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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 4
2
6.2 Eficácia dos dispositivos de umidificação.................................... 26
12 REFERÊNCIAS .............................................................................. 43
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor
e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado.
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos
ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar,
as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
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2 ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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O fisioterapeuta que atua em Terapia Intensiva promove a assistência ao
paciente baseado em diretrizes médicas, O fisioterapeuta deve ser capaz de avaliar
adequadamente o paciente e aplicar o melhor procedimento, pesando os benefícios
e os riscos em potenciais, sempre presentes em pacientes críticos. Deve entender
a condição clínica do paciente, os objetivos médicos traçados e a competência e as
limitações de cada instrumento e procedimento. Deve determinar se o procedimento
a ser realizado tem alta probabilidade de alcançar os resultados clínicos esperados
ou se um outro procedimento pode ser mais eficiente e benéfico. Quando esta for a
situação, o fisioterapeuta deve contatar a equipe médica e negociar um plano de
assistência que seja o melhor para o paciente. (ARAÚJO; NEVES JÚNIOR, 2003).
O relacionamento interprofissional tradicional na equipe de saúde tem se
alterado nos últimos 20-30 anos. Muitos fatores contribuíram para esta mudança,
incluindo o avanço tecnológico e a complexidade das ações médicas, a acentuada
melhora da formação dos profissionais de saúde e a democratização da sociedade
como um todo. Este movimento resultou em uma lenta, porém gradual evolução do
conceito de equipe multiprofissional. O conceito é que seus membros tem
contribuições especificas para dar, de valor comparável e todos devem funcionar
harmoniosamente para que o resultado final seja a excelência no padrão de
assistência. Cada grupo profissional deve entender o seu papel e o das demais
equipes. As chaves para esta complexa relação são respeito, boas maneiras,
serenidade, humildade e, o mais importante, uma devoção inflexível ao bem-estar
do paciente. (ARAÚJO; NEVES JÚNIOR, 2003).
6
preocupado com esse tema e hoje discute o perfil do profissional que queremos,
baseado na prática de diferentes equipes em diversos Hospitais, reconhecidas pelo
grau de competência e eficiência. Assim, as equipes de Fisioterapia têm avançado
nessa área baseada na experiência e no poder de negociação dentro da estrutura
hospitalar em que se insere. (ARAÚJO; NEVES JÚNIOR, 2003).
7
incluindo a presença do fisioterapeuta na orientação e treinamento de outros
profissionais.
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3 O MANUSEIO DO VENTILADOR MECÂNICO É FEITO SOMENTE PELO
MÉDICO?
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Neste capítulo, no item Indicações, seus dois subitens evidenciam a ação
do fisioterapeuta no manuseio do ventilador, a saber: “Prevenção das complicações
geradas por incapacidade de manter eficiente remoção das secreções brônquicas,
incapacidade de manter o volume pulmonar adequado e imobilidade no leito,
gerenciamento do trabalho respiratório, alternando fera peuticamente os limites de
sobrecarga e repouso aos músculos respiratórios.” Portanto, é evidente que o
fisioterapeuta manuseia o ventilador, principalmente, se o faz objetivando ação
especificamente fisioterápica, baseado nas normativas da resolução COFFITO-8.
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3.2 O MANUSEIO DO VENTILADOR SÓ PODE SER FEITO COM O
CONSENTIMENTO DO MÉDICO?
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f) a dosagem da frequência e do número de sessões terapêuticas, com a
indicação do período de tempo de duração de cada uma.
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Respiratória e Fisioterapia Motora no tratamento de pacientes sob ventilação
mecânica internados na UTI. (FERRARI, 2007).
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em especial, aqueles portadores de complicações
decorrentes da restrição prolongada no leito (JERRE, 2007).
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4.3 Hiperinsuflação Manual (HM)
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Até o momento os dados da literatura não permitem conclusões bem
definidas para determinar se a compressão torácica deve ser realizada de rotina
para otimizar a remoção de secreções em pacientes sob ventilação mecânica, o
consenso recomenda que o procedimento seja realizado em pacientes com
ausência ou diminuição do reflexo de tosse. Assim como em casos com dificuldade
de mobilizar secreção. Especialmente em pacientes com disfunção neuromuscular.
(OLIVEIRA, 2010).
A compressão brusca é descrita com frequência no tratamento de pacientes
com lesão medular ou que apresentem algum tipo de fraqueza muscular. Em um
estudo controlado, onde se comparou a aspiração endotraqueal com e sem a
associação da compressão brusca do tórax (por 5 minutos), evidenciou-se que no
grupo da compressão brusca do tórax, a quantidade de secreção aspirada foi maior
do que no grupo que recebeu apenas aspiração endotraqueal (sem diferença
estatística). No entanto, o estudo selecionou uma população pequena (n=31) de
pacientes clinicamente diferentes, o que limita os resultados do estudo. (OLIVEIRA,
2010).
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4.5 Drenagem postural, vibração e percussão torácica (tapotagem):
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vem sendo utilizada com grande frequência pelos fisioterapeutas.
(LINTON, 1934)
19
colabora na redução de infecções respiratórias
(BRUNO et al., 2001; DRAKULOVIC et al., 1999).
20
Há benefícios do uso de exercícios ativos de membros em pacientes de UTI
sob desmame e recém desmamados da ventilação mecânica. Um estudo realizado
em pacientes em pós-operatório de cirurgias gastrointestinais e cardiovasculares
abordaram programas multiprofissionais que incorporaram a mobilização precoce
como parte do tratamento. O resultado do programa resultou na diminuição da
morbidade e do tempo de internação. Recentemente, um estudo prospectivo,
controlado e randomizado avaliou em 66 de 228 pacientes admitidos UTIs que
tinham mais que 48h e menos que 96h de VM. Avaliou os efeitos do treino precoce
em pacientes recuperando da insuficiência respiratória aguda. A intervenção
consistia em treino de membros superiores e fisioterapia global comparada com
somente fisioterapia global. Concluíram que o treino de membros superiores era
praticável em pacientes recentemente desmamados e que pode realçar os efeitos
da fisioterapia global sendo que a função dos músculos inspiratórios foi relacionada
com a melhora da capacidade de exercícios. Outro estudo mais recente, porém
fisiológico, prospectivo e controlado teve o objetivo de avaliar os efeitos do treino de
membros superiores com e sem o suporte ventilatório em pacientes com DPOC e
desmame difícil. Encontraram um aumento da tolerância do exercício quando os
pacientes realizaram durante o suporte ventilatório. (LINTON, 1934)
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5.3 Decúbito elevado e Sedestação
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5.4 Ortostatismo
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assistência. O uso da postura ortostática na UTI tem sido encorajado como uma
técnica para minimizar os efeitos adversos da imobilização prolongada, como
hipotensão ortostática, consumo de oxigênio reduzido, estase venosa, redução dos
volumes pulmonares, prejuízo nas trocas gasosas, atrofia muscular, contraturas
musculares, aderências articulares e úlcera de decúbito. Apesar da falta de ensaios
clínicos avaliando o impacto no prognóstico dos pacientes críticos, a posição
ortostática foi incluída como modalidade de tratamento em recente consenso por
fisioterapeutas ingleses que trabalham em UTI. As hipóteses benéficas da postura
ortostática incluem influências no controle autonômico do sistema cardiovascular,
facilitação da ventilação e troca gasosa, facilitação do estado de alerta, estimulação
vestibular e facilitação da resposta postural antigravitacional. (SARMENTO, 2009)
Estudo recente revelou que a adoção da postura ortostática passiva por
meio de uma prancha é utilizada pela maioria dos fisioterapeutas nas UTIs nível da
Austrália. Os principais benefícios relatados dessa intervenção são melhorar a
função musculoesqueléticas e estimular o nível de consciência. Entretanto, existem
disparidades quanto às contraindicações para adotar a posição ortostática nos
pacientes de UTI. Esse estudo apontou, ainda, para a necessidade da padronização
dessa intervenção, com o objetivo de otimizar a segurança do paciente e obter
melhores resultados. A prancha ortostática deve ser considerada como mais um
recurso fisioterapêutico a ser explorado em UTI, principalmente em pacientes
crônicos incapazes de cooperação voluntária, mas clinicamente estáveis, com
quadro de desmame difícil. Ainda não foi estudado, até o presente momento, se os
benefícios fisiológicos descritos com essa técnica podem influenciar o prognóstico
dos pacientes críticos de forma positiva. (SARMENTO, 2009)
24
6 UTILIZAÇÃO DE UMIDIFICADORES DURANTE A VENTILAÇÃO MECÂNICA
25
6.2 Eficácia dos dispositivos de umidificação
26
Segundo AARC (1992) os HMEs são contraindicados de maneira relativa
para os pacientes em algumas situações, tais como:
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7 ADMINISTRAÇÃO DE AEROSSOLTERAPIA DURANTE A VENTILAÇÃO
MECÂNICA:
28
O nebulizador pode funcionar apenas durante a inspiração (intermitente)
por meio de um fluxo de gás inspiratório do ventilador, ou continuamente, através
de um fluxo de gás externo. Nebulizar somente durante a inspiração é mais eficiente
no fornecimento do aerossol do que quando o aerossol é gerado de forma contínua.
Vários problemas podem ocorrer se uma fonte de gás externo for utilizada no
funcionamento do nebulizador. O fluxo de gás externo usado para o nebulizador
pode adicionar fluxo de ar no circuito do ventilador, podendo aumentar volumes,
fluxos e picos de pressão na via aérea, alterando desta forma a ventilação desejada.
Pode ser necessário ajustar o volume corrente e fluxo inspiratório quando o
nebulizador está em uso. O fluxo externo pode alterar o a sensibilidade do
ventilador, sendo às vezes, necessários ajustes; quando os pacientes são
incapazes de desencadear o disparo do ventilador durante modos assistidos de
ventilação mecânica (por causa do adicional fluxo do nebulizador) pode ocorrer
hipoventilação. (MILLER DD et al, 2003)
Devemos lembrar também, que o uso de fluxo constante no circuito do
ventilador (ex: bias flow) durante todas as fases de ventilação pode aumentar a
perda de aerossol. Os ajustes feitos nos parâmetros do ventilador e nos alarmes, a
fim de acomodar o adicional fluxo de gás durante a nebulização devem ser refeitos
ao final do uso do nebulizador, ou seja, quando todo o medicamento acabar ou
quando mais nenhum aerossol estiver sendo produzido; devemos desconectar o
nebulizador e reconectar o circuito do ventilador, reprogramando a ventilação
original e os parâmetros de alarme. O fluxo através do nebulizador deve ser de 6 a
8 L/min. Devemos tomar cuidado com os nebulizadores no circuito do ventilador,
pois estes podem se tornar contaminados com bactérias, que podem ser carregadas
para o trato respiratório inferior. (MILLER DD et al, 2003)
29
Em relação aos nebulìmetros (MDI), estudos mostram sua associação com
um espaçador resulta em maior fornecimento de aerossol do que nebulímetro
conectado diretamente no tubo endotraqueal 9,10. O nebulímetro inserido em um
espaçador deve ser conectado no ramo inspiratório proximal do adaptador “Y”.
Quanto ao modo ventilatório e aos parâmetros utilizados, sabemos que eles
também influenciam o fornecimento de aerossol em pacientes ventilados
mecanicamente. O aerossol pode ser fornecido durante modo assistido de
ventilação se o paciente estiver respirando em sincronia com o ventilador. O volume
corrente fornecido pelo ventilador deve ser maior do que o volume do circuito do
ventilador e do tubo endotraqueal. Volume corrente acima de 500 mL em adultos
está associado com adequado fornecimento de aerossol. O modo pressão
controlada também pode ser usada, proporcionando volume corrente acima de 500
ml. O fornecimento de aerossol por nebulizadores está diretamente correlacionado
com tempo inspiratório longo, porque permite inalação maior de aerossol a cada
respiração. Nebulímetro produz aerosol durante uma grande parte de uma
inspiração simples; o mecanismo pelo qual um tempo inspiratório longo aumenta o
fornecimento de aerossol é incerto. Talvez as partículas de aerossol que se
depositam no espaçador e no circuito do ventilador são arrastadas para fora das
paredes com o uso de longos períodos de fluxo inspiratório. (MILLER DD et al, 2003)
30
secos. O HME deve ser removido do circuito do ventilador mecânico toda vez que
um dispositivo de nebulização for utilizado. Quando comparado com os
nebulizadores o uso de nebulímetros durante VM é mais fácil de realizar, envolve
menor tempo do profissional que cuida do paciente, fornece dose mais confiável e
pode reduzir o custo do tratamento. Além disso, quando o nebulímetro é usado com
um espaçador cilíndrico colabável não é necessário desconectar o circuito do
ventilador para toda inalação. (MILLER DD et al, 2003)
31
Expiração: a pressão se torna positiva em relação à pressão
atmosférica — em torno de +3 mmHg permite a saída de ar dos pulmões.
Sons fisiológicos:
ruído suave: murmúrio vesicular.
diminuído: enfisema, pneumonia, atelectasia e derrame pleural.
aumentado: hiperventilação.
Sons patológicos:
estertores crepitantes: ruídos intermitentes — atrito de cabelo.
atrito pleural: ranger de couro cru. Não é modificado pela tosse.
roncos e sibilos: ruídos contínuos ocasionados por enfisema,
bronquite e asma.
roncos: baixa frequência, correspondem à vibração da parede dos
bronquíolos calibrosos — secreções.
sibilos: alta frequência, finos e relacionados à vibração dos pequenos
brônquios (SMELTZER; BARE, 2012).
32
Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 631).
33
Fonte: Lechtzin ([2019?], documento on-line).
34
Além de manter as trocas gasosas e a correção da hipoxemia e
da acidose respiratória associada à hipercapnia, a VM visa a amenizar as
funções da musculatura respiratória, as quais se encontram elevadas nas
situações agudas de alta demanda metabólica. Ademais, a VM tem por
objetivos evitar ou reverter o cansaço muscular respiratório e reduzir o
consumo de oxigênio para, com isso, minimizar o desconforto muscular e
possibilitar a utilização de terapêuticas específicas (CUNHA, 2013).
35
9 VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA
36
10 VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA
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Pressão inspiratória: pressão máxima exercida internamente na
caixa torácica que não deve ultrapassar o valor de 40 cmH2O.
38
11 PRINCIPAIS EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM
Análise da radiografia
39
Fonte: Barros (2015, p. 451).
Gasometria arterial
Valores de referência
pH: 7,35 a 7,45;
PaO2: 80 a 100 mmHg;
PaCO2: 35 a 45 mmHg;
HCO3: 22 a 26 mEq/L;
SatO2 (saturação de oxigênio): 95 a 98%;
BE (excesso de base): -2,0 a +2,0 mEq/L.
40
Interpretação
Acidose respiratória — pH < 7,4 PaCO2 > 45 mmHg. Causas: DPOC,
hipoventilação com ventilador mecânico, sedação excessiva.
Interpretação
A interpretação de qualquer valor laboratorial deve estar associada à
condição clínica do paciente e não deve ser avaliada de forma única para o
diagnóstico.
41
42
12 REFERÊNCIAS
Choi JS, Jones AY. Effects of manual hyperinflation and suctioning in respiratory
mechanics in mechanically ventilated patients with ventilator-associated pneumonia.
Aust J Physiother 2005; 51(1): 25- 30.
Denehy L. The use of manual hyperinflation in airway clearance. Eur Respir J 1999;
14:958-65.
Durbin CG, Jr. Team model: Advocating for the optimal method of care delivery in
the intensive care unit. Crit Care Med 2006; 34(Suppl):S12-7.
43
LECHTZIN, N. Controle da respiração. Manual MSD, [s. l.], [2019?]. Disponível em:
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias- -
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a%C3%A9reas/controle- -da-respira%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 28 maio
2019.
Marini JJ, Pierson DJ, Hudson LD. Acute lobar atelectasis: a prospective comparison
of fiberoptic bronchoscopy and respiratory therapy. Am Rev Respir Dis 1979;
119:971-8.
MARTINI, F.; TIMMONS, M.; TALLITSCH, R. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2009.
Ntoumenopoulos G, Gild A, Cooper DJ. The effect of manual lung hyperinflation and
postural drainage on pulmonary complications in mechanically ventilated trauma
patients. Anaesth Intensive Care 1998; 26(5): 492-6.
44
Stoller JK. 2000 Donald F. Egan Scientific Lecture. Are respiratory therapists
effective? Assessing the evidence. Respir Care 2001; 46:56-66.
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13 LEITURA COMPLEMENTAR
RESUMO
O avanço tecnológico tem favorecido o aparecimento de complicações
clínicas, as quais são, entretanto, passíveis de serem prevenidas, principalmente
quando se atua de forma interdisciplinar. Junto aos pacientes acamados, sedados,
dependentes de ventilação mecânica e que necessitam recuperar suas funções
respiratórias, o enfermeiro e o fisioterapeuta podem atuar como objetivo de melhorar
a ventilação pulmonar e, consequentemente, a oxigenação. Uma das ações
preventivas que evitam complicações pulmonares é a fisioterapia respiratória. Esta
revisão bibliográfica enfoca e descreve as consequências da aspiração de resíduos
orofaríngeos e gástricos, como um dos fatores predisponentes ao aparecimento da
pneumonia aspirativa, além de expor as manobras de fisioterapia respiratória, cuja
aplicação pode preservar a oxigenação e a ventilação pulmonar, favorecendo a
recuperação do paciente. Este trabalho de revisão antecedeu o trabalho depois
realizado com este tipo de pacientes, em que a atividade do fisioterapeuta veio
complementar o cuidado oferecido pela equipe de enfermagem. Termos de
indexação: fisioterapia respiratória; enfermagem; pneumonia aspirativa; ventilação
mecânica.
INTRODUÇÃO
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casos, geralmente são polimicrobiais. A PN é causada frequentemente por micro-
organismos entéricos gram-negativos, podendo também ser causada por micro-
organismos gram-positivos7,8.
“O risco de se adquirir pneumonia aumenta com o aumento de tempo dos
pacientes sob VM”. Calcula-se que a média adicional de estadia hospitalar seja de
aproximadamente dez dias para pacientes com pneumonia associada ao ventilador,
com custos extras atribuíveis superiores a U$8.800 dólares. A pneumonia
desenvolvida depois de 48 horas de intubação e após o início da VM, é referida
como pneumonia associada ao ventilador (VAP)3. A sua ocorrência, além de
acréscimo de custos e do prolongamento da permanência dos pacientes no hospital,
tem acarretado aumento do número de óbitos.
Acredita-se que o circuito do ventilador possa favorecer a aderência
bacteriana e comprometer os mecanismos de defesa das vias aéreas. Com isso,
ocorre rápida colonização da orofaringe pelo aerossol contaminado, gerado pela
inalação através do equipamento de terapia-inalação, causando a VAP.
Pacientes gravemente enfermos que permanecem por um tempo em jejum,
apresentam reabilitação mais demorada, com catabolismo de sua reserva proteica,
o que leva ainda à redução da massa funcionante dos músculos respiratórios e à
alteração do metabolismo. O consumo muscular induz à respiração difícil e
superficial, resultando em trocas gasosas ineficientes, com retenção de dióxido de
carbono e maior consumo de oxigênio por trabalho metabólico realizado. Este
processo, por sua vez, acarreta menor oferta de nutrientes aos tecidos e debilidade
aos músculos respiratórios, prejudicando também a locomoção. Com a diminuição
da perfusão e difusão do oxigênio, há acúmulo de secreção e, considerando-se a
dificuldade de realizar a tosse e expelir a secreção, esta pode causar infecção
respiratória. Observa-se, neste contexto, a lentidão no reparo de tecidos lesados18,
a dificuldade do paciente para desvincular-se do ventilador mecânico, o
retardamento da recuperação e, portanto, o prolongamento da permanência
hospitalar.
Frente ao exposto é que se verifica a necessidade da FR, visando a
recuperação funcional e respiratória do paciente o mais breve possível. As
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manobras de fisioterapia, agregadas aos cuidados que se prestam aos doentes
sedados e acamados, serão usadas para facilitar a desobstrução das vias
respiratórias e a nova expansão pulmonar, com o objetivo de prevenir complicações
nos pacientes sob este risco. A intervenção da FR favorece também a respiração
profunda e uma eficiente troca gasosa, diminuindo a quantidade de secreção e
facilitando a higienização dos brônquios. Sendo estes importantes condutores para
a aspiração, o acúmulo de secreção pode resultar em foco de contaminação
pulmonar.
49
mesmas, diferindo pelo grau de pressão das mãos sobre o tórax. As variações
dessas manobras durante sua aplicação dependerão das condições clínicas do
paciente26. A realização das manobras exige posicionamento adequado do
paciente no leito, a fim de melhorar a função da V/P pulmonar, aumentar os volumes
pulmonares, reduzir o trabalho da respiração, minimizar o trabalho cardíaco e
aumentar a liberação das secreções das vias aéreas, com a ajuda da gravidade. A
posição de Fowler (paciente deitado em decúbito dorsal, com a cabeceira do leito
elevada a 30°) previne aspiração pulmonar, diminui a incidência de refluxo
gastresofágico em pacientes intubados, dependentes do ventilador mecânico e com
sonda nasogástrica. Existem manobras convencionais como: Drenagem postural:
técnica que, pelo posicionamento do paciente no leito, favorece o deslocamento das
secreções das vias aéreas inferiores para os brônquios e das vias aéreas superiores
para o meio externo, com auxílio da força da gravidade. Através do posicionamento
dos segmentos pulmonares ou de todo o pulmão, o terapeuta tem condições de
acelerar o deslocamento de secreções, melhorar o “clearance” pulmonar periférico,
além de aumentar a capacidade residual funcional do paciente. Quando realizada
junto com a VM e com aplicação de pressão expiratória positiva final (PEEP), a
drenagem postural pode aumentar a pressão transpulmonar, melhorar a taxa de
V/P, aumentar a complacência pulmonar do hemitórax não comprometido e reduzir
a resistência das vias aéreas colaterais. A duração desta técnica pode variar de 15
a 60 minutos, dependendo da tolerância do próprio paciente à mudança de posição
e da quantidade de secreção produzida. A equipe de enfermagem pode realizar esta
manobra, sempre que o paciente puder permanecer nesta posição no leito.
Percussão torácica ou Tapotagem: técnica que tem como objetivo facilitar a
retirada do muco ciliar. Podem ser usadas tanto na inspiração quanto na expiração.
Para realizá-la, as mãos do fisioterapeuta devem manter-se em forma de concha,
os dedos posicionados no sentido dos arcos costais e do contorno do tórax, dedos
e polegar aduzidos. A realização desta técnica produz uma onda de energia, que é
transmitida pelas mãos do fisioterapeuta através da parede do tórax, promovendo
o deslocamento das secreções da parede brônquica, das regiões periféricas para
as centrais, de onde poderão ser expelidas pela tosse ou pela aspiração
50
endotraqueal. O movimento sobre o tórax deve ser realizado de forma rítmica,
mantendo-se a mesma força e alternando-se as mãos que tocam o tórax, com
frequência de (240 ciclos por minuto), conforme descrito por Gallon em 1991.
Vibração torácica: técnica que consiste em exercer uma pressão sobre a
parede do tórax, através de movimentos oscilatórios rápidos e de pequena
amplitude, caracterizados pela contração isométrica repetida, com vibrações
partindo do ombro e membros superiores do terapeuta. A contração isométrica, por
sua vez, é a contração fina de grupos musculares de membros superiores, sem a
produção de movimentos amplos. Os dedos devem estar alojados entre os arcos
costais do tórax do paciente, seguindo a disposição anatômica das costelas, e a
pressão deve ser aplicada durante a fase expiratória. Pode ser realizada manual ou
mecanicamente.
Compressão torácica: técnica que consiste na compressão da parede do
tórax, exercida durante toda fase expiratória do ciclo respiratório, a fim de permitir
melhor esvaziamento pulmonar, facilitar a mobilização de secreção e favorecer a
ventilação pulmonar.
Vibro-compressão torácica: técnica que consiste na associação das
manobras de vibração e de compressão torácicas. Consiste na compressão da
parede torácica, no sentido anatômico dos arcos costais, com os dedos colocados
entre os mesmos, sendo a força compressiva distribuída igualmente entre os dedos
e a palma das mãos. É aplicada na fase expiratória do ciclo respiratório, de forma
constante, lenta e moderada, permitindo um melhor esvaziamento pulmonar,
facilitando a mobilização de secreções das vias aéreas centrais e inferiores e a
ventilação pulmonar. Quando o paciente não é capaz de colaborar, esta manobra é
realizada em concordância com o padrão respiratório do mesmo, induzido pelo
ventilador mecânico. Pacientes que apresentem rigidez torácica, osteoporose
intensa e/ou que estejam sedados ou até mesmo curarizados, merecem cuidados
especiais, já que não haverá manifestação de dor como alerta para evitar riscos de
fratura de costelas. Esta manobra é executada sobre a área do pulmão a ser tratada.
Hiperinflação manual: técnica também conhecida como bag squeezing
method. Foi introduzida em 1960, tendo como objetivo a prevenção de colapso
51
alveolar e expansão dos alvéolos colapsados. A técnica melhora a oxigenação e a
complacência do pulmão, minimizando o risco de hipoxemia; estimula a tosse no
paciente intubado e aumenta a movimentação das secreções pulmonares para as
vias aéreas inferiores. Para a sua realização, o paciente é desconectado do
ventilador mecânico e seus pulmões são insuflados de forma manual, através de
uma bolsa auto inflável ou ressuscitador manual (Ambú®), introduzindo-se o volume
corrente. Esta técnica é executada provocando-se inspiração profunda e lenta. Em
seguida, o Ambú® é desconectado para aumentar o fluxo expiratório.
Pressão manual expiratória (pressão negativa): técnica que consiste na
compressão manual da região do tórax, respeitando-se a anatomia dos arcos
costais, com os dedos colocados entre os mesmos, para evitar desconforto ao
paciente. É aplicada durante a fase expiratória: deve-se manter a região comprimida
durante a expiração e, em seguida, logo no início da inspiração, deve-se
descomprimir bruscamente, provocando uma inspiração forçada, a qual acarretará
um direcionamento do fluxo ventilatório para a região pulmonar comprometida,
proporcionando expansão pulmonar e promovendo a facilitação para a V/P e a
difusão, as quais se encontram prejudicadas. Esta técnica atua também como
estímulo, facilitando a mobilidade costal que se encontra diminuída ou até mesmo
abolida neste paciente. No paciente sob ventilação mecânica, esta técnica é
realizada em concordância com o padrão respiratório proveniente do ventilador
mecânico, favorecendo a sincronia entre o ritmo respiratório do paciente e o do
ventilador mecânico, prevenindo-se assim a iatrogênia hospitalar.
CONCLUSÃO
52
melhora do paciente, é necessário que o fisioterapeuta observe as evidências que
possam orientá-lo nas intervenções. A prevenção de complicações pulmonares
poderá ser efetivada quando todos os fatores intervenientes puderem ser
controlados.
A FR não é apenas indicada para a reabilitação ou a cura do paciente, mas
também para a prevenção de complicações pulmonares, já que, ao melhorar a
função pulmonar, favorece a redução de infecção pulmonar, reduz o tempo de
permanência no ventilador mecânico e libera o doente do risco da realização de
traqueostomia; benefícios estes que, além de reduzirem a permanência do paciente
internado, reduzem o custo hospitalar.
Para ter segurança na indicação da FR, observadas as condições da
intubação endotraqueal do paciente, faz-se mister avaliar se a realização da FR não
acarretará complicações, como a passagem de secreções orofaríngeas para as vias
aéreas inferiores, o que favoreceria a aspiração de resíduos e, consequentemente,
o desenvolvimento da pneumonia aspirativa. Este foi o objetivo do estudo que se
seguiu a esta revisão bibliográfica. Esta revisão e o estudo mencionado constituem
etapas de uma linha de pesquisa que vem sendo desenvolvida por estes autores.
53