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“DETERGENTES: APLICAÇÕES E

FORMULAÇÕES”

Classius Ferreira da Silva, D.Sc.


Universidade Federal de São Paulo
Mara Heloisa Neves Olsen, D. Sc.
Universidade do Oeste Paulista
Márcia Regina Simões, D.Sc.
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
PARTE I
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1. INTRODUÇÃO

A palavra detergente tem origem do latim Detergere que tem seu próprio sentido:
1. Tirar enxugando, enxugar; 2. Limpar, fazer desaparecer.
A definição mais ampla de detergente é “substância ou preparação que favorece ou
promove o processo de remoção da sujidade de uma superfície”.
Existem outros conceitos que também definem detergentes:
“ Substância ou preparação destinada a dissolver gorduras e à higiene de recipientes
e vasilhas, e a aplicações de uso doméstico” (Lei N° 6.360 de 23/09/1976, artigo 3º item
VII-d).
“(preparações)... contendo basicamente agente tensoativo e substância coadjuvante,
tais como espessantes, sinérgicos, solventes, substâncias inertes e outras especialmente
formuladas para a remoção de gorduras, óleos e outras sujidades, ou de higienização de
objetos e utensílios domésticos, inclusive pisos e paredes” (Decreto N° 79.094 de
05/01/1977, artigo 70).
Estas considerações referentes à conceituação do termo detergente são necessárias
para um entendimento e esclarecimento de perguntas freqüentemente formuladas a
respeito:

- “Sabão é detergente?”
- “Sabão em pó é detergente?”

A resposta em ambos os casos é afirmativa, a menos que o termo detergente esteja


designando um detergente sintético.
A expressão “sabão em pó” se usa no Brasil também para designar preparados em pó
para lavagem, mesmo que não contenham sabão, e sim detergente sintético.

2. CONCEITOS BÁSICOS APLICADOS A DETERGENTES

Para melhor compreensão da atuação dos detergentes, devemos ter em mente alguns
conceitos básicos ligados às suas propriedades. São eles: polaridade, miscibilidade, tensão
superficial ou interfacial, estruturas dos tensoativos, micelas e concentração micelar crítica.

Polaridade: As substâncias químicas dividem-se em polares e não-polares, em função da


maior ou menor uniformidade na distribuição das cargas elétricas, ao longo da molécula.
Exemplo:
- Substância polar: a água
- Substância não-polar: hidrocarboneto parafínico: n-decano

CH3-CH2-CH2-CH2-CH2..........CH2-CH3

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Miscibilidade: Para que dois líquidos sejam miscíveis entre si, é necessário que ambos se
situem dentro da mesma faixa de polaridade. Ao se misturar um líquido polar com um
líquido não-polar (por exemplo: água e óleo) ocorrerá a separação das fases quase que
imediatamente.

Tensão superficial – Tensão interfacial: Quando dois líquidos não são miscíveis entre si,
forma-se entre os mesmos uma interface. O trabalho necessário para aumentar esta
interface em uma unidade de área é denominada "tensão interfacial". A tensão interfacial ,
é portanto, a força que impede a miscibilidade de dois líquidos.

No sistema CGS:

erg dyna
γ= =
cm 2 cm

No caso particular de uma interface líquido-gás, usualmente o ar, esta unidade se


denomina "tensão superficial".
Um exemplo clássico para o estudo da tensão superficial é o caso de uma gota
d’água colocada em uma superfície lisa e limpa:
- a despeito da força da gravidade, a gota não tende a se "espalhar". Permanece com
formato praticamente esférico;
- A única maneira de "espalhar" a gota sobre a superfície é mediante a execução de
trabalho.
Se reduzirmos a tensão superficial, a força da gravidade fará com que a gota
modifique seu formato. De esférica tenderá a se espalhar sobre a superfície, como
mostrado na Figura 1.

Figura 1 - Modificação do Formato da Bolha.

A tensão superficial da água é de 72 dynas/cm (20 °C). Para que ocorra seu perfeito
espalhamento sobre a superfície é necessário reduzir sua tensão superficial a valores entre
30 e 40 dynas/cm. Esta redução de tensão superficial da água (ou da tensão interfacial entre
dois líquidos) é obtida pelo emprego de tensoativos, como é verificado na Tabela 1.
Tensoativos são substâncias que, em pequenas concentrações, reduzem de forma
apreciável a tensão superficial da água ou a tensão interfacial entre dois líquidos não
miscíveis.

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Tabela 1 – Tensão superficial de diversos líquidos.
Solução Tensão superficial (dynas/cm)
Água 72,8
Água + 0,001% tensoativo 31,1
Água + 0,01% tensoativo 28,9
Água + 0,1% tensoativo 28,8
Água + 1,0% tensoativo 28,7
Mercúrio 485,0
Benzeno 28,9
Álcool n-octílico 27,5

Estrutura dos Tensoativos: Os tensoativos mesmo em concentrações baixíssimas, atuam


de forma pronunciada sobre a tensão superficial pelo fato de terem elevada afinidade com
as interfaces, ou seja, tendem a se absorver nas interfaces líquido/líquido ou líquido-gás.
Isto se deve a sua estrutura anfifílica, ou seja, possuem na mesma molécula uma parte
polar, solúvel em água (hidrofílica) e uma parte não-polar, insolúvel em água
(hidrofóbica), que estão abaixo representadas:

Figura 2 – Estrutura de um tensoativo.

Esta forma de representação permite demostrar simplificadamente os fenômenos de


adsorção em interfaces.

Micelas e Concentração Micelar Crítica: Ao se dissolver os tensoativos em água, as


moléculas vão se concentrando nas interfaces ar/líquido, sólido/líquido e líquido/líquido,
até ocuparem todas as superfícies disponíveis. A partir deste instante as moléculas que
permanecem dissolvidas no seio do líquido passam a se agrupar de forma ordenada,
formando micelas (Figura 3).

Figura 3 – Formação de Micelas.

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Estas formações micelares não são exclusivas de sistemas aquosos, podendo ser
formadas em solventes orgânicos apolares ou de baixa polaridade. Nesses solventes, as
micelas se formam de uma maneira inversa às micelas formadas no sistema aquoso. Por
esta razão, são denominadas Micelas inversas.
A concentração a partir da qual se formam as micelas, é denominada “concentração
micelar crítica (C.M.C.). A concentração micelar crítica, em geral, não excede a 1 g / l para
a maioria dos tensoativos, havendo porém casos em que pode exceder a 20 g / l.

3. CLASSIFICAÇÃO DOS DETERGENTES

Os detergentes podem ser classificados segundo dois critérios principais:


1. Segundo a sua constituição química;
2. Segundo suas características de aplicação.

3.1. Classificação Segundo a Constituição Química:

De acordo com o que vimos anteriormente, os tensoativos se constituem sempre de


moléculas nas quais coexistem radicais hidrófilos e hidrófobos. As soluções aquosas dos
tensoativos podem, ou não, apresentar dissociação eletrolítica, desta forma, podemos
dividi-los em tensoativos iônicos e não-iônicos e ainda os tensoativos anfóteros.
Nos tensoativos iônicos, o seu caráter é determinado pela natureza do radical
hidrófilo.

Detergentes Aniônicos: (O radical hidrófilo é um ânion).


São os agentes tensoativos mais comumente empregados em formulações de
produtos de limpeza. Os detergentes aniônicos podem ser classificados como:

Carboxilatos:
São os tensoativos que constituem o sabão e sabonete. São sintetizáveis em nível de
pequena e média empresa. Sua síntese provém da hidrólise alcalina de corpos graxos (óleos
e gorduras).
Estima-se que os antigos egípcios já conheciam os sabões. Os fenícios, a 600 a.C.,
certamente já os utilizavam. Após o advento dos tensoativos sintéticos, pouco antes da
2ª Guerra, e a intensiva difusão de seu uso, durante e após a guerra, os sabões vêm decaindo
quanto a sua importância econômica.
Os motivos da substituição progressiva dos sabões por produtos sintéticos advêm
de aspectos econômicos e técnicos:
- econômicos: a matéria-prima utilizada para sua síntese, cada vez mais cede seu lugar para
a indústria alimentícia, tornando-se cada vez mais oneroso, de difícil aquisição e sem
elementos alternativos;
- técnicos: formação de sais insolúveis com os agentes de dureza da água (Ca e Mg) e
insolubilização em meio neutro ou ácido.

Vantagens: São de síntese e obtenção fáceis, com custo relativamente barato. São
biodegradáveis e de bom índice de espuma.
Desvantagens: Não agem em meio ácido ou em água dura. Em meio ácido, são deslocados
para a forma de ácido graxo, que são praticamente insolúveis em água. Em água dura, o

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carboxilato é precipitado na forma de carbonato de cálcio/magnésio, formando um corpo
graxo, insolúvel em água.

Sulfonatos:
Constituem os produtos mais comuns e apresentam o custo menos elevado. São
utilizados em formulação de detergentes domésticos, desengraxantes, limpa-carpetes,
limpa-vidros, etc. variando apenas o incorporantes e o pH da solução final.
Características: Apresentam médio índice de espuma. São menos solúveis em água
e resistentes em água dura. São desidratantes, causando irritação na pele através do
contato.
Os dois principais tipos de sulfonatos são: os alcanosulfonatos e os
alquilbenzenosulfonatos.

- Alcanosulfonatos: Ampla aplicação na indústria de cosméticos. Possuem boa


biodegradabilidade, baixo índice de espuma, baixo teor de desidratação cutânea. Possuem
custo elevado e são insensíveis à dureza da água, porém, com boa sensibilidade à acidez.

- Aquilbenzenosulfonatos: Em importância econômica, o principal representante deste


grupo é o ácido dodecilbenzeno sulfônico (Figura 4) e seus sais:

Figura 4 – Ácido Dodecilbenzeno Sulfônico

Este produto é encontrado de duas formas: com cadeia ramificada-derivado do


tetrâmero de propeno; e com cadeia alquila linear.
A principal diferença entre esses dois tipos, diz respeito à sua biodegradabilidade.
São caracterizados por serem mais desidratantes do que os alcanosulfonatos,
possuem médio índice de espuma e são resistentes a pH ácido e básico, além de resistirem
bem à água dura.

Sulfatos:
Devido às suas características umectantes e conseqüentemente não irritativas, são
amplamente empregados na confecção de cosméticos, como xampus e cremes hidratantes.
Os sulfatos são classificados em:

- Alquilsulfatos: Muito empregados em xampus. Estes produtos são biodegradáveis, com


baixo teor de espuma, não resistindo a pH excessivamente ácido.
- Alquietersulfatos: A fim de melhorar a solubilidade dos alquil sulfatos, foram
desenvolvidos os alquil-éter-sulfatos. Atualmente são mais empregados dos que os
alquilsulfatos devido a sua maior resistência ao pH ácido. São mais solúveis em água e
mais umectantes ainda do que os alquilsulfatos.
Os alquil-éter-sulfatos, particularmente o lauril-éter-sulfato de sódio, são
amplamente usados para a produção de xampus.

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Detergentes Catiônicos: (O radical hidrófilo é um cátion).
Seus principais representantes são os sais quaternários de amônio (maior interesse
econômico) e de fosfônio. Todos apresentam características de atuarem como bactericidas,
estáticos, formadores de película aderente, emulsionantes e de baixa espuma.

- Sais Quaternários de Amônio: São os compostos que contém um átomo de nitrogênio


carregado positivamente (Figura 5).

Figura 5 – Estrutura dos Sais Quaternários de Amônio.

Os radicais R (1, 2, 3 e 4) normalmente apresentam, pelo menos um com cadeia


carbônica grande e os demais podem ser menores, iguais ou não, como por exemplo: metil,
etil, fenil e benzil. O halogêneo empregado normalmente é o cloro podendo ser o bromo.
As longas cadeias carbônicas são responsáveis primordialmente pelas propriedades
físicas e químicas de cada quaternário. Embora estas propriedades sejam comuns a todas as
cadeias, cada uma destas se sobressai sobre as demais conforme predominância do radial:

C12H25 – Solubilização;
C14H29 – Ação Microbiana;
C16H33 – Precipitação e Adsorção;
C18H37 – Amaciamento e Emoliência.

Devido à natureza catiônica, os quaternários apresentam facilidade de adsorção em


superfícies metálicas, vítreas, celulósicas, protéicas, plásticas e outras que possuem carga
elétrica negativa.
Pela adsorção nas superfícies, deposita-se uma película monomolecular de
quaternários que concede às mesmas, uma ou mais propriedades, tais como: inibidora da
corrosão em superfícies metálicas; amaciamento das fibras têxteis naturais e sintéticas,
condicionamento de cabelos, dispersão de pigmentos, precipitação e purificação de
antibióticos, branqueamento do açúcar e ação antimicrobiana.

Detergentes não-iônicos:
Como o próprio nome indica, pertencem a este grupo os tensoativos que não se
ionizam quando dissolvidos em água. São utilizados em formulações que dependem de
baixo teor de espuma, o que é a sua maior característica. De regra geral são grandemente
biodegradáveis, neutros, sensíveis à pH excessivamente ácido ou alcalino. Não são
sensíveis a água dura. Outra vantagem é que são sintetizados industrialmente de acordo

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com as características e necessidades que mais lhe convier (maior ou menor índice de
espuma, solubilidade, biodegradabilidade, etc.).
Cabe salientar dois tipos básicos de detergentes não-iônicos:
- Polioxietilênicos (Alquil-Aril-etoxilados): O tipo mais comum é o nonilfenol etoxilado.
Em menor escala utilizam octilfenóis etoxilados. A reação de obtenção do nonilfenol
etoxilado é representada na Figura 6.

Figura 6 – Reação de obtenção do Nonilfenol Etoxilado.

Variando-se a relação molar entre o óxido de eteno e o nonilfenol, pode-se variar de


forma apreciável a polaridade deste tipo de tensoativo:

De 1 a 7 moles de O.E.: tensoativos são solúveis em água e em óleos. Geralmente bons


emulsionantes;
De 5 a 7 moles de O.E.: tensoativos dispersíveis em água. Bons umectantes e
emulsionantes;
De 8 a 12 moles de O.E.: completamente solúveis em água. Insolúveis em óleos. Bons
detergentes;
Acima de 12 moles de O.E.: Solúveis em água. Completamente insolúveis em óleos.
Emulsionantes e dispersantes.
Um tipo considerado como excelente detergente e muito comum é o nonilfenol
etoxilado tipo “9,5 moles de O.E.”.
A variação do grau de etoxilação permite que, dentro de uma classe de produtos, o
técnico escolha o mais adequado aos seus objetivos.
As propriedades físicas e de aplicação variam com o seu grau de etoxilação. À
medida que aumenta o grau de etoxilação:
- Aumentam: a viscosidade, o peso específico, a tensão superficial das soluções, a
solubilidade em água, a ação espumante e o índice de refração;
- Decrescem: a solubilidade em óleos e solventes pouco polares e o índice de
hidroxila;
- A ação detergente e a ação umectante crescem até certo ponto e depois
decrescem.

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- Derivados do Sorbitol (Monoestearato de Sorbitol, Dioleato de Sorbitol, Trioleato de
Sorbitol): São ésteres derivados do Sorbitol (Figura 7) e sua solubilidade varia de acordo
com os radicais acílicos que foram esterificados. São comumente empregados na área
alimentar como pós solúveis, na área de medicamentos (emulsionantes, solubilizantes,
etc.). Podem aparecer na indústria agroquímica, como espalhantes adesivos (colas,
solubilizantes de inseticidas, adubos, etc.) ou até como incorporantes em vacinas, onde são
utilizados como dispersores.

Figura 7 – Estrutura dos Ésteres derivados do Sorbitol

Detergentes Anfóteros:
Também conhecidos como Zwitteriônicos (anfifílicos).São os tensoativos que
podem apresentar caráter aniônico ou catiônico, em função do pH do meio. Caracterizam-
se por serem altamente resistentes a pH ácidos e alcalinos, e à dureza da água.
Normalmente são biodegradáveis. Apresentam-se com comportamento característico de
aminoácidos. Podem formar polímeros.
A desvantagem com relação ao uso desses detergentes é sua custosa obtenção
industrial, e, por isso dificilmente são empregados em formulações comuns.
São utilizados em produtos agroquímicos, pesquisa de enzimas, membranas
semipermeáveis e produtos de aplicação específica. Seus principais representantes são as
betaínas e sulfobetaínas. Uso concentrado especialmente em indústria de cosméticos, na
fabricação de xampus pouco irritantes.
Seus principais representantes são as Betaínas e Sulfobetaìnas.

3.2. Classificação Segundo a Sua Aplicação:

Em função de sua aplicação, os tensoativos se dividem em três grupos principais:


- Emulsionantes: agentes promotores de emulsões, em que emulsões são misturas,
relativamente estáveis, de líquidos não miscíveis entre si;
- Umectantes: É o tipo de tensoativo que promove ou facilita a penetração de um líquido
em uma superfície porosa, ou então promove espalhamento rápido sobre uma superfície
lisa;
- Detergentes, propriamente dito: promovem o processo de remoção de sujidade de uma
superfície.
Em alguns casos, cita-se ainda:
- Dispersantes: tensoativos utilizados para manter partículas sólidas em suspensão, num
meio líquido;
- Solubilizantes: Uma fase intermediária entre soluções e emulsões.

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4. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO EM ESCALA INDUSTRIAL

4.1 Solubilização da Matéria-prima: O detergente inicialmente é solubilizado entre


40 – 70 % do volume final da solução em água. Se o produto final da solução exigir um
rigoroso controle de pH, solubiliza-se em um volume menor (40 %). Se não forem
adicionados muitos incorporantes ou o pH final não exigir controle rigoroso, utiliza-se em
70 % do volume final.

4.2 Primeira Regulagem do pH: Esta fase visa:


a) regular o pH de tal modo que não prejudique a adição dos incorporantes, evitando
assim problemas de turvação, formação de grumos, etc.;
b) evitar que matéria-prima ácida ou básica seja difícil de ser neutralizada na fase final de
fabricação;
Deve-se sempre lembrar que:
Detergentes aniônicos normalmente são fornecidos sob forma ácida;
Detergentes catiônicos são bases moderadas;
Detergentes não-iônicos são neutros ou levemente alcalinos;
As variações do pH (saltos) próximos à equivalência são bruscas. Nesta fase é
conveniente utilizar soluções diluídas.

4.3 Adição de Incorporantes: Deve ser feita, obrigatoriamente sob forma diluída, a frio e
sem estarem turvos, pois correm o risco de causarem turvação na solução de detergentes.
Mesmo que o fabricante adquira incorporantes sob forma líquida (soda principalmente)
estes devem ser previamente diluídos e estabilizados à temperatura ambiente, evitando-se
assim problemas de turvação ou formação de grumos.

4.4 Regulagem final do pH: Tanto a primeira com a segunda regulagem do pH são feitas a
partir de ácidos ou bases encontradas facilmente no comércio. Os mais comuns são:
- HCl, ácido muriático;
- HF, ácido fluorídrico;
- Na2CO3, soda barrilha;
- Ácido acético;
- Ácido fosfórico;
- Amônia líquida;

4.5 Estocagem: Os produtos são estocados em bombonas de polietileno, em ambiente


seco, aerado e com boa intensidade luminosa para evitar principalmente o desenvolvimento
de fungos.

5. INCORPORANTES UTILIZADOS EM FORMULAÇÕES

5.1 Espessantes: São substâncias que aumentam a viscosidade da solução. O próprio


detergente apresenta esta propriedade, porém, essa viscosidade pode ser aumentada pela
adição de espessantes, tais como:

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- Amidas: Além de atuarem como espessantes, melhoram o índice de espuma e atuam
como umectantes. Têm como inconveniente o fato de apresentarem um certo teor de
aminas livres, o que alcaliniza o meio.
Alguns exemplos de amidas empregadas:
- dietanolamidas derivadas de óleos de côco e de babaçu;
- trietanolamidas diversas, etc.

- Sais: Tem como vantagem principal, o custo e o aumento da estabilidade da espuma. Seu
uso, porém é restrito pois as desvantagens são muitas: turvação da solução por variação da
temperatura ou de pH; embora estabilizem, diminuem o volume da espuma; diminuem o
poder de limpeza do detergente em si.

5.2 Reguladores de Espuma: Como o próprio nome sugere, são substâncias que aumentam
ou diminuem o volume de espuma.
- Para aumentar o volume de espuma: utilizam-se amidas ou detergentes próprios que
apresentam maior capacidade de espumar;
- Para diminuir o volume de espuma: são utilizados sais de cloreto (cloreto de sódio e
sulfato de magnésio); poli-álcoois (etileno glicol, propileno glicol e glicerina); géis e álcool
comum, o qual, além de diminuir a espuma também diminui a viscosidade da solução.

5.3 Reguladores de pH: Regulam a acidez ou basicidade desejados para a solução de


detergente. Os produtos que atuam como decapantes apresentam o pH excessivamente
ácidos. Produtos que atuam como desengraxantes apresentam pH acima de 10. Os demais
produtos tendem a pH neutro ou levemente ácido.

5.4 Seqüestrantes: São agentes complexadores de cálcio e magnésio. Estes elementos


diminuem o poder de detergência do produto e em alguns causam a precipitação e turvação
do produto. Alguns seqüestrantes:
- tripolifosfatos (mais baratos, porém menos eficientes);
- EDTA (custo elevado, porém mais eficiente).

5.5 Estabilizantes de Espuma: São substâncias que impedem a evaporação da camada


delgada de água que se forma na bolha. Os sais atuam, mas as substâncias orgânicas com
parte da cadeia do detergente utilizado apresentam melhor efeito.

5.6 Estabilizantes de Solução: São substâncias que evitam o ataque de microrganismos,


impedindo a decomposição do produto. Para se obter uma solução estável são usados:
- Regulagem do pH: o meio ácido desenvolve resistência à fungos;
- Biocidas: os nitritos atuam como biocidas de largo espectro de bactérias e
fungos;
- Fenóis, como o o-cresol e outros: são ácidos fracos e bactericidas.

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5.7 Corantes e Perolantes: Atuam apenas como chamativo comercial. Os corantes
normalmente são soluções de pigmentos de extração vegetais. O único cuidado ao serem
utilizados é de apresentarem compatibilidade com o aroma e seu uso, além de ser estável
em uma ampla faixa de pH. Os perolantes (normalmente utilizados em cosméticos) são sais
pesados de bismuto ou ésteres de ácido esteárico.

5.8 Essências: São ésteres extraídos por masseração (essências florais e cítricas) ou arraste
de vapor (essências de eucalipto e pinho). Devem ser hidrossolúveis para evitar o gasto de
detergente na sua solubilização e a possível separação de fases. Também devem ser
compatíveis com a cor e o uso. Recomenda-se que os produtos de limpeza de cozinha
apresentem odor que lembrem ao mesmo tempo limpeza e substância comestível (limão,
laranja, maçã, etc.), produtos para limpeza de sanitários apresentam essências silvestres
(pinho e eucalipto) e cosméticos e amaciantes, essências florais.

5.9 Estabilizantes de Essências: São substâncias que dificultam a volatilização excessiva


da essência. Normalmente são ácidos ou álcoois que entram na constituição do éster
(essência).

6. APLICAÇÕES INDUSTRIAIS DOS TENSOATIVOS

Os tensoativos apresentam aplicações em diversas áreas industriais, como têxtil,


alimentícia e farmacêutica. Sendo que sua utilização na constituição de drogas e alimentos
é considerada uma revolução. Desde pomadas até o uso de drogas encapsuladas, todas as
formas de administração de drogas estão sendo modificadas. O uso de tensoativos tem
alcançado magnitude além do previsível, uma vez que até o mecanismo de atuação da
droga é modificado pelo uso de detergentes.

6.1 Indústria Farmacêutica

São utilizados desde a solubilização de vitaminas (que são normalmente


hidrofóbicas), até pomadas e cosméticos. Vários produtos que antigamente eram ingeridos
na forma de emulsões, hoje são administrados sob forma líquida, graças a atuação dos
detergentes. Os derivados de sorbitol (trioleato de sorbitol, monoesterato de sorbitol, etc)
são os mais utilizados nesta área, por serem altamente biodegradáveis, não tóxicos e não
formarem espumas.

6.2 Indústria Veterinária de Desinfecção

São aplicados na limpeza e desinfecção de currais, ordenhadeiras mecânicas e


recipientes. Normalmente são utilizados sais quaternários de amônio e um tensoativo de
baixa espuma (não-iônico) que são incorporados a uma solução de Iodo/Iodeto (que
também são bactericidas). Apesar da toxidade dos sais quaternários de amônio, não existe
um controle oficial para se determinar o índice de quaternários que são passados para o
leite no Brasil.

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6.3 Indústria Alimentícia

Os tensoativos são utilizados para melhorar o aspecto comercial do produto a ser


consumido ou para facilitar o seu manuseio. Os detergentes não-iônicos são os mais
utilizados neste setor, devido a sua biodegradabilidade, atoxidez e baixo teor de espumas.
Os produtos que mais comumente aparecem estes detergentes são os pós solúveis
(chocolates, leite em pó, refrescos).
Na indústria panificadora, os pães produzidos com farinhas contendo detergentes
apresentam-se mais homogêneos e macios. Os detergentes evitam o acúmulo de bolhas de
gás em apenas uma parte dos pães através da formação de microbolhas de dióxido de
carbono que são homogeneamente produzidas após a fermentação.
Acredita-se que os detergentes impedem a rancificação precoce dos alimentos
apesar de não existir estudos a respeito.

6.4 Indústria da Agricultura

Os tensoativos são largamente utilizados como emulsionantes de inseticidas,


fungicidas e herbicidas na agricultura. Para utilização de tensoativos na agricultura, os
critérios a seguir devem ser observados:
- Não apresentar propriedades desidratantes a ponto de secar as folhagens;
- Insensíveis a dureza da água;
- Não interferir no inseticida;
- Não apresentar efeitos fitotóxicos;
- Aumentar a interação das gotículas de água com a epiderme foliar.

6.5 Indústria Asfáltica

O emprego de tensoativos na construção de rodovias é justificado por dois motivos:


- Aumenta a adesão entre as partículas minerais e o material betuminoso (diminuindo
consideravelmente a erosão);
- Permite a aplicação do asfalto mesmo que o solo esteja úmido, o que seria praticamente
impossível se aplicássemos o betume diretamente no solo.
Para estas finalidades são utilizados principalmente detergentes catiônicos, devido à
sua propriedade de formar películas aderentes, impedindo a penetração de água após a
formação da emulsão asfáltica. Também podem ser utilizados os detergentes não-iônicos,
mas estes não formam película aderente, sendo, portanto, menos eficiente no combate à
erosão.

6.6 Indústria Extrativa de Petróleo

Nas perfurações de poços são utilizados fluídos de perfuração cujo principal


finalidade é transportar partículas da perfuração para a superfície. Simultaneamente, o
líquido tensoativo exerce uma pressão hidrostática sobre a formação que suporta o líquido
que aflora, para que se evite a entrada de líquidos externos. Estes tensoativos,
principalmente o bloco dos polioxietilenos, quando adicionados a poços considerados

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inativos, aumentam a pressão hidrostática no resíduo petrolífero, sendo assim, possível a
extração de petróleo antes considerada impossível ou onerosa.

6.7 Indústria de Tintas

Os tensoativos são aplicados na indústria de tintas com as seguintes finalidades:


- alterar as características superficiais dos pigmentos;
- facilitar a umectação e a dispersão dos pigmentos;
- emulsionar óleos e resinas em água;
- mudar a consistência das tintas;
- evitar a sedimentação dura dos pigmentos e a formação excessiva de espumas.

6.8 Indústria Têxtil

A indústria têxtil utiliza diferentes tensoativos em vários processos têxteis como


engomagem (umectante e igualizante), desengomagem (umectante), cozimento (umectante
e detergente), mercerização (umectante), alvejamento (umectante e detergente),
estampagem (emulsionante), ensaboamento (detergente), tingimento (igualizante,
penetrante, dispersante), lavagem (emulsionante e detergente), etc. O tipo dos tensoativos
utilizados podem variar de não-iônico a aniônico e catiônico.

6.9 Indústria do Couro

Em diversas etapas do curtimento e acabamento do couro utilizam tensoativos com


diversas finalidade, tais como: remolho (umectante), caleiro (umectante), purga
(umectante), desengraxe (detergente), curtimento vegetal (dispersante e penetrante),
curtimento mineral (emulsionante), recurtimento (dispersante e penetrante), tingimento
(dispersante e igualizante).

7. OS TENSOATIVOS E A ECOLOGIA

A discussão existente sobre o problema detergentes e poluição sobre dois aspectos:


A desinformação e o sensacionalismo que, na maioria dos casos envolvem
declarações, publicações e reportagens sobre o tema.
No caso dos tensoativos, mais particularmente dos detergentes, existe um tema que
merece ser esclarecido, a biodegradação.

7.1 Biodegradação

Biodegradação é a decomposição parcial ou total de uma substância orgânica pela


ação de microrganismos.
No caso específico dos tensoativos temos que classificar a biodegradação em dois
tipos:

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Biodegradação primária: A biodegradação primária é a alteração da estrutura do
tensoativo, com conseqüente perda de suas propriedades pela ação de enzimas.

Biodegradação avançada: A biodegradação avançada consiste na quase total


mineralização da substância em componentes primários (CO2, água, sulfato de sódio) pela
ação de enzimas.

7.2 Preocupação com a biodegradabilidade

O problema "biodegradabilidade de detergentes" surgiu no final da década de 50 e início


da década de 60, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. O uso crescente de
detergentes sintéticos acabou provocando a formação de leitos persistentes de espuma
sobre os rios, com sérios prejuízos para a vida aquática, bem como para a navegação nos
rios.
As pesquisas demostraram que a razão da baixa biodegradabilidade dos detergentes residia
fundamentalmente na estrutura ramificada do alquilbenzeno sulfonato de sódio. Verificou-
se que alquil-benzenos com graus crescentes de linearidade na cadeia alquila eram
correspondentemente mais biodegradáveis.
A partir de 1964, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, partiu-se para a
substituição gradativa do TPS (tetra-propileno benzeno sulfonado), detergente "duro" , por
LAS (linear alquil benzeno sulfonado) detergente "mole".
Estudos científicos demostraram que a ação de biodegradabilidade por enzimas se inicia na
extremidade da cadeia alquila do TPS e da LAS. A existência de átomos de carbono
terciários, ao longo da cadeia (ramificações) requer para sua biodegradação um processo
bem mais lento de adaptação enzimática.
O que caracteriza, então, a diferença entre um detergente "duro" e um "mole" é o
tempo de biodegradação.

T (duro) > T (mole)

O desenvolvimento dos detergentes "moles" foi, sem dúvida, um grande passo dado
na redução da poluição por detergentes. Todavia representa sua adoção pura e simples, sem
outras medidas e não resolve praticamente nada. O que deve existir, em paralelo, são
instalações adequadas de tratamento de esgotos, que possibilitem a biodegradação antes do
lançamento das águas em rios e lagos.

7.3 Métodos para medir biodegradação

Face ao consumo preponderante de tensoativos aniônicos, estes foram os mais


estudados e, em decorrência disto, os métodos mais aperfeiçoados se adaptam a estes
tensoativos.
Para não-iônicos a catiônicos os métodos de teste ainda estão na fase de
desenvolvimento ou de implantação recentemente.
Os métodos analíticos mais difundidos são os da OECD (Organização Européia
para Cooperação e Desenvolvimento), que consistem em dois métodos complementares:
- OECD - Screening Test;
- OECD - Confirmatory test;

14
O primeiro é um teste mais simplificado, onde se mede a biodegradabilidade em
condições simples, após um período de adaptação, que não deve exceder a 14 dias, e mais
5 dias no máximo para o fim do teste (19 dias).
O segundo é um teste mais complexo, onde se mede a biodegradação média de 21
dias após um período de adaptação (em geral 14 dias).

15
PARTE II
FORMULAÇÕES
1. DETERGENTES PARA LOUÇAS

Características
- pH neutro
- Bom índice de espuma
- São transparentes
- Possuem cor e odor agradáveis
- Quando em contato com a pele não são desidratantes

Formulação

Componente Quantidade
Ácido Sulfônico 4,5 a 7,0 %
Soda Caústica qsp pH 7,0
Amida 0,8 a 1,2 %
Uréia 0,5 %
Corantes qsp
Essência qsp
Sal (Cloreto de Sódio ou Sulfato de Magnésio) 0,5 %

Procedimento
1) Solubilizar o Ácido Sulfônico em cerca de 50% volume total, em água, tomando o
cuidado para não formar grande quantidade de espumas.
2) Após 15 minutos de agitação, adicionar lentamente a amida, evitando a formação de
grumos. Medir o pH da solução.
3) Adicionar lentamente a uréia previamente dissolvida em aproximadamente 10 % do
volume total;
4) Preparar uma solução de Soda Caústica 50 % (Solução 1).
5) Fazer uma diluição de 1:50 com a Solução de Soda Caústica 50 % (Solução 2).
6) Adicionar lentamente a Solução 1 à solução do item (3) até que o pH seja
aproximadamente 3. Prosseguir com a neutralização utilizando a Solução 2 até o pH 7.
7) Adicionar o Sal (previamente diluído em aproximadamente 10 % do volume total).
8) Agitar durante 15-20 minutos, adicionar o corante e a essência, completar o volume
com água e agitar por mais 20-30 minutos

Testes
1) Índice de espuma;
2) Viscosidade;
3) Persistência da Espuma;
4) Estabilidade da solução ( aquecer a 45-50 °C e em seguida, colocar na geladeira por
12 horas, verificando se ocorre ou não a formação de grumos ou precipitados).

16
2. DESINFETANTES

Características
- pH entre 5,0 e 8,0;
- Baixo índice de espuma;
- São opacos (normalmente);
- Levemente irritantes quando em contato com as mãos;
- Com o acréscimo de soda aumenta a sua capacidade desengraxante;

2.1 Desinfetante doméstico leitoso

Formulação

Componente Quantidade
Ácido Sulfônico (ou não-iônico) 2%
Álcool (96ºGL) 8,0 a 10,0 %
Formol 0,5 %
Opalescente (BRANCOL) qsp
Essência qsp

Procedimento
1) Solubilizar o Ácido Sulfônico em cerca de 60% volume total, em água, tomando o
cuidado para não formar grande quantidade de espumas;
2) Acrescentar (em ordem): o álcool, o formol, o opalescente e a essência, agitando por
10 - 15 minutos;
3) Completar o volume com água e agitar por mais 10 minutos;

OBSERVAÇÃO: São usados como opalescentes: óleos minerais e resinas (látex) vegetais.

2.2 Desinfetante Pinho

Formulação

Componente Quantidade
Detergente Aniônico 14%
Formol 0,2 %
Óleo de Pinho 2%
Corante qsp

Procedimento
1) Adicionar lentamente o detergente em água e agitar até que o mesmo se dissolva
completamente.
2) Acrescentar o óleo de pinho, o formol e o corante agitando por 10-15 minutos.

17
2.3 Desinfetante Eucalipto:

Formulação

Componente Quantidade
Detergente Aniônico 14%
Formol 0,2 %
Óleo de Eucalipto 2%
Opalescente qsp
Corante qsp

Procedimento
1) Adicionar lentamente o detergente em água e agitar até que o mesmo se dissolva
completamente;
2) Acrescentar o óleo de eucalipto, o formol, o opalescente e o corante agitando por
10 – 15 minutos.

2.4 Desinfetante Floral:

Formulação

Componente Quantidade
Detergente Não-Iônico (nonil-fenol, RENEX) 1,0%
Detergente Catiônico (CLORETO de Benzalcônio) 1,1%
Corante (opcional) qsp
Essência Floral qsp

Procedimento
1) Adicionar lentamente o RENEX, o cloreto, a essência floral e o corante agitando por
10-15 minutos.

18
3. AMACIANTE DE ROUPA

Características
- Existem amaciantes em pH próximo a 3 e outros em pH próximo a 9-10.
- Normalmente são opacos, irritantes de mucosas e pele, de odor floral agradável.

3.1 Amaciante de Roupa I

Formulação

Componente Quantidade
Detergente Catiônico (Cloreto de Dialquildimetil Amônio 4,0 %
em Álcool Etílico, BASE PARA AMACIANTE)
Corante azul qsp
Essência qsp

Procedimento
1) Dissolver o detergente catiônico em água morna;
2) Acrescentar a essência e o corante, agitando por mais 10 minutos.

3.1 Amaciante de Roupa II

Formulação

Componente Quantidade
Detergente Catiônico (Cloreto de Dialquildimetil 4,0 a 5,0 %
Amônio em Álcool Etílico, BASE PARA
AMACIANTE)
Tripolifosfato de Sódio 0,3 %
Opalescente qsp
Corante azul qsp
Essência qsp

Procedimento
1) Dissolver o detergente catiônico em aproximadamente 60% do volume final, em água;
2) Acrescentar o tripolifosfato previamente dissolvido no restante de água e agitar por
15 minutos;
3) Acrescentar o opalescente, a essência e o corante, agitando por mais 10 minutos;
4) Completar o volume com água.

19
4. SABÃO LÍQUIDO PARA ROUPA

Formulação

Componente Quantidade
Ácido Sulfônico 7,0 %
Soda Caústica qsp pH 8,0
Tripolifosfato de Sódio 1,0 %
Metassilicato de Sódio 2,0 %
Amida 1,0 %
Uréia 0,5 %
Formol 0,1 %
Sal (Cloreto de Sódio ou Sulfato de Magnésio) 0,5 %
Essência qsp

Procedimento
1) Solubilizar o Ácido Sulfônico em cerca de 30 % volume total, em água, tomando o
cuidado para não formar grande quantidade de espumas;
2) Adicionar lentamente a Amida, o Metassilicato (previamente dissolvido em
aproximadamente 10 % do volume total) e Tripolifosfato (previamente dissolvido em
aproximadamente 10 % do volume total). Medir o pH da solução;
3) Preparar uma solução de Soda Caústica 50 % (Solução 1);
4) Fazer uma diluição de 1:50 com a Solução de Soda Caústica 50 % (Solução 2);
5) Adicionar lentamente a Solução 1 à solução do item (2) até que o pH seja
aproximadamente 3. Prosseguir com a neutralização utilizando a Solução 2 até o pH 8;
6) Adicionar lentamente a uréia previamente dissolvida em aproximadamente 10 % do
volume total;
7) Adicionar o Sal (previamente diluído em aproximadamente 10 % do volume total);
8) Agitar durante 15-20 minutos, adicionar o corante e a essência, completar o volume
com água e agitar por mais 10 minutos.

20
5. LIMPA-CARPETE

Características
- pH entre 7 e 8;
- Viscosidade é menor do que nos detergentes;
- Baixo teor de espuma.

5.1 Limpa Carpete I

Formulação

Componente Quantidade
Detergente Aniônico 5,0 %
Glicerina 2,0 %
Tripolifosfato de Sódio 0,5 %
Álcool (96 GL) 5,0 %
Corante qsp
Essência Floral qsp

Procedimento
1) Adicionar o detergente aniônico lentamente, sob agitação até dissolver completamente;
2) Acrescentar a glicerina, o álcool, o tripolifosfato (previamente dissolvido em água), o
corante e essência e agitar por mais 15 minutos;
3) Ajustar o pH com ácido Muriático;
4) Caso necessário, acrescentar o opalescente.

5.1 Limpa Carpete II

Formulação

Componente Quantidade
Detergente Não-Iônico (nonil-fenol,RENEX) 5,0 %
Detergente Catiônico (Cloreto de Dialquildimetil amônio 2,0 %
em Álcool Etílico, BASE PARA AMACIANTE)
Tripolifosfato de Sódio 0,5 %
Álcool (96 GL) 5,0 %
Corante qsp
Essência Floral qsp

Procedimento
1) Dissolver o detergente não iônico e em seguida o detergente catiônico;
2) Acrescentar a glicerina, o álcool, o tripolifosfato (previamente dissolvido em água), o
corante e essência e agitar por mais 15 minutos;
3) Ajustar o pH com ácido Muriático;
4) Caso necessário, acrescentar o opalescente.

21
6. LIMPA-FORNO

Características
- pH próximo de 13;
- Viscosidade é menor do que nos detergentes;
- Baixo teor de espuma.

Formulação

Componente Quantidade
Detergente Aniônico 3,0 %
Soda cáustica qsp pH 13
Corante qsp

Procedimento
1) Dissolver o detergente aniônico lentamente em água;
2) Ajustar o pH com solução de Soda até pH 13;
3) Adicionar o corante e agitar por mais 15 minutos.

22
7. ÁGUA SANITÁRIA

4.1 Água Sanitária e Alvejante

Características
- pH > 10,5 (alcalino)
- Ausência de espuma
- Viscosidade baixa

Formulação

Componente Água Sanitária Alvejante


Hipoclorito de sódio 20 % 20 %
Carbonato de Sódio (Barrilha leve) − 15 g/litro de Hipoclorito

Procedimento
1) Adicionar o hipoclorito e agitar por mais 5 minutos;
2) Adicionar a Barrilha, no caso do Alvejante, e agitar.

OBSERVAÇÃO: o teor de hipoclorito a ser utilizado depende a quantidade de cloro


ativo que este apresente. Quanto maior o tempo de fabricação do mesmo, menor o teor
de cloro ativo

4.2 Água de Lavadeira

Formulação

Componente Quantidade
Hipoclorito de Sódio 2,5 a 4,5 %
Soda Caústica 1,5 a 2,0 %

Procedimento
1) Adicionar o hipoclorito e agitar por mais 5 minutos;
2) Adicionar a Soda e agitar por 5 minutos.

23
8. LIMPA-VIDROS

Características

- pH entre 10 e 11;
- Viscosidade baixa (semelhante à da água);
- Baixo teor de espuma.

Formulação

Componente Quantidade
Detergente Aniônico 2,0 %
Soda cáustica qsp pH 10
Álcool (96 GL) 12,0 %
Corante qsp
Essência Floral qsp

Procedimento
1) Dissolver o detergente aniônico lentamente em água;
2) Ajustar o pH com solução de Soda até pH 10;
3) Adicionar o corante e agitar por mais 15 minutos.

24
9. LINHA AUTOMOTIVA

9.1 Solupan (desengraxante)

Características

- pH próximo de 13,5;
- Viscosidade (similar a da água);
- Teor de espuma 0,0;
- Coloração variável (geralmente azul).

Formulação

Componente Quantidade
Ácido Sulfônico 1,5 %
Detergente Não-Iônico (nonil-fenol, RENEX) 0,5 %
Querosene 0,5 %
Amido 0,5 %
Soda Caústica Líquida (Solução 50%) 12,5 %
Corante azul qsp

Procedimento
1) Colocar em um recipiente 50 % de água juntamente com o amido e deixar repousar
durante um dia;
2) Adicionar 50 % da Soda Líquida e agitar bem;
3) Adicionar o Ácido Sulfônico sob agitação e misturar o restante dos componentes;
4) Completar o volume em água.

OBSERVAÇÕES:
- No caso da utilização de Soda Caústica em escamas, após a diluição em água, resfrie a
solução para que esta não cozinhe o amido;
- Acrescentar um pouco de formol para controle de fungos;
- Se ocorrer turvação, acrescente gotas de álcool;
- Se a capacidade desengraxante for baixa, acrescentar um pouco mais de soda ou de
Metassilicato de Sódio.

Aplicações
- Desengraxante de motores, rodas, chassi;
- Evitar o uso em lataria, pois este produto pode favorecer o aparecimento de ferrugem

25
9.2. Intercap - Decapante (Removedor de Ferrugens)

Características
- Fortemente ácido, eliminando desta forma a ferrugem (óxido férrico);
- Média Viscosidade Baixo teor de espuma ;
- Não combatem a ferrugem (só eliminam), podendo aparecer novos pontos de ferrugem.

Intercap I

Formulação

Componente Quantidade
Ácido Sulfônico 3%
HCl (Ácido Muriático) 8,0 %
HF (Ácido Fluorídrico) 5,0 %
Ácido Fosfórico (opcional) 4,0 %

OBSERVAÇÕES:
- O Ácido Fluorídrico é MUITO oxidante e em contato com a pele e com roupas é
bastante corrosivo;
- O Ácido Fosfórico além de decapante (atividade ácida), forma com o metal do chassi
uma película de fosfato férrico que impede o surgimento de novos pontos de ferrugem,
pois é uma substância inerte pouco solúvel.

Procedimento
1) Diluir os componentes em água.

Intercap II

Formulação

Componente Quantidade
Ácido Sulfônico 3,0 %
ÁCIDO RESIDUAL de Sulfonação 3,0 %
HF (Ácido Fluorídrico, 71 %) 3,0 %
Corante qsp

Procedimento
1) Diluir os componentes em água.

Aplicações
- É aplicado em chassis com pontos de ferrugem (ficam em contato com o chassi por 3 a
5 minutos e depois são enxaguados);
- Não pode ser utilizado na lataria (podem remover a cor e favorecer o aparecimento de
ferrugens).

26
9.3 Cremol (xampu para automóvel)

Características
- Alta viscosidade;
- Alto índice de espuma;
- pH entre 6,5 e 8;
- coloração amarela;
- pode ser opaco ou translúcido;
- podem conter aromas florais ou cítricos.

Formulação

Componente Quantidade
Ácido Sulfônico 6,0 %
Amida 1,0 %
Soda Caústica Líquida (Solução 50%) qsp pH 6,5 - 7,0
Essência Floral qsp
Corante Amarelo qsp

Procedimento
1) Dissolver o ácido sulfônico em aproximadamente 50 % do volume final em água;
2) Adicionar a soda até pH 4,5 - 5,0;
3) Adicionar a amida lentamente até que a solução desturve e fique bem viscosa;
4) Ajustar novamente o pH em 6,5 - 7,0 com a solução de soda mais diluída.
5) Acrescentar o corante e a essência e agitar por mais 15 minutos. Completar o volume.

OBSERVAÇÕES:
- O brilho na lataria pode ser realçado pelo acréscimo de glicerina ou etileno glicol
(devem ser utilizados de 0,4 - 0,5 % para não diminuir a viscosidade e o índice de
espuma);
- É importante fazer o teste de turbidez em aquecimento e geladeira.

Aplicações
- Lavagens de latarias em geral
- Pode ser utilizado para lavagens externas e internas do automóvel

27
9. SABONETE LÍQUIDO DE ERVA-DOCE

Formulação

REAGENTE PESO/VOLUME
Lauril Éter Sulfato de Sódio 40
Amida (Dietanolamida de Ácido Graxo de Coco) 3,5
Metilparabeno 0,05
Corante qsp
Ácido Cítrico qsp pH 5,0-6,0
Essência qsp
Cloreto de Sódio qsp

Procedimento

1) Pesar a água e adicionar o corante;


2) Adicionar o Lauril Éter Sulfato de Sódio;
3) Dissolver o metilparabeno e a essência na Amida: adiciona-los à mistura acima.
4) Acertar o pH com ácido cítrico.
5) Acertar a viscosidade com Cloreto de Sódio.

28
PARTE III
CONTROLE DE QUALIDADE
1. MEDIDA DE TENSÃO SUPERFICIAL

Procedimento
1) Escolher três amostras e preparar soluções com títulos de 10%;
2) Colocar, em bureta limpa, certo volume de água e verificar o número de gotas
existentes em 5,00 mL;
3) Colocar as soluções preparadas no item (1) na bureta e determinar o verificar o número
de gotas existentes em 5,00 mL, utilizando sempre o mesmo segmento da bureta para
verificar o número de gotas de cada solução;
OBSERVAÇÃO: Iniciar a contagem das gotas com a água destilada para depois
verificar o número de gotas de cada solução.
4) Transferir 5,00 mL de detergente para um bécker limpo e de peso conhecido,
verificando a massa deste volume. Repetir duas vezes para cada solução;
5) Calcular a tensão superficial de cada solução utilizando a seguinte fórmula:

γ m2 ⋅ d 2
1
=
γ 2 m1 ⋅ d1

onde
γ1 é a tensão superficial da água a 25oC (72,75 dyna/cm);
γ2 é a tensão superficial da solução preparada;
m1 é o número de gotas de água existentes em 5,00 mL;
m2 é o número de gotas de solução preparada existentes em 5,00 mL;
d1 é a densidade da água a 25oC;
d2 é a densidade da solução preparada.

2. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO MICELAR CRÍTICA


(CMC)

Procedimento
1) Preparar soluções do tensoativo desejado com concentrações variando entre 0,05% e
1,00% (0,05%; 0,10%; 0,15%;....; 1,00%);
2) Verificar o número de gotas existentes em 5,00 mL de água destilada;
3) Verificar o número de gotas existentes em 5,00 mL de cada uma das soluções
preparadas no item (1), tomando o cuidado de iniciar a partir da solução mais diluída
para a mais concentrada;
4) Calcular a tensão superficial de cada solução preparada através da fórmula vista na
prática anterior;
5) Construir um gráfico da tensão superficial em função da concentração de tensoativo.
A CMC poderá ser obtida a partir da região de inflexão mais acentuada do gráfico.

29
3. DETERMINAÇÃO DA ACIDEZ/BASICIDADE DA MATÉRIA
PRIMA

Esta parte é importante para se determinar quanto de base ou ácido será necessário
para neutralizar a matéria-prima.

3.1 Utilizando soluções Padronizadas

Procedimento
1) Pesar 1,00 g da amostra em um bécker, dissolver em aproximadamente 50 mL de água
e transferir para um erlenmeyer;
2) Adicionar 3 gotas de fenolftaleína e titular com NaOH ou HCl padronizados até a
viragem de coloração.

Cálculos:
A massa de NaOH necessária para neutralizar 1000 g de matéria-prima ácida é
determinada por:

N . f .m L .40
m=
m mp

onde
m – massa de NaOH necessária para neutralização de 1000 g da amostra;
N – normalidade da solução de NaOH empregada;
f – fator de correção da solução-padrão;
mL – número de mililitros gastos na titulação;
mmp – massa da matéria-prima que foi inicialmente dissolvida.

Se a solução de matéria-prima for alcalina, não se calcula a massa de HCl mas sim,
o volume de HCl para neutralizar a matéria-prima e este cálculo é feito por:

mL g .1000
mL HCl =
m mp

em que
mLHCl – volume total (em mililitros) necessário para neutralização;
mmp – massa de amostra inicialmente dissolvida;
mLg – mililitros de HCl gastos na titulação.

3.2 Utilizando Soluções Não Padronizadas

A matéria-prima mais comum utilizada nas fábricas de produtos de limpeza


envolvem formulações com ácido sulfônico. portanto, é de grande importância saber como
neutralizá-lo utilizando-se a soda comercial existente na fábrica. O método abaixo se
preocupa justamente com este ponto.

30
Procedimento
1) Pipetar 25,00 mL da soda comercial dissolvida existente e transferir para balão
volumétrico de 250,0 mL, completando o volume com água destilada até o traço de
aferição;
2) Homogeneizar e esperar o equilíbrio térmica;
3) Pesar 5,00 g da amostra de ácido sulfônico em um bécker de 250 mL, adicionar
aproximadamente 50 mL de água e dissolver, transferindo o dissolvido para um
erlenmeyer de 250 mL;
4) Lavar o bécker com aproximadamente 30 mL de água e transferir para o erlenmeyer;
5) Acrescentar 3 gotas de fenolftaleína ao erlenmeyer e titular com a solução de NaOH
preparada no item (1);
6) Considera-se que a reação atingiu a equivalência quando a solução mudar de incolor
para vermelho e persistir por 15 segundos.
Cálculos:
100.mL
ms =
ma
em que
ma – massa da amostra de ácido sulfônico utilizada;
ms – volume da solda comercial concentrada para neutralizar 1000 g de ácido sulfônico;
mL – número de mililitros gastos na titulação.

4. DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE E ESTABILIDADE DE ESPUMA

Procedimento
1) Colocar 20,00 mL da amostra em um bécker de 250 mL e acrescentar mais 40,00 mL
de água;
2) Agitar (com microagitador) durante 1 minuto;
3) Deixar em repouso por mais 1 minuto e efetuar a leitura do volume de espuma e
volume de solução;
4) Estabelecer a relação volume de espuma/volume de líquido;
5) Repetir a leitura a cada 15 minutos;
6) Construir um gráfico contendo a relação tempo X volume de espuma

5. DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE

Normalmente, a viscosidade é determinada por aparelhos denominados


viscosímetros, onde o mais comum é o viscosímetro de bola. Estes aparelhos são muito
caros e por isso aconselhamos a fazer o método comparativo abaixo:

Procedimento
Método simplificado
1) Completar uma proveta de 50 mL com uma amostra até a extremidade;
2) Colocar a bola de vidro na extremidade superior e soltá-la lentamente e com cuidado;
3) Medir o tempo de deslocamento da bola desde o início até o fim da proveta.

31
6. ESTABILIDADE DO DETERGENTE

Procedimento
1) Aquecer o detergente a 45 °C – 50 °C e em seguida, colocar na geladeira por 12 horas;
2) Verificar a ocorrência de formação de grumos ou precipitados.

7. DETERMINAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS

Este teste visa apenas identificar as características comerciais que o comprador


observa ao adquirir certo produto de limpeza. Normalmente o que atrai o comprador são as
características organolépticas abaixo:
- Cor e turbidez;
- Refrigência (brilho);
- Odor;
- Contato coma pele;
- Persistência da espuma após enxaguar.

32
ANEXO 01 - TABELA DE NOMES COMERCIAIS E CIENTÍFICOS

Nome Comercial Nome Científico


Ácido Sulfônico Ácido Dodecil Benzeno Sulfônico
Amida Dietanolamida de ácidos graxos de coco
Barrilha Leve Carbonato de sódio
Base para amaciante Cloreto de Dialquil Dimetil Amônio
Brancol Opalescente
Cloreto Cloreto de Benzalcônio
Renex Nonil Fenol
Sal de cozinha Cloreto de sódio
Soda Cáustica Hidróxido de Sódio

33
BIBLIOGRAFIA
TAKEYAMA, O., SPERANDIO, C. A. , “Apostila do Curso de Detergentes”,
Departamento de Química, Universidade Estadual de Maringá, 1993.

---, “Tensoativos: Princípios Fundamentais e Aspéctos Práticos”, Henkel do Brasil –


Indústrias Químicas Ltda, 1979.

MELLO, R., “Como fazer Sabões e Artigos de Toucador”, Editora Ícone, São Paulo,
1985.

PAVIA, D. L., LAMPMAN, G. M., KRIZ, G. S., “Introduction to Organic Laboratory


Techniques – A Contemporary Approach”, 3rd Edition, Saunders College Publisihng,
New York, 1988.

34
ÍNDICE
PARTE I : FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1. INTRODUÇÃO 01
2. CONCEITOS BÁSICOS APLICADOS A DETERGENTES 01
3. CLASSIFICAÇÃO DOS DETERGENTES 04
4. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO EM ESCALA INDUSTRIAL 09
5. INCORPORANTES UTILIZADOS EM FORMULAÇÕES 09
6. APLICAÇÕES INDUSTRIAIS DOS TENSOATIVOS 11
7. OS TENSOATIVOS E A ECOLOGIA 13

PARTE II : FORMULAÇÕES

1. DETERGENTES PARA LOUÇAS 16


2. DESINFETANTES 17
3. AMACIANTE DE ROUPA 19
4. SABÃO LÍQUIDO PARA ROUPA 20
5. LIMPA-CARPETE 21
6. LIMPA-FORNO 22
7. ÁGUA SANITÁRIA 23
8. LIMPA-VIDROS 24
9. LINHA AUTOMOTIVA 25
10. SABONETE LÍQUIDO DE ERVA DOCE 28

PARTE III : CONTROLE DE QUALIDADE

1. MEDIDA DE TENSÃO SUPERFICIAL 29


2. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO MICELAR CRÍTICA (CMC) 29
3. DETERMINAÇÃO DA ACIDEZ/BASICIDADE DA MATÉRIA PRIMA 30
4. DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE E ESTABILIDADE DE ESPUMA 31
5. DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE 31
6. ESTABILIDADE DO DETERGENTE 32
7. DETERMINAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS 32

Anexo 01. TABELA DE NOMES COMERCIAIS E CIENTÍFICOS 33

BIBLIOGRAFIA 34

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