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NO MUNICÍPIO DE
ARAUCÁRIA
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Departamento de Educação Especial Giovana Augusta de Oliveira Przybysz
Adalgisa de Oliveira Padilha Alves Adriana Jaqueline Lesinhovski Talamini
Araujo Nagal Jéssica Lorena Mainardes da Silva
Carla Dutra Peller Kelen Carvalho Morosini
Damarys Santos de Oliveira Lilian Kely Karachinski Baptistel
Jessica Novôa Lucia de Fatima Skrzypnik
Kelly Cristina Almerindo de Matos Lucrécia Cristina Lage Jack
Lucia de Fatima Skrzypnik Márcia Leane Gonzaga dos Santos da
Lusiane Macarini Chaves Rocha
Patrícia Furtado Marilete Terezinha Marqueti de Araujo
Raquel Terezinha Zanon Belniaki Marta Terezinha Miot
Sarah Chanan Miriam Aparecida Mosson de Abreu
Silvana Elisa de Morais Schubert Patrícia Kudlaviec Przybylovicz
Soeli Jozeane Hartmann Matozo Patricia Maria Ormianin Ferreira
Suiane de Azambuja Nascimento Priscila Apª Romero Derevecki Rafael de
Telma Schiminsky Custódio de Oliveira Jesus Andrade de Almeida
Sarah Tatiane Muiniki Forbeck
Departamento de Educação Infantil Silvia Regina Pacheco de Camargo
Ana Leticia Galastri Sueli de Fátima Ferreira de Andrade
Andriele Aparecida Ruths Vera Lucia Andrade Leite
Camila Langner Zadureski
Clarice Zepechoka Senderski Departamento de Estrutura e
Daiane Priscila de Lima de Souza Funcionamento
Fernanda Grochovski da Silva Adalberto Claudio Matthes
Giulia Sikora Mariano Desplanches Adilson Hernandes Spinelli
Jessica Raissa Nicolodi Padilha Aline Silva Ferreira Alves
Ketllen Cristina da Rocha de Almeida Andrielli Petita da Silva
Lia Garcia Martins Borges do Canto Ariete Maria Fernandes Tonegawa
Maria Tatiana da Silva Bruno Henrique Medeiros Gonçalves
Micheley Ferreira Rocha Cintia Rejane dos Santos
Monique Bispo de Sousa Machado Gisley do Carmo Carvalho Dal Ponte
Nicolas Dias Lopes Daher Igor Rafael Pereira da Silva
Patricia Kohiyama de Matos Silva Marcos Luiz Gurski
Sonia Kamisnki de Souza Margarida Martins Vieira
Rogeria dos Santos Maria Rosa Pimenta
Nathalye Reis de Souza Silva
Departamento de Ensino Fundamental Raquel de Freitas
Adriana Mazeto Sandra Mara Caetano Fedrigo
Ana Claudia Spuldaro Soeli do Rocio Nunes Lechinhoski
Arnaldo Ricardo da Silva Amorim Sonia Regina Perretto de Oliveira
Carlos Henrique Ferreira Rodrigues Telma Elaine Zenere
Carmen Zepechoka Felipe Vanessa Pereira Vaz
Clarice Foster Cordeiro
Claudineia Maria Vischi Avanzini
Danuse da Porciuncula Araujo
Dayana Silveira Salvador
Eliane Terezinha Buwai Krupa
Elisa Daniele de Andrade
Ellym Josiana da Silva Machado
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Departamento de Estrutura e Marie Helen da Silva Talamini
Funcionamento Nelson Antonio dos Santos
Adalberto Claudio Matthes Pamela Priscila Machado
Adilson Hernandes Spinelli Rafaela Carvalho Costa
Aline Silva Ferreira Alves Roberto Vaz Neves
Andrielli Petita da Silva Selmara Cristina dos Santos Silva
Ariete Maria Fernandes Tonegawa Simone Franciely do Prado
Bruno Henrique Medeiros Gonçalves Sirlei do Carmo Machado
Cintia Rejane dos Santos Solange de Fatima Vieira
Gisley do Carmo Carvalho Dal Ponte Valdiclei Lopes da Silva
Igor Rafael Pereira da Silva Vanessa Marcon de Freitas
Marcos Luiz Gurski Vinicius Pereira Dantas
Margarida Martins Vieira Waldemar do Amaral Junior
Maria Rosa Pimenta Wanderlei Alves
Nathalye Reis de Souza Silva
Raquel de Freitas Departamento de Planejamento
Sandra Mara Caetano Fedrigo Adalberto Ribeiro da Silva
Soeli do Rocio Nunes Lechinhoski Aline Souza do Nascimento
Sonia Regina Perretto de Oliveira Amanda Stainsack Grittem
Telma Elaine Zenere Denize de Azambuja Nascimento
Vanessa Pereira Vaz Francisca da Cruz Cichon do Vale
Glauciane Périco
Departamento de Gestão de Pessoas Izolde de Siqueira
Adalgise Elias da Silva Rossi Patricia Dahmer
Gabriel Subtil Balassa de Oliveira
Jéssica Moro Krul Constantino Departamento de Transporte Escolar
Margarete Terezinha Knapik Ancelmo Galvao Maciel
Regina do Pilar Vieira Anderson Manoel Ferreira Angelo
Donizete Alfieri
Departamento de Infraestrutura e NAF Davi Carlos Boing
Adriana de Souza Druciak Edilson Sfendrych
Amarildo Alves da Silva Emerson Andre Botine
Andrei Luis Marqueto João Ernesto Mikosz
Bruna Cristina dos Santos do Nascimento Jomar Vieira Grittem
Caroliny Ataide Spindola Moreira Josiane Martins Patczyk
Claudio Roberto Bonatto Levi Costa Almeida
Claudete Teixeira Lisboa Fernandes Luiz Claudio Lise
Cristiane Joelma Getkoski Lech Marlon Franco Damasceno
Diego Fogaça Santos Nelson Luiz Rocha
Douglas Luiz de Macedo Nilce Paulina Fogaça de Lima
Edilson Osnei Pazinatto Paulo dos Santos
Edson Lopes da Silva Sandra Regina Markovicz Burcot
Eloiza Coradini Valdinei Pereira de Paula
Franciele Luciana Riba Vitoria Gomes Ribeiro
Gabriel Henrique Jacobs Vilmar Salino de Paula
Gisiele de Oliveira Wilson Possamai
Gustavo de Souza Toscani Anderson Manoel Ferreira
Janete Maria Lascoski Marcio Roberto Bilobran
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PREFÁCIO
Convidada pela equipe do Departamento de Educação Especial do
município de Araucária, tive o imenso prazer de ter acesso ao livro
anteriormente e de ler interessantes experiências vivenciadas com base nos
pressupostos do Coensino.
O coensino pressupõe a parceria dos docentes de educação especial e da
sala comum nos momentos de planejamento, realização e avaliação das
atividades realizadas em espaços de sala de aula comum, pensando no ensino
para todos os estudantes da sala. Esse pensar da acessibilidade individual até
propostas que englobam atividades dinâmicas e experienciadas, pode
possibilitar, como demonstrado no livro, aulas atrativas e interativas que
motivam os estudantes e os docentes.
Sabe-se que a entrada do professor de educação especial em sala comum
pode ser desafiante no início em alguns casos, como o pensar coletivo e a
busca por estratégias que nos possibilitem vencer os desafios do tempo de
planejamento, do número de estudantes Público-alvo da Educação Especial e
da atual estrutura escolar.
Os relatos demonstram o interesse das professoras de educação especial,
que antes ocupavam somente o espaço da sala de recursos multifuncionais,
por se abrir para essa nova experiência, iniciando pelos momentos de
planejamento colaborativo e perpassando as experiências vividas em dupla
docência em sala comum. Acredita-se que o investimento em momentos
formativos, como os apresentados pelo Departamento de Educação Especial,
contribui para esse processo, sendo novamente um prazer estar participando e
me formando também com eles.
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Acredita-se que demonstrar que nossa escola pública tem realizado boas
práticas e possibilitado o ensino dos estudantes, mesmo diante de possíveis
desafios, também é um ato político. Quem vem com essa vontade, ao ler o livro,
irá se deliciar com ricas experiências que instigam, motivam e que nos deixam
com vontade de adentrar o contexto das escolas relatadas e acompanhar as
diversas experiências. Como docente dos cursos de coensino e de cursos de
Licenciatura, acredito que se tem aqui um importante material formativo.
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O COENSINO NO MUNICÍPIO DE ARAUCÁRIA
Sumário
1. APRESENTAÇÃO...............................................................................Pág. 7
2. O QUE É COENSINO?...............................................................................Pág. 8
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................Pág. 76
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1. APRESENTAÇÃO
Este material foi organizado pelas profissionais do Departamento de Educação
Especial do município de Araucária, em colaboração com as professoras do
Atendimento Educacional Especializado no formato de Coensino.
Neste documento são relatadas brevemente de que forma o Coensino começou
a ser implantado em nosso município no ano de 2022, as formações continuadas
ofertadas na perspectiva do trabalho colaborativo aos profissionais da rede,
propostas de trabalho das unidades de ensino contempladas com Atendimento
Educacional Especializado no formato de Coensino e as publicações realizadas por
algumas das professoras destas salas e por coordenadoras do departamento de
Educação Especial no FORGEE (Fórum de Gestores da Educação Especial dos
municípios da região metropolitana).
Também trazemos de que forma foram organizadas formações com o objetivo
de fortalecimento das redes de apoio neste processo de implementação do
Coensino no município. Entendemos aqui rede de apoio, segundo o conceito:
Uma rede de apoio, por conseguinte, é uma estrutura que
dá algum tipo de contenção a algo ou alguém. A ideia
costuma referir-se a um conjunto de organizações ou
entidades que trabalham de maneira sincronizada para
colaborar com alguma causa.
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2. O QUE É COENSINO?
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No município de Araucária, o
coensino está sendo implantado
como forma de atendimento
educacional especializado em
sete unidades educacionais,
sendo: CMEI Califórnia, CMEI
Campina da Barra, CMEI
Cachoeira, CMEI São Francisco
de Assis, Escola Arlindo Milton
Druszcz, Escola Ayrton Senna da
Silva e Escola Prof.ª Delani Ap.
Alves.
As professoras da Educação
Especial, atendem as
crianças/estudantes
individualmente na Sala de
Recursos Multifuncionais ou em
grupos neste espaço e também
fazem a mediação na educação
básica, no período contraturno
(escolas) ou em período
concomitante (CMEIs), mediante
organização de cronograma.
A fim de instrumentalizar os
profissionais envolvidos na
implementação do coensino, o
Departamento de Educação
Especial ofertou formação
continuada em diversos formatos,
com falas das profissionais do departamento, das professoras do coensino de
algumas unidades e por meio de parcerias com a UFPR e o Instituto Federal de
São Carlos/SP com as professoras Dr.ª Laura Ceretta Moreira e Dr.ª Carla Ariela
Vilaronga, além de mediações in loco nestas unidades educacionais e reuniões
mensais ou bimestrais com equipe gestora, pedagógica e professoras da Educação
Especial destas unidades.
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Assim como todo projeto que passa pelo processo de fundamentação,
planejamento e implementação, o coensino no município de Araucária, iniciou
cercado de incertezas e dúvidas por parte de todos os envolvidos e, com o decorrer
do tempo, pôde-se perceber avanços significativos quanto à compreensão do
trabalho colaborativo, do fortalecimento das redes de apoio, e das práticas
articuladas entre professores da educação especial e educação básica, tendo a
formação continuada papel fundamental para a consolidação desse cenário.
Nas páginas a seguir, o Departamento de Educação Especial traz o relato de
práticas realizadas nas sete unidades de ensino que possuem atendimento
educacional especializado no formato de coensino e que ressaltam o trabalho
colaborativo entre educação básica e educação especial.
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3. PRÁTICAS COLABORATIVAS NAS UNIDADES SOB O
ARRANJO DO COENSINO NO MUNICÍPIO DE ARAUCÁRIA
3.1 CMEI CALIFÓRNIA
Professora Luciane Tomazelli
Nesta proposta, acerca dos Campos de
Experiência 'O Eu, o Outro e o Nós' e 'Traços,
Sons, Cores e Formas', a professora da Sala de
Recursos Multifuncionais Luciane Tomazelli em
planejamento colaborativo com as professoras
Priscila e Karine da turma do Infantil 2B e
Débora e Glaciane da turma Infantil 2D, iniciou
contando a história "Elmer, O Elefante Xadrez",
de David McKee para as turmas,
contextualizando a história conversando com as
crianças que todos somos diferentes. Em
seguida, as crianças foram convidadas a se olhar
no espelho e perceber suas características.
Também receberam uma folha branca apenas
com o contorno do corpo humano para que
cada uma fizesse o seu autorretrato usando os
materiais disponíveis (macarrão, barbante, tinta
guache, giz de cera, papel picado, cola, pincel).
Depois de pronto, os trabalhos
foram expostos e as professoras
explicaram que, assim como no
livro do Elefante Xadrez, todos
temos as nossas diferenças
representadas por nossas
características individuais. E isso
nos torna ESPECIAL. Num
segundo momento, a professora
regente da sala, fez um esboço de
um elefante em papel pardo e
disponibilizou pedaços de papel,
tecido, retalhos de EVA e
cartolina, para que a turma
confeccionasse o seu próprio
Elefante Xadrez.
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Posteriormente, para reforçar o tema cores, abordado
no livro, foram disponibilizados pratinhos de papelão ou
bandeja de isopor reciclável, balões de cores diversas
cheios de ar com um pouco de trigo dentro, tinta guache
nas cores dos balões e papel kraft. As crianças
colocavam o balão na tinta e fizeram impressões no
papel.
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3.2 CMEI CACHOEIRA
Professora Ana Maria Carvalho e Claúdia Bonfim
Em planejamento colaborativo entre as professoras da Sala de Recursos
Multifuncional Ana Maria e Claúdia e as professoras Giane, Carmem, Jacqueline, da
turma Infantil 5C do CMEI Cachoeira, surgiu a ideia de trabalhar a temática
"Alimentação" a partir da história infantil "A Galinha Ruiva", de Ingrid Biesemeyer
Bellinghausen.
Para dar início ao desenvolvimento das atividades, as professoras iniciaram
com a contação de história e roda de conversa com as crianças sobre as atitudes
dos amigos da galinha. Em seguida, foram propostas atividades de registro.
Num segundo momento, as professoras trouxeram para a sala uma espiga de
milho e o milho de pipoca para trabalhar texturas, conceitos como duro/mole,
cores e, em seguida, as crianças foram até a horta do CMEI fazer o plantio do
milho.
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Como continuidade da proposta, num terceiro momento, as professoras
questionaram as crianças quais outras possibilidades culinárias podem ser feitas a
partir do milho. Assim, convidaram as crianças para fazer um bolo de milho,
mostrando para elas os ingredientes e as quantidades que irão no bolo, como deve
ser feito e pediram ajuda deles para mexer a massa e depois contarão o tempo que
levou para assar. Depois de assado e frio as crianças irão degustar o delicioso bolo de
milho que elas ajudaram a fazer. Para casa irão levar na agenda a receita do bolo
para fazer com seus pais ou responsáveis. Também foi proposto a confecção de
cartaz com a receita do bolo para expor.
Com a realização dessa proposta durante a semana toda que foi intensa e
produtiva, percebeu-se que o objetivo foi alcançado. Durante a culinária do bolo
de milho, na qual foi levada a máquina de cupcake e as crianças viram a produção
dos bolinhos sendo realizada, ficaram muito empolgados, sempre dizendo “que
cheiro bom” “essa máquina faz mágica”. Também não viam a hora de
experimentar! Após o almoço experimentaram o bolinho de sobremesa. Alguns só
experimentaram e outros comeram e repetiram.
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3.3 CMEI CAMPINA DA BARRA
Professora Janaina Zanon Roberto Stellfeld
No propósito de contribuir para a aprendizagem das crianças pequenas do
CMEI Campina da Barra, a professora da Sala de Recurso Multifuncional trabalhou
de forma colaborativa com as professoras da turma do Infantil 3. Foi realizado o
planejamento da "Oficina das Cores e Formas Geométricas" pautada na
Organização Curricular de Araucária e Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Os participantes dessa proposta foram: uma professora da educação Especial
Janaína Stellfeld, duas professoras da Educação Infantil, Cláudia Javorski e
Lucinéia Matos e 15 crianças na faixa etária de três anos, entre elas duas crianças
TEA. As atividades ocorreram em cinco dias letivos com duração aproximada de
duas horas.
No primeiro dia do projeto foi
apresentado um vídeo e uma história sobre
as cores e as formas geométricas. Em
seguida, foi desenhado no chão da sala de
forma espalhada, várias formas geométricas
e colocado uma música para que
dançassem à sua maneira e, quando a
música parasse, a criança deveria entrar em
uma das formas. A criança que ficasse sem
lugar, era retirada da brincadeira e
aguardava em uma mesa manipulando
jogos de encaixe em diferentes formatos e
cores. Conforme as crianças iam saindo, as
formas iam sendo apagadas do chão. A
brincadeira só terminava quando restasse
apenas uma criança.
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No terceiro dia, em outra mesa foi
disponibilizado um papel kraft com várias
formas geométricas desenhadas para que as
crianças que fossem terminando o circuito
fossem manipulando e cortando com pedrinhas
e massinha de modelar.
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3.4 CMEI SÃO FRANCISCO DE ASSIS
Professora Elisângela Viviurka
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3.5 ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR ARLINDO
MILTON DRUSZCZ
Professora Carolina Jurkevicz Delben da Silva
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Professora Sueli Paula Barfknecht
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Nas fotos abaixo, estão registrados os grupos em que os estudantes foram
organizados, nos quais fizeram leitura das pranchas para orientação das atividades
e realização da mesma com massinha de modelar, brincaram com os jogos de
dominó das frases, caixa dos animais e jogo das sílabas, bem como realizaram
atividades estruturadas com as letras do alfabeto, relacionando às figuras.
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3.6 ESCOLA MUNICIPAL AYRTON SENNA DA SILVA
Francielle Drusz da Silveira
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Os estudantes formaram várias palavras,
visualizando que essas são formadas por "partes",
chamadas sílabas.
Além dessa proposta, em outro momento foi
realizada uma atividade lúdica de escrita de
frases. A proposta foi para que os estudantes
retirassem dos envelopes um elemento de
cenário, objeto, personagem e tempo. Com as
quatro cartas os estudantes tinham que elaborar
uma frase ordenando os elementos para haver
coerência. As professoras realizaram mediação
para aqueles que necessitavam de ajuda para
registrar. As frases ficaram coerentes e muito
criativas, pois os elementos dos envelopes
chamaram muito a atenção dos estudantes, como
casa de doces, rei, monstro, planeta Marte, entre
outras.
Nas turmas de 5.º B, 5.º C e 5.º D no componente
curricular de Matemática, em conversa com as
professoras Milkleia, Lilyan e Elaine, relataram que os
estudantes estavam desenvolvendo atividades
referentes à operação de divisão. Sendo assim, a
professora de educação especial sugeriu um jogo
para aliar a esse objeto do conhecimento. O jogo
consistia em escolher uma divisão e resolver, depois
colorir o resultado no quadro que fica no centro da
folha. O estudante que conseguisse pintar uma linha
inteira no quadro de resultados por primeiro, era
considerado o vencedor. Durante a mediação foi
possível perceber que alguns estudantes
conseguiram realizar mentalmente as divisões e
outros tiveram a necessidade de consultar a
tabuada, mas todos conseguiram compreender as
regras da operação e do jogo.
A inclusão não significa ocupar um espaço na sala, a inclusão significa ter
oportunidade de ser escolarizado, assim como os demais estudantes que ali estão.
Neste sentido o professor de coensino traz novos significados ao processo inclusivo,
mostrando na prática que é possível planejar e desenvolver atividades em que
todos os estudantes participem igualmente.
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O tabuleiro (tablet) foi construído com cores que
faziam alusão as partes de uma divisão: dividendo,
divisor, quociente e resto. Foram utilizados feijões
como o objeto concreto a ser repartido e as
tampinhas como o resultado dessa operação. No
espaço central ficavam o possível resto da divisão e
através de uma estrutura de legenda colorida, o
estudante observava atentamente as partes da
operação. Assim, todos os estudantes, independente
do seu canal de aprendizagem poderiam ser
beneficiados.
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Professora Lilian Brandolin
O Atendimento Educacional Especializado precisa ser realizado em interface
com os professores da educação básica, promovendo os apoios necessários à
participação e aprendizagem dos estudantes. Para isso, o primeiro
encaminhamento a ser realizado é conhecê-los no cotidiano do ensino regular, por
meio de observação.
A participação no planejamento com a professora é o segundo
encaminhamento para alinhar a proposta de Plano Educacional Individual do
estudante com os objetos do conhecimento previstos pelo planejamento do
professor.
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Na sala de aula regular, sendo esse espaço compartilhado entre professor do
Atendimento Educacional Especializado e professor regente são encaminhadas
várias atividades com todos da turma, promovendo oportunidades para o
estudante da SRM participar com segurança e demonstrar suas habilidades no
grupo em que está inserido.
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4. PRÁTICAS FORMATIVAS PARA OS SEGUIMENTOS
DO COENSINO
O Coensino é uma perspectiva de atendimento educacional especializado que
ocorre entre um professor de educação especial e um professor comum em que
ambos desenvolve uma parceria com as redes de apoio (família, atendimentos
clínicos, profissionais de apoio) as quais precisam ser fortalecidas a fim de melhor
atender as crianças e estudantes em suas especificidades.
Com base nessa necessidade, as professoras da Sala de Recurso Multifuncional,
desenvolvem práticas formativas a todos os seguimentos envolvidos no Coensino.
Durante o ano letivo, são organizados momentos de conversas com as famílias, com
as crianças e estudantes, com as terapeutas que atendem o público alvo da
educação especial, com os profissionais de apoio e com os professores regentes em
momentos de hora atividade para discutir vários temas com busca no
fortalecimento dessas redes de apoio.
Abaixo, as professoras da SRM/Coensino, mostram um pouco do trabalho
desenvolvido em 2022 com este enfoque:
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Professoras Lilian Brandolin e Elisângela Taborda em formação interna com os profissionais sobre o
Coensino na Escola Muicipal Prof.ª Delani Aparecida Alves.
Além das formações realizadas com as professoras em hora atividade coletiva,
as professoras do Atendimento Educacional Especializado também realizam
palestras / rodas de conversa com as crianças e estudantes com o objetivo de
instruí-las sobre as deficiências e transtornos globais do desenvolvimento que
alguns colegas são acometidos e de como eles podem auxiliá-los e incluí-los em
suas brincadeiras e demais rotinas da escola.
Professora Francielle em
conversa com os estudantes
da Escola Municipal Prof.
Ayrton Senna da Silva.
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Para instrumentalizar os demais profissionais envolvidos, o Departamento de
Educação Especial promoveu momentos de formação nas unidades de ensino
contempladas com o Coensino. Acima, fotos das profissionais do DEE nas unidades
CMEI São Francisco de Assis e CMEI Campina da Barra em momento de Reunião
Pedagógica.
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5. FÓRUM DE GESTORES DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL DA ÁREA
METROPOLITANA - PUBLICAÇÃO DE
RELATOS DE EXPERIÊNCIAS
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PARTICIPAÇÃO NO FÓRUM INTERMUNICIPAL DE DISCUSSÃO: "A EDUCAÇÃO
ESPECIAL EM FOCO
Além das palestras, o evento também contou com duas mesas redondas, nas
quais foram discutidas: “O olhar dos gestores municipais de educação diante dos
desafios atuais da educação inclusiva", com secretários de educação de alguns
municípios da região metropolitana e a outra mesa redonda intitulada
“Profissionais de Apoio: quais são e quais os processos de liberação nos
municípios”. Na primeira, Araucária foi representada pela secretária de educação
Ms. Adriana de Oliveira Chaves Palmieri e na segunda, representada pela diretora
do Departamento de Educação Especial Prof.ª Me. Jéssica Novôa.
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No último dia de evento, também foram apresentados relatos de experiências
que abordaram os seguintes temas: Práticas colaborativas, Parceria ensino regular e
educação especial e Formação dos profissionais em dois auditórios da Secretaria
Municipal de Educação de Pinhais. Dos quinze trabalhos inscritos entre todos os
municípios participantes, seis foram das profissionais da rede municipal de ensino
e das coordenadoras do Departamento de Educação Especial de Araucária.
Nas páginas seguintes, o Departamento de Educação Especial traz a divulgação
dos relatos de experiências, bem como imagens das apresentações realizadas pelas
profissionais do nosso município.
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5.1 O PROCESSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA SOB O ARRANJO DO COENSINO NO
MUNICÍPIO DE ARAUCÁRIA
Adriana Araujo Nagal
Jéssica Novôa
Kelly Cristina Almerindo de Matos
1. INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos, pode-se observar que a trajetória da educação especial foi
influenciada por diferentes linhas teóricas, dentre elas, a abordagem biomédica,
funcional, ambiental e dos direitos humanos direcionando o atendimento
educacional das crianças e estudantes público alvo da educação especial.
A partir da década de 70, a abordagem funcional, que caracteriza a deficiência
como uma patologia individual e consequência de aspectos biológicas, direciona a
compreensão da deficiência como uma patologia social, baseada na abordagem
dos direitos humanos. Sendo assim, passa-se a compreender a deficiência de outra
forma. Neste sentido, Mendes, Vilaronga e Zerbato (2018, p.23) pontua:
atual em Educação Especial sofre críticas
A prática
consideráveis em função da ênfase na abordagem
biomédica e funcionalista, enquanto a abordagem
mais promissora na atualidade é a dos direitos
humanos, que vê a deficiência como uma
consequência de como a sociedade está organizada
e das relações dos indivíduos com a sociedade em
geral.
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A partir da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva, de 2008, houve maior enfoque para o fortalecimento do
atendimento educacional especializado, nas Salas de Recursos Multifuncionais,
tendo como objetivo o acesso, a participação e a aprendizagem dos estudantes
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando assim os sistemas de
ensino para promover respostas às necessidades educacionais de todos.
Mediante esse contexto, deve estar prevista, nas políticas municipais,
estaduais e federais de educação, a capacitação de professores especializados em
educação especial, que atuam em consonância com os professores das salas
regulares.
No âmbito municipal, a garantia da formação continuada está explícita na
Lei nº 2848/2015, que dispõe sobre o Plano Municipal de Educação, Meta 15 :
“Garantir a todos(as) os(as) profissionais de educação básica formação continuada
em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e
contextualizações dos sistemas de ensino.”
Nesta conjuntura, o Departamento de Educação Especial alinhou o Plano de
Formações para o ano de 2022, como forma de assegurar a formação inicial e
continuada aos profissionais de educação infantil e do ensino fundamental, nas
Unidades Educacionais, nas quais o coensino foi implantado.
Diante da implementação da Proposta de Projeto Piloto de Coensino como
apoio a Inclusão Escolar, no Atendimento Educacional Especializado, o qual
define-se conforme Mendes, Almeida, Toyoda (2011, p. 84) como:
“O ensino colaborativo ou coensino é um modelo de
prestação de serviço de educação especial no qual um
educador comum e o educador especial dividem a
responsabilidade de planejar, instruir e avaliar a
instrução de um grupo heterogêneo de estudantes.
Ele emergiu como uma alternativa aos modelos de
sala de recursos, classes especiais ou escolas especiais,
para apoiar a escolarização de estudantes com
necessidades educacionais especiais na qual o
professor especializado vai até a classe comum na
qual está inserido colaborar com o professor do
ensino regular.”
Neste sentido, organizou-se um plano de formações com o objetivo de
instrumentalizar os profissionais das Unidades Educacionais, para que todos os
envolvidos neste processo tenham acesso às diretrizes do formato do coensino.
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2 DESENVOLVIMENTO
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No primeiro semestre do ano letivo de 2022, o Departamento de Educação
Especial apresentou a proposta ao Promotor da Vara da Infância e Juventude do
Ministério Público do município e organizou formações nos formatos presencial e
remoto direcionadas às profissionais que atuam nas Salas de Recursos
Multifuncionais no arranjo do coensino, a fim de contemplar todas as dimensões
envolvidas no processo de implementação deste atendimento aos estudantes
público alvo da educação especial.
Foram realizadas formações direcionadas às professoras das Salas de Recursos
Multifuncionais, aos professores pedagogos e às equipes gestoras para discutir,
inicialmente, como estava se efetivando a implementação da proposta sob a ótica
mediadora em cada unidade, compreendendo que cada espaço possui uma
“cultura” particular, percorre caminhos diferentes e consolida formas de
organização também diversas. Neste sentido, SILVA (2006) pontua:
“Podemos dizer que existem inúmeras características que
aproximam os comportamentos das escolas, bem como
as investigações sobre ela, e há uma infinidade de outras
que os/as diferenciam. No entanto, parece não haver
inconvenientes em considerar a escola como uma
instituição com cultura própria. Os principais elementos
que desenhariam essa cultura seriam os atores (famílias,
professores, gestores e alunos), os discursos e as
linguagens (modos de conversação e comunicação), as
instituições (organização escolar e o sistema educativo) e
as práticas (pautas de comportamento que chegam a se
consolidar durante um tempo).” (SILVA, 2016, p.202)
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na perspectiva colaborativa” com a professora Dr.ª Laura Ceretta Moreira, que
trouxe dados de pesquisas realizadas na área do coensino em diversos municípios
do Brasil, contextualizando com a realidade da implementação da proposta no
município de Araucária.
Além dessas formações, para aqueles profissionais que atuam no atendimento
educacional especializado do município, foi ofertada formação remota trazendo,
num primeiro momento os princípios do coensino, direcionado pelas profissionais
do departamento e, posteriormente relatos de experiências de duas professoras
que atuam no coensino, sendo uma de educação infantil e uma do ensino
fundamental, a fim de contemplar a realidade de duas modalidades de ensino
diferentes sob a ótica colaborativa.
Ao final do primeiro semestre, a professora do Instituto Federal de São Paulo/
Campus São Carlos, Dr.ª Carla Ariela Vilaronga realizou formação presencial a todos
os profissionais da rede municipal de ensino com inscrição prévia, contribuindo
com subsídio teórico e contextualizando com a realidade de outros municípios que
já desenvolvem o atendimento educacional especializado sob o arranjo do
coensino, com exemplos práticos deste modelo. Também foram convidados
representantes dos municípios que integram o FORGEE (Fórum de Gestores da
Educação Especial da região metropolitana) e UNDIME (União Nacional dos
Dirigentes Municipais de Educação).
É importante destacar que, além dessas formações continuadas ofertadas pelo
Departamento de Educação Especial, ocorreram mediações junto às profissionais
do coensino, diretamente nas Unidades a fim de acompanhar individualmente os
arranjos do coensino, visto que cada unidade apresenta sua dinâmica interna.
Considerando que o coensino está em processo de implementação no
município de Araucária, o planejamento e oferta das formações continuadas
permanecerão no decorrer deste ano, sendo direcionadas de acordo com as
avaliações dos resultados coletados , por meio do Google Forms, disponibilizado ao
final das formações e dos momentos de mediações, considerando as dimensões
envolvidas neste processo: famílias, professoras das Salas de Recursos
Multifuncionais, professoras regentes, profissionais de apoio escolar e equipe
gestora.
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3. CONCLUSÕES
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REFERÊNCIAS
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5.2 O Coensino no processo de aprendizagem de estudantes com Deficiência
Intelectual no ensino regular
Francielle Drusz da Silveira
Resumo: Este trabalho traz o relato de experiência de uma prática colaborativa
desenvolvida em uma turma de quinto ano do Ensino Fundamental, na qual estão inclusos
dois estudantes com deficiência intelectual que frequentam a Sala de Recursos
Multifuncional no período de contraturno. A atividade desenvolvida em parceria entre
Educação Especial e Ensino Fundamental faz parte do componente curricular de Ciências
cujo objeto do conhecimento é o Sistema Digestório. O objetivo foi propiciar aos
estudantes da Sala de Recursos Multifuncional e aos demais estudantes da turma,
aprenderem de forma lúdica esse objeto de conhecimento. Durante a hora-atividade a
professora regente e a professora de coensino conversaram sobre o planejamento de
atividades dos conteúdos que estavam acontecendo naquele momento e, escolheram
trabalhar em conjunto o tema Sistema Digestório na próxima aula que estariam juntas na
sala de aula, fazendo o coensino. Nesta conversa foram determinadas entre ambas como
aconteceria a atividade e, quais responsabilidades cada professora teria no dia da
realização desta proposta de trabalho. Durante o planejamento e execução da atividade
com a turma priorizou-se utilizar uma didática, uma forma de ensinar, pensando nas
formas diferentes que as crianças têm de aprender, a fim de desenvolver a aprendizagem
dos estudantes com deficiência intelectual e dos outros alunos da turma. Durante a
realização da atividade que foi notório o envolvimento dos estudantes na realização da
mesma e a apropriação do objeto do conhecimento proposto, o que indica o sucesso no
trabalho colaborativo entre o ensino regular e a Educação Especial, fortalecendo cada vez
mais o processo inclusivo.
1 INTRODUÇÃO
Conforme Mendes, Vilaronga e Zerbato (2016), o trabalho de coensino ou
ensino colaborativo se refere a ideia de uma parceria entre a Educação Especial e
ensino comum a fim de favorecer a inclusão escolar, garantindo a escolarização do
estudante público-alvo da Educação Especial (PAEE). Esse tipo de trabalho ainda
acontece em poucos lugares no Brasil e está sendo construído gradativamente
entre os profissionais envolvidos.
Pensando nesse sentido:
O coensino é um serviço de apoio à inclusão escolar que
envolve o trabalho em parceria entre um professor de
Educação Especial e um professor do ensino comum em
sala de aula. Conhecido também como ensino
colaborativo, este tipo de serviço faz parte da proposta
de alguns países para favorecer a escolarização de
alunos público-alvo da Educação Especial (PAEE) na
classe comum das escolas regulares e vem sendo
apontada como uma estratégia bastante promissora.
(MENDES, VILARONGA, ZERBATO, 2016, p;67).
Ainda conforme as autoras, no trabalho de coensino os dois professores, um
da Educação Especial e outro do ensino comum, dividem as responsabilidades
em relação ao planejamento, execução e avaliação das atividades. Este trabalho
inicialmente não é fácil de ser implementado, pois os profissionais envolvidos
precisam compreender e aceitar esse trabalho que é de parceria, no qual não
existe quem
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sabe menos ou quem sabe mais, mas sim saberes diferentes que se completam.
No início da relação entre os professores da Educação Especial e do ensino
comum a conversa é mais formal pois ainda não se conhecem. É normal ainda a
turma ser considerada do professor regente e o professor do coensino ser uma
“visita” neste espaço, onde costuma pedir licença para entrar e mantém
formalidade em relação ao seu trabalho. Com o passar do tempo a relação entre
esses profissionais tende a se estreitar e com isso começam a manter um diálogo
mais aberto e passa a existir mais confiança entre os dois professores, até chegar na
fase em que se comunicam de forma espontânea e a aprendizagem da turma
passa a ser responsabilidade de ambos.
Com essa parceria que vai sendo fortalecida em cada momento, com a
construção diária de inter-relações, é que acontece o coensino de fato, pois o
planejamento de aula é pensado de forma conjunta entre os profissionais
envolvidos com a turma e há abertura maior da sala de aula para o professor da
Educação Especial, sem gerar desconfortos como acontece normalmente no início
deste processo. Nesta união entre Educação Especial e ensino comum é que
surgem mais resultados positivos na aprendizagem e no processo inclusivo como
um todo.
O objetivo deste trabalho é fazer um relato de uma experiência de coensino
que aconteceu na Escola Ayrton Senna da Silva, localizada no município de
Araucária - PR, em uma turma de quinto ano do Ensino Fundamental. Essa turma
possui 27 estudantes, sendo que dois deles são público-alvo da Educação Especial
(PAEE) com deficiência intelectual. O relato conta como aconteceu o planejamento
e execução de uma aula de Ciências, sobre o objeto do conhecimento Sistema
Digestório, no qual os dois professores bem entrosados alcançam resultados
positivos para a aprendizagem de todos os estudantes.
2 RELATO DE EXPERIÊNCIA
PÁGINA 42
Em um momento de conversa em hora-atividade, que já havia sido planejado
e indicado no cronograma de trabalho articulado entre as professoras, as duas
profissionais falavam sobre quais conteúdos estariam sendo trabalhados naquele
momento com os estudantes. Durante esta conversa, a professora da Educação
Especial sugeriu planejar uma atividade dentro do conteúdo de Ciências sobre o
Sistema Digestório, o que foi aceito pela professora regente. A professora da turma
já tinha iniciado o conteúdo com um vídeo e com um texto no caderno e a
sugestão da professora de Educação Especial foi confeccionar o Sistema Digestório
com massinha de modelar, para que os estudantes tivessem uma ideia concreta de
quais são os principais órgãos desse sistema, assim como a ideia aproximada do
formato desses órgãos e sua posição dentro do corpo humano, assim como
relembrar sobre o processo de digestão dos alimentos consumidos. A professora da
turma gostou da ideia e então foram divididas as tarefas de ambas para organizar a
aula.
Com tudo organizado na data combinada, a professora de coensino entrou na
turma de 5º ano. Os estudantes que já conheciam a professora e a dinâmica das
aulas quando ela estava presente, ficaram muito animados e curiosos com qual
atividade fariam naquele dia. Antes de iniciar a explicação da atividade planejada
para aquele dia foi retomada com os estudantes a explicação sobre o Sistema
Digestório.
Os estudantes foram organizados em duplas pensando que as crianças
também aprendem na interação com seus pares, tão logo iniciaram a modelagem
dos órgãos e depois posicionaram dentro da figura do corpo humano que
receberam impresso no papel sulfite. Nesse momento as professoras realizaram as
mediações quando eram necessárias. A profissional de apoio dos estudantes PAEE
ficou auxiliando diretamente esses estudantes durante a realização da tarefa,
entretanto as professoras também acompanhavam como eles estavam
desenvolvendo essa atividade, além de mediar as outras duplas.
Durante a execução da atividade foi possível perceber que os estudantes
estavam muito empolgados por estarem utilizando massinha de modelar e
moldando aquilo que tinham visto nas aulas. Nesta atividade, a turma pode
perceber ainda mais a relação que um órgão tem com o outro, relembrar suas
funções, e ainda ter uma noção aproximada do formato do órgão e a posição que
ocupam no seu corpo.
Da forma com que o conteúdo foi desenvolvido para a turma, os estudantes
com Deficiência Intelectual estavam totalmente incluídos na atividade e com a
didática utilizada apresentaram mais facilidade para aprender o objeto do
conhecimento daquela aula, assim como os demais estudantes, sem a necessidade
de adaptar uma atividade exclusivamente para eles.
PÁGINA 43
Um dos aspectos para garantir a inclusão é a escola superar a ideia de que
basta oferecer uma atividade diferente adaptada ou paralela para o estudante
PAEE enquanto os outros estudantes realizam a atividade “normal” da turma, é
necessário e urgente que, os professores pensem em elaborar suas aulas com
atividades em que todos os estudantes estejam envolvidos e aprendendo.
Pensando nisso, é que o trabalho de coensino traz esse olhar diferenciado sobre a
inclusão, de que é possível às crianças/adolescentes PAEE participarem da mesma
atividade do seu grupo, uma vez que ela foi planejada para garantir a
aprendizagem de todos da turma.
3 CONCLUSÕES
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REFERÊNCIAS
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5.3 O brincar como metodologia facilitadora no ensino colaborativo e para o
processo de inclusão
Resumo: O brincar é algo inerente à infância, sendo uma condição que propicia prazer e
favorece as relações sociais e afetivas, incluindo a todos de uma forma natural. Brincando as
crianças estabelecem relações que estimulam seu desenvolvimento e o processo ensino
aprendizagem. No espaço escolar, de forma direcionada e com objetivos bem definidos, a
ludicidade amplia as possibilidades de incluir os alunos PAEE dentro de um contexto em
que as diferenças fiquem praticamente anuladas. Assim, na perspectiva do ensino
colaborativo, entre o professor regente e o Profissional de Atendimento Educacional
Especializado (AEE), objetivou-se o planejamento de práticas lúdicas, no espaço de sala de
aula, que auxiliassem no desenvolvimento e inclusão dos estudantes PAEE. O foco principal
era que as diferenças não ficassem evidentes e que os alunos inclusos não necessitavam de
adaptações ou de recursos diferenciados para poder participar da aula. A maioria dos
brinquedos e jogos eram construídos pelos próprios alunos, que estavam envolvidos no
processo desde o início, tornando o aprender algo motivador e desafiador que partia das
potencialidades do estudante incluso para ampliar as habilidades desejadas. O
planejamento previsto para os conteúdos foi mantido, porém as estratégias para se chegar
aos resultados esperados foram diversificadas. Como a brincadeira (jogo) era previamente
pensada, os professores conseguiram encaminhar de forma natural a aula, desmistificando
quem era o professor da turma e a professora do AEE. A participação com qualidade dos
estudantes PAEE ficou evidente, conforme verificou-se na mudança de comportamento: o
que antes, por muitas vezes, era apático e dependente do profissional de apoio, nessa
proposta era efetivo e motivador. Em linhas gerais, as estratégias alcançaram os objetivos
propostos e serviram para direcionar novas possibilidades e também geraram
conhecimentos para os profissionais envolvidos. As práticas colaborativas também se
tornaram algo mais natural em que um saber não era superior ao outro. As discussões em
torno de se encontrar uma atividade lúdica para explorar o conteúdo previsto eram alegres
e estimuladoras para os profissionais, pois houve um retorno muito positivo dos estudantes
envolvidos.
1 INTRODUÇÃO
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Nesse contexto, a real inclusão dentro do espaço escolar pode ser beneficiada
pela proposta de desenvolver jogos e brincadeiras nas salas de aula; o brincar,
propriamente dito, amplia as possibilidades de uma real efetivação dessa
perspectiva inclusiva, possuindo um papel importante nesse processo.
O brincar não é uma dinâmica interna do indivíduo, mas uma atividade dotada
de uma significação social precisa, que, como outras, necessita de aprendizagem.
É muito mais fácil e eficiente aprender por meio de jogos e brincadeiras. E isso é
válido para todas as idades, desde o maternal até a fase adulta. O jogo em si
possui componentes do cotidiano, e o envolvimento desperta o interesse do
aprendiz, que se torna sujeito ativo do processo; a confecção dos próprios jogos é,
ainda, muito mais emocionante do que apenas jogar. Muitos jogos ganham
motivação especial quando confeccionados pelas crianças.
O valor dos jogos pedagógicos no espaço escolar é incontestável. Tanto as
brincadeiras individuais como as de grupo favorecem o desenvolvimento
cognitivo e socioafetivo da criança, constituindo-se em um excelente auxiliar no
processo aprendizagem e facilitador no processo inclusivo.
Assim, compreendendo a importância do lúdico no desenvolvimento dos
estudantes, principalmente os PAEE, este trabalho objetivou propor práticas a
serem desenvolvidas em uma parceria entre o professor do AEE e o professor do
regular, possibilitando que o educando se desenvolva explorando suas
potencialidades e capacidades. Nessa acepção, Vilaronga, Mendes e Zerbato (2014)
consideram o trabalho colaborativo como uma forma de possibilitar o
desenvolvimento profissional dos dois professores, que buscarão o
aprofundamento dos conteúdos a ser trabalhados, pois essa parceria faz com que
o conhecimento seja ampliado em um processo constante de formação
continuada.
Atuar com as crianças/estudantes Público Alvo da Educação Especial dentro
da sala de aula regular, conhecendo-os nessa dinâmica, aumenta as possibilidades
de aprendizagem, pois o professor consegue acompanhar o currículo e sua
efetivação, explorando novas formas de adaptações, que, muitas vezes, atendem a
todos da turma, para, assim, pensar coletivamente novas estratégias de ensino.
Ao pensar nesse encaminhamento através de uma metodologia lúdica, é
possível tirar o foco das deficiências e explorar as habilidades do aluno sem deixar
que as limitações sejam a principal forma de direcionar a atividade a ser
encaminhada.
PÁGINA 47
2 DESENVOLVIMENTO
PÁGINA 48
trabalhadas com o aluno autista, no atendimento da Sala de Recursos, as
estratégias, os materiais e a ordem do que iria acontecer. Isso fazia com que a
ansiedade diminuísse na hora da execução e já era possível observar muitos dados
relevantes: como o mesmo se comporta em um atendimento individualizado e em
um contexto de sala de aula regular. Com isso, foi possível observar como o aluno
pensa e constrói o conhecimento e cria novas estratégias de aprendizagem em
dois espaços em que frequenta rotineiramente.
As turmas atendidas neste trabalho eram as que possuíam alunos Paee da
SRM. Com isso, o trabalho ocorreu em dois 4º ano, dois 5º anos e um 3º ano,
totalizando 10 alunos.
Um exemplo foi a necessidade discutida com os professores de 5º ano em
hora-atividade. Em um primeiro momento, conversamos sobre a dificuldade não só
dos alunos Paee, mas dos demais alunos em estruturar seu raciocínio lógico, se
concentrar, realizar cálculos e construir possibilidades. O conteúdo previsto no
planejamento das turmas era SDN (Sistema de Numeração Decimal), classes,
ordens e o trabalho com a ideia da multiplicação. Nessas discussões sobre o
conteúdo a ser trabalho, já era possível colaborar com propostas mais dinâmicas,
para além do momento lúdico que estávamos planejando. Isso para que houvesse
continuidade nesse trabalho e ampliasse ainda mais as possibilidades do aluno
PAEE continuar se beneficiando nesse processo.
O primeiro jogo escolhido foi o Nunca Dez, um jogo simples, que exige pouca
construção e materiais, mas que possui uma gama de possibilidades estratégicas e
de contagem, sendo divertido, pois existe o fator ganhar (o que para essa faixa
etária é muito relevante). Esse jogo usa recursos lúdicos como um dado, palitos
coloridos, folhas ampliadas e material dourado. Por se tratar de alunos do 5º ano, a
proposta tinha um desafio inicial a ser vencido, que posteriormente foi ampliado.
Inicialmente era apenas chegar à centena e o ganhador receber a placa da centena
do material dourado. Posteriormente, os alunos tinham o objetivo de jogar com
mais dados e alcançar o bloco da unidade de milhar. Nessa construção do número,
usávamos também o jogo UNO para identificar a numeração de cada jogador. Ele
possibilita uma visualização de todos os jogadores e as relações numéricas de
quem estava na frente, qual número maior ou menor e quais as necessidades do
seu colega para vencer. O desempenho dos alunos inclusos acompanhava o ritmo
da turma, ainda era possível trabalhar com aspectos tão importantes como as
funções psicológicas superiores, como atenção, concentração e raciocínio, com
todos. As professoras se inseriam nos grupos, jogavam com os alunos e, com isso, as
relações positivas entre eles aumentavam. A aprendizagem tornou-se dinâmica e
os ritmos individuais eram respeitados.
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Outro momento importante que ocorreu nessas turmas de 5º ano foi uma aula
em que um aluno que frequenta a SRM, que não está alfabetizado, mas que
consegue realizar interpretações orais e necessita também explorar sua oralidade,
foi incentivado a desenvolver suas potencialidades. Foi organizado um
planejamento entre as professoras que trabalhassem a interpretação de texto
(sendo o conteúdo que a turma está seguindo), a percepção de fatos e a oralidade.
Foi sugerido o jogo Detetive, mas apenas a imagem das suas cartas. No verso havia
3 situações enigmáticas para que os alunos em grupo observarem e o vídeo curto
seria passado através de um retroprojetor em sala de aula.
Os questionamentos sobre os enigmas encontravam-se no verso da carta e
possuíam a imagem (desenho) e a escrita, para também beneficiar os alunos
leitores. O encaminhamento, mas com enigmas diferentes, foi trabalhado no
atendimento com esse aluno da Sala de Recursos e ele sabia quais estratégias usar
para conseguir realizar a brincadeira. Os alunos ficaram fascinados com a
possibilidade de brincarem de Detetive e procuraram resolver desafios. Tinham
que focar muito sua atenção em detalhes e elaborar estratégias orais para discutir
com seus colegas, o que o aluno Paee conseguia com sucesso. No geral, os demais
estudantes, que tinham dificuldade de se concentrar, viram através da brincadeira
que esse era um fator primordial para alcançarem o sucesso. A construção desse
jogo ocorreu em parceria entre as professoras que, na execução, circulavam entre
os grupos discutindo as possibilidades de respostas.
Esses foram alguns exemplos de como as aulas foram pensadas e planejadas
entre os profissionais numa perspectiva lúdica. Em hora-atividade, alinhamos os
encaminhamentos e observamos atentamente os avanços e dificuldades de todos
os estudantes e do aluno PAEE no contexto da turma.
3 CONCLUSÕES
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muito de trocar sugestões de encaminhamentos e tornar suas aulas mais
dinâmicas e atrativas. Muitas das aulas utilizaram materiais simples e
encaminhamentos já conhecidos. Porém, a discussão entre os dois profissionais
foi como iniciar a brincadeira, como colocar o jogo para todos de uma forma que
fosse possível entender, acompanhar e analisar o produto final de cada aluno e
suas peculiaridades. Observou-se que mesmo os estudantes que não são PAEE
encontraram dificuldades em acompanhar os conteúdos da turma, mas com o uso
de estratégias diferenciadas, como as lúdicas, avançaram em suas aprendizagens.
Em relação ao ensino colaborativo, afirma-se, por meio das práticas desenvolvidas
neste estudo, a importância da definição de papéis entre os profissionais, a divisão
mútua de responsabilidades, a compatibilidade e flexibilidade no trabalho para se
chegar ao resultado esperado.
REFERÊNCIAS
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5.4 ENSINO COLABORATIVO E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA O APOIO À
INCLUSÃO
1 INTRODUÇÃO
Segundo Carvalho (2010), todos sem exceções podem aprender, mas ninguém
aprende exatamente da mesma forma, no mesmo ritmo e com os mesmos
interesses. Nesse sentido precisamos refletir sobre: Flexibilizar ou adaptar o quê?
Por quanto tempo? Em qual metodologia? E quais os procedimentos adotados na
validação? Para responder estas questões se faz necessário que “o professor nutra
uma elevada expectativa em relação à capacidade de progredir dos alunos e
persista em buscar meios para ajudá-los a superar os obstáculos escolares.”
(MANTOAN, 2006, p.48).
Vygotsky (1993), tece uma crítica à postura dos educadores que se preocupam
apenas em avaliar o que um estudante com deficiência não consegue realizar.
Neste sentido ele propõe que se faça o inverso, ou seja, que se considere seus
avanços nas condições pedagógicas adequadas às suas necessidades.
PÁGINA 52
Diante deste contexto, se faz emergente a necessidade de uma escola
estruturada e profissionais engajados no processo educacional, intervindo na Zona
de Desenvolvimento Proximal (ZDP), conceito postulado em Vygotsky (1998), em
que nos afirma a importância da estimulação, autonomia e capacidade de
desenvolver tanto na adaptação como na flexibilização (ou diferenciação) do
material pedagógico, quanto na mediação social no qual o estudante está inserido.
Mendes, Almeida, Toyoda (2011, p. 84), apontam que: “a proposta de coensino é uma
das formas de trabalho que torna a escola um espaço mais responsivo às
diferenças”, pressupondo modificações em vários aspectos do cotidiano escolar,
como:
Manejo de sala de aula, que diz respeito ao ambiente físico e ao uso de recursos
que facilitem a interação do professor com os estudantes e dos estudantes
entre si;
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Fonte: CAST; ZERBATO, 2018
PÁGINA 54
2 DESENVOLVIMENTO
PÁGINA 55
A ação toda se iniciou com a turma formando grupos, com média de 5
estudantes cada. Cada grupo foi orientado a retirar na mesa, que estava
centralizada na frente da sala e de todos, um elemento que seria usado em nosso
texto. As caixinhas estavam seriadas em cores, nas azuis tínhamos os personagens,
eles eram quatro no total, o menino, a menina, o robô e a fada, nas caixinhas
amarelas tínhamos os sentimentos, brabo, feliz, sonolento e triste, nas caixinhas
vermelhas tínhamos as pontuações, ponto final, virgula, ponto de exclamação e
interrogação e na caixa maior tínhamos objetos, binóculo, trenzinho, bola, serrote,
carrinho, menino e menina. Já nos envelopes tínhamos alguns ambientes, floresta,
praia, espaço e festa de aniversário.
A roleta de sílabas apresentava sílabas complexas, como “nh”, “lh”, ‘cr” entre
outras. Cada grupo teve que escolher apenas um segmento e apenas um elemento
deste. Quando optaram pela caixinha do objeto eles tiveram que manipular sem
ver o objeto, tentando assim adivinhar o que havia lá dentro, no momento da sílaba
o grupo teve que girar a roleta e teve que pensar em uma palavra que continha a
sílaba sorteada. Conforme foram sendo sorteados os elementos, um estudante de
cada grupo foi fazendo o registro escrito no quadro, formando um banco de dados
para ser usado depois na construção do nosso texto. Todos os estudantes
contribuíram de alguma forma, construindo assim um texto com a mediação da
professora, que foi a escriba no quadro. Muitas ideias surgiram, então em alguns
momentos fizemos uma votação para a escolha do enredo, já aproveitando e
explanando o que é democracia. Durante todo o processo ressaltamos a
importância do planejamento do texto, da progressão temática, da paragrafação,
da pontuação, da ortografia das palavras, da coesão e coerência aplicadas no texto.
Depois de finalizada a escrita coletiva, os estudantes expressaram o conteúdo
adquirido através do registro escrito do texto e ou do desenho.
Os resultados obtidos foram muito positivos, conseguimos o feedback dos
estudantes durante e depois da proposta. Vários nos relataram que foi muito mais
fácil aprender brincando, que dessa forma não iria mais esquecer o conteúdo
trabalhado. Confirmamos que através da brincadeira, o estudante tem apoio para
superar dificuldades de aprendizado, melhorando seu rendimento escolar,
aumentando seu conhecimento e tornando-se mais comunicativo. Também se
utilizando dos princípios orientadores do Desenho Universal da Aprendizagem,
proporcionamos a aprendizagem flexível, cativante, e acessível com oportunidades
de aprendizagem a todos.
PÁGINA 56
3 CONCLUSÕES
PÁGINA 57
REFERÊNCIAS
ALVES, M. M.; RIBEIRO, J.; SIMÕES, F. Universal Design for Learning (UDL):
contributos para uma escola de todos. In: Revista Indagatio Didactica, vol. 5, n. 4,
dez/2013.
CARVALHO, Rosita Elder. Educação Inclusiva: com os pingos nos “is”. Porto Alegre:
Mediação, 2010.
MENDES, E. G., VILARONGA, C.A. R., ZERBATO, A. P., Ensino Colaborativo como
apoio à inclusão escolar. Unindo Esforços entre Educação Comum e Especial.
Edufscar, 2018.
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PÁGINA 59
5.5 IMPLANTAÇÃO DO COENSINO COMO PRÁTICA PARA A INCLUSÃO ESCOLAR NA
EDUCAÇÃO INFANTIL EM ARAUCÁRIA - PR
Luciane Tomazeli
1 INTRODUÇÃO
PÁGINA 60
PÁGINA 61
Considerando que aproximadamente 10% (dez por cento) da clientela do CMEI
Califórnia é composta por crianças de inclusão, percebe-se a necessidade eminente
de promover ações práticas inclusivas com foco em priorizar a integração de todas
as crianças, não apenas no mesmo espaço, mas nas mesmas vivências sociais,
pedagógicas e cotidianas.
Como critério estabelecido para o atendimento no modelo de prestação de
serviço do Coensino, a característica prioritariamente considerada foi a região de
residência da criança, bem como crianças com laudos ou avaliação
psicoeducacional recentes com indicativo de atendimento em Atendimento
Educacional Especializado (AEE) e que ainda não se encontravam matriculadas em
nenhum destes serviços ofertados pelo município. As demais crianças público alvo
da Inclusão e que não fazem parte do Coensino, recebem Atendimento
Educacional Especializado em contraturno. Esse atendimento ocorre em Centro
Especializados nas áreas Intelectual, Surdez, Visual e Transtorno Global do
Desenvolvimento.
Dessa forma o atendimento à uma demanda bastante heterogênea e
neurodiversa vem se tornando uma realidade cada vez mais presente em unidades
educacionais do município de Araucária que trabalham com a educação infantil e
consequentemente bastante desafiadora para os profissionais que por vezes
sentem-se despreparados para ofertar de forma equânime uma educação que
contemple as mesmas oportunidades para todos.
2 DESENVOLVIMENTO
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2.1 DESAFIOS
PÁGINA 63
O quadro anterior representa a dinâmica da rotina da Educação Infantil. Em
especial os primeiros anos compostos por infantil bebê e infantis I, II e III,
demandam movimentos que incluem os cuidados pessoais ou AVAs os quais são
essenciais nesta fase do desenvolvimento humano e também acabam por compor
parte da aprendizagem da criança. Tais cuidados como alimentação, higiene,
descanso e momento do brincar livre, contemplam boa parte do tempo de
permanência da criança na Unidade Educacional. Entretanto, à medida que a
criança vai se tornando cada vez mais autônoma, o tempo destinado às AVAs
também vai reduzindo gradativamente, permitindo que a permanência da criança
no CMEI seja cada vez mais direcionada e preenchida com atividades curriculares.
Sendo assim é possível observar com base nas informações da última coluna do
quadro - em destaque - que o tempo disponível para atendimento efetivo em Sala
de Recursos e Coensino em sala de aula, gira em torno de duas horas por dia para
as crianças que compõe às etapas iniciais da educação infantil até o Infantil III,
ainda que as mesmas estejam matriculadas em período integral. Contudo é de
suma importância que essa rotina seja respeitada como cita Proença (2004, p.13) a
seguir:
A rotina estruturante é como uma âncora do dia-a-dia, capaz de
estruturar o cotidiano por representar para a criança e para os
professores uma fonte de segurança e de previsão do que vai
acontecer. Ela norteia, organiza e orienta o grupo no espaço
escolar, diminuindo a ansiedade a respeito do que é imprevisível
ou desconhecido e otimizando o tempo disponível do grupo. É um
exercício disciplinar a construção da rotina do grupo, que envolve
prioridades, opções, adequações às necessidades e dosagem das
atividades.
PÁGINA 64
Considerando às particularidades de cada etapa da educação infantil, foi
necessário estruturar um cronograma que conseguisse atender tanto às
necessidades da Sala de Recursos Multifuncionais, como do Coensino. Nesta
perspectiva, informações como: tempo disponível das crianças (considerando
alimentação, sono, e atividades pedagógicas direcionadas) e horário disponível de
cada um dos professores para a realização dos planejamentos, foram cruzados, de
forma a colocar em prática o Coensino sem prejudicar o cotidiano escolar das
crianças.
Uma vez que cada uma das turmas conta com dois professores em sala, foi
realizada a tentativa de reservar um tempo para planejar com cada professor. Outro
ponto considerado foi que, a forma de planejar em alguns CMEIs como o Califórnia,
consta com a organização entre os professores de uma mesma etapa (Ex: Infantil III)
se organizando para realizar um único planejamento semanal o qual será aplicado
por todas as turmas de infantil III naquela semana. Na próxima semana, outro
professor de infantil III realiza o planejamento da semana para todos. Sabe-se que
tal prática não é a ideal, porém é perfeitamente compreensível, uma vez que os
professores de educação infantil contam com apenas quatro horas semanais para
planejar e organizar as atividades a serem aplicadas com sua turma. Sendo assim, a
maneira encontrada para respeitar as particularidades de cada turma e, também
de cada criança, foi que cada docente em conjunto com o professor do Coensino,
realizasse as adaptações necessárias para tornar aquele planejamento aplicável em
sua turma. Além disso, neste primeiro semestre ainda não havia sido possível
encontrar um tempo destinado à discussão do planejamento com o professor. Tal
prática ocorria de maneira informal quando o professor do Coensino entrava em
sala de aula para observar a turma ou auxiliar o professor no desenvolvimento de
uma vivência.
PÁGINA 65
vezes na semana, incialmente por sessenta minutos. Entretanto considerando os
fatores anteriormente discutidos, sessenta minutos se configurou um tempo muito
extenso, não havendo disponibilidade para o desenvolvimento do Coensino em sala
de aula. Dessa forma, o tempo de atendimento passou a ser de quarenta e cinco
minutos. Outro ponto relevante a ser considerado foi o tempo de concentração das
crianças em uma mesma tarefa, o qual, nesta fase de desenvolvimento é mais curto
com priorização em situações objetivas.
Além do tempo de atendimento outro fator importante foi a presença e
disponibilidade da criança na Unidade Educacional, considerando necessidade de
sono, seletividade alimentar, distância a ser percorrida até o CMEI.
Com relação à seletividade alimentar, cinco das crianças matriculadas no CMEI
em tempo integral, apresentavam tal característica que as impedia de permanecer
o dia todo na Unidade Educacional. Essas crianças não aceitavam os alimentos
ofertados pelo CMEI durante as refeições, o que dificultava a permanência da
criança na unidade. Todas as cinco frequentavam apenas o período da manhã,
fazendo com que todos os serviços (atendimento em SRM e Coensino em sala)
tivessem que ser concentrados no período de presença da criança. Com intuito de
solucionar essa questão de disponibilidade, foi solicitado às famílias que
trouxessem as crianças em “contraturno” ou ainda nesse caso, no período da tarde,
para que não houvesse prejuízo nas atividades regulares desenvolvidas em sala de
aula. Duas famílias apenas aceitaram aderir à essa proposta. A maioria informava
dificuldade no transporte e locomoção de casa até a Unidade. Relatavam
necessidade do uso de transporte público precisando desembarcar muito longe do
CMEI, situação essa agravada por alterações climáticas, como chuva e frio intenso
por exemplo. Além disso argumentavam não fazer sentido para elas ir buscar a
criança na hora do almoço e retornar ao mesmo lugar no início da tarde para levar
a criança. Outra situação que se destacou foi a necessidade de sono da criança. Ao
aceitar a proposta de trazer a criança no período da tarde, foi percebido durante os
atendimentos em Sala de Recursos Multifuncional, um baixo rendimento da
criança com constante instabilidade comportamental. Fator esse esclarecido pela
mãe posteriormente, a qual explicou que a criança tem por hábito dormir durante
o período da tarde.
Com relação às particularidades biológicas referentes ao sono, Miranda e
Malloy-Diniz, 2018 relatam que diversos estudos apontam que muitas doenças
expressas na vida adulta, podem estar relacionadas à evolução de problemas de
sono, frequentemente menosprezados na primeira infância. Dessa forma é
importante respeitar o ritmo biológico de cada criança, considerando suas
necessidades e potencialidades.
PÁGINA 66
3 CONCLUSÕES
PÁGINA 67
REFERÊNCIAS
PÁGINA 68
5.6 O Desenho Universal para Aprendizagem e o trabalho colaborativo
favorecendo a inclusão na Educação Infantil
1 INTRODUÇÃO
PÁGINA 69
Para isso, criaram-se objetivos, buscando serem respondidos no texto, sendo: i)
contextualizar sobre o trabalho colaborativo e o DUA, ii) descrever sobre o
planejamento colaborativo entre a professoras da Educação Especial e as regentes
de turma da Educação Infantil, iii) aplicar práticas didáticas embasadas pela
organização curricular de Araucária com a Base Comum Curricular da Educação
Infantil de crianças bem pequenas, direcionadas pelos princípios e diretrizes do
DUA; iv) descrever as práticas didáticas utilizando como campo de experiências
Corpo, Gestos e Movimentos, Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e
Transformações, Traços, Sons, Cores e Formas, v) Evidenciar possibilidades e
desafios até o momento, do projeto aplicado. A metodologia é de abordagem
qualitativa, segundo Ludke e André (1988), leva ao contato direto e prolongado
com o ambiente e a situação que está sendo investigada. Na pesquisa colaborativa,
possibilita causar um impacto em relação aos participantes. Pois, ao mesmo tempo
em que se planeja uma ação ela ocorre, possibilitando observar e refletir sobre o
processo de mudança, para um novo pensar sobre a ação (BRANTINGLER, 2005).
No próximo subitem será apresentado um breve conceito em relação ao
trabalho colaborativo/Coensino e o DUA, posteriormente a metodologia
descrevendo o passo a passo do planejamento e das práticas didáticas aplicadas,
sendo relatadas as observações sobre as expressões das crianças frente à
estimulação e aplicação das atividades e por fim as considerações finais e
referências.
PÁGINA 70
Pesquisas evidenciam que, quando utilizado a abordagem do desenho
universal para aprendizagem se torna um grande aliado no processo de inclusão,
favorecendo o trabalho colaborativo e o planejamento pedagógico, contribuindo
para uma educação mais justa e com significado, visando atender ao máximo de
especificidades possíveis. Este conceito surgiu nos Estados Unidos no ano de 1999,
chamado Universal Design for Learning (UDL), no Brasil traduzimos e chamamos
por Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), sua base é auxiliar na
elaboração de estratégias que oportunizem o aprendizado, sendo acessível, sem
barreiras e para todos (CAST, 2016; MENDES, ZERBATO, 2018). As Diretrizes do DUA
estão organizadas de acordo com seus três princípios: redes afetivas, o porquê da
aprendizagem, estimular por meio dos interesses e motivação para a
aprendizagem. Redes do reconhecimento, o quê da aprendizagem, apresentar
informações e conteúdos de diferentes maneiras. Redes estratégicas: como da
aprendizagem, diferenciar as maneiras de expressar o que as crianças sabem
(CAST, 2016).
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aguardava em uma mesa manipulando jogos de encaixe em diferentes formatos e
cores. Conforme as crianças iam saindo, as formas iam sendo apagadas do chão. A
brincadeira só terminava quando restasse apenas uma criança.
No segundo dia, a sala de aula foi previamente organizada com grupos de
quatro crianças em cada mesa, em cima, disponibilizam-se jogos concretos, de
pareamentos, com formas geométricas coloridas, recortadas, para que montassem
figuras de forma livre, (ex.: uma casa, palhaço, etc.). A professora desenhou no
quadro alguns modelos e mostraram-se outros em torno da sala e em revistas.
Aproveitou-se para contextualizar sobre cores.
No terceiro dia, em cada mesa, disponibilizaram-se folhas para desenho livre,
com formas geométricas para colorir, contornar com tinta utilizando hastes
flexíveis, pincel e/ou com os dedos das mãos, pintarem com lápis de cor, giz de
cera, etc. As professoras mediaram as atividades de forma colaborativa dialogando
sobre os nomes das cores, das formas geométricas e onde podemos encontrá-las.
No quarto dia, no chão da sala, colaram-se fita autocolante em formato das
formas geométricas (triângulo, quadrado, círculo e retângulo) como pistas de
carrinhos de brinquedo, para que as crianças brincassem por cima contornando
suas formas. Ao mesmo tempo, montou-se um circuito colorido com diferentes
formatos e cores, para que fizessem a travessia (por cima, por baixo, dentro, fora,
etc.). Solicitou-se que, em duplas, as crianças passassem pelo circuito. Ao final do
percurso a professora sorteou um cartão com uma cor para que as crianças
tentassem acertar a “boca do palhaço” com as bolas coloridas (amarelo, laranja,
azul, vermelho, rosa e verde). Em outra mesa foi disponibilizado um papel kraft
com várias formas geométricas desenhadas para que as crianças que fossem
terminando o circuito fossem manipulando e contornando com pedrinhas e massa
de modelar.
No quinto dia, a professora colocou uma música para que as crianças
pudessem dançar e brincar com diferentes brinquedos, formatos, texturas e cores
diversas. Combinou-se previamente que ao parar a música seria sorteado, falado e
mostrado uma cor estimulando-os a encontrar algum objeto na sala
correspondente e colocar dentro de uma caixa transparente posicionada ao lado
de uma das professoras, após, separou-se com as crianças os objetos por cor
agrupando-os e realizando a sua contagem.
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3. CONCLUSÕES
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REFERÊNCIAS
CAST. Design for Learning guidelines– Desenho Universal para a aprendizagem, 2016.
Universal version 2.0. - www.cast.org / www.udlcenter.org – tradução – Acesso em: 05
julho de 2022.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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