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DIREITO CONSTITUCIONAL
NACIONALIDADE
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 3
2 Espécies de Nacionalidade ........................................................................................................................................... 6
3 BRASILEIROS NATOS ..................................................................................................................................................... 8
4 BRASILEIROS NATURALIZADOS .................................................................................................................................. 10
5 SITUAÇÃO DOS PORTUGUESES: “quase nacionais” ................................................................................................... 18
6 DIFERENÇAS ENTRE NATOS E NATURALIZADOS......................................................................................................... 20
7 PERDA DA NACIONALIDADE ....................................................................................................................................... 22
8 DISPOSITIVOS PARA LEITURA ..................................................................................................................................... 28
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NACIONALIDADE

1 INTRODUÇÃO

- Nacionalidade - vínculo jurídico-político que liga o indivíduo ao Estado, fazendo dele um componente do POVO
(NACIONAIS DE UM PAÍS).

#DOUTRINA: Gilmar Ferreira Mendes conceitua nacionalidade como vínculo político e pessoal que se estabelece entre
o Estado e o indivíduo, fazendo com que este integre uma dada comunidade política, o que faz com que o Estado
distinga o nacional do estrangeiro para diversos fins. Afirma, ainda, que o conceito de nacionalidade associa-se ao ser
humano. Somente por extensão pode-se cogitar de nacionalidade de pessoas jurídicas, empresas ou coisas. A
Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 e a Convenção Americana de São José da Costa Rica estabelecem
que a pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em que tiver nascido, na falta de outra. Busca-se, portanto, evitar
a situação dos apátridas.

Qual a natureza jurídica da nacionalidade? É ponto de divergência doutrinária a natureza jurídica da nacionalidade.
Dentre elas, pode-se destacar: a contratual, a de vínculo jurídico e a de vínculo político. A corrente contratualista
sustenta ser a nacionalidade um contrato entre o indivíduo e o Estado, do qual resultariam direitos e deveres para os
contratantes. Esta teoria é insuficiente para explicar o fenômeno da nacionalidade, uma vez que o recém-nascido
também a possui, mesmo não podendo concluir um contrato, pois este pressupõe manifestação de vontade.
Entretanto, pode-se considerá-la como sendo ao mesmo tempo um vínculo jurídico e político que une o indivíduo ao
Estado, uma vez que dá a ele direitos e deveres de um modo geral e, em especial, direitos políticos.

- Apesar de nacionalidade derivar de natio (nação), o conceito de nacional não é ligado a nação, mas ao povo (conceito
mais amplo). Quando se fala em nação, a nação pressupõe um vínculo entre as pessoas, ou de origem histórica, ou de
origem cultural, ou de língua. As pessoas têm características em comum. O povo é um conceito mais amplo. No Canadá,
por exemplo, alguns são mais ligados ao povo francês, outros são mais ligados ao povo inglês. A palavra povo abrange
os nacionais de um país.

- Povo - conjunto de pessoas que fazem parte do Estado (elemento humano), unido ao Estado pelo vínculo jurídico-
político da nacionalidade. O povo é a dimensão pessoal do fenômeno estatal.

Povo brasileiro = brasileiros natos + naturalizados.


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INDIVÍDUO ESTADO

NACIONALIDADE

- População - conjunto de residentes no território, sejam eles nacionais ou estrangeiros, ou, ainda, apátridas.

POVO POPULAÇÃO
Conceito político e jurídico Conceito estatístico
Inclui apenas os nacionais Inclui nacionais e estrangeiros
Inclui os nacionais no exterior Inclui pessoas apenas de passagem pelo país
Brasileiros natos e naturalizados Inclui todo mundo: brasileiros, estrangeiros,
apátridas, pessoas de passagem

#NÃOCONFUNDIR:
Povo População Nação Cidadania
Possui como
Conjunto de pessoas Agrupamento humano pressuposto a
Conjunto de habitantes
(elemento humano do ligados por laços nacionalidade,
de um território,
Estado) unidas pelo históricos, culturais, caracterizando-se como
podendo ser nacionais
vínculo da econômicos e titularidades de direitos
ou estrangeiros.
nacionalidade. linguísticos. políticos de votar e ser
votado.

#DOUTRINA: Nacionalidade é um conceito mais amplo que o de cidadania. Por conseguinte, pressupõe-se que todo
cidadão brasileiro é titular da nacionalidade brasileira, seja ela primária ou secundária. Nacionalidade → direitos
políticos → cidadania.

#SELIGA: O exercício de DIREITOS POLÍTICOS possui como pressuposto a nacionalidade, seja ela originária ou
derivada.

#CONCLUSÃO: O cidadão é o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) no gozo dos direitos políticos.
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- A nacionalidade é regulamentada pelo direito interno (caráter estritamente soberano da concessão da


nacionalidade). Algumas regras gerais sobre a nacionalidade:

a) Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade (considerado um direito humano). Evita-se a figura do apátrida (ou
HEIMATLOS, expressão alemã que significa sem pátria ou apátrida).
b) Toda pessoa deveria ter apenas uma nacionalidade. Isso evitaria os conflitos da polipatridia (repulsa histórica do DIP
à polipatridia, embora ainda exista).
c) Toda pessoa tem direito a mudar de nacionalidade, direito que está sujeito às regras estabelecidas pelos entes
estatais envolvidos.
d)Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade (art. XV da DUDH). A pessoa pode perder sua
nacionalidade, desde que a partir de regras previamente estabelecidas e compatíveis com as normas internacionais de
direitos humanos e com o Estado de Direito. Ex: art. 15 da CF.
e) A nacionalidade deve ser efetiva, ou seja, fundamentada em laços sociais consistentes entre o indivíduo e o Estado.
Busca-se evitar que a nacionalidade seja concedida em bases meramente mercantilistas ou fictícias.
f) A nacionalidade da mulher não se relaciona com a do marido.
g) Os filhos de agentes de Estados estrangeiros, à serviço do país, herdam a nacionalidade dos pais, não importa onde
nasçam.
h) É proibido o banimento: o Estado não deve expulsar ou deportar o nacional de seu próprio território (art. 5º, XLVII,
d). Por outro lado, o Estado sempre deve receber os detentores de sua nacionalidade quando venham do exterior,
inclusive quando expulsos ou deportados de Estado estrangeiro (lembrar também da figura do refugiado).

#DOUTRINA #OLHAOGANCHO
- Apesar de a concessão de nacionalidade ser em grande parte fruto da discricionariedade dos Estados, A SUA PERDA
DEVE SE DAR EM VIRTUDE DE DETERMINADAS DISPOSIÇÕES LEGAIS OU MESMO CONSTITUCIONAIS. Um Estado não
pode arbitrariamente privar o indivíduo de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
- A Convenção de Haia determina que um Estado não pode exercer sua proteção diplomática em proveito de um seu
nacional contra outro Estado de que o mesmo seja também nacional. Dispõe também que, em um terceiro Estado, o
indivíduo que possua várias nacionalidades deverá ser tratado como se tivesse só uma, podendo esse terceiro Estado
reconhecer, dentre as alternativas existentes, apenas a nacionalidade do país no qual ele tenha sua residência habitual
e principal ou a do país ao qual, segundo as circunstâncias, o estrangeiro pareça mais ligado, ou seja, a nacionalidade
mais efetiva.
- O ordenamento brasileiro não comporta nenhuma possibilidade de admissão da apatridia, embora contemple
hipóteses de perda da nacionalidade brasileira (art. 15, CF), que podem levar à apatridia.
- O Brasil admite a polipatridia, mas não expressamente. É que o brasileiro perde a nacionalidade quando adquire
outra, salvo nos casos de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira e de imposição de
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naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. Nesses casos, o sujeito terá a nacionalidade
brasileira + outra nacionalidade (polipatridia).

#EXEMPLIFICANDO: Cláudio, súdito do Estado A, estabeleceu seus negócios no Estado B, onde constituiu vasto
patrimônio. Anos depois, correndo risco de se ver expropriado de seus bens pelo governo do Estado B e sem poder
contar, por motivos históricos adversos, com a proteção diplomática de seu Estado pátrio, Cláudio emigrou para o
Estado C, onde requereu imediatamente a sua naturalização, para receber a proteção diplomática, necessária para
iniciar procedimento na CIJ contra o Estado B. Nessa situação, compete à CIJ, como pressuposto ao exame da proteção
diplomática outorgada, deliberar acerca da efetividade internacional do ato de naturalização de Cláudio, embora
tenha sido este realizado no âmbito da soberania nacional do Estado C. Atenção: a assertiva traz a descrição dos fatos
ocorridos no caso nottebohm, no qual a CIJ decidiu que, para fins de outorga de proteção diplomática, a nacionalidade
deve ser efetiva e contínua, o que não se configurava no caso.

- Na hipótese de dupla nacionalidade, qualquer um dos Estados pode, em regra, exercer proteção diplomática em favor
do indivíduo. Entretanto, NÃO É ADMITIDO O ENDOSSO NOS CASOS DE RECLAMAÇÃO FEITA PELO INDIVÍDUO CONTRA
O SEU OUTRO ESTADO PATRIAL. A jurisprudência internacional reconheceu essa exceção em 1912, no caso Canevaro,
relativo a um binacional italiano iure sanguinis e peruano iuresolis que tem suas propriedades expropriadas pelo
governo peruano e busca proteção diplomática pela Itália.

2 ESPÉCIES DE NACIONALIDADE

1. Nacionalidade originária; primária; de origem; involuntária; de 1º grau, nata - brasileiros NATOS.

- A nacionalidade originária não é adquirida por um ato de vontade (imposta de maneira unilateral), mas pelo
nascimento (fato natural).

Existem dois critérios para a atribuição da nacionalidade originária: jus soli (critério territorial) e jus sanguinis
(critério sanguíneo). Cada Estado escolhe o seu critério (soberania).

#IMPORTANTE: O Brasil utiliza o CRITÉRIO MISTO. O critério territorial (jus soli) não depende de mais nada: é brasileiro
se nasceu no território brasileiro. Já o critério sanguíneo depende de outro fator, ele sozinho não é capaz de conferir
nacionalidade à pessoa.
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2. Nacionalidade secundária ; adquirida ; voluntária ; por aquisição ; de 2ª grau ; por naturalização - brasileiros
NATURALIZADOS.

- A nacionalidade secundária é atribuída por fato posterior ao nascimento, normalmente em decorrência da


manifestação de vontade do Estado em conceder sua nacionalidade e, em regra, da vontade do indivíduo em adquiri-
la. Essa nacionalidade pode ser requerida tanto por estrangeiros quanto pelos heimatlos (apátridas).

- O critério de aquisição da nacionalidade secundária por excelência é a naturalização. Na prática internacional


existem outros critérios, como o casamento, o vínculo funcional e a vontade da lei (naturalização unilateral).

#ATENÇÃO: o brasil não adota o casamento como critério de atribuição da nacionalidade secundária. Entretanto, o
estrangeiro casado com cônjuge brasileiro pode fazer jus à redução do prazo mínimo de residência no brasil para
obter a naturalização, que pode passar de 4 para apenas 1 ano ou, no caso de cônjuges de diplomatas, para apenas 30
dias de permanência no país.

- A nacionalização unilateral ocorreu com a Constituição de 1891.

- Os JUÍZES FEDERAIS são competentes para processar e julgar as causas referentes à NACIONALIDADE. Eventuais
recursos deverão ser apreciados pelos TRFs.

Essa nacionalidade secundária pode ser dividida em:

a) Ordinária: “os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de
língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;” Não cria direito público
subjetivo; por mais que o naturalizando preencha os requisitos, o ato é discricionário, a concessão da
nacionalidade é ato de soberania do Estado, dependendo de oportunidade e conveniência políticas.
Esta nacionalidade pode ser adquirida em duas hipóteses :
1ª hipótese: “na forma da lei” – a nova Lei de Migração, que substituiu o estatuto do estrangeiro, trata da
aquisição da nacionalidade, como será abordado mais adiante.

2ª hipótese: “originários de países de língua portuguesa”: A própria Constituição já prevê os requisitos :


Precisa dois requisitos: morar no brasil initerruptamente há pelo menos 1 ano + idoneidade moral. (atenção:
não se aplica apenas aos portugueses de Portugal, mas a todos os originários de países de língua portuguesa –
ex.: Angola, Açores, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, Timor Leste, dentre outros).
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Obs. Aos portugueses com RESIDÊNCIA PERMANENTE no País, se houver RECIPROCIDADE em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição =
quase nacionalidade.

b) Extraordinária: Cria direito público subjetivo para o naturalizando. Se ele preencher os requisitos, terá direito à
naturalização, bastando ela pedir. Estrangeiros com residência e sem condenação penal. Excetuando os estrangeiros
de países de língua portuguesa, todos os demais para adquirir a nacionalidade brasileira por derivação devem cumprir
ou as condições previstas na lei (art. 12, II, a, primeira parte) ou demonstrar residência no país por 15 anos
ininterruptos + ausência de condenação penal + requerimento.

#CONCEITOS:
- Critério JUS SANGUINIS: O que interessa para a aquisição da nacionalidade é o sangue, a filiação, a ascendência,
pouco importando o local onde o indivíduo nasceu.
- Critério JUS SOLI ou da territorialidade: Nesse critério, o que importa para a definição e aquisição da nacionalidade
é o local de nascimento, e não a descendência.

3 BRASILEIROS NATOS

a) JUS SOLI - os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam
a serviço de seu país.

- Pais a serviço de seu país = nacionalidade dos pais. Exemplo: um diplomata alemão vem ao Brasil com sua esposa (ela
não precisa estar a serviço do país). O filho será alemão nato, não brasileiro.

- E se um dos pais está a serviço e outro não? Exemplo: um cônsul italiano vem ao Brasil e se casa com uma chilena que
trabalha na iniciativa privada (não está a serviço). O filho será tanto italiano nato quanto brasileiro nato. Por que? A
mãe não está a serviço do Chile. Para que a criança não adquira a nacionalidade brasileira, mesmo nascendo no Brasil,
é necessário que ambos os pais estejam a serviço de seu país ou que um deles esteja apenas acompanhando o outro.

- Caso o estrangeiro esteja a serviço de outro país (ex.: austríaco a serviço da França), o filho nascido no Brasil será
brasileiro.
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#ATENÇÃO: Hans nasceu em território brasileiro, mas seu pai, acompanhado da sua mãe, é cônsul da República da
Gemênia no Brasil. Nesse caso, Hans terá nacionalidade gemênica.
Serão considerados nascidos no Brasil os nascidos em navios de bandeira brasileira somente quando trafeguem por
espaços neutros, e não onde quer que se encontrem, pois se estiverem no espaço soberano de outro Estado, terão
então a nacionalidade deste local.

b) JUS SANGUINIS + CRITÉRIO FUNCIONAL - os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil.

- Serviço público é o prestado a qualquer um dos entes (U, E, DF, M), independente de sua natureza.

- Aqui, basta o pai ou a mãe. Não precisa ser os dois. É o contrário da hipótese anterior. O pai é brasileiro, está a serviço
do Brasil, e a criança nasce no estrangeiro. O filho será brasileiro nato. Da mesma forma que o nosso OJ não reconhece
a nacionalidade quando os dois pais estão a serviço de seu país (ex.: cônsul italiano e companheira), o filho do brasileiro
a serviço no exterior será brasileiro. E se o pai brasileiro for casado com uma italiana? O filho terá a nacionalidade
brasileira e italiana. Basta que o pai esteja a serviço do país.

- A aquisição da nacionalidade, nessa hipótese, independe de formalidades.

c) JUS SANGUINIS + REGISTRO - os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente[...].

- Preceito incluído pela EC 54/07, adotando o critério do ius sanguinis somado a um requisito específico: a necessidade
de registro em repartição brasileira competente (Embaixada ou Consulado), independentemente de qualquer outro
procedimento subsequente, além do registro, para confirmar a nacionalidade.

d) JUS SANGUINIS + RESIDÊNCIA + OPÇÃO→ [...]OU venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, DEPOIS
DE ATINGIDA A MAIORIDADE, pela nacionalidade brasileira.

- Preceito incluído pela EC 54.

- A adoção pode ser utilizada como critério para a atribuição da nacionalidade originária.
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- E se a criança vier ao Brasil com menos de 18 anos? Nesse caso ela não teria capacidade pra manifestar sua vontade.
O STF entende que como essa opção só pode ser feita após a maioridade, filho de brasileiro(a) que vem residir no Brasil
antes dos 18 anos adquire a nacionalidade brasileira automaticamente. Quando atinge a maioridade, a nacionalidade
fica suspensa. Até os 18 é automático, depois de 18 suspende até a opção confirmativa. Se não optar, não é mais
brasileiro nato. Se optar, é brasileiro nato. É a nacionalidade provisória até os 18 anos.

* #NOVIDADELEGISLATIVA: O filho de pai ou de mãe brasileiro nascido no exterior e que não tenha sido registrado em
repartição consular poderá, a qualquer tempo, promover ação de opção de nacionalidade. O órgão de registro deve
informar periodicamente à autoridade competente os dados relativos à opção de nacionalidade, conforme
regulamento.

#ATENÇÃO: Helen, com 17 anos, nasceu na Gemênia e é filha de pais brasileiros, sendo que nenhum deles esteve na
Gemênia a serviço da República Federativa do Brasil. Nesse caso, Helen poderá ser considerada brasileira nata, mas só
poderá fazer essa opção após atingir a maioridade, e não com 17 anos.
- O indivíduo que fizer pedido de opção da nacionalidade brasileira após a prática de um delito no exterior não será
extraditado! Entretanto, o STF também admite que o processo de extradição seja suspenso enquanto tramita o
pedido de opção da nacionalidade brasileira. Afinal, se o indivíduo for brasileiro nato (em razão da opção), ele não
poderá ser extraditado.

#DOUTRINA: Gilmar Ferreira Mendes destaca que o texto constitucional não cuidou das questões atinentes à
nacionalidade nos espaços hídricos, aéreos ou terrestres não submetidos à soberania de um Estado. Assim, adota-se a
posição de Pontes de Miranda que considera brasileiros natos os nascidos a bordo de navios ou aeronave de bandeira
brasileira quando estiverem em espaço neutro.

4 BRASILEIROS NATURALIZADOS

- A naturalização pode ser tácita ou expressa. A CF não prevê a naturalização tácita, como aconteceu com a
Constituição de 1824 e 1891 (todos aqueles que estavam no território brasileiro e não optaram por manter a
nacionalidade de origem foram automaticamente considerados brasileiros).

- A CF somente estabeleceu a naturalização EXPRESSA, que está prevista no inciso II. Duas possibilidades:
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a) Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa
apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral = naturalização ordinária.

- “Na forma da lei”: reportava-se ao Estatuto do Estrangeiro. Hoje, aplica-se a Lei de Migração (veja as novidades
abaixo).

- A naturalização é faculdade exclusiva do poder executivo e far-se-á mediante portaria do ministro da justiça, com
efeitos retroativos à data do requerimento. (STF, Inf. 689).

*#ATENÇÃO: A partir de 21 de novembro de 2017, em razão da vigência da Lei nº 13.445/2017, não serão mais
expedidos Certificados de Naturalização, passando a concessão de tal direito a surtir efeitos a partir da data da
publicação da Portaria de concessão de naturalização no Diário Oficial da União, conforme disposto no Art. 73 da
referida Lei.

- O dirigente do órgão competente do Ministério da Justiça poderá determinar, se necessário, outras diligências. Em
qualquer caso, o processo deverá ser submetido, com parecer, ao Ministro da Justiça.

- A formulação de pedido de naturalização impede a deportação do estrangeiro com visto de permanência vencido
quando o exame do pedido de obtenção da nacionalidade secundária brasileira estiver atrasado.

- Após a naturalização, qualquer mudança de nome ou do prenome será excepcional e motivada, mediante
autorização do Ministro da Justiça.

Importante destacar que a naturalização não importa aquisição da nacionalidade brasileira pelo cônjuge e
filhos do naturalizado, nem autoriza que estes entrem ou permaneçam no Brasil sem que satisfaçam às exigências da
Lei de Migração. Ademais, a naturalização não extingue a responsabilidade civil ou penal a que o naturalizado estava
anteriormente sujeito em qualquer outro Estado.
amos estudar as #NOVIDADES trazidas pela Lei de Migração?

Ordinária
Extraordinária
Modalidades de Naturalização
Especial
Provisória
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a) Naturalização Ordinária:

A concessão da naturalização ordinária depende do preenchimento de uma série requisitos, que em comparação
com as disposições do Estatuto do Estrangeiro, sofreram certo abrandamento:

#DEOLHONASNOVIDADES:
Lei 13.445/2017 Lei 6.815/1980
(Art. 65) (Art. 112)
Será concedida a naturalização ordinária àquele que São condições para a concessão da naturalização:
preencher as seguintes condições:
Ter capacidade civil, segundo a lei brasileira Capacidade civil, segundo a lei brasileira
Ter residência em território nacional, pelo prazo
Ser registrado como permanente no Brasil
mínimo de 4 (quatro) anos
Residência contínua no território nacional, pelo prazo
Comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as
mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao
condições do naturalizando
pedido de naturalização
Não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, Ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as
nos termos da lei condições do naturalizando
Exercício de profissão ou posse de bens suficientes à

manutenção própria e da família
– Bom procedimento
Inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no
Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja

cominada pena mínima de prisão, abstratamente
considerada, superior a 1 (um) ano
Boa saúde (requisito dispensado ao estrangeiro que

reside no Brasil há mais de 2 anos).

A nova lei ainda prevê hipóteses em que o prazo de residência no território nacional será reduzido para, no
mínimo, um ano. Vejamos as novas hipóteses em comparação com a previsão constante no Estatuto do Estrangeiro,
que continha prazos variáveis, conforme o caso:
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#DEOLHONASNOVIDADES:
Lei 13.445/2017 Lei 6.815/1980
(Art. 66) (Art. 113)
Redução do prazo de naturalização = 1 ano
Redução do prazo de naturalização = prazo
Mediante preenchimento de quaisquer das
variável (1, 2 ou 3 anos)
seguintes condições:
Ter filho brasileiro Ter filho ou cônjuge brasileiro (Um ano)
Ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não
estar dele separado legalmente ou de fato no Ser filho de brasileiro 1 ano de

momento de concessão da naturalização residência

Haver prestado ou poder prestar serviço Haver prestado ou poder prestar serviços
relevante ao Brasil relevantes ao Brasil, a juízo do Ministro da Justiça

Recomendar-se por sua capacidade Recomendar-se por sua capacidade profissional, 2 anos de

profissional, científica ou artística científica ou artística Residência

Ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo


valor seja igual, pelo menos, a mil vezes o Maior
Valor de Referência; ou ser industrial que
3 anos de
disponha de fundos de igual valor; ou possuir cota
– residência
ou ações integralizadas de montante, no mínimo,
idêntico, em sociedade comercial ou civil,
destinada, principal e permanentemente, à
exploração de atividade industrial ou agrícola.

#AJUDAMARCINHO #PONTODEDESTAQUE: Vimos acima que, para ocorrer a naturalização ordinária, é necessário que
o estrangeiro tenha residência no Brasil pelo prazo mínimo de 4 anos. A Lei prevê, contudo, que esse prazo mínimo
poderá ser reduzido para 1 ano, se o naturalizando: II - tiver filho brasileiro; III - tiver cônjuge ou companheiro brasileiro
e não estiver dele separado legalmente ou de fato no momento de concessão da naturalização; IV - tiver prestado ou
puder prestar serviço relevante ao Brasil; ou V - tiver destacada capacidade profissional, científica ou artística que
recomende a redução.

b) Naturalização Extraordinária:

A naturalização extraordinária será concedida a pessoa de qualquer nacionalidade fixada no Brasil há mais de
15 (quinze) anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeira a nacionalidade brasileira.
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Os requisitos para a naturalização extraordinária não sofreram alterações com a Lei de Migração, e nem
poderiam, tendo em vista que decorrem de mandamento constitucional, conforme o art. 12, inciso II, b, da CF/88.

Vale lembrar a doutrina majoritária entende que a concessão da naturalização extraordinária é ato vinculado.
Nesse mesmo sentido, o STF entende que quando a CF diz “desde que requeiram”, significa que se a pessoa cumprir
os 2 requisitos, basta requerer para ter o direito.

c) Naturalização Especial:

A naturalização especial poderá ser concedida ao estrangeiro que se encontre em pelo menos uma das situações
elencadas no art. 68. Observem:

a) Seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em
atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro no exterior; ou

b) Seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em repartição consular do Brasil por mais de 10
(dez) anos ininterruptos.

#DEOLHONASNOVIDADES:
Lei 13.445/2017 Lei 6.815/1980
(Art. 68) (Art. 114)
Situações para concessão da naturalização Naturalização especial no Estatuto do
especial: Estrangeiro:
Seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 Nesses casos,

(cinco) anos, de integrante do Serviço Exterior De cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco a Lei 6.815/80

Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço anos com diplomata brasileiro em atividade dispensava a
residência,
do Estado brasileiro no exterior
exigindo
De estrangeiro que, empregado em Missão apenas a
Seja ou tenha sido empregado em missão
Diplomática ou em Repartição Consular do estada no
diplomática ou em repartição consular do
Brasil, contar mais de 10 (dez) anos de serviços Brasil por 30
Brasil por mais de 10 (dez) anos ininterruptos
ininterruptos. dias.

Por fim, a Lei de Migração ainda elenca os requisitos para a concessão da naturalização especial:

#DEOLHONASNOVIDADES:
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Ter capacidade civil, segundo a lei brasileira.


Requisitos para a concessão da Comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do
naturalização especial naturalizando.
Não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.

d) Naturalização Provisória:

A naturalização provisória sofreu grande mudança, pois, com o advento da Lei 13.445/2017, amplia-se a faixa
etária para a sua concessão. O prazo de dois anos para a conversão da naturalização provisória em definitiva foi
mantido.
#DEOLHONASNOVIDADES:
Lei 13.445/2017 Lei 6.815/1980
(Art. 70) (Art. 116)
Condições para Naturalização Provisória Condições para Naturalização Provisória
O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros 5
(cinco) anos de vida, estabelecido definitivamente no
Poderá ser concedida ao migrante criança ou
território nacional, poderá, enquanto menor, requerer a
adolescente que tenha fixado residência em território
emissão de certificado provisório de naturalização, que
nacional antes de completar 10 (dez) anos de idade.
valerá como prova de nacionalidade brasileira até dois
anos depois de atingida a maioridade.
Deverá ser requerida pelo menor, por intermédio de seu
Deverá ser requerida pelo seu representante legal.
representante legal ao Ministro da Justiça.
A naturalização se tornará definitiva se o titular do
A naturalização será convertida em definitiva se o certificado provisório, até dois anos após atingir a
naturalizando expressamente assim o requerer no maioridade, confirmar expressamente a intenção de
prazo de 2 (dois) anos após atingir a maioridade. continuar brasileiro, em requerimento dirigido ao
Ministro da Justiça.

*NOVIDADE LEGISLATIVA: Foi publicado no dia 20 de novembro de 2017 o Decreto nº 9.199, que regulamenta a Lei nº
13.445 (Nova Lei de Migração). Inteiro teor: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2017/Decreto/D9199.htm.
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Decreto nº 9.199
Seção II
Das condições da naturalização
Art. 218. A naturalização, cuja concessão é de competência exclusiva do Ministério da Justiça e Segurança Pública,
poderá ser:

I - ordinária;

II - extraordinária;

III - especial; ou

IV - provisória.

Art. 219. Ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública disporá sobre os documentos e as diligências
necessários à comprovação dos requisitos para a solicitação de cada tipo de naturalização.

Art. 220. Ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública concederá a naturalização, desde que satisfeitas
as condições objetivas necessárias à naturalização, consideradas requisito preliminar para o processamento do
pedido.

Art. 221. Para fins de contagem dos prazos de residência mencionados nas exigências para obtenção da
naturalização ordinária e extraordinária, serão considerados os períodos em que o imigrante tenha passado a residir
no País por prazo indeterminado.

Parágrafo único. A residência será considerada fixa, para fins da naturalização provisória prevista no art. 244, a partir
do momento em que o imigrante passar a residir no País por prazo indeterminado.

Art. 222. A avaliação da capacidade do naturalizando de se comunicar em língua portuguesa será regulamentada
por ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública.

Parágrafo único. Para fins do disposto no inciso III do caput do art. 233 e no inciso II do caput do art. 241, as condições
do naturalizando quanto à capacidade de comunicação em língua portuguesa considerarão aquelas decorrentes de
deficiência, nos termos da legislação vigente.

Art. 223. O naturalizando poderá requerer a tradução ou a adaptação de seu nome à língua portuguesa.

Art. 224. O interessado que desejar ingressar com pedido de naturalização ordinária, extraordinária, provisória ou
de transformação da naturalização provisória em definitiva deverá apresentar requerimento em unidade da Polícia
Federal, dirigido ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Parágrafo único. Na hipótese de naturalização especial, a petição poderá ser apresentada a autoridade consular
brasileira, que a remeterá ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Art. 225. As notificações relacionadas com o processo de naturalização serão efetuadas preferencialmente por meio
eletrônico.

Art. 226. Os Ministérios da Justiça e Segurança Pública e das Relações Exteriores tramitarão os pedidos de
naturalização por meio de sistema eletrônico integrado.
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Art. 227. A Polícia Federal, ao processar o pedido de naturalização:

I - coletará os dados biométricos do naturalizando;

II - juntará as informações sobre os antecedentes criminais do naturalizando; e

III - relatará o requerimento de naturalização; e

IV - poderá apresentar outras informações que instruam a decisão quanto ao pedido de naturalização.

Parágrafo único. Na hipótese de naturalização especial, a coleta dos dados biométricos prevista no inciso I do caput
será realizada pelo Ministério das Relações Exteriores.

Art. 228. O procedimento de naturalização se encerrará no prazo de cento e oitenta dias, contado da data do
recebimento do pedido.

§ 1º Na hipótese de naturalização especial, a contagem do prazo se iniciará a partir do recebimento do pedido pelo
Ministério da Justiça e Segurança Pública.

§ 2º Caso sejam necessárias diligências para o procedimento de naturalização, o prazo previsto no caput poderá ser
prorrogado por meio de ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública que fundamente a prorrogação.

Art. 229. O brasileiro que tenha optado pela nacionalidade brasileira ou aquele naturalizado que tenha cumprido as
suas obrigações militares no país de sua nacionalidade anterior fará jus ao Certificado de Dispensa de Incorporação.

Art. 230. A naturalização produz efeitos após a data da publicação no Diário Oficial da União do ato de naturalização.

§ 1º Publicado o ato de naturalização no Diário Oficial da União, o Ministério da Justiça e Segurança Pública
comunicará as naturalizações concedidas, preferencialmente por meio eletrônico:

I - ao Ministério da Defesa;

II - ao Ministério das Relações Exteriores; e

III - à Polícia Federal.

§ 2º O registro do ato de concessão da naturalização será realizado, em sistema próprio do Ministério da Justiça e
Segurança Pública, com o nome anterior e, caso exista, o traduzido ou o adaptado.

Art. 231. No prazo de até um ano após a concessão da naturalização, o naturalizado maior de dezoito anos e menor
de setenta anos deverá comparecer perante a Justiça Eleitoral para o devido cadastramento.

Parágrafo único. A informação quanto à necessidade de comparecimento ou não perante a Justiça Eleitoral constará
da decisão de naturalização publicada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública no Diário Oficial da União.

Art. 232. O prazo para apresentação de recurso na hipótese de indeferimento do pedido de naturalização será de
dez dias, contado da data do recebimento da notificação.

§ 1º O recurso deverá ser julgado no prazo de sessenta dias, contado da data da sua interposição.

§ 2º A manutenção da decisão não impedirá a apresentação de novo pedido de naturalização, desde que satisfeitas
as condições objetivas necessárias à naturalização.
18

§ 3º Na hipótese de naturalização especial, o prazo estabelecido no caput será contado da data da notificação do
requerente pelo Ministério das Relações Exteriores.

Outros pontos de destaque (#NÃOESQUECER):

- Tradução ou adaptação do nome: No curso do processo de naturalização, o naturalizando poderá requerer a tradução
ou a adaptação de seu nome à língua portuguesa. Será mantido cadastro com o nome traduzido ou adaptado associado
ao nome anterior.

- Alistamento como eleitor: No prazo de até 1 ano após a concessão da naturalização, deverá o naturalizado
comparecer perante a Justiça Eleitoral para o devido cadastramento.

- Efeitos da naturalização: A naturalização produz efeitos após a publicação no Diário Oficial do ato de naturalização.

- Perda da nacionalidade: O naturalizado perderá a nacionalidade em razão de condenação transitada em julgado por
atividade nociva ao interesse nacional, nos termos do inciso I do § 4º do art. 12 da Constituição Federal. O risco de
geração de situação de apatridia será levado em consideração antes da efetivação da perda da nacionalidade.

- Reaquisição da nacionalidade: O brasileiro que, em razão do previsto no inciso II do § 4º do art. 12 da Constituição


Federal, houver perdido a nacionalidade, uma vez cessada a causa, poderá readquiri-la ou ter o ato que declarou a
perda revogado, na forma definida pelo órgão competente do Poder Executivo.

5 SITUAÇÃO DOS PORTUGUESES: “QUASE NACIONAIS”

- Aos portugueses com RESIDÊNCIA PERMANENTE no País, se houver RECIPROCIDADE em favor de brasileiros, serão
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição = quase nacionalidade.

- O português é equiparado ao brasileiro naturalizado1 (não é nato por causa da última parte: “salvo os casos previstos
nesta Constituição”).

1
Assertiva errada de concurso: a situação do cidadão português que, no Brasil, seja admitido no regime de igualdade plena previsto
na Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre brasileiros e portugueses, é idêntica à do brasileiro naturalizado. Está
errado porque o brasileiro naturalizado conta, no exterior, com a proteção das autoridades brasileiras e só pode ser extraditado
nas hipóteses do art. 5º, LI, da CF, o que não é o caso do português beneficiado pelo Estatuto da Igualdade.
19

Cuidado: “serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos previstos nesta Constituição” está
certo! Direitos do brasileiro nato – restrições da CF = direitos do brasileiro naturalizado, que é o caso desses
portugueses.

- O gozo dos direitos políticos no Brasil importa em suspensão do exercício dos mesmos direitos em Portugal.

- Atenção: o benefício do estatuto da igualdade não é automático, exigindo que o interessado o requeira e que o
pedido seja deferido pelo ministro da justiça.

Importante destacar que havendo reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos aos portugueses com
residência permanente no Brasil “os mesmos direitos inerentes aos brasileiros naturalizados”, salvo quando houver
expressa vedação constitucional. A convenção sobre igualdade de direitos e deveres entre brasileiros e portugueses,
firmada em 7/9/1971, foi substituída por novo tratado bilateral que entrou em vigor em 2001 (Decreto nº 3.927/91):

Artigo 13. 1. A titularidade do estatuto de igualdade por brasileiros em Portugal e por


portugueses no Brasil não implicará em perda das respectivas nacionalidades. 2. Com a ressalva
do disposto no parágrafo 3º do Artigo 17, os brasileiros e portugueses referidos no parágrafo
1º continuarão no exercício de todos os direitos e deveres inerentes às respectivas
nacionalidades, salvo aqueles que ofenderem a soberania nacional e a ordem pública do Estado
de residência.

Artigo 17. 1. O gozo de direitos políticos por brasileiros em Portugal e por portugueses no Brasil
só será reconhecido aos que tiverem três anos de residência habitual e depende de
requerimento à autoridade competente. 2. A igualdade quanto aos direitos políticos não
abrange as pessoas que, no Estado da nacionalidade, houverem sido privadas de direitos
equivalentes. 3. O gozo de direitos políticos no Estado de residência importa na suspensão do
exercício dos mesmos direitos no Estado da nacionalidade.

Importante observar que não se trata de uma dupla cidadania ou uma cidadania comum luso-brasileira.
Simplesmente, uns e outros recebem, à margem ou para além da condição comum de estrangeiro, direitos que a priori
poderiam ser apenas conferidos aos cidadãos do país. Ressalta Gilmar Ferreira Mendes que reconhecida a igualdade,
poderá o beneficiário votar e ser votado, bem como ser admitido no serviço público. O titular do estatuto pleno passa a
ter deveres como o concernente à obrigatoriedade do voto. Nos termos do tratado, os direitos políticos não podem ser
usufruídos no Estado de origem e no Estado de residência. Assim, assegurado esse direito no Estado de residência, ficará
ele suspenso no Estado de origem. No que tange aos cargos públicos, o beneficiário português do estatuto pleno poderá
20

ter acesso a todas as funções, excetuadas aquelas conferidas apenas aos brasileiros natos. Porém, não se pode afirmar
que a situação do português admitido no Estatuto de Igualdade seja idêntica à do brasileiro naturalizado. Observa
Francisco Rezek que, ao contrário do naturalizado, o português beneficiário do estatuto de Igualdade Plena não pode
aqui prestar serviço militar, estando submetido à expulsão e à extradição, esta quando requerida pelo governo
português. O benefício da igualdade só será extinto no caso de expulsão ou de perda da nacionalidade portuguesa. Caso
se verifique a perda de direitos políticos em Portugal, haverá igualmente a perda desses direitos no Brasil, fazendo com
que o titular do estatuto pleno passe a deter apenas a igualdade civil.

- Não confundir duas situações2:


Naturalização de estrangeiro proveniente de país de Quase nacionalidade (portugueses – conceito mais
língua portuguesa (conceito mais amplo) ; restrito) ;
Residência ininterrupta por 1 ano + idoneidade Aos portugueses com residência permanente no país, se
moral. houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro naturalizado.

#APROFUNDAMENTO #OUSESABER: Quais são os dois tipos de “quase nacionalidade”? Temos a dois tipos:

(i) A igualdade simples abarca os mesmos direitos dos brasileiros.


(ii) A igualdade qualificada abarca, além dos demais direitos, os direitos políticos. Atenta-se que os direitos políticos
em Portugal serão suspensos, pois a pessoa não pode, por exemplo, votar aqui e votar também em Portugal.

6 DIFERENÇAS ENTRE NATOS E NATURALIZADOS

- A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta
constituição. Assim, só uma EC pode diferenciar natos e naturalizados.

- Em princípio, o brasileiro nato não poderá perder a nacionalidade, salvo se adquirir outra. O naturalizado poderá
ter sua naturalização cancelada não só por esse motivo, como também por conta de atividade nociva ao interesse
nacional (art. 12, §4º, i).

2
- Assertiva errada de concurso: desde que haja reciprocidade, a lei brasileira atribui a pessoas originárias de países de língua
portuguesa com residência permanente no Brasil, independentemente de naturalização, os direitos inerentes ao brasileiro,
inclusive o gozo dos direitos políticos, salvo a ocupação de cargo privativo de brasileiro nato. Está errado porque o benefício do
Estatuto da Igualdade aplica-se apenas aos portugueses, não aos nacionais dos demais países de língua portuguesa.
21

- 04 diferenças de tratamento: cargos privativos de brasileiros natos, 6 assentos no conselho da república, empresa
jornalística/radiofusão e extradição.
#SELIGANATABELA:
Somente o naturalizado pode ser extraditado (o nato
nunca!)
O naturalizado pode ser extraditado por crime cometido
Extradição
antes da naturalização ou então mesmo depois da
naturalização se o crime cometido foi o tráfico ilícito de
entorpecentes.
Há alguns cargos privativos de brasileiro nato. São eles:
i. Presidente e Vice-Presidente da República ;
ii. Presidente da câmara dos deputados ;
iii. Presidente do Senado Federal ;
Cargos privativos iv. Ministro do Supremo Tribunal Federal ;
v. De carreira diplomática ;
vi. De oficial das Forças Armadas
vii. De Ministro de Estado da Defesa

Somente o brasileiro naturalizado poderá perder a


Atividade nociva ao interesse nacional nacionalidade em virtude da prática de atividade nociva
ao interesse nacional (art. 12, par. 4º, I, da CF/88).
Participam do Conselho da República, além de outros
Conselho da República membros, seis cidadãos brasileiros natos, segundo o art.
89 da CF/88.
Para que o brasileiro naturalizado seja proprietário de
Empresa jornalística e de radiodifusão empresa jornalística e de radiodifusão no Brasil é
necessário que tenha se naturalizado há mais de 10 anos.

#DEOLHONAJURISPRUDENCIA: É possível conceder extradição para brasileiro naturalizado envolvido em tráfico de


droga (art. 5º, LI, da CF/88). STF. 1ª Turma. Ext 1244/República Francesa, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 9/8/2016
(Info 834)

• Questão de segurança nacional: diplomata, Forças Armadas e Min. de Estado da Defesa.


• Linha sucessória da Presidência da República: qualquer um que possa eventualmente ocupar a presidência
da República tem que ser brasileiro nato.
22

Vice →Presidente da CD →Presidente do SF →Ministro do STF.

#ATENÇÃO: pode haver deputados ou senadores naturalizados, somente o presidente da CD/SF que não pode ser. No
caso do STF, todos os Ministros do STF devem ser natos, não só o presidente! Existe um rodízio na presidência do STF,
ou seja, qualquer ministro pode assumir a presidência do STF, e, logo, a Presidência da República.
Obs.: O Presidente do CNJ, como é o Presidente do STF (mesma pessoa), também não pode ser naturalizado.

#ATENÇÃO: O único Ministro de Estado que tem que ser nato é o da Defesa.

7 PERDA DA NACIONALIDADE

- O brasileiro naturalizado (hipótese 1 e 2) e o nato (hipótese 2) podem perder a nacionalidade brasileira.

1) PERDA-PUNIÇÃO: cancelamento da naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional - só se aplica ao brasileiro naturalizado, não se aplica ao nato.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA -Inf. 694 do STF: DEFERIDA A NATURALIZAÇÃO, SEU DESFAZIMENTO SÓ PODE OCORRER
POR PROCESSO JUDICIAL, MESMO QUE O ATO DE CONCESSÃO DA NATURALIZAÇÃO TENHA SIDO EMBASADO EM
PREMISSAS FALSAS (ERRO DE FATO). O MINISTRO DO ESTADO DE JUSTIÇA, POR MEIO DE ATO ADMINISTRATIVO, NÃO
PODE CANCELAR O DEFERIMENTO DA NATURALIZAÇÃO. Além disso, “em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional” é uma causa exemplificativa. Não houve a recepção do art. 112, §§ 2º e 3º, da Lei 6.815/80 (Estatuto do
Estrangeiro) pela atual Constituição, de dispositivos que permitiam ao Ministro da Justiça agir dessa forma
(processamento pela via administrativa).

- A nacionalidade brasileira não poderá ser readquirida por outro procedimento de naturalização, salvo por ação
rescisória.

- O MPF é competente para promover a ação e a Justiça Federal para julgá-la.

- Não se sabe o que é “uma atividade nociva ao interesse nacional”. Como a nacionalidade é um direito fundamental,
deve-se considerar apenas um ato que seja tipificado como crime e contrário aos interesses do Estado.
23

- A decisão possui efeitos ex nunc, somente atingindo a relação jurídica indivíduo-Estado, após o trânsito em julgado.

#DEOLHONAJURISPRUDENCIA #STF: A naturalização só pode ser desfeita por sentença judicial (e não por processo
administrativo). Com base, nesse entendimento, que deriva da leitura do art. 12, § 4º, I, da CF/88, o STF entendeu, em
2013 que, após ter sido deferida a naturalização, seu desfazimento só pode ocorrer mediante processo judicial, mesmo
que o ato de concessão da naturalização tenha sido embasado em premissas falsas (erro de fato). O STF entendeu que
os §§ 2º e 3º do art. 112 da Lei n.°6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) não foram recepcionados pela CF/88, pois previam
processo administrativo. Assim, o Ministro de Estado da Justiça não tem competência para rever ato de naturalização.
STF. Plenário. RMS 27840/DF, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 7/2/2013
(Info 694).

2) Perda-mudança: Adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) De reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;


b) De imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como
condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.

- É a naturalização voluntária. Nesse caso, podem perder a nacionalidade os natos e naturalizados.

- A perda independe de ação judicial, já que se concretiza no âmbito de procedimento administrativo. A perda da
nacionalidade decorre de Decreto Presidencial ou, por delegação, de decreto do Ministro da Justiça. O decreto é ato
meramente declaratório, porque a perda decorre de acontecimento anterior, no caso, a aquisição de outra
nacionalidade, e seu efeito é apenas o de dar publicidade ao fato.

- Se adquirir a nacionalidade italiana, por exemplo, poderá manter as 2 nacionalidades, já que a Itália admite a dupla
nacionalidade.

- *(Atualizado em 13/05/2020): É admitida a reaquisição da nacionalidade brasileira, voltando a ser brasileiro


naturalizado, se era naturalizado, ou brasileiro nato se era essa sua condição.
24

SERÁ DECLARADA A PERDA DA NACIONALIDADE DO BRASILEIRO QUE:

I – Praticar atividade nociva


II - Adquirir outra nacionalidade
ao interesse nacional

A doutrina denomina de “perda-punição”. A doutrina denomina de “perda-mudança”.

Se um brasileiro naturalizado praticar atividade Se um brasileiro, nato ou naturalizado, adquirir


nociva ao interesse nacional, terá cancelada a sua voluntariamente uma nacionalidade estrangeira,
naturalização. perderá, então, a brasileira.

Essa perda ocorre por meio de um processo Esta perda ocorre por meio de um processo
judicial, assegurado contraditório e ampla defesa, administrativo, assegurado contraditório e ampla
que tramita na Justiça Federal (art. 109, X, da defesa, que tramita no Ministério da Justiça.
CF/88).
Este processo poderá ser instaurado de ofício ou
A lei não descreve o que seja atividade nociva ao mediante requerimento (art. 23 da Lei nº 818/49).
interesse nacional.

Após a tramitação do processo, a perda efetiva-se Após a tramitação do processo, a perda efetiva-se
por meio de sentença. por meio de decreto do Presidente da República.

A sentença só produzirá efeitos após o trânsito em


julgado.

Os efeitos da sentença serão ex nunc. Os efeitos do Decreto serão ex nunc.

Esta hipótese de perda somente atinge o brasileiro Esta hipótese de perda atinge tanto o brasileiro nato
naturalizado. como o naturalizado.

Assim, o brasileiro nato não pode perder a sua


nacionalidade, mesmo que pratique atividade
nociva ao interesse nacional.

Havendo a perda da nacionalidade por este Existem duas formas de reverter essa perda:
motivo, a sua reaquisição somente poderá ocorrer
1) Reaquisição. O interessado poderá pedir ao
caso a sentença que a decretou seja rescindida por
Ministro da Justiça para readquirir a nacionalidade
meio de ação rescisória.
brasileira demonstrando que cessou a causa que
Desse modo, não é permitido que a pessoa que gerou a perda. A cessação da causa da perda da
perdeu a nacionalidade por esta hipótese a nacionalidade brasileira poderá ser demonstrada
25

obtenha novamente por meio de novo por meio de ato do interessado que represente
procedimento de naturalização. pedido de renúncia da nacionalidade então
adquirida.

2) Revogação do ato. O Ministro da Justiça poderá


revogar o ato que declarou a perda da
nacionalidade caso seja constatado que estava
presente uma das exceções previstas nas alíneas “a”
e “b” do inciso II do § 4º do art. 12 da Constituição.

ATENÇÃO:
O deferimento do requerimento de reaquisição ou
a revogação da perda importará no
restabelecimento da nacionalidade originária
brasileira, (art. 254, § 7º, do Decreto 9.199/2017).

Exceções

A CF traz duas hipóteses em que a pessoa não


perderá a nacionalidade brasileira, mesmo tendo
adquirido outra nacionalidade.

Assim, será declarada a perda da nacionalidade do


brasileiro que adquirir outra nacionalidade, salvo no
casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária


pela lei estrangeira;

Ex: a Itália reconhece aos filhos de seus nacionais a


cidadania italiana. Os brasileiros descendentes de
italianos que adquirem aquela nacionalidade não
perderão a brasileira, uma vez que se trata de mero
reconhecimento de nacionalidade originária italiana
em virtude do vínculo sanguíneo. Logo, serão
pessoas com dupla nacionalidade.
26

b) de imposição de naturalização, pela norma


estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em
seu território ou para o exercício de direitos civis;

Aqui, o objetivo da exceção é preservar a


nacionalidade brasileira daquele que, por motivos
de trabalho, acesso aos serviços públicos, moradia
etc., praticamente se vê obrigado a adquirir a
nacionalidade estrangeira, mas que, na realidade,
jamais teve a intenção ou vontade de abdicar da
nacionalidade brasileira.

SITUAÇÃO IMPEDE A...


O indivíduo requer a naturalização antes da prática de Extradição
um crime comum no exterior
O indivíduo requer a naturalização, cujo exame está Deportação
atrasado, e seu visto de permanência vence
Extradição não admitida pela lei brasileira Deportação e Explusão
Reconhecimento da condição de refugiado Extradição
Estrangeiro casado com brasileira, ou que tenha filho Apenas a expulsão
brasileiro, dependente da economia paterna

#ESTUDAR

1) Nacionalidade Originária (também chamada de É aquela que resulta de uma fato natural (o nascimento).
primária, atribuída ou involuntária) A pessoa se torna nacional nato.

Critérios para a atribuição da nacionalidade originária :


a) Critério territorial (jus soli): se a pessoa nascer no
território do país, será considerada nacional deste ;
27

b) Critério sanguíneo (jus sanguínis): a pessoa irá adquirir


a nacionalidade de seus ascendentes, não importando
que tenha nascido no território de outro país.

#SELIGA: No Brasil, adota-se, como regra, o critério do


jus soli, havendo no entento, situações nas quais o
critério sanguíneo é aceito.
2) Nacionalidade Secundária (também chamada É aquela decorrente de um ato voluntário da pessoa,
de derivada, adquirida ou voluntária) que decide adquirir, para si, uma nova nacionalidade. A
isso se dá o nome de naturalização.
Atenção : esse ato voluntário pode ser expresso ou
tácito.
A pessoa se torna nacional naturalizado.

Como a CF trata o assunto (#DEOLHONACF):


São brasileiros (art. 12, CF)
I – Natos (inciso I) II – Naturalizados (inciso II)
a) Os nascidos no Brasil, ainda que de pais a) Naturalização ordinária (comum) – Os
estrangeiros, desde que estes não estejam a servição de estrangeiros que, segundo os requisitos da lei,
seu país ; adquiram a nacionalidade brasileia.
- adotou-se aqui o critério jus soli ; (art. 12, I, a) - Para os originários de países de língua
- Assim, no Brasil, a regra é o critério do solo, com portuguesa a lei só pode exigir a residência por uma
mitigações previstas no art. 12, I, alineas b e c ; ano ininterrupto e idoneidade moral ;
b) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou - Obs. : o Brasil pode negar a naturalização (é ato
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a discricionário)
serviço do Brasil ; b) Naturalização extraordinária – Os estrangeiros
- Critério aqui : jus sanguinis + a serviço do Brasil de qualquer nacionalidade que estejam residindo no
(funcional) (art. 12, I, b) Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem
c) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou condenação penal ;
de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ; Obs. : se o estrangeiro preencher essas condições, o
- Critério aqui foi o jus sanguinis + registro (art. governo brasileiro não pode negar a naturalização (é
12, I, c, 1ª parte) ato vinculado).
28

d) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou


de mãe brasileira, ainda que não tenham sido
registrados na repartição brasileira competente, desde
que venham a residir no Brasil e optem, em qualquer
tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira ;
- Critério aqui : jus sanguinis + residência no Brasil
+ opção confirmativa ;
- Chamada de nacionalidade potestativa (porque
depende destaopção confirmativa, que só pode ser
dada após a maioridade)

8 DISPOSITIVOS PARA LEITURA

DIPLOMA DISPOSITIVOS

CF Art. 12

Lei 13.445/2017 Art. 63 ao art. 76

Decreto 9.199/2017 Art. 213 ao art. 254

Decreto nº 3.927/91 Art. 13 e art. 17

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