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A nálise da indústria (5 forças do P orter)

A compreensão do ambiente é condição essencial para o processo da elaboração das estratégias além de ser, óbvio, parte integrante do
planejamento estratégico. Entender o ambiente, porém, é extremamente complexo. Muitos pesquisadores e professores de Administração
Estratégia sugerem meios de reduzir esta complexidade por meio de estruturas lineares e sequenciais de pensamento.

Um dos frameworks mais famosos para compreender a


atuação das forças do ambiente em uma organização é o
André Faria Show

modelo de Porter. Esse modelo permite analisar o grau de Episódio: 109 – As 5


atividade de um determinado setor da economia, forças de Porter |
identificando os fatores que afetam a sua competitividade, e,
Estratégia | Análise de
ao mesmo tempo, fornecendo uma visão mais ampla do
Indústria
mercado e de seu grau de concorrência, como podemos
aprender por meio deste podcast, o qual recomendamos
escutar. acessar podcast

Seu autor, Michael Porter, é professor em prestigiadas universidades


Michael Porter - nos Estados Unidos e consultor empresarial. Seu grande destaque foi o
Estratégia
de adaptar a teoria microeconômica e macroeconômica a uma
linguagem mais acessível para seu público e, desta forma, obter
notoriedade quando se fala em vantagem competitiva e
posicionamento estratégico de empresas. Para compreender sua
maneira de entender como as organizações devem definir suas
estratégias, recomenda-se assistir ao vídeo em que o próprio Porter
acessar vídeo detalha, em uma entrevista, seus pensamentos e livros sobre o tema.

O modelo de cinco forças possibilita aos estrategistas realizar a análise da competividade em uma indústria, aqui entendido como um setor, um
ramo empresarial. As cinco forças são

o poder de negociação de clientes


poder de negociação de fornecedores
ameaça de novos entrantes
ameaça de produtos ou serviços substitutos;
rivalidade entre concorrentes.

O modelo pode ser observado neste infográfico, que merece sua atenção.

Figura 1 – Infográfico do Modelo de 5 forças de Porter

Fonte: Elaborado por EAD Unifor (2022).

Para Porter, o relacionamento e a intensidade do conjunto destas forças podem impactar o nível de competitividade e, assim, o quão difícil pode
ser obter resultados consistentes em uma determinada indústria.

Por exemplo, em um ramo empresarial com obste a novos concorrentes – seja pelo alto custo de entrada ou exclusividades contratuais
– as empresas instaladas podem fazer acordos tácitos ou explícitos de manutenção de taxa de lucratividade alta, pois isso
consequentemente limita o poder de negociação de clientes e fornecedores.

Em oposição a este pensamento, em um setor no qual a liberdade de entrada de novos concorrentes ocorre, maior será a
competitividade, uma vez que a possibilidade de um cliente escolher diversas opções de quem o atenderá em suas necessidades é
maior. Clientes empoderados possuem mais possibilidades de exigir mais qualidade por menores preços, reduzindo assim as taxas
de lucro do setor.

Ainda exemplificando a importância deste O Modelo de Cinco Forças de

modelo, podemos ilustrar a importância da Michael Porter - Análise


inovação na dinâmica concorrencial de um
Competitiva

determinado ramo de atuação. Esta situação


é apresentada neste vídeo, que indicamos
para que assista para perceber como esta e
outras forças podem ser percebidas por meio
de vários exemplos.
acessar vídeo

Outra força apresentada por Porter é a ameaça de produtos ou serviços estabelecidos. A ameaça de novos entrantes pode pressionar os
concorrentes estabelecidos num setor a adaptarem suas estratégias diante do risco de reduzir a rentabilidade daqueles já estabelecidos ou, até
mesmo, forçar a adaptação das estratégias vigentes. Em tempos de inovações disruptivas, isso é cada vez mais comum. Empresas que
forneciam serviço telefônico público, dvds, aparelhos de fax, filmes de fotografia e tantos outros habitam o senso comum quando se fala de
superação de produtos por novos com maiores funcionalidades, acessibilidade e preços menores. Para não ser defenestrada pelas novas
tecnologias, as organizações devem se preparar para também inovar, se desejam não serem superadas e verem suas margens de lucro
desaparecer.

Indica-se a leitura de um artigo sobre como


O modelo das forças de Porter e

as cinco forças competitivas e a teoria das


posicionamento estrat ég ico como

estratégias competitivas genéricas de Porter f :


di erencial competitivo o caso de

podem explicar as mecânicas de relações u ma empresa no ramo de b b


e idas

estratégicas das empresas no geral e, neste


caso especificamente, as do ramo de
bebidas.
acessar artigo

A teoria de Porter deu suporte para compreender como as forças influenciaram a tomada de decisão, bem como a identificação
destas de acordo com a tipologia do famoso autor norte-americano. Os resultados da pesquisa realizada para a elaboração do artigo
corroboraram o fato de que as organizações do setor buscam maximizar seus resultados financeiros e aperfeiçoar o posicionamento
estratégico destas em relação aos seus concorrentes.

E ég
strat ias Competitivas de
Outra pesquisa interessante para
E mpresas V j
are istas do S g
e mento
entendimento das forças competitivas na
Farmac êu tico na Cidade de prática é apresentada pela análise setorial do
Campina G rande – b:
P Aplicaç ã o setor farmacêutico no nordeste brasileiro,
das Cinco Forças de Porter disposto em um artigo científico, cuja leitura
é muito relevante.

acessar artigo

IMPORTANTE

O estudo demonstrou que, por meio das cinco forças, percebeu-se que estas empresas possuem percepções
semelhantes sobre suas formas de atuação e de que a rivalidade entre os atuais concorrentes, o poder de negociação
dos clientes e a ameaça de novos entrantes é que devem preocupar os gestores de tais empreendimentos. Reforçam os
autores, ainda, que este modelo é um instrumento de suma importância para qualquer tipo de segmento, não apenas
para classificar os setores como mais ou menos atraentes, mas essencialmente para compreender a dinâmica da
competição e as causas básicas da lucratividade.

O modelo de Porter é criticado por muitos pesquisadores. Entre


aquelas opiniões contrárias mais relevantes, é a apresentada no
Outro aspecto da crítica de Aktouf resulta das ações que as
artigo escrito pelo professor canadense Omar Aktouf. Os argumentos
empresas realizam no sentido de manter suas vantagens
para a crítica residem no fato de que a teoria poteriana atende
competitivas, tais como
apenas a expectativas de grupos corporativos, com forte tendência
de promover a acumulação progressiva de capital a qualquer custo, o demissões em massa
que acaba por reforçar a posição de elites, ao contrário do movimentações migratórias de capital virtual;
pensamento de que devemos construir uma sociedade ampla e pulverização de organizações não sintonizadas pelos
igualitária. determinantes econômicos.

Apesar das críticas, o modelo de cinco forças de Michael Porter ainda se mantém como uma das formas mais adequadas para o entendimento
de como as estruturas influenciam o comportamento das empresas e exigem delas mudanças que são gerenciadas por meio do processo de
planejamento estratégico.

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