Você está na página 1de 3

FATEC/Guaratinguetá

Curso: Gestão Comercial


Disciplina: Português III
Profa. Dra. Suillan Miguez Gonzalez

Nome: Data: 31/10/2022.

PROVA INDIVIDUAL

Leia o texto e responda as questões de 1 a 3:

Comunicação e Oratória Contemporânea

(Maria do Carmo Carrasco - adaptado)

“A arte de falar em público – difícil entre todas – é talvez a que menos se estuda.” (Henri Maurice)

Dentre as qualificações profissionais, a capacidade de comunicar-se de forma eficaz


apresenta-se como uma das principais características solicitadas nas grandes corporações, assim
como em profissões que atuam por meio de texto falado, como a docente. Falar bem, com
segurança, elegância e naturalidade em qualquer situação é imprescindível.
A capacidade de comunicar-se preexiste nas mais diversas situações, sejam formais ou
informais: palestras, vendas, entrevistas, liderança, reuniões, aulas, negociações, telemarketing,
contatos sociais, treinamentos, discursos, tribunal do júri, sustentações orais, atendimentos clínicos,
atendimentos terapêuticos e em todos os momentos da vida em que o processo comunicacional
eficiente é fundamental.
Desta forma, pode-se afirmar que a comunicação interpessoal e a performance
comunicacional eficaz são necessárias em todos os aspectos da vida – desde o profissional até o
afetivo.
Assim, o aprimoramento do processo comunicativo é recomendado a todos que se
interessam pelo desenvolvimento de sua comunicação pessoal e profissional, facilitando a formação
do marketing pessoal e comunicacional, a utilização de linguagem ‘persuasiva’, comunicação não
violenta, acolhimento diferenciado, negociação e influência de pessoas.
Um estudo bastante praticado e divulgado é sobre Oratória. Embasamento de fundamental
importância para as tarefas de falar em público. O termo originou-se do latim oratoria e significa a
arte de falar ao/em público. Esse termo é bastante antigo, e traz consigo outros dois termos:
eloquência e retórica. Pode-se afirmar que a Oratória é a aplicação da teoria da retórica e os
princípios da eloquência.
O termo eloquência deriva do latim eloquentia e refere-se à fala na sua dimensão prática. É a
arte de falar e se exprimir com facilidade e naturalidade, com intenção de persuadir. A eloquência
era, naquele tempo, instrumento de influência política e por isso, o conceito e seu treinamento
prático expandiu-se rapidamente.
Já o termo retórica é originário do grego rhetorike e se refere ao conjunto de regras teóricas
relativas à capacidade de eloquência, ou seja, é a arte de exprimir-se, de expressar-se pela palavra.
Como disciplina, a retórica se apresenta como um sistema das formas de pensamento e de
linguagem que devem ser conscientemente utilizadas. A arte retórica mais renomada que se conhece
é a de Aristóteles, publicada entre 384 a.C. e 322 a.C.
Até o século VI a.C., a arte de falar em público era considerada dom natural e privilégio de
poucas pessoas. E na metade do século V a.C., a eloquência já era considerada uma capacidade que
podia ser adquirida e desenvolvida por meio de estudo e treinamento.
O primeiro manual sobre a retórica (a “arte de discursar”) de que temos notícia surgiu em
Siracusa, na Sicília, em 465 a.C.; os autores chamavam-se Córax e Tísias. Para Aristóteles, a
retórica era a “arte de persuadir, através da palavra”. Hoje, o termo retórica foi banalizado,
assumindo um sentido pejorativo, como normalmente utilizado pela imprensa, por exemplo, quando
se refere às promessas de políticos, ‘como tudo não passa de retórica’.

1) Qual é a relação estabelecida entre retórica, oratória e eloquência?


R: Os três termos podem caminhar juntos, e muitas vezes até são considerados sinônimos. A relação
entre eles se dá que a oratória é a aplicação da teoria da retórica e os princípios da eloquência.

2) Transcreva do texto o trecho que se refere ao vazio da retórica (discussão empreendida no


livro Linguagem e Persuasão).
R: “Desta forma, pode-se afirmar que a comunicação interpessoal e a performance comunicacional
eficaz são necessárias em todos os aspectos da vida – desde o profissional até o afetivo.”

3) Quais recomendações são feitas pela autora do texto para alcançar o aperfeiçoamento da
comunicação?
R: Aprimoramento do processo comunicativo, com utilização de linguagem ‘persuasiva’,
comunicação não violenta, acolhimento diferenciado, negociação e influência de pessoas.

Lista viva de palavras pejorativas que deveriam cair em desuso

Para educar a todos, inclusive nosso time, iniciamos uma lista de palavras presentes no


nosso vocabulário que acompanham alguma forma de preconceito:
Aleijado - Representa pessoa deformada fisicamente, algo imperfeito que deve ser separado da
sociedade. O termo indicado é pessoa com deficiência física, se estiver na cadeira de rodas, pode ser
cadeirante.
Baianada ou “coisa de baiano” - Termo associado a situações de mau gosto ou manobras ruins.
Alguns estados do Brasil também têm rixas entre si e tem seus próprios termos para expressar
preconceito, como é o caso de São Paulo e Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Cor de pele - Aprende-se desde criança que “cor de pele” é aquele lápis meio rosado, meio bege.
Mas é evidente que o tom não representa a pele de todas as pessoas. No Brasil 53% das pessoas se
declaram pardas ou negras (IBGE 2014).
Denegrir - Significa tornar negro à reputação, destruição de imagem. Na década de 1960 surgiu o
movimento Black is beautiful (Negro é lindo), a forma positiva de falar.
Doméstica - No período de escravidão, os escravos eram tratados como animais rebeldes e que
precisavam de “corretivos”, para serem “domesticados”. Que tal especialista em limpeza e
organização?
Drogado – Evite o termo, assim como drogadito ou viciado. Troque por usuário de drogas ou
dependente químico.
Gordice – Essa palavra fomenta a gordofobia e é vista como pejorativa. Não é "gordice" é só
comida, guloseima, delícias.
Homossexualismo - O peso do sufixo “ismo” quase caracteriza como doença. Troque por
homossexualidade, homossexual, gay. Jamais use bicha, viado e outras expressões pejorativas.
Judiar, judiação - Um verbo de carga depreciativa, significa “tratar como os judeus foram
tratados”, “maltratados como os judeus”. Troque por maltratar e torturar.
Mendigo – O termo indicado é pessoa em situação de rua, pois aquela é apenas a sua situação atual,
e não que ela é uma moradora da rua, que viverá assim para sempre.
Mongoloide, débil mental, retardado - Exclua da sua vida estes termos. Mesmo se não estiver se
referindo a uma pessoa com deficiência intelectual.
Mulato - A mula é um animal híbrido, resultado do cruzamento do cavalo com a burra, ou asno
com a égua. O termo passou a ser aplicado ao filho do homem branco com a mulher negra.
Comparar ser humano com outro animal é sempre perigoso, tenha cautela até mesmo em caso de
elogio.
Opção sexual - Estudos apontam que uma pessoa não escolhe sua opção sexual, ela é! Substitua
por orientação sexual.
Portador do HIV ou de deficiência – Portar significa levar algo possível de ser retirado do contato
com o corpo quando se quer como celular, bolsa, relógio, entre outros. Ninguém porta deficiência,
vírus e bactéria. Prefira soropositivo ou pessoa com deficiência.

4) A lista de termos indicados acima ilustra a relação entre o signo linguístico e a ideologia.
Por isso, aponte o que é recorrente em termos de carga ideológica nas palavras listadas.
R: Nas palavras listadas, podemos afirmar que é recorrente sua característica
pejorativa/preconceituosa em sua formação/significado, tal qual justifica o fato de se retirar do
vocabulário comum.

5) Sabendo que há outros signos linguísticos pejorativos de uso cotidiano de parte da


população brasileira, defenda a tese de que a comunicação acaba por reproduzir o discurso
dominante (aponte os aspectos destes).
R: Em nosso cotidiano, discursamos de forma automática signos linguísticos com ideologias não
claras a todo instante. Por se tratar de algo já pré-estabelecido em nosso ambiente, não buscamos a
informação sobre o real significado de tal signo linguístico, isso faz com que o discurso dominante
ganhe mais argumentos e se torne mais persuasivo. Tal utilização passa pela transformação de “uma
verdade” para “toda verdade” ou até mesmo a verdade absoluta. Atualmente a utilização destes
termos/signos tem gerado mais relevância e atenção, fazendo com que os termos originários de
coisas negativas entrem em desuso pela população.

6) Indique outros 3 (três) signos linguísticos que possuem carga ideológica evidente e que
sejam do contexto profissional (ambiente de trabalho).

Mal-amada Feito nas coxas Inveja Branca

Você também pode gostar