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Sistema de controle
Kanban
Tudo isso, acarreta altos custos que podem ser reduzidos através de sistemas de
controle simplificados e eficientes.
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Logística
Este sistema foi criado pela Toyota Motor Company para operar Just in Time, isto é,
exatamente no tempo necessário.
Cartão de movimentação
É um cartão que substitui a requisição de materiais. Ele autoriza o movimento das
peças entre os pontos de fabricação e os pontos de uso (figura abaixo). Deve conter as
seguintes informações:
Nome e código da peça;
Nome e localização do setor onde se produz a peça;
Nome e localização onde se consome a peça;
Localização da área de estocagem (supermercado);
Quantidade de peças no contentor;
Número seqüencial do cartão e número total de cartões;
Tipo de contentor.
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Logística
Cartão de produção
É um cartão que substitui a ordem de produção. Sua simples movimentação promove
uma espécie de programação automática da produção. Ou seja, indica
automaticamente o que e quando deve ser produzido. Ele deve conter:
Nome e código da peça;
Nome e localização do setor onde se produz a peça;
Tipo e quantidade do contentor;
Localização na área de estoque;
Opcionalmente, dados sobre materiais necessários.
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Logística
Rotina de funcionamento
Quando o consumidor final ou a linha de montagem necessitam de um tipo de peça,
um funcionário irá até o supermercado do ponto de produção. Ele transporta um
contentor vazio e um cartão de movimento daquela peça.
Com isso, o setor encarregado de produzir está autorizado a fabricar mais uma
quantidade igual à retirada.
Regras de funcionamento
Para eficiência do sistema, é preciso que todos obedeçam as seguintes regras:
Nenhuma peça pode ser fabricada sem que exista autorização, isto é, cartão no
painel. Se o painel estiver vazio, não se produz;
Deve existir precisamente um cartão de movimentação e um de produção para
cada contentor;
Só podem ser utilizados contentores padronizados com quantidades padronizadas;
O número de contentores no ponto de uso é de apenas 1 ou no máximo 2;
A quantidade de peças no contentor deve ser pequena para que seja utilizada ao
menos um contentor por dia.
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Logística
Tipos de Kanban
Os tipos dos cartões e dos painéis usados variam muito conforme a empresa. Cada
um desenvolve uma forma que mais lhe é conveniente.
Podem ser usados desde simples cartões plastificados até sistemas elétricos ou
eletrônicos. O essencial não é a forma, mas a observância dos princípios de
Funcionamento.
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K=
Onde:
K = quantidade de cartões (movimento + produção).
D = demanda por unidade de tempo.
L = Lead Time, isto é, o tempo total de reposição dos lotes.
S = coeficiente de segurança, igual a 10% no máximo.
C = capacidade do contentor.
Exemplo
D = 100 unidades por turno
L = 2h
S = 0,1 (10%)
C = 20
K = = 11
Como o número de cartões deve ser par, pois são 2 para cada contentor, usa-se no
caso acima K = 10. Logo tem-se:
5 cartões de movimentação
5 cartões de produção
5 contentores
Controle da produção
O uso dos cartões e painéis permite uma visão completa das necessidades de
produção. Porém, como cada célula produz mais de um tipo de peça é necessário
estabelecer prioridades:
Prioridade 1
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Quando existir cartão encostado na linha vermelha ou sobre o fundo vermelho, isto é,
em situação crítica. Deve ser produzido imediatamente. Veja figura abaixo.
Prioridade 2
Quando nenhuma peça encontra-se em prioridade 1. Então, o critério será produzir
aquela para qual a máquina já está preparada ou a que tem maior número de cartões
no painel, ou a de menor tempo de execução.
Problema 1
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Logística
Como informar quando mais de uma célula está planejada para fazer a mesma peça.
Solução
A célula que começar a produzir coloca uma identificação (chapinha com nome) sobre
os cartões. Indicando à outra célula que já está providenciando aquela quantidade.
Problema 2
Quando duas ou mais peças estão na faixa crítica.
Solução
Faz-se primeiro a de menor tempo de processamento. Ainda se duas tiverem o mesmo
tempo de processamento, o supervisor decide.
Problema 3
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Solução A
Se a peça está em fabricação, o usuário levará aquelas prontas e será colocada uma
etiqueta sobre o cartão indicando a quantidade fornecida. A célula só fabricará o saldo
das peças que completam o lote.
Solução B
Se a peça não está em fabricação, o coordenador da célula deve ser avisado
imediatamente. Porém, esta é uma situação indesejável, o sistema deve funcionar bem
sem alertas verbais. Assim, pode-se instalar algum dispositivo sinalizador na região
crítica do painel. Por exemplo uma lâmpada ou campainha instalada sobre o painel e
acionada por célula fotoelétrica ou interruptor.
Problema 4
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Logística
Solução
Basta observar ao longo do tempo para ver se há tendência. Se não ficar evidenciada
a tendência, continua-se normalmente.
Problema 5
A demanda varia com firme tendência em favor de um ou dois tipos de peça.
Solução
Compete ao coordenador do sistema, recalcular e ajustar o número de cartões.
Problema 6
A demanda aumenta excedendo a capacidade instalada.
Solução
É necessário replanejar todo o processo, pois não bastará um recalculo de cartões.
Provavelmente será necessário mais máquinas ou a otimização das existentes, ou
ainda uma troca de ferramentas mais rápida.
Problema 7
Após 90 dias, somente alguns dos cartões de certa peça aparecem no painel. Por
exemplo, de 5 cartões somente 2 aparecem com freqüência. O 3o, o 4o e o 5o nunca
apareceram.
Solução
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Isto evidencia um excesso de estoque. Portanto, devem ser tirados os cartões que
estão em excesso. Com isso reduzir-se-á o estoque em processo. No exemplo, deve-
se retirar 2 cartões. Caso se retire 1, não haverá diferença. Por outro lado, se forem
retirados 3 cartões a peça se tornará crítica freqüentemente.
Otimização do Controle
De qualquer forma quando o painel está vazio os operadores da célula não devem
produzir para estocar.
Para o sistema de cartões não existem limitações, porém ele é mais eficiente quando
os itens possuem alta rotatividade, alta repetibilidade e baixa variação nas quantidades
consumidas.
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Coeficiente de repetibilidade R=
Coeficiente de variação V=
Onde:
X = valor médio de consumo em 10 dias.
Q = quantidade do lote econômico de produção.
S = desvio padrão do consumo de peças em 10 dias.
Para o caso do Kanban, R > 1 significa que quanto menor o lote econômico da
produção comparado com o consumo, mais se justifica o sistema.
Todos esses dados naturalmente são o ponto de partida. Cada situação deve ser
analisada na prática, pois o sistema de cartões tem se mostrado útil em variadas
situações. A figura abaixo mostra o esquema de uma planta industrial com o uso total
do Kanban.
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Logística
Kanban externo
A forma habitual de se comprar grandes lotes tem como vantagem principal a redução
do custo unitário. Porém, os ganhos com JIT justificam a mudança de procedimentos.
Assim, deve-se estreitar o relacionamento com os fornecedores, na busca do
abastecimento ideal. É o Kanban externo.
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