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CAPÍTULO 01 – A SOCIEDADE E O ESTADO NO INÍCIO DO SÉCULO XVI

Estrutura social durante sua migração e na época de sua chegada ao vale central:

 bastante simples;
 essencialmente igualitária;
 ausência de diferenciação das funções sociais e poder organizado;
 Sacerdotes de Uitzilopochtli = constituíam um embrião de uma classe dirigente e o núcleo de poder.

Início do século XVI:

 sociedade tornou-se complexa e hierarquizada.

A classe dirigente:

Grão-sacerdote:

 mesmo nível de um chefe militar;

Tecuhtli:

 camada superior investida de altas funções militares, administrativas ou judiciárias;


 o soberano pertencia a essa classe;
 se tornava tecuhtli por eleição ou por designação = na maioria das vezes, é um filho, um sobrinho ou
irmão do techtli da localidade que sucede frente a aldeia, cidade ou bairro;
 uso de vestimentas específicas que demonstram sua posição social;
 recebem terras cultiváveis;
 obrigações = representar o povo frente as autoridades superiores; responsável pela ordem, pagamento
de impostos;
 não pagam impostos (nem sua família);
 se renovava a cada instante, recrutavam cidadãos

Calpullec:

 chefe do calpulli;
 eleito vitaliciamente pelos habitantes do calpulli;
 reconhecido pelo soberano;
 obrigações = assessorado por um conselho de anciões; defesa dos concidadãos; manter registro das
terras coletivas;
 isento de impostos;
 era necessário que cedesse um espaço para um templo local e para a casa dos jovens (local onde os
homens aprendiam a guerrear);
 acredita-se que inicialmente fosse dotado de atribuições militares.

Guerreiros:

 desde o nascimento, o menino é destinado à guerra = sociedade guerreira;


 aprendiam a guerrear no telpochcalli (casa dos jovens);
 existência de hierarquia.

Pilli:

 o filho de um tecuhtli recebia o título de pilli = transmitido de pai para filho por uma geração;

Funcionários públicos:
 governadores de algumas cidades ou praças-fortes = atribuições civis e administrativas;
 calpixque = responsável pelo recolhimento de impostos, era escolhido entre os pilli;
 juízes = eram escolhidos pelo soberano entre os tecuhtli idosos ou entre a gente do povo. Dispunham
de uma espécie de polícia;
 todos os funcionários dependem do soberano;

Magistrados do sagrado

 eram instruídos no calmecac;


 quacuilli = sacerdotes de bairro;
 tlenamacac = escalão superior. Fazia parte do corpo eleitoral que elegia o soberano;
 tonalpouhque= sacerdote responsável pelas adivinhações. Contudo, não eram incorporados aos
templos
 ao lado dos templos, havia celeiros especiais que armazenavam comida;
 mulheres não eram afastadas do sacerdócio = necessidade de manter o celibato, mas era possível que
casasse;
 viviam na austeridade.

Outras profissões:

 médicos;
 mágicos e feiticeiros = viviam na clandestinidade.

Uma classe em ascensão - os negociantes:

Pochteca:

 título reservado a membros de grandes corporações e o monopólio do comércio exterior;


 comércio = exportação de produtos manufaturados e importação de gêneros exóticos de luxo.
Existência de tribunais nos locais do comércio, onde se poderia pronunciar todas as penas;
 profissão passada de pai para filho;
 existência de hierarquia;
 as condições de seus negócios os levam a certas ações militares;
 os filhos podiam ingressar na calmecac;
 dispensados de trabalhos manuais e de serviços particulares.

Os artesãos:

 classe numerosa;
 tolteca = artesão de luxo;
 uso de ferramentas simples;
 sujeitos a impostos, mas dispensados da prestação de serviços;
 classe social estática = sem busca por ascensão.

A plebe:

Maceualli:

 Direitos = usufruir de um terreno; filhos são admitidos nas escolas de “bairro”; contribui para a
eleição dos chefes locais;
 Deveres = serviço militar, convocado para trabalhos coletivos, pagam impostos;
 possibilidade de ascender socialmente.

Tlalmaitl:
 camponeses sem terra;
 possíveis vítimas de guerras e de golpes de Estado;
 vive com a família na terra que lhe é concedida;
 não paga imposto, prestam serviço militar.

Os escravos:

Tlacotli:

 trabalha para outrem, mas não recebiam remuneração;


 possui casa, comida, roupa, podiam se casar com cidadãos livres e seus filhos nasciam livres;
 não era uma situação definitiva;
 Como se tornar escravo? Capturado de guerra, por penalidades penais, voluntário;
 venda de escravos era cercada de restrições = o amo não poderia vender seu escravo, somente em
caso dele ser preguiçoso (mas era preciso admoestá-lo solenemente três vezes diante de testemunhas;
 isenção de serviço militar, impostos, corvéias e das obrigações para com o Estado.

Riqueza e pobreza - os níveis de vida:

Em princípio, ninguém era proprietário de uma terra. As terras pertenciam a uma coletividade e seu usufruto
era hereditário.

 todo adulto casado recebia uma parcela de terra;


 ao morrer, não se transmitia a terra, mas o direito de trabalhar nela.

Com o tempo e à medida que a diferenciação das funções se acentuava, essa antiga regra passou a comportar
diversas exceções:

 a classe dirigente não cultivavam a terra na qual detinham o direito;


 negociantes e artesões eram dispensados do trabalho agrícola;
 raramente uma família era destituída de sua parcela de terra.

Cada calpulli/cidade tinha que fornecer uma certa quantidade de artigos e produtos.

O soberano, os grandes dignitários, o conselho:

Tlatoani (soberano):

 boa oratória;
 comando supremo dos exércitos;
 ligado a um passado mítico e glorioso;
 eleito = oligarquia restrita (os tecuhtli que votavam);
 deveres = primeiro, ligados aos deuses e depois ao povo;

Ciuacoatl:

 vice-imperador;
 funções = juiz, cuidava das coisas do governo/finanças, organizava as expedições militares/nomeava
seus comandantes, convocava o colégio eleitoral em caso de morte do soberano, desempenhava
funções de chefe de Estado durante o interregno;
CAPÍTULO 03 – O MUNDO, O HOMEM E O TEMPO

Um mundo instável e ameaçado

Crença em vários mundos sucessivos haviam precedido o nosso e que cada um deles ruíra em cataclismos
no decorrer dos quais a humanidade fora exterminada

 Ideia dos “quatro sóis” - estaríamos no quinto sol;


 O mundo teria sem fim já definido.

Crença no casal primordial

 Acreditavam no casal primordial (Ometecuhtli e Omeciuatl). Eles residiam no topo do mundo


(terceiro céu) e de sua fecundidade eterna nasceram todos os deuses e todos os homens;
 Descendentes da Dualidade superam, os deuses criaram o mundo = o ato mais importante dessa
criação foi o nascimento do Sol (que nasceu do sacrifício e do sangue), até então imóvel e
dependente do sangue para se por em movimento. Então, os deuses se sacrificaram e o Sol começou
seu percurso no céu.

Sacrifícios:

 Dever sagrado para com o Sol e uma necessidade para o próprio bem dos homens;
 Tipo 01 de sacrifício = na forma mais recorrente, a vítima era deitada de costas numa pedra,
enquanto quatro sacerdotes seguravam seus braços e suas pernas, e um quinto, abrindo-lhe o peito
com um golpe de faca, arrancava-lhe o coração;
 Tipo 02 de sacrifício (gladiatorio) = amarrado a um enorme disco de pedra, o cativo, munido de
armas de madeira, devia combater sucessivamente vários guerreiros com armas simples. Se não
sucumbisse, poderia ter sua vida salva;
 Tipo 03 de sacrifício = decapitavam-se as mulheres destinadas à morte em homenagem a deuses
terrestres enquanto elas dançavam;
 Tipo 04 de sacrifício = afogavam-se as crianças oferecidas ao deus das chuvas;
 Tipo 05 de sacrifício = jogavam-se numa fogueira, anestesiadas, as vítimas do deus do fogo;
 Tipo 06 de sacrifício = crivava-se de de flechas os que, presos a uma espécie de cavalete,
personificam o deus Xipe totec, depois do que arrancavam sua pele e os sacerdotes a usavam como
vestimenta;
 Na maioria dos casos, a vítima era vestida, pintada e enfeitada de maneira a representar o deus ao
qual se fazia um culto;
 Se praticava o canibalismo ritual, era a carne do deus que o fiel absorvia numa comunhão sangrenta;
 Não é fácil compreender o que significava, para um asteca do século XVI, o sacrifício humano. Cabe
salientar que cada cultura tem uma noção particular do que é cruel e do que não é. Todavia, o
sacrifício humano entre os mexicanos não era inspirado nem na crueldade nem no ódio; era a sua
resposta à instabilidade de um mundo constantemente ameaçado;
 Para conseguir fornecer o sangue indispensável para os deuses, era necessário manter o estado de
guerra = instituição da “guerra florida”.

O céu e a terra

Os astecas eram, por excelência, “o povo do Sol”. Seu deus supremo, Uitzilopochtli, personificava o sol.

É possível que os povos errantes da estepe só tenham conhecido um número restrito de divindades e uma
religião essencial, se não exclusivamente, astral. Os sedentários do planalto central, ao contrário, adoravam
desde a antiguidade deuses agrários da vegetação e da chuva.

 Tlaloc = aquele que amontoa as nuvens no cume das montanhas; deus supremo dos camponeses;
 Terra = simbolizada por um monstro com mandíbulas bem abertas, engolindo o sol em seu ocaso, os
restos dos mortos, o sangue dos sacrificados;
 Deuses camponeses eram celebrados no fim da colheita.

Os astecas podiam confessar os erros; todavia, ao contrário da confissão cristã, só se podia fazer isso uma
vez no curso da vida.

Morte e renascimento

 Quetzalcoatl = símbolo da morte e do renascimento;


 A natureza e o homem não são destinados à morte eterna. Há forças de ressurreição em ação = a
morte e a vida são apenas dois aspectos de uma mesma realidade;
 Determinadas formas de imortalidade eram previstas, mas sem nenhuma ideia de retribuição moral,
de recompensa ou castigo;
 Adeptos ao culto solar = destinados ao caminho do oriente no zênite e depois, a despreocupada
eternidade de colibri;
 Adeptos ao culto do deus da chuva = destinados a felicidade calma da abundância obtida sem
trabalho e sem dor, no verde e úmido paraíso do trópico;
 Aqueles que não eram adeptos ao culto de Uitzilopohchtli e Tlalol = perspectivas sombrias, fariam
morada no inferno;
 importância do signo de nascimento = determinante no destino da pessoa.

Destinos e signos

 O ano solar, de 365 dias, era dividido em 18 meses de 20 dias, os quais eram acrescentados 5 dias
vazios (considerados nefastos). Cada mês era designado por um nome que se referia seja a um
fenômeno natural, seja, com maior frequência, aos ritos que deviam ser celebrados durante esse
período;
 Existência de quatro signos;
 Calendário divinitório = baseado na combinação de treze números e vinte nomes;
 Cada dia podia ser bom, mau ou neutro conforme o número e o signo que o distinguiam;
 Rigorosa predestinação. Contudo, tentava-se se corrigir o destino= se uma criança nascesse sob um
signo nefasto, esperava-se alguns dias, até um dia favorável, antes de lhe dar o nome.

Uma religião imperial

 Religião aberta;
 Existência de divindades de bairro e de corporações;
 Um mesmo deus poderia ter vários nomes;
 Não monoteísmo = crença em um deus supremo elevado acima de todos os outros, sem nome, sem
história mítica e sem rosto;
 A religião impregnava profundamente e sob todos os aspectos da vida cotidiana dos homens;
fornecia uma regra para ações.

CAPÍTULO 04- O DIA DE UM MEXICANO

A casa, a mobília, os jardins

a) Casa:

 Existência de diversos tipos de moradia, de acordo com o nível social, a riqueza e a profissão dos
habitantes;
 Maioria das casas eram de tijolo secado no sol;
 Casas mais modestas = comportavam apenas um cômodo principal;
 Casas médias = compunha-se de uma cozinha, um quarto onde dormia toda a família e um pequeno
santuário doméstico;
 Banheiro (temazcalli) = era sempre construído a parte;
 As casas contavam com espaço para o trabalho. Por exemplo, os artesões possuíam suas oficinas e os
negociantes, os seus depósitos;
 A terra onde se construía a casa dificilmente era ocupada completamente por edificações;
 Espaço reservado para o parte interno (um quintal);
 Dispunham de embarcadouro próprio.

b) Mobília:

 As casas não diferiam muito quanto à mobília;


 Camas eram simples esteiras. De dia, serviam de assento;
 Icpalli = assento mais elaborado, com encosto;
 Os móveis eram baixos e desprovidos de pés. Existia almofada que ficava no chão;
 Móveis destinados ao imperador = cobertos de tecidos ou peles e decorados com ornamentos de
ouro;
 Pertences da família eram guardados em arcas de vime (petlacalli). Contudo, não estavam protegidos
de roubo;
 Tudo era feito de vime;
 Casa do imperador e dos dignatários = mesas baixas e biombos de madeira (serviam para proteger do
fogo excessivo ou para isolar parte de um aposento momentaneamente);
 As casas deviam parecer frias e nuas, com o chão de terra batida ou de lajotas, paredes caiadas de
branco;
 Residências ricas = provável que as paredes fossem ornamentadas de afrescos e tecidos, ou que peles
de animais fossem usadas como tapeçaria. Quando recebiam hóspedes, enfeitavam a casa com ramos
de árvores e flores;
 Calefação ocorria por meio de fogueiras e a iluminação era igualmente primitiva;
 Centro das casas = ficava o fogão, imagem e encarnação do Velho Deus, o deus do fogo.

c) Jardins:

 Luxo das residências senhoriais = dimensão, quantidade de aposentos e na variedade de jardins;


 Índio hispanizado (acerca do palácio de Texcoco, onde o rei construiu santuosos jardins) = “os
parques e jardins eram ordenados om ricos alcázares suntuosamente trabalhados, com as fontes, os
canais de irrigação, tanques e banhos, e admiráveis labirintos, onde plantara grande variedade de
flores e de árvores de todas as espécies, estrangeiras e trazidas de regiões distantes”. Contudo, os
atuais vestígios dos jardins dão apenas uma pequena ideia de seu esplendor passado;
 Díaz (após passar por Iztapalapán) = “fomos até o jardim, por onde se passeava tomado de êxtase,
porque eu não me cansava de observar a diversidade de plantas e seus perfumes”;
 Existência de um cuidado, por parte dos soberanos, em manter espécies de animais e plantas
próximos a si;
 Os astecas sentiam uma verdadeira paixão pelas flores. Em todos os pátios e terraços, os habitantes
de México cultivavam flores. Ademais, todas as famílias possuíam seus animais;
 Vivia-se mais fora de casa do que dentro dela.

O despertar, a higiene pessoal e o vestuário

a) O despertar:

 Todo mundo acordava cedo.

b) Higiene pessoal:
 Os cuidados com a higiene pessoal parecem ter sido difundidos em toda a população;
 Membros da classe dirigente dedicavam mais tempo a higiene pessoal do que os simples cidadãos.
Contudo, como aponta André de Tapia, todo mundo “se lavava frequentemente e muito, todos os
dias”. Esse costume, inclusive, era inculcado nos jovens pela educação;
 Não fabricavam sabão, que era substituído por outros produtos vegetais;
 Não se lavar = sacrifício. O banho não tinha apenas o valor de uma medida de limpeza, mas também
o de uma ablução ritual;
 Temazcalli = banho de vapor. A maior parte da população possuía até mesmo uma parte anexa
dedicada a prática. Esse banho possuía um duplo efeito: considerado um processo de higiene e como
uma medicação. Por outro lado, também era visto como uma purificação;
 Homens = não se barbeavam. Os cabelos eram cortados, em princípio, na testa e conservados longos
em torno da cabeça. Todavia, existiam diferentes cortes de cabelo que variavam de acordo com
certos níveis e profissões;
 Mulheres = procuravam ficar com um tom de pele amarelo-claro (uso de axin ou de uma terra
amarela). Algumas mulheres, as como as huaxtecas e as otomis, tinham o costume de tingir os dentes
de preto ou vermelho escuro. Os cabelos costumavam ser puxados até o todo da cabeça, de forma a
fazer dois coques semelhantes a pequenos chifres. As otomis também tinham o costume de cobrir os
peitos e braços com tatuagens. Em contrapartida, em Tenochtitlán, uma mulher de classe dirigente
devia recorrer apenas à limpeza.

c) Vestuário:

Homens:

 Maxtlatl = roupa principal, os homens utilizavam para dormir. Era frequentemente decorada de
bordados e franjas;
 Tilmatli = um manto. Simples peça de tecido, retangular, que se amarrava no ombro direito ou no
peito. Possuía variações: entre os cidadãos comuns, era branca e sem ornamentos; entre os
dignatários, apresentava uma riqueza de cores e desenhos. Os dos sacerdotes era preto ou verde
muito escuro, por vezes bordados de crânios e ossos humanos. O do soberano era de cor azul
esverdeada;
 Textos e iconografias mostram que outras peças eram utilizadas. Sacerdotes e guerreiros, às vezes,
usavam sob o manto, ou no lugar dele, uma túnica de mangas curtas aberta na frente e que se fechava
por meio de fitas;
 Existia o costume de superpor dois ou três mantos;
 No dia a dia, o cidadão utilizava roupas largas. Contudo, na guerra, se fazia uso de roupas justas.

Mulheres:

 Peça principal de seu vestuário = saia ou cueitl;


 Nas classes populares, as mulheres tinham o costume de deixarem o busto descoberto. Entre as
burguesas ou entre as nobres, no entanto, o huipilli, corsage tipo camisa que se deixava solto por
cima da saia, cuja gola era decorada com bordados;
 A roupa ordinária era branca e simples, mas os conjuntos de cerimônias ostentava grande variedade
de cores e motivos decorativos;
 Quexquemitl = capa em forma de losango, ricamente decorada e bordada.
 A moda de Tenochtitlán acentuava a simplicidade em contraste com o colorido que os povos das
províncias buscavam;
 A tendência ao luxo das roupas ia de par com a própria evolução da técnica. O algodão se tornou
objeto de cobiça dos astecas;
 Algodão = sua busca impeliu os mercadores e os guerreiros para as ricas terras tropicais;
 Mexicanos, principalmente das classes populares, andavam frequentemente descalços. Contudo,
existia o cactli, utilizado por determinados grupos sociais, que consistiam em sandálias com sola de
fibra ou pele, amarradas ao pé por correias entrelaçadas;
 Rica variedade de joias e adornos de cabeça. Eram aparatos de insígnias e de luxo rigorosamente
pautado conforme a hierarquia social.

Negócios, trabalhos e cerimônias

a) Trabalhos:

Habitantes de Tenochtitlán

 Trabalhavam desde o raiar do dia. Muitos deles, embora residentes na cidade, permaneceram homens
do campo em suas ocupações;
 Ferramentas eram simples;
 Nobres = podem trabalhar com as mãos. Todavia, lhe é proibido ser um simples agricultor ou
comerciante. Os membros da classe dirigente consagravam grande parte do seu tempo a visitar suas
terras e administrar a exploração delas. Contudo, mordomos podiam substituí-los.
 Os mexicanos detinham uma elevada noção de serviço público e da autoridade a ele ligado;
 Quanto mais se subia na hierarquia, menos se dispunha de tempo para si próprio. No caso dos
sacerdotes, a vida inteira lhes escapavam, uma vez que o serviço aos deuses não cessava e que se
expunham aos piores castigos caso se mostrassem infiéis;
 Os deveres, as responsabilidades e os perigos aumentavam com o poder e a riqueza;
 Justiça e os processos = tinham peso importante no cotidiano dos astecas.

b) Cerimônias:

 Todo mundo de México participava das inúmeras festas e dos complicados ritos. Também nesse caso
era aos dignatários que cabia a maior cota de sacrifício;
 Sacerdotes = não eram os únicos a celebrar os ritos. De acordo com os meses, as cerimônias exigiam
a participação de outros segmentos da população (ás vezes, envolvia o povo como um todo);
 As cerimônias absorviam parte considerado do tempo, do trabalho e dos recursos da comunidade.
Eram frequentes, prolongadas e de extrema minúcia;
 Cerimônias necessitavam de permanente esforço coletivo. Era, portanto, algo sério, uma obrigação;
 A atividade cerimonial intensa não impedia que as corporações e o próprio povo se dedicassem a
suas ocupações normais.

As refeições

Na maior parte do tempo:

 Alimentação pouco abundante e insípida (Sem sabor; sem gosto algum; insosso);
 Essencialmente composta de milho sob a forma de broas, papa ou tamales, feijão e grãos de
amaranto e de sálvia;
 Alimentação do plebeu = variada;
 Alimentação das classes superiores = pratos mais refinados.

Primeira refeição:

 Por volta das 10 horas da manhã;


 Essencialmente de papa de milho, mas as classes superiores poderiam beber cacau.

Maior refeição:

 Meio dia;
 Quando possível, era seguida de uma curta sesta (repouso);
 Gente do povo = almoço rápido;
 Elites = numerosos pratos;
 Casas dos soberanos = eram preparadas comidas em quantidades suficientes para o séquito (conjunto
das pessoas que acompanham outra(s); cortejo que acompanha uma pessoa, ger. distinta, para servi-
la ou honrá-la; comitiva), para os funcionário, os sacerdotes etc.

Ausências:

 Ausência de gordura ou óleo. Portanto, tudo era assado ou, em geral, cozido;
 Ausência de gado. Carne era presente por meio da caça ou das espécies domésticas (peru e cachorro).
Consumiam uma variedade de alimentos aquáticos.

Peru:

 Animal originário do México, onde foi domesticado desde a antiguidade;


 Pessoas modestas = só comiam em ocasiões especiais.

Cachorro:

 Engordado para consumo;


 O uso desse animal se perdeu após a introdução do gado pelo europeu = sacrifício de cachorros era
associado a certas cerimônias pagãs.

Amaranto:

 Missionários lutaram contra a cultura do amaranto. Essa planta estava, a seus olhos, ligada aos ritos
indígenas;

Períodos:

 Entressafra = junho a julho, período de fome e angústia;


 Governo tentava remediar a situação de fome distribuindo víveres à população. Contudo, em
algumas regiões, tinha-se que se voltar à coleta ou aos modos de subsistência pré-agrícolas;
 Necessidade de acumular celeiros de reservas para lutar contra as calamidades.

Para a maioria das pessoas, a segunda refeição era a última.

 No entanto, alguns sujeitos poderiam se refrescar e se alimentar com uma papa de milho, amaranto
ou sálvia antes de dormir;
 Dignatários e comerciantes = davam festas e banquetes, ceavam fartamente durante a noite inteira.

Fumo:

 Classe dirigente e comerciantes = distribuído após as refeições em forma de cachimbos;


 Amplamente utilizado na medicina e nos ritos religiosos;
 Outros narcóticos ou tóxicos = eram empregados para garantir o reconforto, visões proféticas.

Bebidas alcoólicas:

 Conheciam o octli (hoje, pulque) = obtida pela fermentação do suco da agave e muito semelhante à
sidra;
 Consciência do perigo que a embriaguez alcoólica encerrava para eles e para a civilização;
 Presença de leis contra a embriaguez.(Plebeu que era surpreendido bêbado = primeira vez era
submetido a zombaria, em reincidência era penalizado com a morte; classe dirigente = primeira vez
já acarretava em morte);
 Não era inteiramente proibido. Os idosos tinham permissão para beber em algumas festividades.
Jogos e distrações

Banquetes:

 Estavam sempre relacionados a uma festa religiosa, a um ritual. Entretanto, também eram ocasiões
para divertimento;
 Os que tinham os meios = gostavam de ouvir poemas enquanto se alimentavam (poemas eram
acompanhados por flautas, tambores e gongos de duas notas).

Uma das distrações mais apreciadas era a caça:

 Gente do povo = caçavam para variar o trivial ou vender;


 Classe superiores = para se distrair;
 Se faziam grandes caçadas, em particular no décimo quarto mês do ano para agradar o deus da guerra
(Uitzilopochtli) e o deus da caça (Mixcoatl).

Entregavam-se ao jogo com paixão.

 Tclachtli (ou jogo da péla) = dois times se enfrentam e o jogo consistia em arremessar uma pesada
bola de borracha dentro de um dos anéis de pedras esculpidos e fixados em muros. Não se podia usar
as mãos, nem os pés, mas apenas com os joelhos e quadris. Somente a classe dirigente era autorizada
a jogar. Existência de um significado mitológico e religioso (campo representava o mundo e a bola
um astro (sol ou lua));
 Patolli = jogo de dados. Usavam dados grãos de feijão marcados com certo número de pontos. De
acordo com os números obtidos com o lançamento, deslocavam no tabuleiro, de casa em casa, umas
pedrinhas coloridas. O que chegasse primeiro à casa inicial ganhava. Jogo difundido em todas as
classes.

Os indígenas podiam se entregar com paixão aos jogos de azar.

O ritmo do dia e da noite

Não podiam dividir os dias de maneira exata. Contudo, uma vida ritual e social intensa supõe alguns pontos
de referência.

De acordo com Sahagún (frade franciscano espanhol):

 Os tambores e os búzios dos templos marcavam nove divisões do dia: quatro para o dia (nascer do
sol, meio da manhã, meio dia e o pôr do sol) e cinco para a noite (início da noite, a hora que as
pessoas iam dormir, a hora em que os sacerdotes acordavam para rezar, pouco depois da meia noite e
pouco antes da alvorada).

Os dias e as noites eram ritmados

 Ritmo marcado do alto dos templos, torres dos deuses e do ritual;


 Durante a noite, não eram interrompidas as atividades (exemplo = imperador levantava a noite para
oferecer seu sangue e orar).

CAPÍTULO 05 - O NASCIMENTO E A MORTE

O batismo
Quando uma criança vinha ao mundo numa família, a parteira responsável servia de sacerdote e velava pela
observância dos ritos.

 ritual = parteira cortava o cordão umbilical após lhe dirigir longos discursos. Em seguida, dirigia
preces a Deusa da água.
 complexo cerimonial de "saudações" = anciãos iam saudar o recém-nascido e lhe ofereciam
presentes;
 pai buscava um adivinho = busca por um dia com um melhor signo;
 o batismo era celebrado pela parteira. A cerimônia era dividida em duas partes: a lavagem ritualística
e a determinação do nome. A festa acabava com um banquete familiar.

A infância e a juventude, a educação

A educação parece ter sido uma das principais preocupações dos adultos.

Entre três e quinze anos:

 meninos = educação confiada ao pai


 meninas = educação confiada a mãe
 a educação dada pelos pais era limitada a bons conselhos e a pequenas tarefas domésticas
 presença de castigos

Aos quinze anos, os jovens podiam ir ao:

 Calmecac = a princípio, reservado aos filhos das classes superiores, mas eram admitidos filhos de
comerciantes e é possível supor que os frutos famílias de classes inferiores também. Nessa
instituição, a educação era responsável pela preparação para o sacerdócio ou para as altas funções de
Estado. Dava-se ênfase ao sacrifício e a abnegação;
 Telpochcalli = formavam cidadãos "médios" dava a seus alunos muito mais liberdade e os tratava
com menos dureza. O menino que entrava nessa instituição era submetido a tarefas penosas e pouco
brilhantes. A educação não era voltada pro religioso.

Nenhuma criança do século XVI, qualquer que fosse sua origem social, tenha ficado privada de escola.

O casamento, a vida familiar

O jovem podia se casar a partir dos 20 anos. Além disso, o casamento era considerado, antes de mais nada,
como assunto das famílias, não dos indivíduos.

Para se casar, era preciso se libertar do calmecac ou do telpochcalli e obter a autorização dos mestres.

 Era oferecido um banquete pela família permitia pedir e obter a autorização.


 ritual = o pai do rapaz, os anciões de linha paterna e os conselheiros do bairro traziam com grande
pompa um machado de pedra polida. Os mestres pegavam o machado, o que significava a liberação
do rapaz do colégio e saiam da casa.

Quando os pais do jovem se decidiam a respeito da futura esposa, entravam em cena as anciãs encarregadas
de servir de intermediárias entre as famílias.

 o costume exigia que a primeira resposta da família da mulher fosse uma recusa polida e humildes
desculpas. Sem se comover, as matronas voltavam no dia seguinte ou depois de alguns dias, e os pais
finalmente concordavam. Assim, leva-se a conhecimento dos pais do homem.
 noite de núpcias = o dia era escolhido após consultar adivinhos de modo a colocar o casamento sob
um signo favorável
A cerimônia do casamento

 realizada na casa do rapaz, ao cair da noite;


 dia precedente = fazia-se na casa da noiva;
 realizado perto do fogão;
 os esposos, te do se instalado no quarto nupcial, lá permaneciam quatros dias fazendo orações, sem
consumar o casamento. Para a quarta noite, preparavam-lhes uma cama de esteiras; no quinto dia,
tomavam banho no Temazcalli e um sacerdote vinha abençoa-los.

Na prática, sucediam que um jovem casal de namorados não pedia a autorização dos pais e se uniam
secretamente.

Poligamia:

 o casamento só era celebrado com a primeira esposa = "esposa principal"


 todavia, poderia-se ter quantas esposas secundárias lhe conviesse
 apenas o filho da mulher principal sucediam ao pai; todavia, a literatura abunda em exemplos que
contrariam esse preceito
 ciúme e rivalidade entre os filhos causavam terríveis distúrbios

O homem era o chefe inconteste da família, está vivia num ambiente nitidamente patriarcal. Contudo, não se
pode representar a mulher como uma espécie de perpétua menor; as mulheres, mesmo nessa sociedade, não
tão apagadas.

 as mulheres, pelo menos no início, transmitia o sangue dinástico;


 conservavam seus bens, podia fazer negócios, confiando as mercadorias a vendedores ambulantes,
ou exercer algumas profissões - sacerdotista, parteira, curandeira;
 a mulher idosa fazia parte daqueles cuja opinião era solicitada e ouvida.

Contudo, o antagonismo entre os dois sexos transparece em determinados costumes.

Adultério:

 extrema repressão. É frequente referências na literatura que dizem respeito à execução dos culpados;
 acarretada a morte para os dois parceiros. Era preciso que testemunhas imparciais confirmassem as
afirmações do traído;
 o abandono do domicílio conjugal, seja pela mulher, seja pelos maridos, constituía uma causa de
dissolução do casamento = os tribunais podiam autorizar um homem a repudiar a mulher, se provasse
que ela era estéril ou descuidava de maneira afrontoso de suas tarefas de dona de casa. Já a mulher
podia queixar-se do marido e obter um julgamento favorável, se ele fosse acusado, por exemplo, de
ter-lhe batido, de não lhe fornecer o que necessitava ou de deixar os filhos ao abandono. Nesse caso,
o tribunal lhe confiava a guarda das crianças, e os bens do casamento desfeito eram divididos entre
os ex-cônjuges. A mulher divorciada era livre para se casar de novo.

Filho:

 não há dúvida de que os mexicanos amassem ternamente os filhos;


 ao menos nas famílias das classes superiores, a moça recebia, bem antes do nascimento da criança,
cuidados extremos. Escolhia-se com grande cerimônia uma parteira. Durante todo o período que
precedia o parto, uma rede de proibições e de preceitos tradicionais encerrava a mãe e o próprio pai.
Se a mulher que morria no parto era associada expressamente a um guerreiro morto em combate ou
no sacrifício.

A doença, a velhice
As noções e práticas relativas à doença e à medicina entre os antigos mexicanos se apresentam como uma
mistura inextricável de religião, magia e ciência.

 Religião = acreditava-se que certas divindades enviam doenças, outras curam-nas;


 Magia = se atribuiu na maioria das vezes a doença à magia negra de algum feiticeiro e é por uma
ação mágica que se procura curá-la;
 Ciência = o conhecimento das propriedades das plantas ou dos minerais, o uso da sangria e dos
banhos proporcionam à medicina asteca, em certos casos, uma fisionomia curiosamente moderna.

Uso de plantas alucinógenas:

 acreditavam-se que traziam revelações sobre a causa da doença, isto é, sobre a magia que a originara
e sobre a identidade do feiticeiro.

Utilizava-se outros procedimentos de diagnóstico = a adivinhação pelas cordinhas e a “medida do braço”.

Após determinar a natureza e a causa da doença, tinha-se início o tratamento:

 Se fosse enviada pelos deuses = fazia-se oferendas pela cura;


 Nos outros casos = uso de operações mágicas e medicações baseadas no saber científico.

Aquele que conseguira escapar da guerra, da doença (e dos médicos) e que chegava a uma idade
suficientemente venerável para contar entre os ueuetque, aqueles “anciões” que desempenhavam um papel
importante na vida familiar e política, podia gozar durante os últimos anos de uma vida sossegada e honrada.

 Se tivesse servido o Estado nos exércitos ou como funcionário, recebia casa e manutenção como
aposentado;
 Se fosse um simples maceualli, participava dos conselhos do bairro;
 era cercado do respeito de todos, dava opiniões, admoestava e aconselhava.

A morte:

 preparando-se para a morte, aqueles que desejavam, podiam ir se confessar.

A morte e o além

Enterros:

 todos aqueles que havia sido, por assim dizer, distinguidos pelos deuses da água e da chuva, sendo
por eles retirados deste mundo.

Cremação:

 enterravam-se no pátio do templo das Ciuapipiltin as mulheres que morriam durante o parto. Os
outros mortos eram incinerados.

Na época asteca, coexistiam as duas práticas de rito, e somente o tipo de morte da pessoa determinava a
escolha da família.

 Classes superiores = matavam-se algumas de suas mulheres e de servidores, e enterravam-nos ou


incineravam-nos, conforme o caso, para que pudessem acompanhá-lo no além.

A certos mortos, como vimos, era prometido, além da morte, um futuro predeterminado pelos deuses.
Todavia, a maioria dos defuntos ia para baixo da terra, para o mundo escuro de Mictlán.
 com o intuito de ajudar o morto nas duras provações que teria que enfrentar, davam-lhe um
companheiro, um cachorro, que matavam e queimavam ao lado dele. ambém era um incinerados
oferendas 80 dias depois dos funerais, uma segunda vez ao cabo de um ano, depois novamente após
2,3 e 4 anos. Passados 4 anos, acreditava-se que o morto havia chegado ao termo de sua viagem
tenebrosa. Ele tomava verdadeiramente lugar entre os mortos, pois chegara ao "nono inferno", ao
último círculo de Mictlán, lugar de seu repouso eterno.

CAPÍTULO 06 – A GUERRA

 a guerra sagrada = dever cósmico. Fazendo guerra, os homens se conformavam à vontade dos deuses
desde a origem do mundo;
 Origem mítica = 400 serpentes de nuvens foram criadas pelos deuses para dar de beber e comer o
sol. Contudo, elas se esquivaram dessa obrigação. Então, o Sol dirigiu-se aos homens e disse: “meus
filhos, agora é preciso que vocês destruam as 400 serpentes”. Foi assim que surgiu a guerra;
 constituía um meio de conquista, revestia-se de noções jurídicas destinadas a justificá-las;
 para atacar uma cidade era necessário um motivo. O motivo mais frequente era as agressões sofridas
pelos negociantes durante suas viagens; a recusa de comerciar, a ruptura das relações de negócio
eram também julgados como declarações de guerra. Todavia, outros motivos eram admitidos;
 o soberano reunia o conselho para fazê-lo tomar a decisão final referente a guerra. Nesse momento, o
soberano deveria expor as justificativas para a expedição;
 segundo as crônicas, certos conflitos estouravam unicamente por questões políticas;
 uso de astúcias de guerras = uso de “espiões” que caso descobertos, eram mortos;
 armamento = escudo redondo de madeira ou junco (coberto com plumas e ornamentos), gládio de
madeira, arco, propulsor, flechas e dardos;
 armadura = túnica acolchoada de algodão e capacetes decorativos (feitos de madeira, plumas, papel,
sobrecarregados de ornamentos.

Tenochtitlán-Texcoco-Tlacopán:

 justificativa que usavam = as outras cidades já eram de seu direito;


 detinham embaixadores que tentavam fazer as cidades menores cederem as três maiores;
 etapas de negociação = 1) embaixadores de Tenochtitlán se apresentavam às autoridades locais e
explicavam as calamidades que poderiam advir de uma guerra. Pediam que a cidade cedesse e a
presenteavam com escudos e gládios, dando-lhes 20 dias para tomar uma decisão. 2) após os 20 dias,
caso a decisão não tivesse sido tomada, enviavam os embaixadores de Texcoco que afirmavam que
se não submetessem, seu soberano seria punido com a more e as classes dirigentes castigadas
segundo a vontade dos três chefes (1 de cada cidade da aliança). Ocorria de novo um período de 20
dias. 3) passado o 2º prazo, caso a cidade não se submetesse, enviavam embaixadores de Tlacopán
que conversavam com os guerreiros e estabeleciam outro prazo de 20 dias. Após isso, caso a cidade
não se submetesse, iniciava-se a guerra;
 privavam-se da vantagem proporcionada pela surpresa e ofereciam materiais aos seus adversários
(em número simbólico);

Etapas:

 início = guerreiros davam gritos, sustentados pelo uivo de búzios e por apitos feitos de ossos;
 tentavam capturar inimigos para sacrifícios, não executá-los;
 uma cidade era vencida quando seu templo era invadido e o santuário do deus local era incendiado;
 iniciava-se, a partir daí, negociações. Os vencidos cediam um pouco do seu terreno e eram
tributados. Contudo, as cidades vencidas conservavam suas instituições, ritos, costumes e linguagem.

Espanhóis x astecas:
 não faziam a mesma guerra = espanhóis exterminavam, enquanto que os astecas visavam fazer
prisioneiros.

CAPÍTULO 07 – A VIDA CIVILIZADA

Barbárie e civilização

Os mexicanos do centro tinham forte consciência do valor de sua cultura, de sua superioridade sobre a dos
demais povos índios eles não acreditavam ser os únicos depositaram os dela e estimulavam, justamente, Que
certas tribos ou os igualassem, notadamente as da Costa do Golfo. Outras, ao contrário passavam por
atrasadas e bárbaras aos seus olhos.

 não hesitavam em ver se como antigos bárbaros, que herdaram de ancestrais nômades qualidades
guerreiras e de ancestrais sedentários a elevada civilização de que se orgulhavam.

Esses dois polos - bárbaro e civilizado- são representados por duas noções: os chicimeca e os toltecas

No início do século XVI, os astecas e as tribos pertencentes ao Império entravam em contato com os
bárbaros do Norte. Eram chamados de teochichimeca, isto é, completamente bárbaros.

 homens de uma mulher

Mentalidade dos índios urbanos e sedentários:

 o bárbaro é um "homem da natureza", é mais robusto, mais sadio que o cidadão.

Autocontrole, bons modos, ordem social

Um homem civilizado é, antes de mais nada, aquele que sabe se controlar, que não extravasa seus
sentimentos, que observa em todas as circunstâncias uma atitude digna, uma postura correta e reservado.
Que chamaríamos de bons modos tinha, aos olhos dos antigos mexicanos, uma importância capital como
indício de qualidade de cada um e como fator necessário da hierarquia social.

 devia mostrar-se humilde e não presunçoso, cometido e prudente, pacífico e calmo. Essa humildade
manifestava-se pela moderação dos prazeres;
 a cortesia era bastante valorizada assim como a etiqueta.

Soberano:

 é preciso que modere as suas paixões;


 é o primeiro a ser submetida a esse código de moderação, a essa luta contra a paixão porque dele
tudo depende;
 deve ser capaz de ouvir as queixas e as censuras, ser misericordioso. Deve incarnar as virtudes que
seu tempo considera como as mais preciosas e com as quais espera manter a ordem no interesse de
todos.

As artes como cenário da vida

Não concebiam a arte pela arte.

 as artes serviam para exprimir as crenças e tendências profundas da época, para assinalar as crenças e
as tendências profundas da época, para assinalar os graus de hierarquia, para envolver as atividades
cotidianas.
Os soberanos gostavam de deixar gravada sua imagem em ouro ou pedra.

Certos monumentos eram decorados com afrescos.

`Pintura:

 uma arte intermediária entre a escrita e a miniatura.

A vida mexicana cercava-se de um luxo fastuoso e delicado. O ouro e a prata despertavam, contudo, menos
desejo e admiração do que as plumas e as pedras.

As artes da linguagem. A música e a dança

Tinham orgulho de sua língua.

 de pronúncia fácil, harmonioso e claro. Se vocabulário riquíssimo, e os procedimentos de


composição que lhe são próprios possibilitam criar todas as palavras indispensáveis.

O sistema de escrita dos astecas na época a que nos reportamos constituía uma mescla entre o ideograma,
fonetismo e a simples figuração ou pictografia.

 em virtude disso essa escrita não permitia representar exatamente a língua falada;
 felizmente, no período que se seguiu a conquista, alguns indivíduos aprenderam a escrever em
caracteres latinos e serviram-se desse instrumento para transcrever os livros indígenas que tinham
sido preservados ou para representar o que haviam decorado

Poesia:

 havia poetas profissionais;


 diferentes gêneros = os hinos, cantos religiosos, canto guerreiro, poema primaveril etc.

Encontram-se os elementos de uma arte dramática nos conjuntos formados por recitações de cantos, danças
e música, onde os atores disfarçados personificavam heróis históricos ou míticos, e que comportavam
diálogos.

O amor que os mexicanos têm pela arte oratória e poética, pela música e pela dança, se dava livre curso nas
festas, nos banquetes, nas inúmeras cerimônias em que víamos os jovens, coberto de Adorno suntuosos,
dançar com as cortesãs vestidas com os mais belos enfeites, os indivíduos de classes superiores e o próprio
soberano tomar parte nos bailes tradicionais. A dança Não era apenas uma diversão, nem mesmo apenas um
rito, era uma maneira de merecer o favor dos Deuses.

Já a música Teca, não dispunha de grande riqueza de meios. Conhecia-se somente alguns instrumentos e
sobretudo instrumentos de percussão.

Em suma , civilização do autocontrole, que impunha todos, em primeiro lugar a elite, uma disciplina
constante, tinha sabedoria de proporcionar as forças contidas um escape permitido, sob o olhar dos Deuses.

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