Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
“Research on institutional logics, seeded in North America but with contributions now
regularly produced by both European and North American scholars (almost equally),
has broadened over the past decade or so to focus not only on the effects of shifts in
dominant logics, but also on understanding the implications of plural logics and how
organizations respond to institutional complexity” (p. 4)
ACABAR DE LER
Seu foco não está no isomorfismo, mas nos efeitos que diferentes lógicas institucionais
implicam em indivíduos e organizações em uma variedade de contextos, incluindo
mercados, industrias, etc. Lógicas institucionais moldam comportamentos racionais e
conscientes, da mesma forma que indivíduos e atores organizacionais conseguem mudar
lógicas institucionais (Thornton, 2004). Essa abordagem promove uma ponte entre
perspectivas macro e micro institucionais.
“By providing a link between institutions and action, the institutional logics approach
provides a bridge between the macro, structural perspectives of Meyer and Rowan
(1977) and DiMaggio and Powell (1983) and Zucker’s more micro, process approaches.
Situated forms of organizing are linked with beliefs and practices in wider institutional
environments in ways that address the critique of isomorphism and diffusion studies
(Hasselbladh and Kallinikos, 2000)” (p. 100).
Jackall (1988) definem as lógicas institucionais como os modos como o mundo social
opera. Para Jackall e Friedland e Alford, essas lógicas são personificadas por práticas e
reproduzidas por pressupostos culturais e disputas políticas.
“Thornton and Ocasio (1999: 804) defined institutional logics as ‘the socially
constructed, historical patterns of material practices, assumptions, values, beliefs, and
rules by which individuals produce and reproduce their material subsistence, organize
time and space, and provide meaning to their social reality.’” (p. 101). Esses autores
entendem que a abordagem das lógicas institucionais integra as dimensões
“estrutural, normativa e simbólica” como determinantes das instituições. (As
lógicas institucionais constrangem indivíduos e organizações nos níveis estrutural,
normativo e cultural).
Precursores
Alguns exemplos de autores que abordaram lógicas de ação: Fligstein (1990) “identified
three competing conceptions of control that guide the governance of large industrial
firms: the manufacturing, marketing, and finance conceptions” (p. 102). Esses conceitos
(ou lógicas), contudo, não são institucionalizados em um campo, uma vez que o foco é
na utilidade individual dos executivos que escolhem qual lógica irão operar.
“Boltanski and Thevenot (1991) apply a taxonomy of cultural repertoires that present
different justifications of worth to understand how people disagree, compromise, and
conclude more or less lasting agreements” (p. 102-103). A cultura é um recursos social
que os indivíduos utilizam estrategicamente para justificar ações. O que é legitimado
muda de acordo com o contexto e mundo no qual a ação está inserida.
Nem toda lógica de ação é institucionalizada, de modo que não deve ser analisada como
uma lógica institucional
A agência incorporada
“Rather than privileging one level over another, this perspective suggests that while
individual and organizational action is embedded within institutions, institutions are
socially constructed and therefore constituted by the actions of individuals and
organizations (Berger and Luckmann, 1967)” (p. 104).
Contingência histórica
As lógicas institucionais variam de acordo com o período histórico, ou seja, não são
estáticas e imutáveis.
“ (...) in our view researchers are rising to the challenges of measuring the effects of
content, meaning, and change in institutions using the institutional logics perspective. In
this endeavor, we comment on the use of event history analysis, interpretive methods,
triangulation, and ideal types” (p. 109).
“Event history models typically use historical time (not organization age) as the clock,
particularly when historical contingency is a focus of the analysis (Thornton, 2004:
126–127). They also can accommodate data at multiple levels of analysis, for example
at the individual, organizational, and environmental – making it possible to partition
material from cultural effects (DiMaggio, 1994). The challenge of measuring cultural
effects is often approached by examining how one or more of the institutional orders of
the inter-institutional system are changing in its strength of influence on individual and
organizational behavior. These types of studies require identifying a scientific boundary
to draw a population or sample for hypothesis testing – such as an industry, market, or
profession. Note that the organizational field concept is problematic in this sense, unless
it can be defined, for example as a geographic community, positional community, i.e.
CEOs of Fortune 500, or inter-organizational network” (p. 109).
Indivíduos são membros de grupos sociais com uma identidade coletiva. Desse modo,
os indivíduos cooperam com grupos institucionalizados. Esses grupos formados por
uma identidade coletiva possuem uma lógica institucional específica que prevalece no
interior do grupo.
Disputas por status e poder
“Social actors rely on their understandings of institutional logics in the competition for
power and status and in doing so generate the conditions for the reproduction of
prevailing logics” (p. 112).
Classificação e categorização
“Given the institutionalization of categories, individuals take for granted that the
categories of organizing activity such as CEO, return on assets, human resources,
corporate governance, multidivisional structures, patents, restaurants, to name but a few
common subjects of study, are not categories that exist in nature but socially
constructed, institutional categories (Berger and Luckmann, 1967)” (p. 113).
Atenção
“The institutional logics approach sheds light on this problem of embedded agency by
conceptualizing society as an inter-institutional system in which logics are characterized
by cultural differentiation, fragmentation, and contradiction (DiMaggio, 1997)” (p.
115).
Sobreposição estrutural
“Structural overlap occurs when individual roles and organizational structures and
functions that were previously distinct are forced into association (Thornton, 2004).
Mergers and acquisitions are an example of structural overlap when organizational
actors from divergent cultures are forced into association, triggering a change in
institutional logics guiding the firm. Structural overlap across systems with
differentiated logics creates contradiction in organizations and organizational fields,
creating entrepreneurial opportunities for institutional change” (p. 116).
Fusões e aquisições
Sequenciamento de eventos
“Event sequencing is defined as the temporal and sequential unfolding of unique events
that dislocate, rearticulate, and transform the interpretation and meaning of cultural
symbols and social and economic structures (Sewell, 1996: 844). For example, this can
be changes in cultural schemas, shifts of resources, and the emergence of new sources
of power. As noted above, because structures are often overlapping, any rupture has the
potential of cascading into multiple changes, particularly when the events are
characterized by heightened emotion, collective creativity, and ritual”. (p. 116)
Uma análise pode tratar de entender uma cadeia de eventos em diferentes décadas que
ocasianaram na mudança de uma lógica institucional determinante em um campo em
detrimento de outra.
Lógicas competitivas
“Second, institutional logics do not emerge from organizational fields – they are locally
instantiated and enacted in organizational fields as in other places such as markets,
industries, and organizations” (p. 119). Estas emergem de conjuntos de instituições
maiores.
Lounsbury, Michael. (2007). A Tale of Two Cities: Competing Logics and Practice
Variation in the Professionalizing of Mutual Fund. Academy of Management Journal,
50, 289-307.
Neste sentido, estudos têm demonstrado que algumas práticas institucionais e estrutura
imbricam diferentes atores que possuem diferentes backgrounds, resultando assim em
diferentes atribuições de significados e efeitos institucionais, possibilitando a mudança
por meio de diferentes mecanismos (Thornton, Ocasio & Lounsbury, 2012).
Consideramos que, não necessariamente restringindo lógicas institucionais como
propulsora da mudança por meio de ambiguidades de regras, mas, é por meio das
múltiplas racionalidades em jogo no contexto institucional que surge a possibilidade de
bricolagem entre as lógicas institucionais vigentes e por ventura, a mudança
institucional. Assim, apresentamos na próxima seção, o conceito e os constituintes de
lógicas institucionais. (p. 6)
A contabilidade era uma instituição que representa a racionalidade (é taken for granted)
The case of the Society of Jesus provides historical material to speculate systematically
on how the logic informing Jesuit behavior is inconsistent with a
substantive notion of logic, i.e., a logic with specific and fixed beliefs and
assumptions.
“Suddaby
(2010) ressalta que pouco esforço tem sido dispendido pelos pesquisadores
institucionais para
compreender como as instituições funcionam por meio da influência e da agência dos
atores
sociais.”
As lógicas podem explicar o que os estrategistas fazem e o porquê fazem de uma certa
maneira e não de outra, não dependendo do cálculo e do resultado econômico strictu sensu.
Além disso, auxilia a demonstrar que as decisões e as ações estratégicas são tomadas sob
influência de um arranjo de lógicas institucionais, mesmo que não relacionadas ao trabalho
estratégico em si; possibilita entender o fenômeno da sobreposição de identidades sociais
orientando suas decisões devido a um sistema interinstitucional e ilustra que os conflitos
causados pela pluralidade e a complexidade envolvida no sistema de lógicas institucionais
podem ser resolvidos através de relações de poder e negociaçao que mudam as práticas
estratégicas e consequentemente as lógicas envolvidas naquele campo.
O ambiente institucional é constituído por uma pluralidade de lógicas que muitas vezes são
conflituosas ou complementares, podendo coexistir e influenciar de forma híbrida o
comportamento e ação dos praticantes.
Ressalta-se que lógicas conflitantes podem ser sustentadas por grupos de interesse
diferentes.
A metateoria das lógicas institucionais (Thornton; Ocasio, 2008) utiliza a noção de campo
organizacional para se referir ao conjunto de agentes e organizações nos quais as lógicas
exercem influência.
SAP
A virada prática foi idealizada por Theodore Schatzki (2001), “que propôs a definição
de um campo de práticas, i.e., “a total relação de práticas humanas interconectadas”,
argumentando pela importância da pesquisa em tal campo no qual ocorrem ‘fenômenos
como conhecimento, significado, atividade humana, ciência, poder, linguagem,
instituições sociais, e transformações históricas (...)’” (p. 9).
Praticantes: atores que recorrem à prática para agir (JARZABKOWSKI, 2004). Atores
que estejam envolvidos na estratégia.
Práxis:
“Deste modo, é válido inferir que há um ponto cego no estudo da estratégia como
prática, que é a análise de um nível além da práxis – tratada como a menor unidade de
análise social (Reckwitz, 2002): o nível da ação individual. Neste nível os agentes,
resgatando na definição aqui adotada de praticantes, agem intencionalmente (Chia &
Rasche, 2010), i.e., eles “refletem deliberadamente em quais os meios mais eficientes
para atingir seus fins” (Pouliot, 2008: 257) antes mesmo de estarem inseridos na práxis
estratégica. Este texto não tem o objetivo de pregar a adoção de uma visão utilitarista e
atomística da ação individual, entretanto acredita-se que a estratégia está altamente
relacionada à intencionalidade, à racionalidade e à reflexividade do sujeito, sendo,
talvez, o fato que diferencia o estudo da estratégia como prática do estudo das demais
práticas cotidianas, em especial daquelas esvaziadas de conteúdo, que consomem tempo
e esforços, mas que não vão além de mitos e cerimônias (J. W. Meyer e Rowan, 1977)”
(p. 10-11).
“Não cabe a este trabalho ignorar o fato de que realmente os praticantes tomam as práticas
estratégicas como modelos de ação (Jarzabkowski, 2004) – e.g. a prática X é a ideal para
que se resolva problema Y no contexto C (logicamente inspirado em Searle, 1995) –,
entretanto esse comportamento caracteriza-se pelo conteúdo racional e material da decisão
(March & Olsen, 2006). O que está além da prática é a porção cognitiva e simbólica da
ação, sendo que a mesma não pode ser percebida, sequer explicada pelo praticante no
momento da sua práxis estratégica” (p. 14)
“a noção de campo foi utilizada para demonstrar que uma vez que a estratégia pode ser
caracterizada como um campo, a mesma pode ser vista como um sistema interinstitucional
permeado por uma constelação de lógicas institucionais que moldam as decisões
estratégicas dos profissionais da estratégia (os praticantes)” (p. 19).
SANTOS, Manoela Silveira dos. Instituições e Estratégia como Prática: uma análise
das estratégias de aquisição de matéria-prima dos produtores de biodiesel da Região Sul
do Brasil. 2013. Tese (Doutorado em Administração) – Universidade Federal do Rio
Grande do Sul – UFRGS.
“Ao tomar como base a Teoria Institucional para o estudo das estratégias, além de
considerar que as estratégias organizacionais podem ser influenciadas pelas instituições,
numa perspectiva mais recente da Teoria, também se reconhece a interconexão existente
entre as instituições e as ações dos agentes, revelando a ligação bidirecionada do
contexto macro (instituições) e micro (ações dos agentes), uma vez que as estratégias,
ao mesmo tempo em que recebem restrições e direcionamentos das instituições, agem
sobre elas reforçando-as ou alterando-as. Mesmo reconhecendo a existência de uma
relação bidirecionada entre instituições e estratégias, a Teoria Institucional não é capaz
de explicar sozinha este fenômeno por ter um enfoque maior no aspecto macro da
relação. Para tanto, faz-se necessário incorporar ao estudo deste problema elementos de
outra abordagem da estratégia que também reconheça esta ligação e venha a contribuir
com a compreensão do microcontexto” (p. 15).
Assim, Santos (2013 p. 16) procura responder às seguintes questões: “Como é a relação
entre as instituições e as estratégias organizacionais? Quais são os efeitos das
instituições sobre as estratégias, e os destas sobre as instituições?”
“Nesse sentido, alguns autores da SAP se utilizam da Teoria Institucional como fonte
teórica para explicar e compreender a dinâmica do macrocontexto e sua interação com o
micro (WHITTINGTON, 2006; AMARAL FILHO; MACHADO-DA-SILVA, 2006;
JARZABKOWSKI, 2004; WILSON; JARZABKOWSKI, 2004).” (p. 25)
Tanto a SAP quanto a Teoria Institucional entendem o indivíduo como um ator social,
de modo que a “formulação da estratégia vai além dos elementos psicossociais,
incorporando as regras e normas de funcionamento da sociedade, objetivadas na prática
construída socialmente” (AMARAL FILHO; MACHADO-DA-SILVA, 2006, p. 7).
“Na Abordagem Institucional, o ambiente volta a ser o centro para as explicações dos
fenômenos organizacionais, dando destaque às instituições no papel de restringir e
permitir a ação organizacional e, atualmente, mostrando a ligação entre agente, agência,
instituição e mudança institucional, como na visão recursiva da instituição e ação. Essa
abordagem contribui com o preenchimento do outro lado da equação do fenômeno da
estratégia organizacional, que é a influência dos sistemas de significados objetivos e
externos ao indivíduo na ação (FONSECA; MACHADO-DA-SILVA, 2010)”
(SANTOS, 2013, p. 32).
“Na Abordagem Institucional, o ambiente volta a ser o centro para as explicações dos
fenômenos organizacionais, dando destaque às instituições no papel de restringir e
permitir a ação organizacional e, atualmente, mostrando a ligação entre agente, agência,
instituição e mudança institucional, como na visão recursiva da instituição e ação. Essa
abordagem contribui com o preenchimento do outro lado da equação do fenômeno da
estratégia organizacional, que é a influência dos sistemas de significados objetivos e
externos ao indivíduo na ação (FONSECA; MACHADO-DA-SILVA, 2010)” (p. 32).
Teoria institucional
Para Santos (2013 p. 35) as instituições são “estruturas sociais compostas por elementos
culturais, normativos e regulativos que as legitimam, fornecendo estabilidade e
significado para a vida social”. Ou conforme Scott (2001) são estruturas sociais
multifacetadas e duráveis formadas por elementos simbólicos, atividades sociais e
recursos materiais, sendo relativamente resistentes a mudanças.
Instituições são formadas por três pilares ou elementos: regulativos (regras e normas
que promovem sanções ou premiam um bom comportamento; seu mecanismo de
controle é a coerção); normativos (valores, crenças e normas socialmente aceitos que
promovem a legitimidade de uma ação) e cognitivo-culturais (quadro de significados
construídos por grupos que legitimam a instituição e que consequentemente formam
regras e costumes). Assim, a institucionalização é a transformação de valores, costumes
e ações em regras culturais que promovem a legitimidade da ação de outros indivíduos.
Ao longo do tempo, ou gerações, tais regras passam a ser rotinizadas e amplamente
aceitas, assumindo um caráter natural.
As pressões são transmitidas ao campo via portadores institucionais, que são os sistemas simbólicos, os
sistemas relacionais, as rotinas e os artefatos. Os sistemas simbólicos são um fenômeno social externo aos
atores que consiste em esquemas simbólicos diversos, tais como os modelos, as classificações, as
representações e as lógicas, pelos quais as informações são codificadas e transmitidas no campo e nas
organizações, além de representarem um fenômeno social externo a qualquer ator; também são os frames
cognitivos e as crenças internalizadas que variam conforme o grau de institucionalização. Já os sistemas
relacionais incluem as ligações interpessoais e interorganizacionais e estão associados aos padrões
esperados de comportamento conectados a redes de posições sociais ou papéis sociais, enquanto as rotinas
são os comportamentos habituais que refletem o conhecimento tácito mantido e transmitido pelos atores e
estão associadas à estabilidade do comportamento organizacional. Por fim, os artefatos são os materiais
culturais criados pela ingenuidade humana para assessorar a execução das tarefas; ou seja, estão
relacionados às tecnologias utilizadas pelas organizações e têm como objetivo facilitar o desenvolvimento
das tarefas.
O campo organizacional
“No que tange à conformidade das organizações em um mesmo campo organizacional, diversos autores
reconhecem que ela é apenas uma das possíveis respostas organizacionais frente às pressões institucionais
(OLIVER, 1991; 1992; CHILD, 1997; BECKERT, 1999; SCOTT, 2001), uma vez que existem conflitos
entre as regras institucionais, por vezes contraditórias, não havendo coerência, e pelo fato de as
organizações não serem igualmente sujeitas aos processos institucionais que estão ocorrendo no campo
(BECKERT, 1999; GREENWOOD; HININGS, 1996; GOODSTEIN, 1994; SCOTT, 2001). Com isso, as
regras institucionais não promovem uma resposta unânime pela qual os agentes deveriam atuar, fazendo
com que a característica conflitante das regras taken-for-granted resulte na necessidade de
comportamentos discricionários (BECKERT, 1999; GOODSTEIN, 1994) ou até mesmo em modificações
ou no desaparecimento das instituições (DACIN; GOODSTEIN; SCOTT, 2002).” (p. 59)
“a agência passa a ser importante dentro da noção de complexidade e conflito das regras
institucionais, fazendo com que surjam comportamentos discricionários entre os
agentes. Aqui, a agência surge a partir da existência de pressões contraditórias de
diferentes instituições e de tensões internas entre traços sociopsicológicos de
personalidade. Desta forma, a diversidade de ação deriva das fontes exógenas e da
percepção, da interpretação e das representações das lógicas institucionais por parte dos
atores, que fornecem significado e vida às instituições (DACIN, GOODSTEIN;
SCOTT, 2002)” (p. 59).
Assim, elabora uma relação entre práxis (SAP) e agência (Teoria Institucional).
“A ideia mais ampla de agência trazida pela percepção do trabalho institucional liga-se
ao conceito de práxis da Estratégia como Prática, vista como a ação humana conectada
às instituições pelas quais os indivíduos atuam e com as quais contribuem, dando,
assim, uma perspectiva mais ampla à práxis trabalhada por Seo e Creed (2002) na
Teoria Institucional, que está associada à reconstrução e à transformação das
instituições. Este é um dos pontos de acoplagem entre as duas abordagens, em que para
ambas a agência está vinculada à práxis, que é o modo de ação do indivíduo, e,
especificamente, dentro do campo de estudo da Estratégia, reconhecida como as
atividades envolvidas na formulação e implementação da estratégia que interconecta as
microações dos praticantes com as instituições (WHITTINGTON, 2006;
JARZABKOWSKI; BALOGUN; SEIDL, 2007)” (p. 102).
Entretanto, o conflito de lógicas institucionais nem sempre pode ser entendido pela
suplantação de uma lógica pela outra. “Estudos têm paulatinamente sugerido que muitos
dos supostos conflitos entre lógicas institucionais deveriam ser reconsiderados e que
elementos característicos de uma ordem podem ser combinados com elementos de
outras” (TEIXEIRA, 2012 p. 34) em um fenômeno conhecido como hibridismo.
Os dois conceitos são diferentes, uma vez que a mudança institucional transcende o
primeiro, focando em “regras e normas sociais permeando classes inteiras de
organizações delimitadas em campos organizacionais ou setores” (TEIXEIRA, 2012 p.
35).
Não existe uma única racionalidade, mas sim diferentes ordens transracionais.
Em suma, Teixeira (2012, p 54) entende que:
Apesar de sua primeira obra ser publicada em 1991, apenas em 2008 estabeleceu-se a
metateoria das lógicas institucionais.
Teixeira aponta que ainda é preciso discutir conceitualmente esta metateoria e denuncia
uma sobreposição do conceito de lógicas institucionais e o de instituições.
“De acordo com Scott (2008, p.48), instituições são estruturas sociais duráveis e
multifacetadas, constituídas de elementos simbólicos, atividades sociais e recursos
materiais” (p. 61). Nesse sentido, instituições estão diretamente relacionadas com
práticas (Instituições são práticas enraizadas, “tipificações recíprocas de ações
habitualizadas por tipos de atores” (BERGER; LUCKMAN)).
Lógicas institucionais
Uma prática organizacional não é orientada apenas por uma lógica, mas é organizada de
forma híbrida, recebendo influências de diferentes orientações (A produtora de cachaça
que se orienta voltada ao mercado mas mantém traços da tradição cultural).
“As contradições que emergem da interação dos diversos níveis e setores institucionais
seriam os estímulos à mudança, encontrando na práxis a oportunidade para a
transformação dos arranjos sociais e da própria visão de mundo dos atores envolvidos.
A práxis aqui é entendida como a instância micro; ela corresponde à reconstrução
criativa dos padrões sociais, envolvendo tanto um momento reflexivo, que implica
crítica dos padrões sociais existentes e busca por alternativas, quanto um momento
ativo, que abrange mobilização e ação coletiva” (p. 75).
“faz-se uma ressalva para destacar as duas formas, não exclusivas, pelas quais o
hibridismo estaria se apresentando na literatura institucionalista. Hibridismo enquanto
movimento político para fazer prevalecer determinado esquema de leitura da realidade -
aproximando-se da concepção de hibridismo da tradição pós modernista em
administração – e o hibridismo enquanto condição adjetiva de práticas que resultam
desse processo político” (p. 76).