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MATERIAL DE APOIO

DIREITO CIVIL
Carreira Jurídicas Anual
AULA 02

PROF.: JOÃO AGUIRRE


MONITORIA: APOEMA DIAS
Direitos da Personalidade

Conceito: Direitos subjetivos que têm por objeto os bens e valores


essenciais da pessoa, no seu aspecto físico
moral e intelectual (Francisco Amaral).

- Direitos Essenciais da Pessoa: Natural ou jurídica

Art. 52: Aplica-se, às pessoas jurídicas, no que couber a proteção dos direitos
da personalidade

Direitos essenciais da pessoa.

Guilherme Calmon Nogueira da Gama:

Os direitos da personalidade são inerentes à pessoa humana e à sua


dignidade.

a) Direito Internacional: Direitos Humanos

b) Direito Constitucional: Direitos Fundamentais

c) Direito Civil: Direitos da Personalidade

ENUNCIADO 274 DAS JORNADAS DE DIREITO CIVIL CJF/STJ – Art. 11. Os


direitos da personalidade, regulados de maneira não-exaustiva pelo Código
Civil, são expressões da cláusula geral de tutela da pessoa humana, contida
no art. 1º, III, da Constituição (princípio da dignidade da pessoa humana).
Em caso de colisão entre eles, como nenhum pode sobrelevar os demais,
deve-se aplicar a técnica da ponderação.

Robert Alexy – Diferença entre Princípios e Regras

Uma forma de examinar sua distinção consiste em verificar o que acontece


quando duas regras entram em conflito ou quando dois princípios entram em
conflito:
1º) Conflito entre regras – existem apenas duas soluções possíveis
quando duas regras entram em conflito:

A) Uma delas será declarada inválida. Ex.: Um


professor entra na sala de aula e diz que a sua aula
começa às 8:00 e que depois desse horário, ninguém
mais entra. Cinco minutos depois, o professor diz
que depois das 8:15, ninguém mais entra. O aluno
pergunta 8:00 ou 8:15? Nesse caso, uma delas não
será válida.

B) Uma das regras ser declarada a regra de exceção.


Ex.: O Professor, na sala de aula, diz que, enquanto
ele estiver dando aula, é proibido sair da classe. Mas,
existe um quadro na parede dizendo que se tocar o
alarme de incêndio, a sala deve ser desocupada
imediatamente. a) Ninguém sai (regra) e b) se tocar
o alarme de incêndio (exceção).

2º) Conflito entre princípios: Alexy define os princípios como


“mandamentos de otimização”. Isso significa que, em um conflito entre
princípios, a solução será diferente, pois não existe a necessidade de um
deles ser declarado inválido ou ser considerado uma exceção. Isso porque
os princípios devem ser “ponderados”, buscando-se a melhor solução
para o caso concreto: busca-se o ótimo.

Ex.: Liberdade do Fumante X Saúde Pública

DICA: Todo Direito da Personalidade é Direito Fundamental, mas nem


todo Direito Fundamental é Direito da Personalidade. Ex. Direito ao voto

Art. 11 – O CC estabelece que os direitos da personalidade são:

a) Intransmissíveis

b) Irrenunciáveis

c) E o seu exercício não pode sofrer limitação voluntária

*Salvo os casos previstos em lei

Existem situações em que a lei autoriza a transmissibilidade dos direitos


da personalidade.
Exemplos:

1º) Direito de Imagem:

A) Imagem Atributo: Existencial

B) Imagem Retrato: Patrimonial

Ex.: Gisele Bündchen – vive protegendo sua imagem atributo, mas vive
da cessão da imagem retrato.

Enunciado 279 das jornadas de Direito Civil – Art.20. A proteção à


imagem deve ser ponderada com outros interesses constitucionalmente
tutelados, especialmente em face do direito de amplo acesso à
informação e da liberdade de imprensa. Em caso de colisão, levar-se-á
em conta a notoriedade do retratado e dos fatos abordados, bem como a
veracidade destes e, ainda, as características de sua utilização
(comercial, informativa, biográfica), privilegiando-se medidas que não
restrinjam a divulgação de informações.

2º) Direito de Autor (Lei 9.610/98)

a) Direitos Morais de Autor: Existencial

Art. 27. Os direitos morais do autor são inalienáveis


e irrenunciáveis.

b) Direitos Patrimoniais de Autor: Patrimonial


Dos Direitos Patrimoniais do Autor e de sua
Duração

Art. 28. Cabe ao autor o direito exclusivo de


utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística ou
científica.

Art. 36. O direito de utilização econômica dos


escritos publicados pela imprensa, diária ou
periódica, com exceção dos assinados ou que
apresentem sinal de reserva, pertence ao editor,
salvo convenção em contrário.

Art 12 CC é dividido em 2 princípios:

a) Princípio da prevenção: Visa a evitar que o dano venha a


ocorrer

“Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da


personalidade...”

*Tutela inibitória: fazer cessar a ameaça ou a lesão aos direitos da


personalidade.

- Arts. 497 e ss do CPC

- Art. 497: Concessão da tutela específica

- Art. 500 CPC: fixação de astreintes

b) Princípio da Reparação Integral do Dano: devem ser indenizados todos


os danos suportados pela vítima

“Art. 12, caput: ... e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei.”

Súmula n° 37 do STJ

São cumulaveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos


do mesmo fato.

Súmula nº 387 do STJ

É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral

Súmula n° 227 do STJ


A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

Direito ao esquecimento:

Não significa, simplesmente, apagar as informações de uma pessoa, mas


controlar o uso dessas informações.

STF – Repercussão Geral 786 (decide se há ou não direito ao


esquecimento)

Tema

Repercussão Geral 786 - Aplicabilidade do direito ao esquecimento na


esfera civil quando for invocado pela própria vítima ou pelos seus
familiares.

Relator: MIN. DIAS TOFFOLI

Leading Case: RE 1010606

No Brasil, a maior parte da doutrina é contra os punitive damages (v.


Anderson Schreiber), mas existe uma outra tese que é chamada de DANO
SOCIAL, de autoria do Prof. Antonio Junqueira de Azevedo que é aceita
pela doutrina e também tem aceitação dos tribunais.

Art. 12, Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para


requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou
qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

Tutela da personalidade do morto. Têm legitimidade para requerer as


medidas de prevenção e de repração de danos: o cõnjuge, qualquer
parente em linha reta (descendentes e ascendentes), colaterias até o 4º
grau e o companheiro!

Art. 13 CC: Salvo por exigência médica, é proibido o ato de disposição


do próprio corpo, quando:

a) Importar diminuição permanente da integridade física – Analisar essa


regra com o devido cuidado e ponderação. Ex.: Cirurgia plástica
(rinoplastia): diminui permanentemente a integridade física.
Ou

b) Contrariar os bons costumes

Art. 15: Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de


vida, a tratamento médico ou a intervenção cirurgica.

a) Eutanásia: Facilitação da morte: Crime.


b) Distanásia: Prolongamento artificial da vida
c) Ortotanásia: O não prolongamento artificial da vida

Disposição de ultima vontade: Testamento Vital (Diretriz Antecipada


de Vontade

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