século XVIII algumas legislações passam a adotar a necessária motivação das
sentenças. Esta surge como conquista liberal e garantia do cidadão no Estado de Direito, a qual
remonta à revolução francesa. A obrigatoriedade de motivação constituiria um traço marcante
das legislações que se seguiram.
Entre nós, a partir de 1988, tal princípio processual também foi constitucionalizado.
Encontra-se consagrado no inciso IX do Art. 93, assim vazado: “todos os julgamentos dos
órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de
nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados
atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes.”
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Se o dever de motivar é consagrado constitucionalmente e, também, na legislação
infraconstitucional de cunho processual, qual o fundamento a justificar a sua imposição em
julgados? Com o fim do sistema tarifado ou legal e a adoção do sistema do livre convencimento,
há a necessidade de estabelecer parâmetros para, garantindo o poder discricionário do
juiz na busca da verdade real, limitar o eventual arbítrio que poderia surgir da falta de motivação.
A doutrina clássica entende a sentença como fruto de uma delicada e complexa operação
lógica em que o juiz manifesta por escrito o raciocínio por ele seguido e que tem suas raízes na
consciência moral do julgador. A motivação, enquanto rigidamente estruturada segundo uma
combinação lógica necessária, surge principalmente como um modo de impor a decisão,
reforçando a autoridade substancial e formal, posto que tende a demonstrá-la, mais que justificá-
la, pondo em evidência seu caráter racional. “Assim considerada, afigura-se correta a asserção
de que, do ponto de vista subjetivo, a motivação da sentença tem por escopo imediato
demonstrar ao próprio juiz, antes mesmo do que às partes, a “ratio scripta” que legitima o ato
decisório, cujo teor se encontrava em sua instituição”.
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Juiz tem que dizer também por que aplica determinada pena, especialmente no que respeita à
quantidade”.
No vertente caso, findo o trabalho de atribuição dos doutos jurados que figuraram no
conselho de sentença, coube a magistrada desenvolver seu trabalho de raciocínio, optando por
um “traçado” na conceituação e valoração das qualificadoras recepcionadas. Aqui diverge e se
insurge o acusado/apelante, via defensor. As qualificadoras implicaram na tipificação do
homicídio qualificado, não importando quantas.
Na apreciação das circunstâncias judiciais, sem grande esforço, verifica-se serem elas
favoráveis ao acusado/apelante, justificando assim o mínimo legal.
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Com tais razões, espera o apelante que egrégia câmara reveja a sentença de primeiro
grau, moldando-a aos princípios elementares do direito, atentando ainda para a tão decantada e
necessária política criminal.
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