Tensoativos na Limpeza
Facial e Corporal
Eric Abrutyn
TPC2 Advisors Ltd., Inc.
Delray Beach, FL, Estados Unidos
M
uito já foi escrito sobre a quími-
ca e a funcionalidade estrutural
dos tensoativos.1,2 De modo geral,
produtos que apresentam algum grau de
atividade superficial e capacidade de re-
mover impurezas de um substrato são
denominados produtos de limpeza. A lim-
peza corporal já é praticada há centenas de
anos, principalmente usando-se sabões em
barra à base de um sal alcalino derivado
de um ácido graxo. Hoje em dia, existem
produtos de limpeza em forma de barras
sólidas, líquidos e géis, que podem ser
à base de sais alcalinos e de tensoativos
sintéticos e naturais. Ao substituir os sais
alcalinos, os tensoativos sintéticos e natu-
rais melhoram a estrutura da espuma e dão
suavidade às fórmulas.
As moléculas de tensoativos perma-
necem na interface da água e formam
um sistema termodinamicamente estável
que, devido aos seus dois pontos com ati-
vidades distintas (hidrófila e hidrófoba),
evitam que solventes polares e não pola-
res entrem em contato. Entre os tipos de
sistemas termodinamicamente estáveis,
podem ser citados: micelas, lamelas, mi-
croemulsões, emulsões e cristais líquidos.
O componente polar e o não polar de um
tensoativo possuem afinidades diferen-
tes que atraem solventes específicos. O
componente não polar é hidrófobo e, ge-
ralmente, insolúvel em água, consistindo
tipicamente de grupos alquílicos e alqui-
fenílicos lineares ou ramificados.
O componente polar é hidrófilo e é essa
porção da estrutura que determina a clas-
sificação do tensoativo. Uma classificação
não iônica tem polialcoxilato, glicose, sa-
carose e óxido aminado; a classificação
aniônica tem sulfato, sulfonato, carboxilato
e fosfato; a catiônica possui sais de alquia-
mônio; e a zwitteriônica tem tanto grupos
aniônicos quanto catiônicos. Na Tabela 1
são mostradas classes de tensoativos e suas
propriedades.
Em geral, o mecanismo de atividade
superficial é semelhante em todos os tipos
tensoativos, mas o uso visado é que deter-
mina a escolha do tensoativo ou de uma
combinação de tensoativos. Para os tenso-
ativos de uso diário, podem ser citados os
seguintes atributos desejáveis:
- detergência, para remover impure-
zas, por exemplo, shampoos e sabonetes;
- umectação, para melhorar o ângulo
de contato entre uma solução e um subs-
trato, por exemplo, tinturas de cabelo ou
loções para ondulação permanente;
- formação de espuma, para efeitos
visuais, por exemplo, shampoos, deter-
gentes para lavar roupas e banhos de es-
puma;
- emulsificação, para formar uma mis-
tura estável de duas fases incompatíveis,
como óleo em água, água em óleo e fases
múltiplas; e com microtransparência, alco-
ólica e que proporcione o índice refração
desejado - por exemplo em: cremes e loções
para a pele e para os cabelos;
- solubilização de componentes inso-
lúveis, por exemplo, perfumes e aromas.
Problemas de
Desenvolvimento
A chave para maximizar as proprie-
dades exclusivas dos tensoativos é o co-
nhecimento de como e quando cada um
deve ser usado. Os tensoativos podem
ser facilmente incorporados a fórmulas
de produtos para cuidados pessoais, mas
essa incorporação exige execução habi-
lidosa quanto aos processos relacionados
ao tensoativos. Uma etapa importante que
deve ser considerada é como o tensoativo
será incorporado, para otimizar o desem-
penho e o processamento do produto. As
principais propriedades de desempenho
dos produtos de limpeza são a formação de
espuma e a remoção de impurezas, e o nível
e a estrutura da espuma (como cremosida-
de, liberação, rigidez, início rápido etc.)
também são muito importantes.
O essencial para formular um produto de
limpeza bem-sucedido é determinar a que
parte do corpo o produto se destinará (corpo,
face, cabelos etc.); as dimensões e a estrutura
da espuma; a facilidade de formação da
espuma; a sensação durante a aplicação e
após sua remoção; a viscosidade durante a
retirada do frasco e o uso; e a deposição dos
ingredientes ativos.Além disso, é necessário
desenvolver um produto cosmeticamente
agradável que os consumidores adotem
e queiram continuar usando. Finalmente,
tendo em vista que a formação de espuma
durante o processo é um problema, é im-
portante que seja levado em consideração
o equipamento que será usado durante a
preparação. Além disso, tendo em vista que
os tensoativos devem dissolver-se rápida e
completamente, também devem ser estu-
dadas variáveis como equipamento, ordem
de adição dos ingredientes (para incluir
tensoativos), taxa de mistura e temperatura
de cada etapa do processo.
Seleção de Ingredientes
A dificuldade na seleção de um sistema
tensoativo está na diversidade de opções
 Tabela 1. Classes de tensoativos e suas propriedades

Classes Propriedades
Podem irritar a pele se não forem removidos, pois a solubilidade se reduz à medida que o peso das
moléculas alquílicas aumenta; apresentam melhor solubilidade do que a versão não etoxilada e
Sulfatos (aniônicos)
começam a perder características de formação de espuma e atividade superficial conforme aumenta
Sulfatos alquílicos
o grau de etoxilação acima de 4; são considerados mais suaves do que a versão não etoxilada; a
Sulfatos éter alquílicos
ponte etoxilada equilibra a ótima formação de espuma e a suavidade, geralmente, por volta de 2-3
moles de EO.
Estáveis em sistemas aquosos, mas susceptíveis à hidrólise; podem causar irritação pequena e lesão
à cutícula; apresentam baixas solubilidade e formação de espuma com água dura; são relativamente
Sulfonados (aniônicos)
suaves em barras sindéticas e limpadores faciais; dão uma sensação de cremosidade à espuma;
Tauratos
a barreira de solubilidade é limitada em sistemas transparentes; deixam uma sensação levemente
Isetionados
ressecada na pele; podem ser usados como hidrótropos para aumentar a solubilidade em água de
Sulfonados alquílicos/arílicos
outros tensoativos, especialmente na presença de sal; apresentam boa formação de espuma em pH
Sulfonados olefínicos
ácido; são usados para suavização; têm potencial para reduzir valores de irritação de um sistema
Sulfossuccinados
tensoativo; são fracos na formação de espuma, mas têm efeito sinérgico com outros tensoativos,
Sarcosinados
para a formação de espuma; são menos irritantes do que os sulfatos; funcionam bem em água mole
ou dura (se reduzem na água dura com baixo pH); são compatíveis com catiônicos.
São baseados em mono ou diésteres e álcool etoxilado; são mais suaves do que os sulfatos, mas de
maior custo; dentro do grupo dos fosfatos, encontram-se os fosfolipídeos, que podem ser usados por
Fosfatos (anfifílicos)
seu papel fisiológico e por formar estruturas lipossômicas, para melhorar a liberação de ingredientes
ativos.
Não são muito usadas em produtos de limpeza porque podem adicionar um odor de amina, além
de existir um potencial irritante na fórmula; os sais (por exemplo, as aminas alquil-amido-propílicas)
são mais suaves e contribuem com propriedades de condicionamento da superfície tratada; as
Aminas (catiônicas)
aminas são boas para incorporação a sistemas ácidos, aos quais trazem boas propriedades de
Alquilaminas
condicionamento; são não aniônicas: têm sido subutilizadas por seu histórico de baixa pureza (como
Aminas alcoxiladas
os processos foram sendo aprimorados, tem havido uma recuperação dessa imagem); são boas
Óxidos de aminas
“realçadoras” de espuma; são estáveis em anfifílicos; reduzem a irritação de sistemas de sulfato; os
Alcanolamidas
óxidos de amina alquílica de cadeia longa exigem concentração de sal acima do normal, para formar
Anfotéricas
micelas vermiformes; esses óxidos são historicamente usados por suas propriedades de formação
Exemplos: alquilamido e alquilaminas
de espuma e sua capacidade de aumentar a viscosidade; podem ser usados em sistemas de baixo
pH; são usados para reduzir o valor da irritação de aniônicos; agem como “realçadores” de espuma,
com melhor condicionamento substantivo.
Formam um grupo diferente, com os tipos mais populares baseados em glicerídeos, sorbitan, e ácidos
graxos carboxilados e etoxilados; alguns deles são considerados naturais, tendo criado um nicho
Ésteres e glicosídeos entre os produtos de limpeza; têm surfactação limitada, mas boas propriedades de condicionamento
Glicerídeos (especialmente os tipos etoxilados); são bem hidrófobos, especialmente os tipos alquilados; ao
Ésteres de sorbitan ser etoxilados, geram muito bons agentes de acoplamento e agentes de condicionamento suave;
Etoxilados têm propriedades de coemulsificação e espessamento; apresentam compatibilidades diversas;
Glicosídeo alquílico têm fraca estabilidade; são bons formadores de espuma; possuem boa detergência; apresentam
compatibilidades diversas; apresentam fraca estabilidade em meio altamente ácido; sua versão
etoxilada confere sensação de cremosidade ao tato.
São usados por suas propriedades emulsificantes e de solubilização; quando passam de etoxilado
Álcoois alcoxilados (éteres)
(PEG) para propoxilado (PPG), reduzem a solubilidade aquosa; blocos de polímeros PEG e PPG
Blocos de copolímeros
criam ingredientes hidrófobos ou hidrófilos; produzem espuma intensa; são suaves; deixam substrato
Glicosídeos alquílicos
macio e suave ao toque.

disponíveis. Para determinar o sistema adequado, os formulado-
res devem considerar as interações entre ingredientes e como os
sistemas de limpeza à base de tensoativos serão posicionados no
mercado. Nunca devem esquecer-se de que a aquisição dos ingre-
dientes deverá ser feita de fornecedores confiáveis. Sabendo-se que
nem todos os fabricantes de matérias-primas utilizam os mesmos
processos, há variações entre fabricantes que podem ter impacto
na qualidade e no desempenho dos ingredientes. As especificações
dos tensoativos são fundamentais para assegurar: controle de
viscosidade, cor, odor, pH, conteúdo de sais e características de
formação de espuma e sua capacidade de limpeza.
Ao construir um produto de limpeza, é útil que o formulador
divida a fórmula em seus segmentos funcionais:
- Água;
- Tensoativo(s) principal(is): ingrediente(s) de “trabalho
pesado” necessário(s) para remover a impureza de um substrato;
- Cotensoativo(s): para dar estrutura ou densidade à espuma
em uma fórmula; esses materiais, como alcanolamida MEA e
betaínas, são condutores para a formação de uma estrutura micelar
que proporciona alta viscosidade;
- Modificador(es) de reologia: entre eles estão dois tipos –
polimérico e ceras de alto ponto de fusão. Espessantes poliméricos
incluem acrilatos, celulose e gomas, como guar, xantana e locusta.
Ceras de alto peso molecular/alto ponto de fusão, incluem o álcool
estearílico e ésteres PEG, produzem estruturas cristalinas que
possibilitam a suspensão dos componentes insolúveis.
As propriedades de desempenho dos modificadores de reologia
incluem: controlar a reologia e gerar estresse; modificar o aspecto,
a fluidez e a textura da fórmula, para alterar as características de
remoção do frasco e no reteste; estabilizar óleos e partículas em
suspensão; espessar tensoativos, ou seja, aqueles cuja viscosidade
não aumenta com a adição de sal; modificadores de aparência es-
tética, para melhorar o sensorial durante a aplicação; e estabilizar
a viscosidade, ou seja, evitar que a viscosidade caia ao longo do
tempo ou sob condições de altas temperaturas.
- Conservante(s): tendo em vista que os sistemas de limpeza
são, em geral, sistemas aquosos e com pH relativamente neutro,
os conservantes são fundamentais para manter o sistema livre de
micro-organismos.
- Regulador(es) de pH: alcalino(s) ou ácido(s), por exemplo,
hidróxido de sódio e ácido cítrico.
- Diversos ingredientes funcionais: para condicionamento,
perolização etc.
- Cor e fragrância.
Produtos comerciais
Em termos de produtos de limpeza, há avanços recentes con-
templando tensoativos mais suaves e delicados. Com o advento
da naturalidade como atributo desejado, a mudança é contínua.
As Fórmulas 1-3 são exemplos comerciais de vários sistemas de
limpeza presentes no mercado. Essas fórmulas foram obtidas em
fontes de domínio público e sobre elas foram feitas estimativas para
a concentração dos ingredientes, para que o leitor tenha um ponto
de partida para suas próprias formulações. Os autores sugerem
que o leitor realize uma pesquisa de patente para assegurar-se de
que não está infringindo alguma tecnologia existente e protegida.
Incorporar um sistema tensoativo à formulação é um dos pri-
meiros passos para fazer um produto de limpeza. Ocorrem peque-
nos problemas ao se incorporar lauril sulfato de sódio ou amônio,
pois esses tensoativos são fornecidos em soluções relativamente
diluídas (28-30%).
O uso de laureth sulfato de sódio (SLES) apresenta outros
desafios, uma vez que o SLES é tipicamente fornecido como
solução concentrada a 70% e atua mais como um gel do que como
uma solução. Portanto, os formuladores devem considerar como
incorporar o SLES em uma formulação. A seguir, há algumas dicas
sobre como incorporar o SLES à formulação, de modo a diminuir
os problemas de processo. Deve-se destacar que essas sugestões
podem ser combinadas para facilitar um processamento mais
rápido, com boa solubilização dos tensoativos.
Se for necessário adicionar NaCl à fórmula no processamento,
adicionar diretamente ao SLES. Por exemplo, se uma fórmula
contiver 20% de SLES e 0,5% de NaCl, adicionar o NaCl direta-
mente ao SLES para que este represente uma alta concentração
de sal no SLES e ajude a decompor o gel concentrado de SLES.
Em seguida, adicionar o NaCl/SLES à água e prosseguir com os
demais ingredientes.
Considerar a adição de outros tensoativos à água para criar
comicelas; depois, adicionar o SLES para decompor o gel mais
facilmente. Aquecer a água e o SLES, antes, a 35-45 oC e depois
adicionar o SLES à fase aquosa.
Ao usar um modificador de reologia, considerar a incorporação
de uma parte da água uma fase separada e em seguida adicionar
essa mistura à fase aquosa com o sistema tensoativo solubilizado.
Queladores, antioxidantes e conservantes podem ser adicionados
a essa mistura antes da neutralização. É melhor neutralizar/ajustar
o pH da fórmula após a maioria dos ingredientes ter sido incor-
porada, para facilitar o processamento, antes que ocorra aumento
excessivo da viscosidade.
Uma Olhada nos Materiais de Limpeza
Conforme mencionamos, a tendência de crescimento no mer-
cado está focada em ingredientes naturais e, em paralelo, há um
“toque” para eliminar referências mercadológicas a preservantes
químicos, bem como qualquer menção a tensoativos sulfatados
ou sintéticos. Impelidos por essas tendências, surgiram os bio-
 Fórmula 1. Controle de vermelhidão de efeitos na Fórmula 5. Aveeno Active Naturals Shampoo: para
pele de gel limpador calmante nutrir e hidratar
Conc. aprox. Conc. aprox.
Ingrediente (INCI) Função Ingrediente (INCI) Função (%, p/p)
(%, p/p)
Water Veículo qs Water (aqua) Veículo qs
PEG-7 glyceryl cocoate Tensoativo e 2-5 Ammonium lauryl sulphate Tensoativo 7,5-10,0
agente umectante Dimethicone Agente condicionante 0,5-2,0
Aloe barbadensis leaf extract Benefício anunciado 2-5 Sodium cumene sulfonate Co-tensoativo 1,0-3,0
Decyl glucoside Tensoativo 2-5 Cocamide MEA Doador e estabilizante 1,0-3,0
Sucrose cocoate Co-tensoativo 1-2,5 de espuma
Camellia sinensis leaf extract Benefício anunciado <1 Cteyl alcohol Modificador 0,25-1,0
de reologia
Cupressus sempervires leaf extract Benefício anunciado <1
Triticum vulgare gluten Benefício anunciado < 0,1
Polygonum officinale extract Benefício anunciado <1
Avena sativa peptide Benefício anunciado < 0,1
Arnica Montana flower extract Benefício anunciado <1
Mauritia flexuosa fruit oil Benefício anunciado < 1,0
Hordeum vulgare root extract Benefício anunciado <1
- condicionante
Citric acid Ajustar o pH <1
Acrylates copolymer Modificador 0,05-0,15
Carbomer Espessante 0,05-0,2 de reologia
Butylene glycol Veículo do presevante <1 Cocamidopropyl betaine Co-tensoativo e 1,0-3,0
Disodium EDTA Sequestrante 0,005-0,1 doador de espuma
Diazolidinyl urea (and) iodopropynyl Preservante <2 Caprylyl glycol Preservante 0,5
butylcarbamate Glycol distearate Agente perolado 0,25-0,5
Sodium hydroxide Ajustar o pH < 0,5 Tetrasodium EDTA Agente quelante 0,05-0,1
Green 3 (CI 42053) Corante < 0,2 Guar hydroxypropyltrimonium Agente 0,25-1,0
(and) Blue 1 (CI 42090) chloride condicionante suave
Observação: Produtos de limpeza são relativamente simples de e de brilho/agente
serem formuladas. Os parâmetros críticos da formulação passam espessante
pela seleção de um sistema tensoativo para que o produto cumpra Poliquaternium-10 Modificador 0,05-0,2
com os benefícios anunciados: sensação de limpeza e espuma de reologia
controlada. Para esta fórmula há um grau médio de espuma. O Titanium oxide Agente opacificante 0,1-0,25
ajuste do pH não irá apenas otimizar a viscosidade desta fórmula,
mas também terá impacto no equilíbrio do pH com o manto Citric acid (and) sodium hydroxide Ajustar pH 0,25-1,0
hidrolipídico da pele. O uso de sequestrantes (<0,1% EDTA) Observação: Para evitar a formação de espuma nesta fórmula, o
ajuda a controlar a precipitação de traços de metais catalisados tensoativo deve ser dissolvido em água lentamente, sem mistura
pela oxidação e de preservantes da fórmula. Uma associação de turbulenta. Feito isso, adicionam-se os demais ingredientes
espessantes poliméricos – neutralizada com hidróxido de sódio – é co-tensoativos. Ajustar o pH antes da viscosidade. O uso de um
usada para obter uma maior ponto de espessamento. Em geral, a sulfato etoxilizado reduz irritações, sultaínas, óxidos de amina
neutralização é o primeiro passo no processo de formulação – isto e alquilanfoacetatos podem ser usados para substituir sulfatos
é, antes da adição dos tensoativos. Às vezes, a neutralização ocorre em fórmulas ‘sem sulfato’ com maior suavidade. A adição de
mais tarde, para uma fórmula fina e sem formação de espuma, dimeticone, goma ou poliéter proporcionarão depósitos de
durante o processamento. condicionadores nos cabelos, para melhorar a hidratação e a
facilidade para pentear.

tensoativos, uma nova categoria de produtos. Tais materiais são

Fórmula 2. Nivea for Men, para lavar a face sensível
Conc. aprox.
criados por processos de fermentação que incorporam enzimas e
Ingrediente (INCI) Função (%, p/p) bactérias. Comportam-se muito semelhantemente aos tensoativos
Water (aqua) Veículo qs sintéticos e estão disponibilizados em uma variedade de classes
Glycerin Umectante 5 de ingredientes. Todavia, os biotensoativos tendem a propiciar
Sodium laureth sulfate Tensoativo 5-10 menor rendimento dos processos do que os processos sintéticos
Carbomer Agente espessante 0,1-0,25
convencionais, o que acarreta maior custo. Além disso, podem
Phenoxyethanol Preservante <1
conter níveis elevados de impurezas ou detritos das bactérias
usadas para produzi-los.
Sodium menthyl cocoyl taurate Tensoativo <1
PEG-7 Esse movimento em direção aos tensoativos naturais também
Glyceryl cocoate Co-tensoativo 1-2 está gerando problemas de custos para os fabricantes, varejistas e
Tocopheryl acetate Benefício anunciado < 0,1 consumidores. Esses tensoativos baseiam-se em matérias-primas
Bisabolol Benefício anunciado < 0,1 naturais, mas com algumas modificações. Novamente, esses
Xhanthan gum Agente espessante < 0,05-0,2
materiais são mais caros do que os tensoativos sintéticos, mas,
Sodium hydroxide Ajustar pH < 0,5
quanto mais forem utilizados, provavelmente vão ficar menos
dispendiosos.
Methylparaben (and) ethylparaben Preservante < 0,4
(and) propylparaben (and)
butylparaben (and)isobutyl-paraben Referências
Benzophenone-4 Protetor UV da fórmula < 0,1 Harry’s Cosmeticology, 8th ed., M Rieger, ed, Chemical Publishing: New
York, 2000
Observação: Esta fórmula clássica com laureth-sulfato sódico é The Chemistry and Manufacture of Cosmetics: Vol 1 Formulating,
reologicamente modificada com goma xantana. M Schlossman ed, Allured Business Media: Carol Stream, IL,