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O institucionalismo, que passa por uma fase de renovação em todas as ciências sociais,
distingue-se de outros paradigmas intelectuais, especialmente as ortodoxias do
individualismo metodológico, ao apontar para a necessidade de se levar em conta, a fim
de se compreender a ação dos indivíduos e suas manifestações coletivas, as mediações
entre as estruturas sociais e os comportamentos individuais. Essas mediações são
precisamente as instituições. (225)
Foi na Ciência Política, com o trabalho de Peter Hall e Rosemary Taylor1, que surgiu a
preocupação de avaliar a variedade de novos institucionalismos presentes no interior de
uma mesma disciplina. O trabalho anterior (1991) de DiMaggio e Powell (1997)
preocupava-se, por sua vez, em distinguir as modalidades de institucionalismo utilizadas
nas variadas disciplinas, considerando que cada uma delas – a Economia com a nova
economia institucional, a Ciência Política com a teoria da escolha racional e a
Sociologia com a teoria das organizações – privilegiava uma variedade específica de
institucionalismo. A grande contribuição de Hall e Taylor, reforçada pelo trabalho de
Ellen Immergut, está em mostrar que, na verdade, desenvolveram-se em Ciência
Política três novos institucionalismos e não apenas um. São eles: um
institucionalismo histórico, um institucionalismo da escolha racional e um
institucionalismo sociológico. (227).
1
UGHETTO, P. (1999). “Institutions et histoire, fondements communs des hétérodoxies?’, Economie et
Sociétés, hs, n. 35
hegemonia funcionalista”, provocando “um choque de paradigmas na Sociologia norte-
americana” (Wacquant, Calhoun, 1989, p. 41). Segundo Loic Wacquant e Craig
Calhoun, “essa mudança do centro de gravidade do campo sociológico em direção a um
pólo subjetivista” está na origem “da maior presença, ou recuperação, de duas (outras)
correntes influentes no campo sociológico norte-americano: a teoria da ‘ação racional’
(institucionalismo da escolha racional) e a Sociologia histórica e cultural, que são duas
posturas epistemológicas e de concepções de ação e da ciência social que se
enfrentam”.13 Reencontra-se também em Sociologia os três pólos, o institucionalismo
sociológico, o institucionalismo da escolha racional e o institucionalismo histórico, esse
último assumindo a forma de Sociologia histórica e cultural (comparativa). (p. 236)