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São Paulo
26 de abril de 2023
Prática do Aconselhamento em Grupos e Comunidades
A disciplina foi conduzia com maestria pela professora Fátima Fontes que possui um
profundo conhecimento oriundo das suas muitas especializações somadas a uma vasta
experiência em trabalho com grupos.
A professora conduziu de forma tão didática as suas aulas que chamou de “momentos” os
conteúdos que iam sendo ministrados semana após semana aludindo ao próprio
andamento do que devam ser os encontros dos grupos. A seguir pretendo descrever
sinteticamente todo o conteúdo pelo qual passamos em seus “momentos”:
A primeira aula constou de um acolhimento realizado com cada aluno na PÓS que pode
se apresentar, começando pelo mais velhos no curso – carinhosamente chamados
“irmãos mais velhos”, depois aqueles que tinham chegado no segundo semestre e,
finalmente, aqueles que estavam assistindo às aulas pela primeira vez no curso, os quais
respectivamente foram chamados de “irmãos do meio” e “irmãos mais novos”. A partir
deste acolhimento fomos “provocados” a identificar “como demonstrar cuidado” desde o
acolhimento inicial bem como de todo o planejamento para o futuro do grupo que tem
prazo para acabar.
Lidar com o conceito de que um grupo de verdade só será produtivo, eficaz e de real
relevância para a ajuda ao outro se ele tiver prazo pra acabar foi inquietante para todos
nós, que não estávamos preparados para sermos corrigidos tão “prematuramente”, mas
nos deixou certos de que muita coisa precisava ser revista a partir dali. Esse foi o primeiro
momento.
No segundo momento fomos confrontados com uma situação que se desenvolve em todo
grupo, mesmo quando o propósito deste seja uma atividade prazerosa como discussão e
leitura de livros. Refiro-me aos fenômenos do sofrimento, resiliência e conflitos, pois estas
situações hão de se manifestar, mesmo no grupo mais potencialmente pacífico. Achei
muito interessante a expressão que a professora Fátima usou, que foi a expressão
“desenvolver”. O grupo precisa “desenvolver-se”, ou seja, a evolução leva a conflitos
naturais porque o processo é de “des – envolvimento”. Isso nos preparou para olhar com
otimismo os conflitos que geralmente são vistos com apreensão. Essa leitura tão bem
colocada, além de quebrar paradigmas quanto às nossas percepções e conceituações a
respeito de grupos, nos preparou para o terceiro momento.
No terceiro momento, fomos levados a tirar proveito dos conflitos que inevitavelmente
surgirão nos grupos, por meio do manejo intencional e nos foi apresentado o conceito de
mediação nos aspectos de saúde, comunidade, escola e judicial. É importante pontuar
que para cada momento vivido em sala de aula, várias leituras foram sugeridas e eram
obrigatórias para aqueles que desejavam aprofundamento nos assuntos como, por
exemplo, em mediação na saúde lemos textos de CLARO, R. F. S. & CUNHA, P. F. S. S,
para mediação em comunidade MATTA, J. P, em escola POSSATO, B. C. E judicial
SALES, L. M. M. Todas leituras elucidativas e provocativas, como dito anteriormente.
O quarto momento constitui para todos nós uma transição entre os conceitos até então
tão bem expostos e discutidos com vivência em grupo, por isso, fomos apresentados aos
conceitos de grupo: o que é, qual o papel do coordenador e as fases de desenvolvimento
dos grupos. A partir daí desenvolveu-se em sala de aula um aspecto prático.
O sétimo momento foi a oportunidade de medirmos pelo que passamos, sintonizar nossa
unidade enquanto grupo até ali, avaliar os conflitos e manejos e, por fim, nos
“despedirmos” do grupo, simulando assim um retorno à rotina, porém mais bem
preparados para encarar com mais ferramentas as lutas que naturalmente se apresentam.
Quero registrar a minha profunda gratidão e admiração pela forma como a professora
Fátima Fontes conduziu essa disciplina porque certamente fará toda a diferença na minha
abordagem de grupo enquanto conselheiro.