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WELLINGTON PAIM
FRANCA
2014
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WELLINGTON PAIM
FRANCA
2014
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ORIGENS DO ESTUDO
Com o intuito de evoluir em seus estudos, a autora procurou aspectos
na formação dos professores que mais deveriam ser aprofundados.
Dizia Mabel que a sala de aula era um lugar privilegiado, onde se
realiza o ato pedagógico escolar. Para ela, na sala de aula existem diversas
contradições do contexto social no qual cada um vive, existem conflitos psicológicos,
as questões científicas e as concepções dos que compõe o ato pedagógico,
professores e alunos. Estudar este contexto da sala de aula é primordial aos que se
envolvem na educação de professores.
A escola é um local contextualizado, ou seja, sua realidade, seus
valores, sua configuração variam segundo as condições histórico-sociais em que
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SIGNIFICADO DO COTIDIANO
Conhecer o cotidiano do professor pode auxiliar na construção de
conhecimentos.
A vida cotidiana é a objetivação dos valores e conhecimentos do sujeito
dentro de uma circunstância.
A QUESTÃO METODOLÓGICA
A pesquisa deve ser entendida como parte das atividades do educador,
inserindo o ato pedagógico em seu contexto social de atuação.
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modo como tratar os alunos, trabalhar em grupo, saber refletir sobre algum
acontecimento em sala de aula entre outros;
• A prática social sempre faz parte do comportamento docente;
• A conscientização do indivíduo para que percebe a as condições sociais e
que assim, possam modificar sua visão social;
• Estar com os alunos em sala de aula e saber entende-los, influenciando-os e
sendo por eles influenciado;
• Valorizar seu campo de conhecimento;
• Utilizar da práxis, enfatizando que tudo que é prático e real é mais
significativo;
• Planeja sua prática pedagógica;
• Reparte sua experiência com todos;
• Seu processo didático passa do concreto para o abstrato;
• Enfrenta dificuldades como desvalorização do magistério, da estrutura de
ensino e das condições de trabalho.
A autora do livro fez ao todo 42 observações, distribuídas entre 21
professores. As observações foram em sua maioria em sala de aula comum, mas
também houve observações em quadras de esportes, laboratórios e aulas de
campo.
OS PROCEDIMENTOS
A aula expositiva foi a que ela mais assistiu. Os professores se
utilizavam dela para dar início a novos assuntos e finalizar assuntos já estudados,
explicar aulas de laboratório entre outras. Foram apenas dois os casos onde os
professores apresentaram uma disposição em circulo da sala onde foram feitos
estudos de caso.
Segundo Maria Isabel, os professores tendem a repetir atitudes que
eles consideraram importantes de seus professores quando eles eram alunos, e que
provavelmente eles nunca tiveram uma aula em que o professor debatesse com os
alunos e que construíssem os conhecimentos juntos. Eles apenas repetem o ciclo, e
acreditam que eles precisam estar no “comando”, senão não estão cumprindo seu
papel.
Estudos feitos mostram que outro fator para a “repetição do ciclo” é que
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AS HABILIDADES
Segue algumas habilidades citadas pela autora:
Habilidades dos “bons professores”:
• Organização do contexto da aula (deixam claro para os alunos as atividades
e objetivos da aula)
• Localização histórica dos conteúdos (saber onde o conhecimento foi
produzido)
• Relações com o conteúdo em pauta com as outras áreas do saber (contexto,
conhecimento como um todo)
• Apresentar ou escrever o roteiro das aulas
• Formulação de perguntas (participação do aluno)
• Coletivizar dos conteúdos
• Reforço positivo ás respostas dos alunos
• Partir dos conhecimentos dos alunos
• Apreender a linguagem dos alunos e tornar a linguagem acadêmica
acessível a eles
• Profundo conhecimento do que se propõe a ensinar (usar exemplos)
• Uso adequado de recursos de ensino
• Caminhar pelo espaço observando os alunos
• Clareza nas explicações
• Uso da linguagem com senso de humor
Estas características foram organizadas após observações. Não se
pode negar que em todos, houve um compromisso e seriedade com a prática
docente.
O CONTEXTO
Existem também, e são de grande importância, as características que
constituem o bom professor fora da sala de aula, como preparar bem suas aulas, um
momento extra para atender os alunos a busca da troca de experiências com outros
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professores, etc.
A autora também ressalta a importância de que alguns professores
valorizam a leitura e a linguagem, enquanto que outros têm verdadeira paixão pela
disciplina que lecionam, outros se posicionam em relação aos conteúdos, opinando,
tecnicamente e ou politicamente.
Existe uma coerência, entre a prática dos professores e o sistema de
hoje, uma separação entre conhecimento e trabalho. Os alunos e professores
devem refletir mais sobre esta questão para que haja mudanças.
Finalizando o livro Mabel faz conclusões e esclarece alguns conceitos,
além de exemplificar ao seu entendimento o que seria o bom professor e sua prática
em seu cotidiano.
O conceito de bom professor é ideológico, depende da visão de certa
sociedade sobre o professor, está relacionado a tempo e lugar e é valorativo.
São vinculados à imagem do professor, vários atributos, muitas vezes,
sem reflexão sobre o porquê. Com isso, cria-se a ideia do “dever ser”. O professor
deve ser responsável, honrado, tratar todos os alunos de forma igual, etc. Esses
atributos são firmados todos os dias pelos alunos, por alguns professores e pela
sociedade, que acaba por neutralizá-los, torná-los naturais. Como os atributos estão
relacionados diretamente com a sociedade, com o tempo passam por mudanças. O
que ficou comprovado nos estudos da autora: os professores estão lutando contra o
“dever ser” e a sociedade, criou novas ideias sobre o professor.
O professor, não é neutro, nasce e está constantemente inserido na
sociedade. Como todo indivíduo, é um ser de particularidades e de generalidade. As
duas partes, ora formam o trabalho do professor, ora provocam as mudanças.
Os alunos e a sociedade, de certa forma, esperam que um professor
seja intelectualmente capaz e afetivamente maduro, servindo de exemplo para a
vida futura, perpassando em sua conduta valores, normas, padrões de
comportamento e outros aspectos, seja de forma consciente ou inconsciente. Não é
mais esperado que o bom professor seja aquele bonzinho ou senhor da verdade.
Analisando os dados, é possível perceber que as respostas sobre o
bom professor são dadas de acordo com uma passagem pessoal. Em algum
momento a pessoa se imagina como aluno e analisa aqueles que foram seus
professores, para assim dar forma ao conceito. Até mesmo os professores fazem
essa reflexão. Com isso, tenta-se repetir os atos de bons professores e fazer o
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2004.