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FICHAMENTO DE RESUMO

FICHAMENTO BIBLIOGRÁFICO: RESUMO – CITAÇÕES Data:04/04/202


INDIRETAS 4
Acadêmica: Ingryd Oliveira Machado Turma: 2024/1
REFERÊNCIA: ANTUNES, Celso. Professores e professauros: reflexões sobre
a aula e práticas pedagógicas diversas. Editora Vozes, Petrópolis, 2014.
TÍTULO: Professores e professauros: reflexões sobre a aula e práticas pedagógicas
diversas

Há dois tipos de educadores que, por mais que trabalhem nas mesmas
condições, são profissionais que atuam de diferentes formas. Para diferenciá-los, o
primeiro é chamado de “professores” e os outros de “professoraus”, por perceber no
segundo formas de pensamentos arcaicas, uma era dominada pelos grandes
dinossauros.
Quando o ano letivo começa, para os professores, é um período de
recomeço, do qual refletem criticamente para que possam aprender e desenvolver-
se. Para os professauros, é o recomeço de uma odiosa rotina, do qual se repete
constantemente, sem mudanças. Quanto aos alunos, para os professores, uma
oportunidade de fazê-los desenvolverem habilidades e competências. Para os
professauros, a volta de estudantes indisciplinados. Para os professores, as aulas
que ministrarão serão uma chance para propor novas situações de aprendizagens
que irá estimular, provocar e desenvolver habilidades; para os professauros, é
apenas uma repetitividade de conteúdo repassado sem qualquer conexão com a
realidade do aluno.
Antigamente, o processo de ensino-aprendizagem era centrado no
professor, que era um mero transmissor de conhecimentos, enquanto o aluno um
receptor passivo. O aluno que não guardava esses saberes transmitidos poderia ser
castigado ou reprovado. Os anos passaram e tudo mudou, o antigamente se faz
presente e ainda encontram-se professores que ministram aula dessa forma. Nem
todos os dinossauros foram extintos.
Nessa didática, o silêncio e a passividade do aluno eram elogiados. O
ensinar era transmitir o conhecimento, impondo regras e normas, enquanto a
aprendizagem dos alunos dependia do ouvido, reforçada pelas atividades
realizadas.
O conceito de aprender mudou ao longo do tempo, pois a educação e a
aprendizagem sofreram transformações. Aprender é o ato de assimilar a realidade
objetiva com seu modo de percepção acerca da experiência individual de cada um.
Compreende-se então que o professor só produz uma aprendizagem quando
considera a realidade em que o aluno está inserido e confronta essa realidade com
conteúdos escolares.
Para que o processo de aprendizagem seja efetivo, é necessário que o
professor conheça o aluno, sua bagagem de conhecimento, experiências, e até
como se relaciona socialmente. Não menos importante, o professor precisa dominar
o conteúdo e transmiti-lo de modo que instigue o aluno e faça com que ele associe o
que está sendo passado com sua realidade.
Ensinar é diferente de instruir, assim, a instrução se apresenta como um
repasse de informação do qual se limita, enquanto o ensinar além de orientar, faz
com que a informação seja transformada em conhecimento.
Para saber se o aluno aprendeu, é necessário avaliá-lo e aferir seu
progresso. Apenas professauros poderiam não perceber que o processo de ensino e
aprendizagem sofreram transformações e que é preciso pensar na avaliação como
uma ferramenta que verifica as habilidades desenvolvidas.
Na avaliação por meio de provas, observa-se que o problema não é
somente atribuir notas, como também a maneira que o professor as atribui. “Dar”
nota não agrega um valor, apenas quantifica.
Professores do ensino médio apontam que a avaliação convencional é
imprescindível, visto que os alunos estão se preparando para vestibulares. Porém,
deve-se considerar que se a escola submete o estudante à tortura de uma prova que
ela mesma sabe que nada avalia, mas utiliza por ser a única ferramenta disponível
para admitir poucos estudantes para as poucas vagas ofertadas. Assim, fica
evidente que provas de vestibulares extremamente rigorosos não aferem uma
aprendizagem consciente.
Estudos apontam que o cérebro só mantém informações que não são
significativas (decorebas) por mais de 10 a 20 meses, portanto nos últimos anos de
escolarização do aluno, no período de cursinhos pré-vestibulares não chamemos
essa fase de “aprendizagem” e nem consideremos que “especialistas de cursinho”
sejam educadores.
Para ilustrar o conceito de educador, é preciso compreender sobre o seu
surgimento. Desde que surgiu os primeiros povoados, havia uma preocupação em
passar conhecimentos e saberes para as próximas gerações, portanto a educação
está interligada a essa preocupação e o conceito de educador está associado
àquele que transmitia esse conhecimento.
Educar não é apenas transmitir saberes, mas como também orientar o
aluno a aprender o aprender, estimular vocações, propiciar condições para que o
aluno desenvolva suas habilidades, em resumo, educar é conviver, fazer, aprender a
ser e aprender a conhecer.
O educador forma-se durante o caminho trilhado como professor,
observando criticamente suas ações. Ao repensar sua didática, presuma-se que o
docente pontue seus pontos fortes e pontos fracos, e descubra em que precisa
desenvolver e trabalhar. Desse modo, o professor se distancia dos hábitos dos
professauros.
Uma aula é excelente quando alcança os objetivos propostos, ou seja, o
aluno atinge as habilidades trabalhadas e constrói sua própria aprendizagem. Por
isso, é possível identificar se uma aula é boa em qualquer lugar do mundo.
Acredita-se que uma boa aula apresenta cinco tributos: Protagonismo - o
aluno é o centro do seu processo de aprendizagem; linguagem - permite que o aluno
participe oralmente da aula; administração de competências essenciais à natureza –
conhecer, conviver, fazer, aprender a ser; construção de conhecimentos específicos
– relacionar o conhecimento cientifico com a realidade em que vive; autoavaliação –
aferir o que se sabia antes da aula e o que se aprendeu depois da aula.
O uso de diversas situações de aprendizagem durante o ano letivo é
procurado pelo professor porque não há como explorar o potencial dos estudantes
se a aula for centralizada em um discurso. Reforça-se que o conceito de
professauros é apenas para ilustrar professores que se prendem a dinâmicas de
aula solidificadas por sua oratória e ressaltar que a educação se transformou e os
tempos mudaram e muitos ainda não perceberam.

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