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Mecânico de Manutenção

Técnicas de Intervenção na Manutenção II


Técnicas de Intervenção na Manutenção II

© SENAI-SP, 2019

Material didático organizado pela Escola SENAI “Mário Dedini” a partir de conteúdos extraídos da intranet
das áreas de Manutenção Mecânica e Metalmecânica para o Curso de Aprendizagem Industrial de Mecânico
de Manutenção.

Organização

Marcelo Hirai Castro


Escola SENAI "Mário Dedini"

Editoração Marcelo Hirai Castro


Escola SENAI "Mário Dedini"

Humberto Aparecido Marim


Escola SENAI "Mário Dedini"

Júlio Cesar Aguiar


Escola SENAI "Mário Dedini"
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
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Sumário

Procedimentos de Preparação para Intervenção 7

Ferramentas Elétricas 11

Dispositivos para Movimentação de Carga 23

Redutores 75

Mancais de Rolamentos 89

Rasqueteamento 115
Técnicas de Intervenção na Manutenção !!

Procedimentos de Preparação para Intervenção

Criada em 8 de junho de 1978 pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a Norma Regu-
lamentadora número 12, ou NR 12, tem como objetivo garantir que máquinas e equipamentos
sejam seguros para o uso do trabalhador. Por isso, a NR 12 exige informações completas
sobre todo o ciclo de vida de máquinas e equipamentos, incluindo transporte, instalação,
utilização, manutenção e até mesmo sua eliminação ao final da vida útil.
Essa norma é uma das mais importantes e extensas das 36 normas regulamentadoras da
Consolidação de Leis Trabalhistas. Ela passou por várias atualizações ao longo dos anos,
conforme a indústria nacional se desenvolvia. A última alteração ocorreu por meio da Portaria
Nº 873, de 6 de julho de 2017.

Principais causas de acidentes

Muitas vezes, os acidentes em canteiros de obras são causados porque os trabalhadores não
se comunicam. Ou seja, alguém liga uma máquina sem saber que há um companheiro com a
mão no motor, por exemplo.
Isso acontece porque os trabalhadores ignoram quatro regras básicas de segurança:

 Desligar a máquina;
 Cortar a energia para que a mesma não seja religada acidentalmente;
 Sinalizar para que os demais trabalhadores saibam o que está
acontecendo;
 Comunicar os demais antes de agir.

São mais propensas a causar acidentes máquinas que fazem movimentos:


 Giratórios
 Alternados
 Retilíneos

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Medidas exigidas pela NR 12 para assegurar a segurança dos trabalhadores

Medidas de proteção coletiva previstas pela NR-12

São aquelas que envolvem a implantação de proteções físicas fixas nas áreas de risco, como o
enclausuramento de sistemas de transmissão por correias e polias. Outro exemplo é o circuito
de parada de emergência. Cada tipo de máquina ou sistema de operação possui um tipo de
proteção coletiva. A implantação depende de uma análise prévia.

Medidas administrativas previstas pela NR-12

Para que os sistemas de segurança e medidas de proteção funcionem, os funcionários devem


estar treinados. O treinamento deve ser periódico e devidamente documentado, envolvendo os
procedimentos internos e riscos da atividade. A empresa deve ainda adotar uma política de
manutenção preventiva de seus equipamentos, diminuindo a probabilidade de falhas técnicas.

Medidas de proteção individual previstas pela NR-12

Elas devem ser aplicadas durante a jornada de trabalho, com a utilização de equipamentos de
proteção individual (EPIs), prevendo o tempo de exposição a fatores de riscos. Os itens devem
ser definidos no PPRA (Programa Prevenção a Riscos Ambientais), previsto pela NR 9, e
PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), determinado pela NR 7.

Fonte: FIEPR (Federação das Indústrias do Estado do Paraná)


Disponível em 29/11/2018: https://www.sienge.com.br/blog/o-que-e-nr-12/

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Conforme estabelece a Norma Regulamentadora 12 (NR12), as máquinas e equipamentos


devem ser submetidos à manutenção preventiva e corretiva, na forma e periodicidade determi-
nada pelo fabricante, conforme as normas técnicas oficiais nacionais vigentes e, na falta
destas, as normas técnicas internacionais.

A manutenção, inspeção, reparos, limpeza, ajuste e outras intervenções que se fizerem neces-
sárias devem ser executadas por profissionais capacitados, qualificados ou legalmente habilita-
dos, formalmente autorizados pelo empregador, com as máquinas e equipamentos parados e
adoção dos seguintes procedimentos:

a) cronograma de manutenção;
b) intervenções realizadas;
c) data da realização de cada intervenção;
d) serviço realizado;
e) peças reparadas ou substituídas;
f) condições de segurança do equipamento;
g) nome do responsável pela execução das intervenções;
h) dispor dos procedimentos que permitam que a operação de manutenção seja realizada de
forma segura;
i) ser registradas em livro próprio, ficha ou sistema informatizado.

O procedimento de manutenção e os registros das manutenções devem ficar disponíveis aos


trabalhadores envolvidos na operação, manutenção e reparos, bem como à Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes – CIPA ou designado, ao Serviço Especializado

Abaixo alguns itens relacionados aos procedimentos para preparação e intervenção em máqui-
nas e equipamentos.

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Ferramentas Elétricas

Furadeiras
São máquinas-ferramentas destinadas à execução de operações de furar, escarear,
alargar, rebaixar e roscar com machos.

Funcionamento
O movimento da ferramenta é recebido do motor através de polias escalonadas e correias
ou um jogo de engrenagens possibilitando uma gama de rpm.
O avanço da ferramenta pode ser manual ou automático.

Furadeira de bancada
São montadas sobre bancadas de madeira ou aço.
Sua capacidade de furação é de até 12 mm.

Furadeira Portátil
Pode ser transportada com facilidade e pode-se operá-la em qualquer posição.

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Características
1. potência do motor
2. número de rpm
3. capacidade
4. deslocamento máximo de eixo principal

Acessórios
• mandril porta-brocas
• jogo de buchas de redução
• morsa
• cunha para retirar mandril, brocas e buchas de redução

Condições de uso
1. a máquina deve estar limpa
2. o mandril em bom estado
3. broca bem presa e centrada

Observação: Lubrificação periódica com lubrificante próprio.

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Parafusadeiras

São equipamentos muito similares à furadeiras. A função delas é de se fixar em um parafuso e


prendê-lo com maior facilidade, seja por requerer menos força do que um equipamento manual ou
apenas por realizar isto mais rápido.
É possível encontrar equipamentos que possuem as duas funcionalidades – furadeira e parafusa-
deira – já que os dois trabalham com motores rotativos.

Potência
Parafusadeiras tem a sua potência medida em volts (V). Então quanto maior a voltagem, maior a
capacidade do equipamento. Analisando esta característica já conseguimos descobrir os dois tipos
de ferramentas que existem no mercado:

Parafusadeiras Simples – 3,6v até 4v


Servem para o dia-a-dia e conseguem parafusar objetos pequenos. Não serve para parafusar em
materiais rígidos.

Parafusadeiras de Impacto – 10v ou mais.

Funcionam muito bem para parafusos grandes e danificados. Muito utilizado para grandes
construções.

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Torque
O poder de rotação das parafusadeiras é conhecido como torque, e a necessidade dele varia
conforme o tamanho do parafuso e o material do local a ser parafusado. Uma parafusadeira
com baixos níveis de torque é adequada para as tarefas caseiras do dia a dia. Você pode
encontrar este tipo de parafusadeiras com até 3Nm de torque.
Parafusadeiras de impacto, por sua vez, tem mais de 30Nm de torque, chegando à mais de
50Nm em alguns casos. É importante que em equipamentos de maior força existam regulado-
res de força para diversos tipos de serviço, já que ninguém quer acabar espanando um parafu-
so.

Bloqueio de giro
Para tarefas que necessitam de mais precisão, o mecanismo da parafusadeira deve ser capaz
de ser travado para que seja possível realizar o giro manualmente. Girar manualmente um
parafuso pode não ser tão agradável, mas ajuda bastante a fazer um ajuste fino.

Giro reverso
O giro reverso é uma das funcionalidades mais importantes de uma parafusadeira, já que a
remoção dos parafusos é outra parte fundamental para qualquer tipo de trabalho a ser realiza-
do.

Luz integrada
Algumas parafusadeiras possuem luzes LED equipadas em sua ponta para que você consiga
enxergar o encaixe em lugares de difícil visão.

Fonte disponível em 14/12/2018: guiadeferramentas.com.br/qual-a-melhor-parafusadeira/

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Serra Tico-Tico
Serra tico-tico é um tipo de ferramenta elétrica que, efetuando movimentos de vaivém com
pequenas serras, proporciona ao utilizador condições de realizar cortes detalhados e em curva.
Pode ser de bancada (fixa) ou manual (livre) e cortar materiais diversos como madeira, plástico
ou metais (alumínio, chapas de aço, etc.).

Faz, assim como outras ferramentas, o trabalho que em marcenaria chama-se recortar -
significando dar ao objeto trabalhado contornos complicados.

Serras deste tipo são geralmente usadas para o corte de lâminas de pequena espessura;
marcas mais potentes, contudo, podem permitir um trabalho em materiais mais grossos. O
corte, contudo, não é muito preciso e com limitação na curva. Usada geralmente para o corte
de compensados e tábuas de madeira, numa espessura máxima de 65 mm.; para metais
usam-se lâminas de serra especiais

Serras tico-tico de bancada permitem ampliar o uso e a precisão da ferramenta, com incremen-
tação das aberturas para a lâmina, inclinação do ângulo de corte e/ou corte de pedaços de
madeira, por exemplo, com maior largura e formato diverso do de placas.

Para começar seu uso deve-se, primeiramente, abrir um furo na peça a ser trabalhada - que é onde
será introduzida a lâmina (serra), cujo diâmetro deve ser suficiente para permitir a introdução da
serra

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Características

Potência do motor
Existem dois tipos de serras tico tico no mercado: as ferramentas com fio e as sem fio. Estes dois
tipos possuem diferentes velocidades do motor que variam de aproximadamente 400 e 700w-7
Amp ou 18-20V (Watts é para os modelos com fio, Volt é para sem fio).
Quanto mais potente o motor é, mais fácil é de se cortar e trabalhar em materiais duros.
Com isso dito, uma potência média do motor de cerca de 5 amperes ou 18V será suficiente para a
maioria dos usuários (a menos que você esteja envolvido em alguns projetos realmente pesados).
Embora a potência do motor seja um fator importante, o que é mais importante será a presença e a
qualidade de outras características como velocidade variável, ajustes orbitais, configurações de
bisel, etc

Velocidade
Ao contrário da maioria das outras ferramentas, a velocidade de uma serra tico-tico é expressa em
termos de golpes por minuto (GPM), em vez de RPM. A maioria dos modelos no mercado, terá uma
velocidade máxima de 3000 GPM (que será mais do que suficiente para quase todo o projeto).
O que é mais importante aqui é a presença e o número de configurações de velocidade variável. A
maioria dos modelos avançados irá fornecer algo entre 4 e 7 de velocidades de configurações que
oferecem ao utilizador uma grande flexibilidade e precisão.
Cortes profundos em madeiras densas exigem alta velocidade, enquanto cortes em aço pedem
velocidades mais lentas.

Ajustes orbitais
Ajustes orbitais são uma parte importante de uma serra de qualidade. Como a serra tico tico tem
como padrão se mover apenas para cima e para baixo, é difícil fazer cortes que não sejam de
angulo reto. Com os ajustes orbitais, é possível o angulo da serra, para trás e para os lados.
Uma vez que diferentes tipos de cortes em diferentes tipos de materiais requerem diferentes graus
de órbita, serras decentes têm uma alavanca de seleção para que você escolha a quantidade de
órbita desejada.

Cortes chanfrados
A maioria das serras permitem a serra para ser inclinado para cortes chanfrados. Normalmente,
soltando um único parafuso permite que a base para inclinar até 45 ° em qualquer direção.
Enquanto muitas serras fornecem uma chave Allen para os ajustes de base, alguns modelos fazem
ainda melhor: eles fornecem uma alavanca interna que afrouxa e aperta a base para permitir a
inclinação, sem a necessidade de nenhuma chave.

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Lâminas
A facilidade de remover / trocar as lâminas é um fator de extrema importância.
Para tornar a troca da lâmina mais rápida e menos tediosa, os melhores equipamentos incorporam
uma espécie de trava de mudança rápida, eliminando a necessidade de qualquer outra ferramenta
para realizar a troca.
Tudo que você tem que fazer para mudar as lâminas em tais modelos avançados será simplesmen-
te pressionar ou puxar uma alavanca localizado na extremidade do próprio portador da lâmina.

Lâmpadas
Diversas marcas veem acoplando lâmpadas de LED em seus equipamentos recentemente. Eu
particularmente adorei a ideia, e sempre que necessário tento adquirir uma ferramenta com tal
funcionalidade.
No caso de serras tico tico, não é diferente. Ver a linha de corte pode ser um problema na maioria
dos casos, e em alguns lugares escuros realizamos o corte quase às cegas.

Fonte disponível em 14/12/2018: http://guiadeferramentas.com.br/serra-tico-tico/

Esmerilhadeira

É uma máquina ferramenta usada para esmerilhar (lixar) e dar acabamentos em peças de aço
como estruturas metálicas e peças de carros. Normalmente é usada em oficinas de lanterna-
gem (reformas de latarias em geral) e industrias.

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A tarefa mais comum de se realizar é o desbaste de rebarbas produzidas na solda de metal.


Com isso, é possível dar um acabamento liso e plano para qualquer tipo de solda realizada.

Corte
Existem vários tipos de discos que se adaptam a cada tipo de superfície e que o tornam capa
de cortar pedra, metal ou concreto. Discos com borda de diamante são os mais fortes e
servem para trabalhos pesados. A empunhadura lateral é de extrema importância nesse tipo
de utilização pois aumenta a força e a precisão.

Polir
Com o disco certo equipado, é possível também lustrar metal. Você pode ajustar o seu equi-
pamento com escovas de aço para remover ferrugem e corrosão.

Lixar
Com uma lixa em anexo, uma esmerilhadeira pode se tornar uma máquina de lixar muito eficaz
em materiais de madeira. Os melhores resultados são obtidos usando o disco com grão
abrasivo adequado. Como regra geral, você vai querer começar com moagem mais grossa ou
grãos de lixa para remoção de grandes defeitos ou manchas ásperas, então trabalhar com
grãos mais finos até que você consiga que a peça esteja tão lisa quanto o necessário e com a
qualidade que você deseja.

Velocidade de giro sem carga


A velocidade do disco é importante já que ela deverá estar girando antes do corte começar.
Esmerilhadoras com menor giro sem carga são usualmente mais silenciosas do que as com
maior giro. Outro ponto importante é que elas não produzem tanto calor, desgastando menos o
equipamento. Se você precisa utilizar o equipamento em diversas superfícies, é melhor optar
por um equipamento com regulagem de velocidade. Neste caso, 2000 RPM para polimento de
metais e altas velocidades na região de 5000-7000 para o corte de materiais duros são os mais
indicados.

Soft Start
Esta é uma característica da maioria das máquinas de maior porte, torna a máquina mais fácil
de manusear no arranque. Isso também impede que a ferramenta acabe por torcer no arran-
que. Note que você deve esperar o motor obter a velocidade máxima antes de aplicar o disco
para o trabalho.

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Proteção Ajustável
A proteção ajustável é essencial quando se usa uma esmerilhadeira. Ele está presente em
grande parte dos equipamentos e serve para protegê-lo de faíscas e detritos que podem ser
arremessados no usuário.

Alça Anti-Vibração
Isso fará com que a máquina mais confortável de usar por longos períodos e para ajudar a
reduzir a fadiga e aumentar o controle e manobrabilidade.

Potência
Discos maiores requerem mais energia. Se você precisa fazer trabalhos mais pesados, opte
por equipamentos com mais potência.

Tamanho do Disco
Os tamanhos de disco mais comuns disponíveis são 4-1/2 polegadas (115 milímetros), 5
polegadas (125 milímetros) de 6 polegadas (150 mm), 7 polegadas (180 milímetros), de 9
polegadas (230 milímetros). Tamanhos maiores são melhores para superfícies maiores e maior
profundidade de cortes. Esmerilhadoras Pequenas variam de 4polegadas e meia até 6 polega-
das, enquanto as esmerilhadoras grandes tem tamanho entre 7 e 9 polegadas.

Punho Lateral Ajustável


Isso faz com que a máquina seja utilizável por um destro ou canhoto. Quanto mais opções de
regulagem disponíveis, o mais versátil da máquina se tornará, possibilitando que você também
alcance locais de ângulo difícil.

Fonte: Disponível em 14/12/2018 http://guiadeferramentas.com.br/esmerilhadeira/

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Soprador Térmico

O Soprador Térmico é uma ferramenta bastante versátil e tem como função liberar ar quente
através do aquecimento gerado por uma resistência elétrica interna, que expele o ar pelo bocal
frontal da pistola.
No Soprador Térmico a temperatura é ajustável, podendo variar de 300 a 600 graus Celsius,
fato que demostra que esta ferramenta exige atenção extra ao ser manuseada, além da
utilização de EPIs adequados.

Aplicações
Cada vez mais o Soprador Térmico está sendo utilizado em diversos segmentos do mercado,
devido a sua vasta gama de aplicabilidade.

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Veja algumas abaixo:

 Aplicação de termoencolhíveis, remoção de circuitos integrados e peças eletrônicas


soldadas, como por exemplo, no setor Eletroeletrônico e na manutenção de equipa-
mentos;
 Secagem de pinturas automotivas e aplicação de insulfim;
 Remoção de tintas em móveis, janelas, portas, além de remover cola;
 Trabalhos com plástico e artesanato: moldagem, soldagem, vulcanização de lona plás-
tica;
 Colagem e remoção de adesivos;
 Moldagem de canos de PVC e pré-aquecimento de peças metálicas;
 Descongelamento de tubulações, canos e máquinas;
 Derreter estranho para soldas de superfícies,
 Utilizada em serigrafia;

Cuidados ao Manusear
Primeiramente, nunca esqueça de utilizar os EPIs. Esta é uma ferramenta perigosa, capaz de
chegar a temperaturas bastante elevadas e causar danos graves.

Nunca utilize o soprador térmico próximo a líquidos inflamáveis ou ambientes explosivos, assim
como nunca interrompa o fluxo de ar quente e mantenha as entradas de ar fresco sempre
limpas e livres de interrupções.

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Jamais encoste no tubo metálico durante seu uso. Antes disso, espere o equipamento esfriar
por pelo menos 20 minutos ou até chegar a temperatura ambiente. Após isso, você pode
manuseá-lo e guarda-lo corretamente.

Evite utilizar o Soprador Térmico em condições de umidade ou em locais de concentração de


água. Além disso, vale lembrar que o alto grau de potência dos sopradores térmicos já indica
que são ferramentas que consomem muita energia. Dessa forma, utilize-o com responsabilida-
de para evitar gastos desnecessários.

Fonte: Disponível em 14/12/2018 http://conectafg.com.br/tudo-sobre-soprador-termico/

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Dispositivos para Movimentação de Carga

A estocagem da matéria-prima, o processo de fabricação, o transporte e a montagem


dos produtos envolvem sempre uma grande movimentação de carga.
Essa movimentação é quase sempre dificultada pelo grande tamanho e peso dos
produtos e pelos seus formatos irregulares.

Para transportar essas cargas mais racional e economicamente, a indústria conta uma
série de aparelhos, máquinas, acessórios e utensílios aqui denominados elementos de
deslocação.

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Os elementos de deslocação necessitam de uma série de elementos de fixação para


que possam realizar os trabalhos.

Os produtos e equipamentos exigem uma intensa e dificultosa movimentação de


cargas. Fatores econômicos e de segurança obrigam à racionalização constante do
processo de movimentação dessas cargas.

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Macaco

Macaco mecânico
Existem vários tipos e modelos de macaco mecânico. Os mais usados ficam dentro dos
seguintes parâmetros: (figura abaixo)
 Capacidade: 1,5 até 20t;
 Altura: 400 até 800mm;
 Peso: 12 até 75kg;
 Curso: entre 190 e 350mm;
 Relação de força: geralmente 5kg para cada tonelada levantada;
 Diâmetro da rosca: entre 35 e 90mm;
 Movimentos: até 4 sentidos.

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Macaco hidráulico
Há dois tipos principais de macaco hidráulico: um tipo versátil e de pouca capacidade
de levantamento de carga, e outro pouco versátil, mas de grande capacidade de
levantamento de carga.

Talha

As talhas, devido ao seu largo uso no levantamento e deslocamento de carga, são


fabricadas em diversos modelos para proporcionarem versatilidade.

Talha simples manual


Os elementos básicos da talha são polias e a corda.

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As talhas comuns possuem travamento automático em todas as posições.

A força Z para o levantamento de cargas é calculada em função do fator f e da força-


peso Q.

Números de roldanas Fator f


2 0,54
3 0,37
4 0,28
5 0,23
6 0,20
7 0,17
8 0,15

Exemplo
Qual a força para levantar a carga de 24000N (= 2,4t), com uma talha simples de 6
roldanas, e quantas pessoas são necessárias ?

Cada pessoa suporta  700N


Z = 0,20 . 24000N
Z = 4800N (unidade antiga = 0,48t)
4800N
x=
700N
x = 7 pessoas

Talha manual de trole


 Capacidade: até 20000N (= 2t)
 Elevação: motorizada
 Translação: manual

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Talha elétrica de corrente


 Tipo: estacionária (fixa por parafusos ou
ganchos);
 Acionamento: motor de elevação acionado
por botoeira;
 Motor de elevação: com rotor e freios cônicos
que dispensam regulagem posterior;
 Proteção: contra sobrecarga e limitação de
curso alta e baixa.

Talha elétrica de trole


 Capacidade: modelo comum até 2t:
 Elevação: motorizada com proteção de
sobrecarga;
 Translação: motorizada com proteção de
fim de curso;
 Elementos de içamento: Cabo de Aço.

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As talhas elétricas de trole apresentam várias alternativas de construção, dependendo


do fabricante e dos modelos oferecidos. Normalmente as características e dimensões
para as talhas com capacidade entre uma e quarenta toneladas ficam dentro de
parâmetros conforme a figura a seguir.

Dimensões
Dimensões A B C D E F G H
Talha para 10kN medida em mm 945 260 685 415 430 260 850 130
Talha para 400kN medida em mm 2490 700 1790 1310 640 650 1850 300
Cargas
Talha Trole
Capacidade Altura máxima Número de
Velocidade Potência do Velocidade Potência do Peso Kg Viga 
kN de elevação cabos
m/min motor cv m/min motor cv
10 25 12,67 4 12 0,5 2 250 6”
20 25 12,67 4 12 0,5 2 280 6”
30 25 9,2 7,5 16 1 3 300 8”
40 25 9,2 7,5 16 1 2 300 8”
50 25 9,2 10 16 2 2 500 8”
60 25 8,7 15 16 2 3 500 12”
80 25 7,9 20 16 2 4 550 12”
100 17 6,5 20 16 4 4 550 12”
130 17 5,26 20 16 4 4 950 12”
160 12 3,9 20 16 4 4 1050 12”
200 8 3,5 20 16 5 6 1100 12”
240 8 2,63 20 16 5 6 1500 12”
320 6 1,97 20 16 2x4 8 1600 15”
400 5 1,57 20 16 2x4 10 1900 15”

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Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Como há diversos tipos de talhas no mercado, devem-se considerar para uma escolha
correta:
 Peso das cargas que deverão ser movimentadas nas suas instalações;
 Altura de elevação da carga;
 Altura que será suspensa a talha;
 Velocidade de elevação requerida;
 Movimentação da carga – vertical ou também horizontal;
 Energia elétrica disponível;
 Condições de operação da talha (carga máxima, estado de solicitação,
funcionamento, etc).

Ponte rolante

A ponte rolante tem seus movimentos longitudinal, transversal e vertical motorizados.


Dependendo de seu tamanho e potência, tem os seus movimentos comandados por
um operador na cabina, ou por botoeira ao nível do piso.

O movimento longitudinal esquerdo ou direito é feito pelas rodas sobre os trilhos. O


transversal esquerdo ou direito é feito pelo carro sobre a ponte. O vertical ascendente
ou descendente é feito pelo enrolamento ou desenrolamento do cabo de aço ou
corrente.

A – movimento transversal
B – movimento longitudinal
C – movimento vertical

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Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Os tipos de pontes rolantes variam em função dos fabricantes e são grandes opções
oferecidas. De forma geral, as pequenas têm uma potência de carga até 30000N (3t) e
as grandes podem chegar até 1200000N (120t).

As pontes rolantes podem ser montadas em pequenos vãos, de aproximadamente 8m,


até em grandes vãos que chegam a 30m.

Convencionou-se dividir as pontes em grupos, em função da capacidade de carga. O


grupo leve engloba as pontes de 30000 a 150000N (3 a 15t); o grupo médio, as de
200000 a 500000N )20 a 50t) e o grupo pesado, as de 500000 a 1200000N (50 a 120t).

Os grupos médios e pesados são equipados com gancho auxiliar no carro, que permite
maior versatilidade no levantamento da carga.

SENAI 31
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Pórtico e semipórtico

Pórticos e semipórticos são equipamentos de uma ou duas vigas, com ou sem trave
em balanço.

Possuem comando desde o piso, por botoeiras ou cabina, podendo esta ser fixa na
viga ou móvel junto ao carro.

As velocidades de elevação e translação são de acordo com as necessidades. Sua


capacidade de carga chega atingir 800kN e seu vão chega atingir 40m.

O pórtico, devido a seu tipo de construção, não precisa de nenhum apoio como o
semipórtico, para ser montado, por isso é a solução ideal para o transporte de materiais
em espaços livres ou em prédios que não foram dimensionados para este fim.

O pórtico ou semipórtico deslocam-se longitudinalmente sobre trilhos, à esquerda ou à


direita. Transversalmente, à esquerda ou à direita, sobre a ponte e, verticalmente,
ascendente ou descendente, através do enrolamento dos cabos de aço.

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Guindaste

Guindaste é um equipamento de elevação e transporte de carga, fabricado para várias


aplicações.

Tipos de guindastes

Tipos de guindastes (continua)

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A 700 800 900 1000


B 1850 2000 2150 2300
C 2325 2550 2795 3015
D 671 745 818 890
Dimensão (mm)
E 847 925 1024 1140
F 867,5 990 1125 1260
G 1234 1390 1570 1769
H 250 290 357 423
Capacidade (kN) 5 10 20 30
Subida de carga para cada giro da manivela
18 17,5 16,5 16
Esforço (mm)
Esforço na manivela (rendimento 70%) (N) 80 120 210 280
Peso (kg) 162 210 325 475

Tipos de guindastes (conclusão)

34 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Capacidade kN d (mm) e (mm)


2,5 1500 1750 2000 2500 1315 1460 1600 1890
5 1500 1750 2000 2500 1315 1460 1600 1890
7,5 1500 1750 2000 2500 1315 1460 1600 1890
10 1500 1750 2000 2500 1315 1460 1600 1890
15 1500 1750 2000 2500 1430 1570 1715 2005
20 1500 1750 2000 2500 1430 1570 1715 2005
Capacidade kN f (mín) (mm) Peso (mín) (kg)
2,5 360 360 360 360 110 115 125 140
5 420 420 420 420 110 115 125 140
7,5 440 440 440 440 115 120 130 145
10 480 480 480 480 120 125 135 150
15 640 640 640 640 175 185 190 215
20 700 700 700 700 180 190 205 220

Observação
Em comparação com a ponte rolante e com o pórtico rolante, a carga máxima
suportada pelo guindaste é menor, por causa do braço livre.
Corrente

SENAI 35
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

As correntes são importantes elementos de elevação de cargas.

Tabela: Corrente de aço redondo de elo curto soldado


Características:
 Boa flexibilidade;
 Preço baixo;
 Alta resistência mecânica;
 Necessidade de pequenos diâmetros
das polias;
 Pouca elasticidade
 Peso elevado;
 Sensibilidade e choque e a sobrecarga;
 Vida útil limitada.
Carga de trabalho
Dimensões Peso por
Classe
metro
D B A BC AC AL
mm polegada mm mm kN kN kN kg
9,5 3/8 46 31 8,5 14 17 2,0
12,7 1/2 62 44 15 25 30 3,6
15,9 5/8 77 54 24 39 47 5,7
19,0 3/4 96 67 34 56 68 8,1
22,2 7/8 110 77 46 77 92 11,0
25,4 1 125 87 60 101 121 14,4
28,6 1 1/8 134 94 77 - - 18,7
31,8 1 1/4 158 112 95 - - 22,6
34,9 1 3/8 173 122 114 - - 27,3
38,1 1 1/2 187 132 136 - - 32,7
44,4 1 3/4 216 152 185 - - 44,6
50,8 2 245 172 243 - - 58,3

36 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Veja a seguir tabela de perda em função de posição de içamento da carga.

Tabela: Carga em função do ângulo entre as duas pernas das correntes de aço
Diâmetro nominal 100% com carga 90% com carga a 70% com carga a 50% com carga a
do elo perpendicular 45º 90º 120º

P (kN) P (kN) P (kN) P (kN)


7 3,7 3,3 2,6 1,9
8 5,4 4,9 3,8 2,7
9 7,6 6,8 5,3 3,8
10 9,4 8,4 6,6 4,7
11 11,4 10,3 8 5,7
12 13,5 12,2 9,5 6,8
13 15,9 14,3 11,1 7,9
14 18,5 16,6 12,9 9,3
15 21,2 19 14,8 10,6
16 25 22,5 17,5 12,5
17 27,3 24,5 19,1 13,7
18 30,6 27,6 21,4 15,3
19 34,1 30,7 23,9 17,1
21 41,6 37,4 28,2 20,8
22 45,7 41,1 32 22,8
23 50 45 35 25
24 54,4 49 38,1 27,7
25 59 53,1 41,3 29,5
26 63,9 57,5 44,6 31,9
27 68,9 62 48,3 34,4
28 75 67,5 52,5 37,5
30 85 76,5 59,5 42,5
32 100 90 70 50
33 102,9 92,5 72,1 51,4
34 109,2 98,4 76,5 54,6
35 115,7 104 81 57,8
36 122,4 110 85,8 61,2
37 129,3 116,5 90,8 64,4
38 136,4 123 95,7 68,2
40 151,1 136,1 106 75,5
48 217,6 195,7 152 108,8
52 255,4 230 178,9 127,7

SENAI 37
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

O coeficiente de segurança para correntes é normalmente quatro.


Exemplo: diâmetro do elo 10mm
carga de trabalho 9,4kN
carga de ruptura 9,4kN . 4 = 37,6kN

Cabo de aço

O cabo de aço é formado por vários cabos menores chamados pernas, torcidos sobre
um núcleo chamado alma.

A alma pode ser de fibra ou de aço. A alma de aço pode ser formada por uma perna ou
por cabo independente. Um cabo com alma de aço apresenta um aumento de 7,5% na
resistência à tração e de 10% no peso por metro, em relação a um cabo com alma de
fibra de mesma bitola e construção.

38 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

A torção do cabo pode ser regular ou longa, à esquerda ou à direita.

No cabo de torção regular, os fios de cada perna são torcidos no sentido oposto ao das
próprias pernas, e no cabo de torção longa, no mesmo sentido das pernas.

Com isso, a torção longa aumenta a resistência à abrasão e à flexibilidade do cabo, e a


torção regular confere-lhe maior estabilidade.

Cargas e fatores de segurança

A carga de um cabo de uso geral, especialmente quando ele é movimentado, não


deve, via de regra, exceder a um quinto de sua carga de ruptura efetiva.

Aplicação Fatores de segurança


Cabo e cordoalha estática 3a4
Cabo para tração no sentido horizontal 4a5
Guincho 5
Pá, guindaste, escavadeira 5
Ponte rolante 6a8
Talha elétrica e outras 7
Laço (sling) 5a6
Elevador de baixa velocidade 8 a 10
Elevador de alta velocidade 10 a 12

SENAI 39
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

A carga de ruptura de um cabo diminui aproximadamente 10% ao se fazer um laço


(sling).

Tabela: Carga em função do ângulo entre as pernas dos cabos de aço


100% com 90% 70% 50%
carga a 0º com carga a 45º com carga a 90º com carga a 120º

Diâmetro do cabo
(mm)

P (kN) P (kN) P (kN) P (kN)


10 5,3 4,8 3,7 2,7
12 8,2 7,5 5,7 4
14 10 9 7 5
16 12 10,8 8,4 6
18 15 13,5 10,5 7,5
20 20 18 14 10
22 24 21,5 16 12
24 32 28,5 22,5 16
26 40 36 28 20
28 50 45 35 25
30 60 54 42 30
33 72 65 50,5 36
35 80 72 56 40
38 95 86 66,5 47
40 105 95 73,5 52
45 120 108 84 60
50 140 126 98 70

Escolha da composição de um cabo de aço

A flexibilidade de um cabo está em proporção inversa ao diâmetro de seus arames


exteriores, e a resistência à abrasão é diretamente proporcional a esse diâmetro.

Assim, deve-se escolher uma composição com arames finos, quando prevalece nas
solicitações de trabalho o esforço à fadiga de dobramento, e uma composição de
arames exteriores mais grossos, quando as condições de trabalho exigem grande
resistência à abrasão.

40 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Os cabos de aço necessitam de acessórios para prenderem tecnicamente suas


extremidades, evitando seu desfiamento e conseqüente rompimento.

Dimensões
Diâmetro do cabo Peso por peça
A B C D
mm polegada mm mm mm mm kg
9,5 3/8 54 29 11,1 2,8 0,13
12,7 1/2 70 38 14,3 3,6 0,25
15,9 5/8 90 45 17,5 4,4 0,44
19,0 3/4 105 51 20,6 5,6 0,72
22,2 7/8 123 57 23,8 5,6 1,05
25,4 1 135 64 27,0 6,4 1,45
31,8 1 1/4 155 73 34,9 6,4 2,30
38,1 1 1/2 185 90 41,3 12,7 5,50
44,4 1 3/4 229 114 47,6 12,7 9,80
50,8 2 305 152 54,0 12,7 12,70
63,5 2 1/2 330 170 67,0 15,9 22,00
Dimensões das sapatilhas mais usadas

Uniões roscadas

SENAI 41
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Uniões cunhadas

Cordas de cânhamo

Vantagens em relação ao cabo de aço:


 Peso menor;
 Preço menor;
 Facilidade para nós e laçadas.

Desvantagens em relação ao cabo de aço:


 Sensível ao atrito;
 Sensível à umidade;
 Aceita menor carga de trabalho.

A carga permitida para uma corda nova de cânhamo de diâmetro d, em centímetro,


pode ser calculada aproximadamente pela seguinte fórmula:

Q 700 . d2 N

Onde Q é apresentado em N e d2, em cm2. O valor numérico 700 tem como unidade
N/cm2.

A fórmula já inclui um fator 7 a 8 de segurança contra ruptura.

Exemplo
Calcular a carga máxima para uma corda de cânhamo nova de 20mm de diâmetro.
Q 700N/cm2 . d2
Q 700N/cm2 . (2cm)2
Q 700N/cm2 . 4cm2
Q 2800N

42 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Está incluído no cálculo o fator de segurança para a eventualidade de um solavanco


brusco ou envelhecimento da corda.

A corda de cânhamo, assim com a corrente e o cabo de aço, tem sua resistência à
carga alterada em função da sua posição no instante do içamento. A tabela a seguir
demonstra a perda em relação à inclinação.

Tabela: Carga máxima permitida N


100% 90% 70% 50%
com carga a com carga a com carga a com carga a
0º 45º 90º 120º
Diâmetro das
corda (mm)

P (kN) P (kN) P (kN) P (kN)


16 2 1,8 1,4 1
20 3 2,7 2,1 1,5
26 5 4,5 3,5 2,5
29 6 5,4 4,2 3
36 10 9 7 5
39 12 10,8 8,4 6
46 16 14,4 11,2 8
52 21 19 14,5 10
60 24 21,6 17 12
70 28 25 20 14
80 33 30 23 16

SENAI 43
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Gancho

Existem vários tipos de ganchos que variam em função da sua utilização. É importante
conhecer sua função, dimensões principais e capacidade de carga.

Gancho olhal

Características:
 Usado para facilitar a ajustagem de corrente ou linga;
 Fabricação em aço forjado de alta resistência;
 Coeficiente de segurança quatro ;
 A classe varia em função do material e do tratamento térmico;
 Admite também a trava de segurança.

Carga de
Dimensões
Corrente trabalho classe Peso por peça
A B C BC AC
mm polegada mm mm mm kN kN kg
6,3 1/4 13 50 9 4 6 0,15
7,9 5/16 14 57 11 6 9 0,2
9,5 3/8 17 65 13 9 14 0,4
12,7 1/2 22 86 17 15 25 0,8
15,9 5/8 27 104 20 24 39 1,5
19,0 3/4 35 131 24 34 56 2,7
22,2 7/8 40 150 27 46 77 4,2
25,4 1 46 171 30 60 101 6,3

44 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Gancho giratório

Características:
 Usado para manter a corrente ou o
cabo de aço sempre distorcidos;
 Fabricado em aço forjado de alta
resistência;
 Coeficiente de segurança quatro;
 Admite também trava de segurança

Carga de trabalho
Dimensões
Classe Peso por peça
D A B C E BC AC
mm polegada mm mm mm mm kN kN kg
9,5 3/8 138 30 23 21 5 7 0,5
12,7 1/2 165 32 27 23 7 10 0,7
15,9 5/8 183 34 32 27 17 25 1,1
19,0 3/4 210 36 36 30 25 40 1,4
22,2 7/8 250 38 41 34 40 55 3,0
25,4 1 300 47 50 47 47 68 5,3
28,6 1 1/8 360 60 55 55 55 80 7,4
31,8 1 1/4 405 64 66 65 68 100 11,4
38,1 1 1/2 460 70 75 78 80 120 19,0

Carga
5 10 15 20 30 40 50 75 100 120 150 200 300
kN
A 56 60 68 80 87 96 104 124 134 158 170 200 242
B 4 4 5 5 11 13 15 17 17 21 23 25 30
C 16 14 17 18 21 24 26 33 38 42 48 54 60
D 32 37 43 38 52 58 63 76 83 102 113 125 175
E 91 100 112 117 123 138 150 196 200 255 285 320 335
F 30 35 38 43 50 52 53 65 70 83 90 120 120

SENAI 45
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Gancho de haste

Características:
 Usado em guindaste, moitões, talhas, etc;
 Fabricado em aço de alta resistência;
 Coeficiente de segurança quatro;
 Admite também trava de segurança.

Carga de trabalho
Dimensões Peso por peça
Classe
A B C D E F G H AC AL kg
mm mm Mm mm mm mm mm mm kN kN kg
15 50 17 57 25 14 19 20 8 10 0,3
17 57 19 64 26 15 21 23 10 15 0,4
18 63 22 68 28 19 25 29 15 20 0,6
22 69 25 77 31 21 28 33 20 30 0,9
29 82 31 96 38 28 36 41 30 45 1,7
36 95 39 120 47 34 46 52 50 70 3,2
43 107 49 149 57 41 57 66 75 110 5,8
47 114 55 163 63 49 65 74 100 150 8,2
57 140 67 280 86 61 76 89 150 220 14,5

46 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Gancho garfo

Características:
 Usado para facilitar o engate em
corrente, elo ou argola;
 Fabricado em aço de alta
resistência;
 Coeficiente de segurança quatro.

Carga de Carga de Dimensões em mm


Bitola Peso/Peça
trabalho série CN trabalho série
(corrente) kg
em kN CN em kN A B C D
1/4 11,7 16,2 11 51 8 9,6 0,160
5/16 17,5 24,3 12 60 11 11,1 0,290
3/8 24,3 33,7 15 71 12 11,9 0,450
7/16 32,4 45 16 78 14 14,3 0,590
1/2 41,4 57,35 19 89 16 15,9 0,930
5/8 57,3 85,5 23 114 20 19,1 2,000
3/4 83,2 121,5 24 128 24 22,3 3,250

Gancho corrediço

Características:
 Usado para amarração de carga
por laçada;
 Fabricado em aço forjado de alta
resistência.

Carga de Dimensões
Cabo de aço Diâmetro A B E L
trabalho Peso/Peça kg
mm polegada kN mm mm mm mm
9,5 3/8 11 53 16 16 110 0,4
12,7 1/2 14 57 19 21 126 0,6
15,9 5/8 22 78 23 24 159 1,4
19,0 3/4 36 85 29 30 190 2,4
22,2 a 25,4 7/8 a 1 67 115 51 42 237 7,5
28,6 a 31,8 1 1/8 a 1 1/4 104 143 58 44 296 12,0
34,9 a 38,1 1 3/8 a 1 1/2 135 175 70 56 367 19,0

SENAI 47
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Parafuso e porca olhal de suspensão

Características:
 São usados para transporte de motores elétricos, redutores, máquinas e
equipamentos pesados.
 São fabricados em aço forjado de alta resistência.

Bitola Dimensões em mm Peso/Peça

milímetro polegada A B C D E F G kg

M8 . 1,25 5/16 . 18 36 20 10,5  0,5 20 8 46 15 + 2 0,057 0,95 1,4


M10 . 1,5 3/8 . 16 45 25 11,5  0,5 25 10 55 18 + 2 0,107 1,7 2,3
M12 . 1,75 1/2 . 13 54 30 13,5  0,5 30 12 68 22 + 2 0,180 2,4 3,4
M16 . 2 5/8 . 11 63 35 17,5  0,5 35 14 81 28 + 3 0,280 5 7
M20 . 2,5 3/4 . 10 72 40 24,5  1 40 16 90 30 + 3 0,444 8,3 12
M24 . 3 1.8 90 50 27  1 50 20 113 38 + 3 0,735 1,7 18
M30 . 3,5 1 1/4 . 7 108 60 34  1 65 24 136 45 + 4 1,660 26 36
M36 . 4 1 1/2 . 6 126 70 40  1 75 28 162 55 + 4 2,650 37 51
M42 . 4,5 1 3/4 . 5 144 80 46  1 85 32 195 65 + 4 4,030 50 70
M48 . 5 2 . 4,5 166 90 53  1 100 38 206 70 + 5 6,380 61 86
M56 . 5,5 2 1/2 . 4 184 100 60  1 110 42 230 80 + 5 8,800 83 115
M64 . 6 2 1/4 . 4 206 110 66  1 120 48 256 90 + 5 12,400 110 160
M72 . 6 2 3/4 . 3,5 260 140 76  1 150 60 315 105 + 8 23,300 150 210
M80 . 6 3 . 3,5 296 160 80  1 170 68 363 120 + 8 34,200 200 280
M100 4.3 330 180 106 1 190 75 402 130 + 8 49,100 270 380

48 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Soquete e terminal

O soquete é usado para ligações rápidas e seguras dos cabos de aço.

Ligação rápida

Soquete fêmea Soquete macho


Diâmetro do Peso/peça Peso/peça
A C D F J L N A C D F
cabo Kg kg

1/4 109 17 17,4 7,9 51 39 8 0,405 108 36 20 7,9 0,255

5/16 a 3/8 117 20 20,6 11,1 51 44 11 0,495 117 43 24 11,1 0,360

7/16 a 1/2 141 25 25,4 14,3 63 51 12 1,035 139 51 28 14,3 0,675

9/16 a 5/8 171 31 30,1 17,4 76 63 14 1,710 162 66 35 17,4 1,350

3/4 201 38 34,9 20,6 89 76 16 2,700 193 76 41 20,6 2,000

7/8 235 44 41,2 24,6 101 89 19 4,500 225 92 47 24,6 3,150

1 268 51 50,8 28,5 114 101 22 6,975 254 104 57 28,5 4,950

1 1/8 300 57 57,1 31,7 127 114 25 9,900 282 114 63 31,7 7,200

1 1/4 a 1 3/8 335 63 63,5 38,1 139 127 28 14,400 312 127 70 38,1 9,900

1 1/2 384 76 69,8 41,2 152 162 30 20,700 358 136 79 41,3 12,600

1 5/8 412 76 76,2 44,4 165 165 33 24,750 390 146 82 44,4 16,200

1 3/4 a 1 7/8 463 89 88,9 50,8 190 178 39 38,250 444 171 89 50,8 26,100

2 a 2 1/8 546 101 95,2 57,1 216 228 46 56,250 501 193 96 57,1 36,000

2 1/42 3/8 597 114 107,9 63,5 228 254 54 74,250 549 216 108 63,5 47,250

2 1/22 5/8 679 127 120,0 69,8 266 279 57 108,000 638 241 142 69,8 67,500

2 3/42 7/8 730 136 127,0 76,2 292 292 60 137,250 685 254 152 76,2 101,250

3 776 146 133,0 82,5 317 304 64 166,500 730 279 165 82,5 121,500

Dimensões do soquete em função do diâmetro do cabo

O terminal cunha permite a ligação segura da ponta do cabo a um ponto fixo.

SENAI 49
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

A resistência de ambos é maior que a resistência do cabo de aço onde são utilizados.

Terminal

Argola, elo ou anel, anilha, tornel e anelão

Características:
 São usados como alça de levantamento em patolas, lingas de correntes e
 cabos de aço;
 São fabricados de aço de alta resistência mecânica.

Carga de trabalho
Dimensões Peso/Peça
Classe
D A BC AC Kg
mm polegada mm kN kN
12,7 1/2 64 5 8 0,24
15,9 5/8 76 10 16 0,5
19,0 3/4 102 14 24 0,9
22,2 7/8 102 17 28 1,2
25,4 1 102 26 42 1,6
28,6 1 1/8 114 30 50 2,3
31,8 1 1/4 127 34 56 3,1
38,1 1 1/2 152 48 78 5,4
44,4 1 3/4 178 72 117 8,6
50,8 2 203 102 168 2,7
57,2 2 1/4 229 154 256 18,1
63,5 2 1/2 254 231 384 24,8
69,9 2 3/4 305 285 474 35,4
76,2 3 325 336 564 5,2
82,6 3 1/4 360 394 661 58,4
88,9 3 1/2 400 456 766 75,0

50 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Carga de trabalho
Dimensões
Classe Peso/Peça
D A B BC AC Kg
mm polegada mm mm kN kN
12,7 1/2 64 127 10 16 0,36
19,0 3/4 70 140 17 28 1,0
25,4 1 89 178 30 50 2,2
31,8 1 1/4 111 222 48 78 4,2
38,1 1 1/2 133 267 72 117 7,2
44,5 1 3/4 152 305 102 168 11,3
50,8 2 178 356 154 256 17,1
57,2 2 1/4 203 406 190 316 24,6
63,5 2 1/2 203 406 231 384 30,9
69,9 2 3/4 229 406 285 474 38,8
76,2 3 250 450 336 564 51,0

Bitola Carga de trabalho Dimensões em mm Peso/Peça


(corrente) kN A B C D E F Kg

SENAI 51
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

1/4” 15 7,8 52 44,5 6,5 21 22,8 0,100


3/8” 30 11,4 69 66,5 10,5 27 29,2 0,200
1/2” 50 14,7 84 79 13,5 35 35,2 0,500
5/8” 75 19,8 99 100 18,5 42 40,2 1,000
3/4” 105 22,6 123 113 21,5 47 50,7 1,800
7/8” 130 25,4 148 134 25,5 53 61,2 2,700
1” 175 27,4 164 154 30,5 64 66,7 3,500
1 1/4” 260 35 215 194 35,5 89 89,7 7,000

Dimensões Carga de
Peso/Peça
D A B trabalho
Kg
mm polegada mm mm kN
12,7 1/2 122 21 12 0,6
15,9 5/8 138 27 19 0,9
19,0 3/4 176 31 28 1,2
22,2 7/8 202 37 38 1,5
25,4 1 230 45 50 3,3
31,8 1 1/4 320 55 73 8,0
38,1 1 1/2 360 70 105 12,0
44,4 1 3/4 410 78 144 17,0
50,8 2 470 89 191 24,0

52 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Carga de
Dimensões em mm
Bitola D trabalho
A B C kN
3/4” 50 80 140 30
1” 70 100 180 50
1 1/2” 100 150 270 100
1 3/4” 120 180 300 150
2 1/4” 150 230 410 250

Manilha

Características:
 São usadas para unir correntes e cabos de aço;
 Normalmente são retas ou curvas (tipo âncora);
 São forjadas e tratadas termicamente;
 Possuem coeficiente de segurança quatro;

SENAI 53
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

a b c d e f Carga de trabalho
polegada mm mm mm mm mm mm kN
5/16 8 11 25 16 8 36 2,5
3/8 9,5 14 30 20 10 45 4
1/2 13 17 37 24 12 54 6,3
5/8 16 21 47 32 16 72 10
3/4 19 27 61 40 20 90 16
7/8 22 30 68 44 22 99 20
1 25 38 86 54 27 123 30
1 1/8 28,5 42 96 60 30 135 40
1 1/4 32 47 107 72 36 162 50
1/2 38 53 121 78 39 176 60
1 5/8 41 60 136 90 45 203 80
1 3/4 44 66 150 96 48 216 100
2 50 73 167 104 52 234 120
2 1/4 57 81 185 120 60 270 160
2 1/2 64 90 206 136 68 306 200
2 3/4 70 100 226 144 72 324 250
3 76 110 250 160 80 360 320

54 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Carga de trabalho
Dimensões
Classe peso/peça
D A B C E BC AC Kg
mm polegada mm mm mm mm kN kN
5,0 3/16 9 22 6,0 16 1,6 - 0,02
6,4 1/4 12 29 8,0 19 2,5 - 0,05
8,0 5/16 14 31 10,0 22 4 - 0,09
9,5 3/8 16 38 11,1 27 7 11 0,11
12,7 1/2 22 51 15,9 33 13 20 0,27
15,9 5/8 26 60 19,0 42 20 32 0,54
19,0 3/4 32 73 22,2 51 29 46 0,96
22,2 7/8 36 83 25,4 58 39 62 1,48
25,4 1 44 92 28,6 68 51 81 2,10
28,6 1 1/8 48 108 31,8 73 60 96 2,80
31,8 1 1/4 51 121 34,9 82 75 120 4,18
38,1 1 1/2 57 140 41,3 92 107 170 7,31
44,4 1 3/4 70 178 50,8 127 146 233 12,20
50,8 2 83 197 57,2 147 192 307 17,80
57,2 2 1/4 98 235 63,5 164 244 390 21,00
63,5 2 1/2 105 267 69,9 181 306 489 32,00
76,2 3 127 330 82,6 197 439 702 45,00
88,9 3 1/2 152 385 101,6 257 650 1000 103,00

Relação
Dimensão em polegada Carga de trabalho Peso por peça
kN Kg
3/4 120 1550

SENAI 55
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

7/8 240 2100

Linga

Características:
 São usadas para o levantamento de cargas
pesadas com uma ou até quatro peças;
 São de aço de alta resistência.

Carga de trabalho Peso aproximado por


Bitola da corrente
Classe metro
BC AC
mm Polegada Kg
kN kN
9,5 3/8 8,5 14 2,7
12,7 1/2 15 25 5,4
15,9 5/8 24 39 8,1
19,0 3/4 34 56 13,2
22,2 7/8 46 77 17,4
25,4 1 60 101 23,7
31,8 1 1/4 95 - 36,3

Cargas de Trabalho
45º 90º 120º Peso aproximado por metro
Bitola da corrente
Classe
BC AC BC AC BC AC
Kg
mm polegada kN kN kN kN kN kN
9,5 3/8 15 25 11 19 8 14 5,1
12,7 1/2 27 45 21 35 15 25 9,6
15,9 5/8 43 70 33 54 24 39 15,3
19,0 3/4 61 100 47 78 34 56 22,2
22,2 7/8 82 138 64 107 46 77 29,7
25,4 1 108 181 84 141 60 101 40,2
31,8 1 1/4 171 - 133 - 95 - 63,3

56 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Cargas de trabalho
45º 90º 120º Peso aproximado
Bitola da corrente por metro
Classe
BC AC BC AC BC AC Tripla Quádrupla
mm polegada kN kN kN kN kN kN Kg
9,5 3/8 22 37 17 29 12 21 8,4 10,5
12,7 1/2 40 67 31 52 22 37 15,9 18,9
15,9 5/8 64 105 50 81 36 58 24,3 30,0
19,0 3/4 91 151 71 117 51 84 34,8 42,0
22,2 7/8 124 200 96 161 69 115 46,2 56,1
25,4 1 162 272 126 212 90 151 62,7 75,0
31,8 1 1/4 256 - 199 - 142 - 107,4 121,8

Balanço

Os tipos de balanços existentes são normalmente projetados para atender a trabalhos


constantes de elevação e deslocação de peças compridas (barras, tubos, perfilados,
etc.).

Eles apresentam a vantagem de manter um perfeito equilíbrio da carga dentro de um


sistema seriado de trabalho.

SENAI 57
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Balanço
Garras

As garras são dispositivos especiais de auto-aperto ou vácuo, apropriadas para


elevação e transporte de chapas.

Garras

58 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Amarração de carga

Amarração de carga com corda


Os nós a serem realizados devem apertar e travar cordas durante a manobra e,
entretanto, devem ser fáceis de serem desamarrados.

Os nós são o resultado da combinação de anéis ou meio-anéis, cujo deslizamento é


impedido pela pressão da corda esticada sobre a corda não esticada.

Tipos de nós

SENAI 59
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

A figura a seguir mostra a utilização de uma corda sem fim, com costura e dois tipos de
corte duplo e com espaçador de madeira para manter o nó da carga aberto.

O nó tem a grande função de travar a carga no momento do transporte.

A figura a seguir mostra um levantamento errado. A corda tende a se juntar, colocando


em perigo o equilíbrio da carga.

Errado

60 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

A figura a seguir mostra a maneira correta de levantar a carga, utilizando


opcionalmente uma ou outra laçada.

Certo

Amarração de carga com corrente


A corrente apresenta a vantagem de ser mais resistente que a corda, mas, por outro
lado, ela é mais escorregadia e mais agressiva com a carga.

A figura a seguir mostra uma carga pesada levantada com duas lingas de corrente e
com proteção no ponto de agarramento.

SENAI 61
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

A figura a seguir mostra a possibilidade de se formar também, com corrente sem fim,
um nó de segurança em gancho simples e uma amarração com corrente aberta, em
gancho duplo e proteção nos cantos.

As figuras a seguir mostram que a utilização das correntes geralmente é acompanhada


de utensílios como garras, argolas, balanços, etc. tais utensílios facilitam o
agarramento e evitam deslizamentos e agressões à carga.

62 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

A figura a seguir mostra um levantamento errado. A corrente tende a deslizar,


colocando em perigo o equilíbrio da carga.

Errado

A figura a seguir mostra o levantamento correto, onde é eliminada a possibilidade de


escorregamento.

Certo

A figura a seguir mostra outro exemplo de levantamento com gancho simples.

SENAI 63
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

As figuras a seguir mostram a necessidade do uso de calços nos cantos das cargas.

Errado

Certo

Amarração de carga com cabo de aço


O cabo de aço antes de ser usado na amarração de carga, necessita de uma
preparação que lhe proteja de desfiamento, esmagamento, etc.

64 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

É desaconselhável qualquer tipo de nó ou dobra. O cabo de aço é normalmente


utilizado enrolado nos tambores das talhas, pontes rolantes e pórticos. Na amarração
de carga, ele pode ser usado com gancho corrediço ou com laçadas sem cantos vivos.

Resistência de cargas dos cabos de aço de 1/4” (6,5mm) até 2 1/2” (64mm)
Capacidade de carga (kN)

Peso do Comprimento mínimo


cabo Kg/m dos laços mm

“Choker” “Choker” Prática


Perna Dobrado Simples Duplo
Simples Duplo mm
0,156 400 4 10 5 8 3,8 7,6 6,5
0,351 500 10 24 12 20 9 18 10,0
0,625 750 16 40 20 32 15 30 13,0
0,982 800 25 60 30 50 23 46 16,0
1,413 1 000 34 84 42 68 32 64 20,0
1,919 1 400 50 120 60 100 45 90 22,5
2,500 1 500 60 150 75 120 57 114 26,0
3,913 1 800 100 240 120 200 90 180 32,0
5,625 2 000 150 360 180 300 140 280 39,0
7,664 3 000 200 460 230 400 180 360 45,0
8,800 3 500 220 520 260 440 200 400 48,0
10,000 3 800 250 600 300 500 230 460 51,0
12,700 5 000 350 800 400 700 300 600 58,0
17,200 6 000 430 1000 500 860 380 760 64,0

SENAI 65
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Movimentação de carga

A movimentação de carga por meio de talha, ponte rolante ou pórtico é precedida pela
fixação de um cabo na carga e amarração da carga no gancho.

Condições a respeitar
A linha vertical configurada pela corrente de talha deve passar pelo centro de gravidade
da carga e cair no interior do polígono formado pelos cabos ou pelas cordas.

Método geral de movimentação


Trazer a talha acima da carga; verificar, lendo as informações que figuram na talha, se
sua força é suficiente.

Escolher o cabo; proceder á fixação e à amarração; caso necessário, fixar na carga um


cabo que permitirá orientá-la convenientemente em certos momentos da manobra.

Levantar muito lentamente a carga até 0,20m do solo por meio da talha. Controlar o
comportamento dos cabos e da amarração, assim como a proteção da carga.

A carga, bem equilibrada, deve manter-se na horizontal; caso contrário, descer o


conjunto e fazer as correções necessárias.

Levantar a carga até a altura desejada, transportá-la e pousá-la lentamente. Em


nenhum caso, a carga deve ter movimento de oscilação, que provocaria no cabo um
esforço excessivo e poderia causar sua ruptura.

66 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Ao usar vários cabos (ou pernas), seu comprimento deve ser suficiente para ter
 = 30º. Cada um é disposto de modo que a carga não possa deslizar, desequilibrar-se
e provocar a ruptura do cabo em conseqüência de sobrecarga local. Caso a amarração
comporte nós, estes não devem nem deslizar, nem se desapertar durante a manobra.

No levantamento com uma perna, o esforço F suportado pelo cabo pode ser calculado
aproximadamente através da seguinte fórmula:

F  P . 10 (N)

Exemplo
P = 2000Kg  P = 20000N

No levantamento com duas pernas paralelas, F1 e F2 podem ser calculadas com as


seguintes fórmulas:

P . l1 P . l1
F1 = F2 =
L L

SENAI 67
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Exemplos

P = 2000Kg = 20000N P = 2000Kg = 20000N


l1 = 300mm l2 = 700mm
L = 1000mm L = 1000mm

P . l1 P . l1
F1 = F2 =
L L

20000N . 300mm 20000N . 700mm


F1 = F2 =
1000mm 1000mm

F1 = 6000N F2 = 14000N

No levantamento com duas pernas oblíquas, os esforços F3 e F4 suportados pelos


respectivos cabos podem ser calculados com as seguintes fórmulas:

F1 F2
F3 = F4 =
cos  1 cos  2

P = 2000Kg P = 2000Kg
L1 = 300mm l2 = 700mm
L = 1000mm L = 1000mm
 = 14º  = 30º

F1 F2
F3 = F4 =
cos 1 cos  2

6000 14000N
F3 = F4 =
cos 1 cos  2

6000N 14000N
F3 = F4 =
0,97030 0,86603

F3 = 6183N F4 = 16165N

68 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Segurança

Nos trabalho industriais, é comum o transporte de cargas pesadas, durante o processo


de fabricação e montagem.

Para tanto, a empresa com equipamentos especialmente projetados para essa


finalidade.

Compete ao operador usar esse equipamento com responsabilidade e bom senso,


porque o menor imprevisto pode trazer conseqüências graves aos equipamentos,
cargas e pessoas.

A seguir, encontram-se alguns cuidados de caráter geral:


 Elementos de amarração (cabo de aço, corrente, gancho, corda de cânhamo, etc.)
devem ser dimensionados com bastante segurança.
 Operador deve verificar no momento da utilização a qualidade dos elementos de
transporte e eliminar os danificados.
 Nunca aplicar os elementos de transporte sem conhecer o peso da carga.
 Evitar ângulos muito abertos nos cabos de amarração.

 Proteger os cantos das cargas e colocar espaçadores quando for necessário.


 Peças soltas da carga devem se retiradas ou fixadas de tal maneira que não caiam.
 Não subir na carga com a intenção de contrabalancealá-la.
 Não ficar em baixo de cargas suspensas.

SENAI 69
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Cuidados no uso de correntes

O metal das correntes oxida-se e endurece; os elos desgastam-se.

Cada corrente, identificada por um número e carga máxima indicados no anel ou no


gancho, deve ser recozida semestralmente e invertida quando todo o seu comprimento
não for utilizado. Os elos gastos devem ser trocados.

As correntes não utilizadas devem ser untadas com graxas e suspensas.

Sob condições desfavoráveis, as correntes não podem ser submetidas a cargas


máximas.

Sobrecarga ou solavancos podem provocar prolongamento dos elos. Quando isso


ocorre, as correntes não podem ser usadas.

Se houver diminuição de 20% do diâmetro do corpo do elo nos pontos de atrito,


significa que a corrente terminou sua vida útil e deve ser substituída.

70 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Devem-se verificar periodicamente as correntes.

Cuidados no uso de cabos de aço

Os fios de aço dos cabos oxidam-se e quebram-se. Portanto, os cabos são untados
com graxa e, em seguida, enrolados num tambor com grande diâmetro, evitando a
formação de anéis que iniciam a ruptura dos fios.

Do mesmo modo que nas cordas, uma proteção em cada extremidade impede a
distorção do cabo.

O cabo de aço deve ser trocado quando, num comprimento igual a trinta vezes o seu
diâmetro, 10% dos arames estejam quebrados, ou quando apresentarem deformações
no perfil.

O cabo de aço só deve ser usado quando o trabalho a ser realizado o recomenda.

Nunca se deve utilizar o cabo acima das solicitações máximas permitidas.

O cabo deve ser examinado antes e após o uso. Em caso de dúvida quanto ao seu
estado, o melhor é eliminá-lo.

Cuidados no uso de cordas de cânhamo

O cânhamo dos cordames desgasta-se (a parte exterior é arrancada), ou mofa ( o


interior torna-se pó), o que torna obrigatória uma substituição.

As cordas são enroladas e suspensas para serem protegidas da umidade e dos


vapores ácidos, devendo ser evitado o seu atrito com os ângulos vivos.

SENAI 71
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

O mofo é impedido pela imersão das cordas novas numa solução a 10% de sulfato de
cobre.

As cordas devem ser conservadas em lugar de boa ventilação e periodicamente


testadas.

A corda não aceita solavanco e seu rompimento é instantâneo; devido a isso, o


operador deve estar sempre atento à tabela de resistência em função do diâmetro e ao
coeficiente de segurança de 7 – 8 para compensar o envelhecimento.

Cuidados no uso de pontes rolantes

Das máquinas de transporte interno, a operação mais complexa é a da ponte rolante


com operador. Todas as recomendações aqui expostas servem para operação da ponte
rolante e parte delas para a utilização de talhas, pórticos e guinchos.
O uso da ponte rolante está sujeito a acidentes a acidentes que somente o
conhecimento, o bom senso e o cuidado podem evitar.

O uso da ponte rolante está sujeito a acidentes que somente o conhecimento, o bom
senso e o cuidado podem evitar.

É impossível prever certas condições inseguras de operação, devendo permanecer,


portanto, com responsabilidade do operador, antecipar e evitar quaisquer condições de
insegurança.

São requisitos principais e necessários para um operador de pontes rolantes:


 Estar devidamente treinado e autorizado a manusear o equipamento de maneira
segura.
 Estar em boas condições de saúde.
 Manter-se sempre calmo e atento.
 Evitar problemas que não fazem parte do seu trabalho, procurando o encarregado
em caso de dúvidas.
 Ter consciência da responsabilidade que lhe foi atribuída em relação ao trabalho,
ao equipamento e aos colegas.
 Conhecer a capacidade e limitações da ponte rolante e acessórios.
 Conhecer o código de sinais convencionais.

72 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

O operador de ponte rolante deve:


 Verificar se:
 a sirene está funcionando perfeitamente;
 os cabos não estão apresentando ruptura ou arames soltos;
 os ganchos não estão com abertura excessiva ou com trincas.
 o freio da ponte, em movimento, está funcionando perfeitamente;
 a chave-limite está funcionando, levando para isso o gancho até ela.
 Colocar o trole exatamente sobre a carga antes de acionar o guincho, evitando o
balanço da lingada.
 Não movimentar a ponte ou o trole enquanto a carga estiver no piso.
 Deixar no mínimo três voltas de cabo de aço no dromo, quando for necessário que
este continue se soltando após o gancho ter tocado o piso.
 Ao levantar o gancho, com ou sem carga, prestar especial atenção para que a
chave-limite não seja atingida.
 Não levantar carga além da capacidade dos estropos, correntes ou cabos de aço.
 Levantar a carga a uma altura suficiente, para não atingir homens ou equipamentos
no piso.
 Evitar transportar carga sobre os homens do piso. Usar a buzina, para avisá-lo de
sua aproximação.
 Não aplicar reversão ao motor antes de pará-lo totalmente, salvo em caso de
emergência para evitar acidentes.
 Nunca tentar reparar o equipamento elétrico ou fazer quaisquer serviços de
manutenção em sua ponte. Em caso de defeitos, comunicar ao encarregado.
 Não aplicar bruscamente o freio de pé. Os calos das rodas resultam da patinação
da ponte.
 Ao levantar qualquer carga próxima à capacidade nominal da ponte, elevá-la alguns
centímetros e testar os freios do gancho antes do levantamento completo.

O balanço da carga

O balanço da carga é resultado da conexão


flexível entre a ponte e a carga (cabo de aço
da ponte).

Quando se liga o motor da ponte, ela


imediatamente se movimenta, porém a carga
fica ligeiramente para trás, com o cabo
formando um ângulo com a perpendicular.

SENAI 73
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

O mesmo acontece quando a ponte tem sua marcha diminuída, sendo que, nesse
caso, o impulso da carga exerce um puxão na ponte.

Um operador experimentado sabe aproveitar esse balanço avançado da carga, para


evitar que o gancho sofra um impulso, quando a ponte estiver plenamente parada.

Em lugar de permitir que a carga passe do ponto em que vai ser descarregada e
depois volte atrás até atingir o prumo, o operador deve parar a ponte antes do local de
descarga e, quando a carga balançar, acelerá-la rapidamente para frente,
acompanhando o balanço da carga, de maneira que tanto a ponte como a carga
possam ter seus movimentos simultaneamente interrompidos quando atingirem o local
de descarga.

74 SENAI
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Redutores

Na transmissão de movimento em qualquer equipamento industrial, pode-se variar a rotação


inicial do motor, dimensionando-se os elementos de transmissão. Isso, porém, proporciona
uma gama muito limitada de variação de rotação.

Os variadores de velocidade (ou variadores de rotação) permitem uma mudança gradual e


contínua de rotação. Assim, obtém-se a velocidade desejada e adequada ao trabalho, sem a
perda de tempo de parada da máquina para a mudança de rotação.

São redutores e variadores de velocidade os trens de engrenagens, os câmbios, os variadores


com transmissão por correia e os variadores com rodas de fricção.

Trens de engrenagens
Dá-se o nome trem de engrenagens a uma combinação de várias engrenagens destinadas a
transformar um movimento.

No conjunto trem de engrenagens, a roda que transmite movimento é chamada condutora


enquanto a outra é chamada conduzida. O trem de engrenagens é chamado multiplicador de
velocidade quando seu último eixo conduzido gira mais depressa que o primeiro eixo condutor.

Por outro lado, o trem de engrenagens será chamado redutor de velocidade quando seu último
eixo conduzido tiver menos revoluções que o primeiro eixo condutor. As engrenagens dos
redutores e multiplicadores podem ter dentes retos. Entretanto, para grandes relações de
transmissão, as engrenagens costumam ser helicoidais, helicoidais duplas ou “chevrons”.
Quando se deseja um mecanismo sem capacidade de reversão, como no caso dos elevadores,
usam-se as engrenagens de rosca sem fim.

SENAI-SP 75
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Os redutores e multiplicadores são muito empregados em máquinas-ferramenta, laminadores e


turbinas.

Tipos de trens de engrenagens

Os trens de engrenagens podem ser:


• deslocáveis
• Basculantes
• Planetários

Trens deslocáveis

É um mecanismo cujas engrenagens são dispostas de tal modo que uma ou mais rodas podem
correr ao longo do eixo e engrenarem-se livremente com outras engrenagens.

Através desse sistema, pode-se variar a relação de transmissão, o sentido de rotação ou fazer
com que o movimento seja transmitido para um outro eixo.

Trens basculantes

O trem basculante tem as mesmas funções do trem deslocável, isto é, as funções de variar a
relação de transmissão, variar o sentido do giro e também fazer com que o movimento seja
transmitido a outro eixo.

SENAI-SP 76
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O trem basculante é constituído por duas ou várias engrenagens dispostas sobre um mancal.
Este gira sobre um eixo e pode mudar de posição com o auxílio de uma alavanca.

Trens planetários

Um trem planetário compreende uma engrenagem central ligada a um eixo central e várias
engrenagens satélites, engrenadas e girando em torno da engrenagem central. As engrena-
gens satélites são montadas em hastes e mantidas em posição por uma barra portadora ligada
a uma luva apoiada no eixo da engrenagem central. Um segundo eixo coaxial sustenta um anel
dentado, cujos dentes se engatam aos das engrenagens planetárias.

SENAI-SP 77
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Os trens planetários recebem esse nome porque, como os satélites, eles têm um movimento
de rotação ao redor do próprio eixo e um movimento de translação ao redor do eixo central.
Os trens planetários são empregados para obter redução ou mudança de velocidade. Uma das
vantagens do trem planetário é que seus eixos de entrada e saída são concêntricos.

Câmbios
Câmbios são mecanismos que têm a capacidade de variar, dentro de limites mais ou menos
amplos, a velocidade do eixo de saída do mecanismo, mantendo constante a velocidade do
eixo motor.

Os câmbios podem ser de:


• Variação contínua, constituídos por sistemas de roldanas de diâmetro variável ou por mecanis-
mos hidráulicos;
• Variação descontínua, providos de trens de engrenagem.

Nos câmbios, os trens de engrenagens geralmente são do tipo deslocável ou planetário. Em


caso de baixas potências, os trens de engrenagem são do tipo basculante.
Em alguns casos, consegue-se a variação da velocidade dispondo-se vários pares de engre-
nagens de tal modo que, por meio de uma chaveta móvel, comandada por uma cremalheira,
somente uma engrenagem permanece fixa ao eixo. Por outro lado, as engrenagens do eixo
contrário permanecem fixamente chavetadas.

Variador de velocidade com rodas de fricção


Nos variadores de velocidade com rodas de fricção, o movimento é transmitido por fricção
entre dois discos montados sobre dois eixos, entre os quais se interpõe uma roldana bicônica.

Relação de transmissão
Relação de transmissão é a relação entre a velocidade de rotação do último eixo conduzido e a
velocidade do primeiro eixo condutor. Essa relação vale tanto para trens de engrenagens
quanto para qualquer outro mecanismo destinado a transmitir um movimento de rotação.

Para um trem de engrenagens de eixos fixos, a relação de transmissão é igual ao produto do


número de dentes das rodas condutoras dividido pelo produto do número de dentes das rodas
conduzidas.

SENAI-SP 78
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Isto é:

Exemplo:

Observação
O número de dentes das rodas parasitas, se elas existem, não tem influência sobre a relação
de transmissão. O sentido do giro da última roda conduzida vai depender do número de eixos,
contando-se também as parasitas.

Assim, quando o número de eixos é par, a última roda conduzida gira em sentido contrário ao
da roda condutora. Por outro lado, se o número de eixos é ímpar, a última roda conduzida gira
em sentido igual ao da roda condutora.

Para os trens de roldanas, a relação de transmissão é a mesma utilizada para os trens de


engrenagens. Ao se aplicar a fórmula, substitui-se o número de dentes pelo diâmetro das
roldanas.

Nos trens de roldanas, o sentido do giro é sempre o mesmo, a não ser que se interponha um
número ímpar de correias cruzadas.

Variador de velocidade
O variador de velocidade é um conjunto mecânico constituído por diversos elementos de
máquinas. Sua função é permitir a variação da velocidade de trabalho de outros elementos,
sem perdas de muito tempo na troca de rotações, desacelerações, paradas, troca de alavancas
e novas acelerações.

Funcionando suavemente, sem impactos, o variador de velocidade pode ser preparado para
adaptar-se automaticamente às condições de trabalho exigidas. Normalmente, a variação de
velocidade é executada com a máquina em movimento com baixa carga.

Tipos de variadores de velocidade


Há dois tipos principais de variadores de velocidade: os de transmissão por correia e os de
roda de fricção.

SENAI-SP 79
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Variador com transmissão por correia - A mudança gradual da rotação na transmissão por
correia obtém-se variando o diâmetro de contato da correia com as polias. As distâncias entre
eixos podem permanecer variáveis ou fixas, conforme ilustrações.

Variador por roda de fricção - Transmite o momento de giro por fricção entre duas árvores
paralelas ou que se cruzam a distâncias relativamente curtas. Esse mecanismo pode ser
construído de várias formas, mostradas a seguir:

SENAI-SP 80
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Redutor de velocidade
É conhecido por redutor o conjunto de coroa e parafuso com rosca sem-fim ou de engrenagens
acondicionado em uma carcaça com sistema de lubrificação e destinado a reduzir a velocida-
de.

Manutenção de variadores e redutores de velocidade


Além dos cuidados com rolamentos, eixos, árvores e outros elementos específicos, a manuten-
ção dos variadores de velocidade exige os seguintes cuidados:

 Alinhamento e nivelamento adequados.


 Lubrificação correta.
 Inspeções periódicas, com especial atenção aos mancais.
 Verificação dos elementos sujeitos ao atrito.
 Verificação dos elementos de ligação em geral.

Quanto aos redutores de velocidade, especialmente os de engrenagens, os principais cuidados


na manutenção são os seguintes:

 Na desmontagem, iniciar pelo eixo de alta rotação e terminar pelo de baixa rotação.
 Na substituição de eixo e pinhão, considerar ambos como uma unidade, isto é, se
um ou outro estiver gasto, substituir ambos.
 Coroas e pinhões cônicos são lapidados aos pares e devem ser substituídos aos pa-
res, nas mesmas condições. Os fabricantes marcam os conjuntos aos pares e, ge-
ralmente, indicam suas posições de colocação que devem ser respeitadas.
 Medir a folga entre os dentes para que esteja de acordo com as especificações.
 Proteger os lábios dos retentores dos cantos agudos dos rasgos de chaveta por
meio de papel envolvido no eixo. Não dilatar os lábios dos retentores mais que 0,8
mm no diâmetro.

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Manutenção de engrenagens
Quando se fala em variadores e redutores de velocidade, não se pode esquecer de um ele-
mento fundamental desses conjuntos: a engrenagem. Esse elemento de máquina exige uma
atenção particular para o bom funcionamento dos sistemas.

 Os conjuntos engrenados exigem os seguintes cuidados:


 Reversões de rotação e partidas bruscas sob carga devem ser evitadas.
 A lubrificação deve eliminar a possibilidade de trabalho a seco.
 A lubrificação deve atingir toda a superfície dos dentes.
 A lubrificação deve ser mantida no nível. O excesso de óleo provoca o efeito de tur-
bina que, por sua vez, produz superaquecimento.
 Usar óleo lubrificante correto.
 A pré-carga dos rolamentos ou a folga dos mancais devem ser mantidas dentro dos
limites recomendados. Essa medida evitará o desalinhamento dos eixos. Eixos de-
salinhados provocam o aparecimento de carga no canto dos dentes e suas possíveis
quebras.
 O desgaste dos eixos e dos entalhes dos dentes das engrenagens não deve exce-
der os limites de ajuste. Se esses limites forem excedidos, ocorrerão batidas devido
ao atraso, recalcando os entalhes. Ocorrerá desalinhamento, além de efeitos noci-
vos sobre os flancos dos dentes da engrenagem.
 Depósitos sólidos, do fundo da caixa de engrenagens, devem ser removidos antes
de entrar em circulação.

Defeitos mais frequentes em engrenagens


Os defeitos mais frequentes em engrenagens estão descritos a seguir.

Desgaste por interferência


É provocado por um contato inadequado entre engrenagens, em que a carga total está concen-
trada sobre o flanco impulsor, e a ponta do dente da engrenagem impulsionada.

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Desgaste abrasivo
É provocado pela presença de impurezas ou corpos estranhos que se interpõem entre as faces
de contato. As impurezas ou corpos estranhos podem estar localizados no óleo usado nas
engrenagens.

Quebra por fadiga


Começa geralmente com uma trinca do lado da carga, num ponto de concentração de tensões
próximo da base do dente, e termina com quebra total no sentido longitudinal ou diagonal, para
cima.

O desalinhamento na montagem ou em serviço pode favorecer o surgimento de trincas.

Quebra por sobrecarga


Resulta de sobrecarga estática, choques ou problemas de tratamentos térmicos. Geralmente,
do lado da compressão do dente surge uma lombada cuja altura diminui de acordo com o
tempo que o dente leva para se quebrar. É interessante salientar que a trinca em um dente
sobrecarregado não mostra sinais de progresso.

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A sobrecarga pode, também, ser causada pela penetração de um corpo estranho entre os
dentes, ou pelo desalinhamento devido ao desgaste ou folga excessiva nos mancais.

Trincas superficiais
Ocorrem nas engrenagens cementadas e caracterizam-se por cisalhamento do material. São
causadas pelo emperramento momentâneo e deslizamento consequente. Emperramento e
deslizamento são provocados por vibrações, excesso de carga ou lubrificação deficiente. As
trincas superficiais, se não sofrerem progressão, não causam maiores problemas.

Desgaste por sobrecarga


É caracterizado pela perda de material sem a presença de abrasivos no óleo. Ocorre geralmen-
te em velocidades baixas e com cargas muito altas.

SENAI-SP 84
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Lascamento
Os dentes temperados soltam lascas, devido a falhas abaixo da superfície originadas durante o
tratamento térmico. Essas lascas podem cobrir uma área considerável do dente, como se fosse
uma só mancha.

Laminação ou cilindramento
É caracterizada pela deformação do perfil do dente. Essa deformação pode se apresentar
como arredondamentos ou saliências nas arestas dos dentes. Essas saliências são mais altas
de um lado que do outro.

A laminação ou cilindramento também pode apresentar-se como depressão no flanco da


engrenagem motora e uma lombada próxima da linha do diâmetro primitivo da engrenagem
movida. É causada pelo impacto sofrido pela engrenagem, devido à ação de rolar e deslizar
sob carga pesada.

Sintomas mais comuns de defeitos em engrenagens


Baseado em alguns sintomas simples de serem observados, o operador da máquina ou
equipamento poderá fazer ou solicitar uma manutenção preventiva, evitando, assim, a manu-
tenção corretiva.
Os sintomas mais simples ou comuns de defeitos em engrenagens são os seguintes:

Uivo
Normalmente aparece nas rotações muito altas e quando não existe folga suficiente entre as
engrenagens ou quando elas estão desalinhadas, com excentricidade ou ovalização.

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Tinido
Pode ser provocado por alguma saliência nos dentes, por alguma batida ou pela passagem de
um corpo duro e estranho entre os dentes.

Matraqueamento
É causado pela folga excessiva entre os dentes (distância entre centros) ou, às vezes, pelo
desalinhamento entre duas engrenagens.

Chiado
Normalmente ocorre em caixa de engrenagens quando a expansão térmica dos eixos e com-
ponentes elimina a folga nos mancais ou nos encostos.

Limalha no óleo
Se aparecer em pequena quantidade durante as primeiras 50 horas de serviço, trata-se,
provavelmente, de amaciamento. Caso a limalha continue aparecendo após o amaciamento,
significa a ocorrência de algum dano que pode ser provocado por uma engrenagem nova no
meio das velhas ou, então, emprego de material inadequado na construção das engrenagens.

Superaquecimento
Pode ser causado por sobrecarga, excesso de velocidade, defeito de refrigeração ou de
lubrificação. Se a circulação do óleo estiver excessiva, pode, ainda, ocorrer o fenômeno da
frenagem hidráulica com perda de potência do sistema. Os desalinhamentos e folga insuficien-
te entre os dentes também geram superaquecimento.

Vibração
Pode ser causada por empenamento dos eixos ou por falta de balanceamento dinâmico nas
engrenagens de alta rotação ou, ainda, por desgaste desigual nas engrenagens.
A vibração pode ser causada, também, pelos seguintes fatores: erro de fabricação; mau
nivelamento da máquina no piso; fundação defeituosa; sobrecarga com torção dos eixos e
perda de ajuste dos mancais.

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Montagem e desmontagem de engrenagens em conjuntos mecânicos


Os seguintes cuidados deverão ser observados para se obter um melhor aproveitamento e um
melhor desempenho das engrenagens em conjuntos mecânicos:

 Antes de começar a retirar as engrenagens, verificar como estão fixadas no eixo e


se estão montadas com interferência ou não.
 Não usar martelo para retirar as engrenagens do eixo para evitar danos aos dentes.
Utilizar um saca-polias ou uma prensa hidráulica. Se não se dispuser de um saca-
polias ou de uma prensa hidráulica, bater cuidadosamente com um tarugo de mate-
rial metálico macio.
 Caso o conjunto mecânico não possua catálogo ou manual, verificar a posição ocu-
pada pela engrenagem na montagem, fazendo marcações ou croqui. Isso evitará er-
ros quando o conjunto tiver de ser montado novamente.
 As engrenagens devem sempre ser acondicionadas na vertical e não empilhadas
umas sobre as outras. Essa medida evitará danos aos dentes.
 Na montagem deve ser observada a posição original de cada elemento.
 Evitar pancadas quando estiver montando, para não danificar os dentes das engre-
nagens.
 Fazer uma pré-lubrificação nas engrenagens durante a montagem. Essa medida evi-
tará danos posteriores às engrenagens, que só receberão lubrificação total depois
de um certo tempo de funcionamento.
 Fazer um acompanhamento nas primeiras 50 horas de trabalho para verificar o fun-
cionamento e amaciamento das engrenagens novas.

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Mancais de rolamento

Quando se buscou diminuir sensivelmente os problemas de atrito e resistência, à alta veloci-


dade, encontrados nos mancais de deslizamento, chegou-se aos mancais de rolamento ou
simplesmente rolamentos

Os rolamentos são elementos de máquinas constituídos por dois anéis de aço


(geralmente SAE 52 100) separados por uma ou mais fileiras de esferas ou rolos.

Essas esferas ou rolos são mantidos equidistantes por meio do separador ou gaiola a fim de
distribuir os esforços e manter concêntricos os anéis.

O anel externo (capa) é fixado na peça ou no mancal e o anel interno é fixado diretamente ao
eixo.

SENAI-SP 89
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A seguir veja as vantagens e desvantagens que os rolamentos possuem em relação aos


mancais de deslizamento.

Classificação dos rolamentos

Quanto ao tipo de carga que suportam, os rolamentos podem ser:


• Radiais . suportam cargas radiais e leves cargas axiais.
• Axiais . não podem ser submetidos a cargas radiais.
• Mistos . suportam tanto carga axial quanto radial.

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Tipos de rolamentos

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Técnicas de Intervenção na Manutenção II

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Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Designação dos rolamentos


Cada rolamento métrico padronizado tem uma designação básica específica que indica
o tipo de rolamento e a correlação entre suas dimensões principais.

SENAI-SP 93
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Essas designações básicas compreendem 3, 4 ou 5 algarismos, ou uma combinação de


letras e algarismos, que indicam o tipo de rolamento, as séries de dimensões e o diâmetro do
furo, nesta ordem.
Os símbolos para os tipos de rolamento e as séries de dimensões, junto com os possíveis
sufixos indicando uma alteração na construção interna, designam uma série de rolamentos.

A tabela abaixo mostra esquematicamente como o sistema de designação é constituído.

Os algarismos entre parênteses, indicam que embora eles possam ser incluídos na designação
básica, são omitidos por razões práticas.

Como no caso do rolamento de duas carreiras de esferas de contato angular onde o zero é
omitido.
Convém salientar que, para a aquisição de um rolamento, é necessário conhecer apenas as
seguintes dimensões: o diâmetro externo, o diâmetro interno e a largura ou altura.

SENAI-SP 94
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Com esses dados, consulta-se o catálogo do fabricante para obter a designação e informações
como capacidade de carga, peso, etc.

Rolamentos com proteção


Em função das características de trabalho, os rolamentos, às vezes, precisam ser protegidos
ou vedados.

A proteção é feita por vários tipos de placas (ou blindagem) diferentes. Os principais tipos de
placas são:

• Placa de proteção Z . é encaixada numa ranhura do anel externo e forma um vão es-
treito com um rebaixo na face lateral do anel interno (figura abaixo).

 Placa de proteção LZ . o vão estreito é formado sem o rebaixo no anel interno (figu-
ra abaixo). A placa Z está sendo substituída pela LZ, mas os rolamentos continuarão
a ser marcados com a mesma letra Z.

 Placa de vedação RS . é formada por uma lâmina de aço e um lábio de borracha


sintética que toca o anel interno formando um vedador de contato(figura abaixo).
Resiste a temperaturas de 80ºC.

SENAI-SP 95
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

 Placa de vedação RS1 . é um melhoramento da placa RS. Ela é feita de borracha ni-
trílica moldada sobre uma placa de reforço (figura abaixo). Esta placa resiste a tem-
peraturas na faixa de .20ºC a +100ºC.

 Placa de vedação RS2 . idêntica à RS1, porém feita com borracha fluoretada. Fato
que permite o uso em temperaturas de .30ºC a +180ºC. As designações Z e RS são
colocadas à direita do número que identifica o rolamento e, quando acompanhadas
do número 2, indicam proteção de ambos os lados.

Separadores ou gaiolas
A função da gaiola no rolamento é manter os corpos rolantes espaçados corretamente e, no
caso dos rolos, também guiá-los.

As gaiolas são feitas de chapa de latão ou aço e prensadas (figura abaixo), ou maciças e
usinadas. O latão é o material geralmente usado em gaiolas usinadas, mas também são
usados aço, ferro fundido nodular, náilon ou plástico fenólico.

Os rolamentos com gaiolas prensadas podem ser usados na maioria das aplicações, pois têm
um ótimo espaço para o lubrificante e resistem a altas temperaturas.

SENAI-SP 96
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Para funcionamento com frequente mudança de direção, vibrações, altas rotações ou rápida
aceleração usam-se rolamentos com gaiolas usinadas.

As gaiolas feitas de náilon ou plástico fenólico são usadas para altas rotações sem provocar
com isso grandes ruídos.

Ajuste dos rolamentos

Geralmente um dos anéis do rolamento deve ser montado com interferência. Se o grau de
interferência não for suficiente, o anel escorregará ("creep") em relação ao eixo ou à caixa e
esses componentes podem ser danificados.
As condições de carga ou rotação determinam se um anel deve ou não ter ajuste com interfe-
rência e estão resumidas a seguir.

SENAI-SP 97
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Apenas uma faixa limitada de campos de tolerância ISO deve ser considerada para ajustes de
rolamentos. A figura abaixo mostra a posição destes campos em relação à tolerância padrão
do furo do rolamento (hachurado). Os campos f a j dão vários graus de ajuste com folga; h e j
dão ajustes incertos.

Os campos k a r dão ajustes com interferência.

SENAI-SP 98
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

A figura abaixo mostra a posição dos campos de tolerância para os furos. Os campos G a K
dão ao anel externo vários graus de ajuste incerto ou com folga; M e P dão ajustes com
interferência.

Procedimentos em manutenção de rolamentos


O rolamento é um componente mecânico robusto que terá longa vida em serviço, especial-
mente se for montado corretamente e tiver uma boa manutenção.

Armazenagem
O rolamento deve ser conservado em sua embalagem original, coberto com graxa protetora,
embrulhado em papel parafinado e estocado de maneira que a embalagem não seja danifica-
da.

O ambiente deve ser seco. Isento de pó e livre de variações grandes de temperatura e não
deve ser frio demais para evitar condensação de umidade. O rolamento não deve ser posto no
chão.

Inspeção de rolamentos
O comportamento do rolamento pode ser verificado por palpação e por ouvido. Para verificar o
processo de giro faz-se girar o rolamento lentamente com a mão e podem se perceber as
perturbações tais como: se o movimento é produzido com esforço, se ocorre de modo desi-
gual, etc.

SENAI-SP 99
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Na verificação pelo ouvido, faz-se funcionar o rolamento com reduzido número de rotações e
ouve-se:
• Um som raspante, como um zumbido, que indica falta de limpeza nas pistas.
• Um som estrepitoso que indica dano na pista ou descascamento dela.
• Um som metálico tipo silvo que indica folga pequena ou falta de lubrificação.

O processo de audição pode ser melhorado


colocando um bastão ou chave de fenda contra o
alojamento mais perto possível do rolamento e
encostando o ouvido na outra extremidade.

A temperatura é um indicador importante do estado do rolamento e pode ser verificada com


termômetro ou simplesmente colocando a mão no mancal. Se a temperatura estiver acima do
normal ou com variações bruscas indica lubrificação deficiente, excesso de sujeira ou sobre-
carga do rolamento.

Outros pontos que devem ser inspecionados são: as vedações, o nível do lubrificante e seu
estado quanto à presença de impurezas.

Desmontagem de rolamentos
O rolamento é desmontado por meio de extrator mecânico, tendo no parafuso a aplicação da
força de extração.

O extrator não deve danificar as superfícies de


ajuste; para tanto aplica-se o extrator do anel
que tem ajuste com interferência. O extrator
deve atuar de tal modo que o esforço não passe
através dos corpos rotativos.

SENAI-SP 100
Técnicas de Intervenção na Manutenção II

Especialmente no caso de rolamentos grandes como os de laminadores e veículos sobre


trilhos, a desmontagem dos rolamentos é feita por meio de extrator mecânico combinado com
dispositivos auxiliares hidráulico ou de aquecimento.

Montagem de rolamento
Deve-se trabalhar em ambiente livre de pó e umidade e em bancada revestida de chapa.

O rolamento não deve ser tirado da embalagem antes do momento da montagem. E a prote-
ção antiferruginosa do rolamento também não deve ser removida, a não ser as das superfícies
que entrarão em contato com os alojamentos.

É importante certificar-se de que as dimensões dos alojamentos estão dentro das tolerâncias.
Via de regra, a parte que sustenta a carga tem o ajuste com interferência e a outra deslizante.
A forma dos alojamentos deve estar em ordem, isto é, sem rebarbas, ovalização, degraus ou
conificações e em esquadro.

No caso de reaproveitar-se um rolamento, é indispensável um exame cuidadoso das pistas e


corpos rolantes com auxílio de lupa e verificação auditiva.

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Montagem com interferência no eixo


Primeiramente, o assento do rolamento deve ser lubrificado (figura abaixo), depois para
conseguir seu posicionamento correto sobre o eixo, devem ser dados golpes, normalmente
com martelo, que nunca devem ser aplicados diretamente sobre o rolamento.

Usa-se para isso um pedaço de tubo que se adapte ao anel interno. O material desse tubo
deve ser mais macio que o material do rolamento, e não deve soltar cavacos.

Se o eixo possuir roscas internas ou externas, elas poderão ser utilizadas na montagem.

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Para montagem de rolamentos pequenos e médios, poderão ser ainda utilizadas prensas
mecânicas ou hidráulicas.

O rolamento grande é montado com facilidade se aquecido, em banho de óleo (figura abaixo),
a uma temperatura entre 100 e 120ºC e colocado rapidamente no eixo antes de esfriar.

Quando se tratar de rolamento com lubrificação permanente, esse aquecimento não será
possível, porque remove o lubrificante. Neste caso deve-se esfriar o eixo que se contrairá e
facilitará a colocação. É importante lembrar que alguns dos aços, assim esfriados, podem
sofrer modificações permanentes.

Montagem com interferência na caixa


Seguindo o mesmo procedimento para a montagem do rolamento com interferência no eixo, na
montagem com interferência na caixa, deve-se usar também uma "caneca" ou um pedaço de
tubo contra a face do anel externo após a lubrificação das partes a serem montadas.

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Deve-se tomar cuidado para que o rolamento não esteja desalinhado em relação à caixa.
Poderá ser utilizada para essa montagem também uma prensa mecânica ou hidráulica. No
caso de rolamentos grandes, poderá, ainda, ser necessário (às vezes) aquecer a caixa para a
montagem.

Folga e aperto (pré-carga)


Nos rolamentos com assento cônico (geralmente 1:12), é necessário controlar a folga com
calibre (figura abaixo) porque o anel se dilata com a montagem e pode reduzir excessivamente
a folga.

Nos rolamentos de rolos cônicos deve-se verificar se é exigida uma folga ou um aperto (pré-
carga). A folga deve ser medida com calibre e a pré-carga com torquímetro, seguindo especifi-
cações do fabricante do equipamento.

A pré-carga deve ser aplicada girando-se o rolamento durante a aplicação, para evitar o
brinelamento.

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A pré-carga é empregada para assegurar um funcionamento preciso do eixo, reduzir sua


deflexão sob carga, aumentar a resistência à fadiga do rolamento, diminuir o ruído e garantir a
elasticidade do conjunto.

Amaciamento
É necessário lubrificar os rolamentos antes de colocar a máquina em funcionamento, pois em
geral a lubrificante demora para ir do reservatório até o rolamento. Pelo mesmo motivo não se
pode iniciar com carga total.

Após entrar em funcionamento, a máquina deve ter a temperatura dos mancais observada
durante algumas horas.

Se a temperatura da máquina subir inicialmente, mas descer ou estabilizar dentro dos limites
recomendados, trata-se da acomodação de peças entre si.

No entanto, se a temperatura da máquina subir continuamente, trata-se de defeito ocorrido na


montagem.

Defeitos comuns dos rolamentos


Os defeitos comuns dos rolamentos são divididos nos seguintes grupos:

• Desgaste
• Fadiga
• Falhas mecânicas

Desgaste
O desgaste pode ocorrer pelos seguintes motivos:
• Desgaste por deficiência de lubrificação (figura abaixo) além do aparecimento de folga
exagerada é caracterizado pelo aspecto reluzente das superfícies.

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 Desgaste por partículas abrasivas (figura abaixo), além da remoção do material nas
pistas, será notado desgaste mais pronunciado nas pontas dos rolos e nas gaiolas.

 Desgaste por patinação (figura ao lado) é ca-


racterizado por sulcos no exterior do rolamen-
to e é provocado por pequenos engripamen-
tos de rolos ou esferas, causados por partícu-
las estranhas ou falta de lubrificação.

 Desgaste por falso brinelamento (figura abaixo), é caracterizado na fase inicial pelo
aparecimento de canaletas nas pistas e é provocado por vibração durante o trans-
porte.

 Desgaste por ataque de superfície (ferrugem) (figura abaixo), na fase inicial, é ca-
racterizado pelo aparecimento de nódoas regularmente espaçadas. Na fase final, é
caracterizado por áreas descascadas equidistantes. É provocado pela condensação
de umidade sobre áreas desprotegidas.

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Fadiga
O descascamento é o resultado da fadiga superfi-
cial e sua forma revela sua origem.

 Descascamento em forma de geada (fi-


gura ao lado) revela fadiga provocada
por carga excessiva.

 Descascamento parcial revela fadiga por desalinhamento, ovalização ou por conifi-


cação do alojamento.

Como se pode notar, todos esses problemas originam-se de montagem deficiente, que subme-
te o rolamento a cargas parasitárias.

Falhas mecânicas

Brinelamento
É caracterizado por depressões correspondentes aos roletes ou esferas nas pistas do rola-
mento (figura abaixo). Resulta de aplicação da pré-carga sem girar o rolamento, ou da prensa-
gem do rolamento com excesso de interferência.

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Goivagem
É defeito semelhante ao anterior, mas provocado por partículas estranhas que ficaram prensa-
das pelo rolete ou esfera sobre as pistas.

Queima por corrente elétrica


É geralmente provocada pela passagem da corrente elétrica no momento de soldagem,
quando o fio terra está colocado longe do lugar de soldagem.

Formam-se pequenas áreas queimadas que evoluem rapidamente com o uso do rolamento e
provocam o descacamento da pista rolante.

Superaquecimento
Quando a temperatura do mancal exceder em 50ºC a temperatura ambiente, em máquinas
que não trabalham com matérias quentes, considera-se o elemento superaquecido.

As máquinas que operam com materiais quentes, como os laminadores, têm instruções
especiais e, em alguns casos, sua temperatura pode chegar a 120ºC.

As causas do superaquecimento podem ser folga insuficiente, pré-carga excessiva ou proble-


mas com lubrificação.

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Sulcamento
É provocado pela batida de uma ferramenta
qualquer sobre a pista rolante.

Rachaduras e fraturas
Resultam geralmente de aperto excessivo do
anel ou cone sobre o eixo. Podem, também,
aparecer como resultado do giro do anel, ou
cone sobre o eixo, acompanhado de sobrecar-
ga.

Engripamento
Pode ocorrer devido a lubrificante muito viscoso ou por aperto excessivo com a eliminação da
folga nos roletes ou esferas.

Vida útil do rolamento


Entende-se por duração de vida de um rolamento o número de rotações que é alcançado por
90% dos rolamentos, antes que se apresentem fenômenos de fadiga perceptíveis.

Dois são os fatores que determinam a vida útil de um rolamento: as condições de serviço e o
fator de desgaste (fv) em função dessas condições.

O número de rotações é transformado em tempo de funcionamento e pode obtido através do


diagrama da duração do rolamento.

No diagrama, a curva A indica as condições de mínimo desgaste e a curva B indica as condi-


ções de máximo desgaste. O espaço entre ambas as curvas está dividido em dez campos, de
a até k, nos quais as condições de serviço pioram gradativamente.
Para obter o tempo de vida do rolamento, consulta-se a tabela (Fator de desgaste (fv) dos
rolamentos. Identificação das condições de serviço) para encontrar o fator de desgaste (fv).
Em seguida, consulta-se o diagrama e tem-se o tempo de funcionamento em horas.

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Exemplo de leitura:
Rolamentos utilizados em máquinas operatrizes (torno)
Fv conforme tabela . 1,0 (entre 0,5 a 1,5)
Campo = b
Leitura ~ 20000 horas de funcionamento

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Compra de rolamentos
Na ocasião de compra de rolamentos, em substituição aos gastos, deve ser verificada, cuida-
dosamente, sua procedência e seu código.

Cada fabricante tem seus símbolos e cada um destes símbolos tem sua significação, apesar
da estandartização pela ISO, DIN, SAE e outras associações normativas. Portanto, não é
suficiente indicar as dimensões e não é conveniente usar rolamentos equivalentes de outros
fabricantes.

No caso de ser a leitura do código do rolamento impossível, convém pedi-lo pelo manual do
fabricante da máquina. O preço será talvez mais alto, mas sairá mais caro usar rolamento
inadequado.

No caso de ser possível a identificação, convém comprar um rolamento da mesma procedên-


cia e código. Na impossibilidade disto, é conveniente recorrer a representantes das marcas
mundialmente conhecidas, evitando comprar "pelo preço".

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Rasqueteamento

Rasquetear é a operação mecânica que consiste em extrair pequenas partículas metálicas da


superfície de uma peça previamente usinada por limagem, torneamento, fresagem ou retificação.
Essa operação tem dois objetivos principais:
– corrigir a superfície das peças para suavizar os pontos de atrito;
– contribuir para a formação de uma película de óleo entre as superfícies de contato de peças
que deslizam entre si.

O rasqueteamento é executado por meio de uma ferramenta de borda afiada chamada rasquete.

Tipos de rasquetes

As figuras a seguir mostram alguns tipos de rasquetes manuais e uma máquina de rasquetear.

Rasquete para acabamento e rasquete para superfície côncava.

Rasquete para desbaste e acabamento e máquina elétrica para rasquetear

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Aplicações do rasqueteamento

O rasqueteamento é aplicado em faces planas dos instrumentos de medição e controle, nas


superfícies côncavas dos mancais de deslizamento e em guias de barramento de máquinas-
ferramenta.

Instrumentos de medição com faces rasqueteadas.

Superfícies rasqueteadas.

Qualidade de uma superfície rasqueteada

A qualidade de uma superfície rasqueteada depende do número de pontos de apoio que ela
apresenta em uma área de 25 mm². Essa área, com um determinado número de pontos de apoio,
é a unidade da qualidade de uma superfície rasqueteada.

Dependendo do número de pontos de apoio que uma área de 25 mm² apresenta, temos quatro
graus de qualidade do rasqueteado:
– desbastado de ajuste;
– desbastado de desbaste;
– fino de acabamento;
– finíssimo de acabamento.

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O quadro a seguir resume os graus de qualidade do rasqueteado:

PONTOS TIPOS DE
DENOMINAÇÃO DE EMPREGO SUPERFÍCIES
APOIO
(EM 25 mm²)
superfícies de apoio e superfícies fixas
desbastado de ajuste 1a3 planas

desbastado de desbaste superfícies de todos os tipos


4a5 planas e curvas

fino de acabamento Guias e barramentos de máquinas de


6 a 19 planas e curvas
todos os tipos

ferramentas de planear e desem-


finíssimo de acabamento 20 ou mais
penar superfícies de todos os tipos. planas e curvas

As figuras a seguir mostram superfícies rasqueteadas aumentadas, em vistas lateral e de cima,


circunscritas a uma área de 25 mm².

Superfícies rasqueteadas ampliadas.

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Manejo do rasquete plano

O rasquete plano, um dos mais utilizados na prática, exige paciência, força muscular e muita
habilidade do operador.

Rasqueteamento de guias (desbaste).

Rasqueteamento de guias (acabamento).

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No rasqueteado de desbaste, deve-se atacar a peça com fortes impulsos, e o rasquete deve ser
apoiado pelo peso do corpo. À medida que a superfície da peça vai melhorando, os impulsos
deverão ser mais curtos e rápidos.

Reprodução aumentada da superfície de uma peça-ferramenta.

No rasqueteado de acabamento fino, o rasquete deve ser girado sobre o seu eixo longitudinal
durante o impulso.

Movimento do rasqueteamento para acabamento fino.

No rasqueteado de acabamento finíssimo, o rasquete, além de ser girado sobre o seu próprio eixo
longitudinal, deve ser aplicado com pressão menor e curso mais curto.

Movimento do rasqueteamento para acabamento finíssimo.


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Seja qual for o tipo de rasqueteamento a ser executado, os impulsos deverão ser aplicados de
dentro para fora, seguindo a borda da peça a 45° e prosseguindo em fileiras.

Direção dos impulsos.

Os impulsos posteriores deverão ser de, aproximadamente, 90° em relação aos anteriores. O
quadro a seguir resume as técnicas de trabalho com rasquete plano.

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O controle do grau de rasqueteamento é feito por meio de mesas, réguas e cilindros de controle.

Figura 99: Instrumentos de controle.

A raspagem é utilizada sobretudo em manutenção, para recuperação de guias deslizantes de


máquinas, desgastadas devido ao atrito decorrente da falta de lubrificação. Outra aplicação da
raspagem é no acabamento de faces planas de instrumentos de verificação de superfície,
como réguas de controle, mesas de controle (desempeno), bases de nível, guias deslizantes
de máquinas-ferramentas e furos das buchas dos mancais de deslizamento.

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Raspagem de superfícies côncavas

A raspagem de superfícies côncavas requer a pressão das duas mãos, num movimento
giratório de empurrar e tirar.

A mão direita agarra o cabo, executa o movimento de avanço e mantém o ângulo de ataque
correto.

A mão esquerda agarra o corpo raspador orientando-o na forma de atacar e retroceder,


proporcionando a necessária pressão.

No movimento giratório de retroceder, a mão esquerda realiza também um movimento de


avanço adicional, e a mão direita executa, ao contrário, o movimento de giro.

Na raspagem de desbaste, o movimento de avanço da mão direita parte do ombro, e o


movimento de giro parte do cotovelo.

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Na raspagem de acabamento, os movimentos de avanço e giro partem do cotovelo. A pres-


são de trabalho é menor, e os movimentos são mais curtos que na raspagem de desbaste.

Na raspagem de acabamento finíssimo, o manejo do raspador é do mesmo tipo do da raspa-


gem fina, mas o curso e a pressão são menores.

A ordem de sucessão dos impulsos no movimento de raspagem se efetua da seguinte forma:


1º - O movimento de puxar inicia-se na parte da peça oposta ao corpo, vindo em direção a
este e
2º - o movimento de retroceder, ato contínuo, é no sentido contrário, sem desencostar o
raspador.

A cada novo passe deve-se variar a direção do raspado em aproximadamente 90o.


As superfícies planas e coloridas devem ser raspadas somente nos pontos de apoio.

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Para a comprovação do acabamento, na raspagem de superfícies, empregam-se diversos


processos de verificação, segundo o grau da exatidão requerido, como os que seguem:
 verificador de folga, para comprovar a deformação;
 nível, para alinhar e equilibrar superfícies grandes;
 relógio comparador, para conferir a planeza;
 cilindro-padrão.

Posição da mão e do braço na raspagem de superfícies côncavas

Nessa posição, que também corresponde à da raspagem plana, a mão direita realiza um
movimento giratório enquanto a esquerda realiza um movimento lateral, que deverá corres-
ponder à curva trabalhada.

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