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Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
Dietoterapia
para pacientes
em estados
hipermetabólicos
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alimentação deve ser planejada, pensando em atenuar a resposta
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metabólica ao estresse, prevenir a lesão celular oxidativa e modular as
respostas imunes.
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Trauma
(cirurgia, queimadura,
sepse, politraumatis-
mo, hemorragia)
Aumento do Aumento do
anabolismo central catabolismo periférico
Aumento da
gliconeogênese
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periféricos para a síntese hepática de proteínas de fase aguda,
que são importantes para estimular o sistema imunológico, e
para a produção de glicose a partir da gliconeogênese, necessária
para o fornecimento de substrato energético.
A principal característica do paciente em estresse fisiológico é, sem
dúvida, a hiperglicemia, ocasionada pelo aumento dos hormônios con-
trarregulatórios (cortisol, glucagon, adrenalina, hormônio de crescimen-
to) que têm a secreção aumentada em resposta ao estresse fisiológi-
co ocasionado pelo trauma. Quanto ao estado hiperglicêmico desses
pacientes, duas situações devem ser consideradas: a primeira é que,
apesar do estado de hipermetabolismo, os pacientes agudos graves
têm a capacidade de oxidação de glicose limitada e a oferta de grandes
quantidades de glicose (maiores que 5 mg/kg/dia) podem contribuir
ainda mais para a hiperglicemia por exceder a capacidade dos tecidos
de utilizar a glicose; a segunda é que, no paciente agudo grave, a oferta
de glicose pela nutrição não é capaz de suprimir a oxidação lipídica e a
oferta de glicose acaba aumentando ainda mais o hipermetabolismo
sem suprir a necessidade do organismo de substrato – nesse momen-
to, isso ocorre porque no paciente agudo grave os mecanismos regu-
ladores estão alterados. Diante desse quadro, para pacientes graves,
pode ser mais interessante o fornecimento de lipídeos como fonte de
energia, no valor de 30% a 50% do valor calórico total, para garantir ofer-
ta adequada de energia e diminuir os problemas causados pela oferta
excessiva de glicose, que desencadeia intolerância à glicose, estimula o
hipermetabolismo e provoca excessivo aumento de CO2.
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de serem determinadas, portanto, extrapolam-se as recomendações
de pacientes graves para os pacientes sépticos, que variam entre 1,2 e
2 g/kg/dia na sepse.
Além disso, segundo a ASPEN (MCCLAVE et al., 2016), não existe re-
comendação para o uso rotineiro de fórmulas imunomoduladoras, pois,
particularmente, a arginina, em teoria, pode representar uma ameaça
para o paciente séptico crítico hemodinamicamente instável, devido ao
aumento da atividade enzimática da óxido nítrico sintase, que aumenta
a produção de óxido nítrico e causa maior instabilidade hemodinâmica
e disfunção orgânica. Além disso, os estudos que avaliaram o uso de
fórmulas imunomoduladoras e fórmulas-padrão não puderam mostrar
conclusões claras sobre os benefícios do uso dessas fórmulas.
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de infecções, passa a ser maior ainda. Os fatores que mais favorecem
as complicações infecciosas nos queimados são a imunossupressão
decorrente da lesão térmica, a possibilidade de translocação bacte-
riana gastrointestinal, a internação prolongada e o uso inadequado
de antimicrobianos.
Equação de Toronto
4.343 + (10,5 × %SCQ) + (0,23 × IC) + (0,84 × GERE) + (114 × X °C) –
(4,5 × dias pós-trauma)
SCQ = área da superfície corporal queimada
IC = ingestão calórica do dia anterior
Harris-Benedict GERE = GEB × fator atividade × fator lesão
GERE = gasto energético estimado por Harris-Benedict, em que:
P = peso em kg / A = altura em cm / I = idade em anos
Fator atividade = paciente confinado ao leito = 1,2 / paciente fora do
leito = 1,3
Homem GEB = 66,47 + (13,7 × P atual) + (5 × A) – (6,755 × I)
Mulher GEB = 655 + (9,6 × P atual) + (1,85 × A) – (4,676 × I)
Fator lesão = queimaduras graves = 1,4 – 1,8
X °C = temperatura corporal
3.2 Proteínas
As proteínas são componentes básicos das células, portanto, são
muito importantes para a recuperação das lesões. A carência de proteí-
nas influencia em todas as fases de cicatrização das lesões do paciente
queimado. A recomendação de proteínas para o paciente queimado vai
depender da porcentagem da área queimada, variando de 1 a 2 g/kg/dia,
de 3 a 4 g/kg/dia se a queimadura for extensa (SILVA et al., 2012).
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noácido essencial ou não, dependendo do estágio do desenvolvimento
do indivíduo ou de seu estado de saúde, e exerce papéis importantes
na divisão celular, na cicatrização de feridas e no sistema imunológico.
Os níveis de arginina caem quando o organismo está em estresse me-
tabólico. A recomendação de arginina é de cerca de 2% a 4% do valor
calórico total, limitada a 30 g/dia. Porém, para os pacientes queimados,
ainda não foi determinada a quantidade adequada de suplementação
com arginina, o tempo de uso, o método de administração e o nível de
segurança (WINKLER; MALONE, 2010).
3.3 Carboidratos
3.4 Lipídeos
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de cicatrização das feridas e também é utilizado na produção de anti-
corpos. A concentração baixa de zinco predispõe o paciente a um maior
risco de infecções. Levando-se em consideração que de 15% a 20% do
estoque de zinco encontra-se na pele, o paciente queimado tem o seu
estoque prejudicado pela destruição da pele e pelas perdas exsudativas
cutâneas, sendo recomendada a oferta de 45 mg a 50 mg de zinco/dia
(SERRA et al., 2011).
4 Dietoterapia em pacientes
politraumatizados e pós-cirúrgicos
Podemos considerar o trauma como um acontecimento agudo que
modifica o estado de equilíbrio do organismo. As intervenções cirúrgi-
cas são consideradas traumas, assim como o politraumatismo, a sepse,
as queimaduras, entre outras situações.
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4 a 5 dias pós-trauma, mas continua a permanecer alta por até 9 a 12
dias, podendo permanecer alta por até 21 dias. Aproximadamente, 16% da
proteína corporal total é perdida nos primeiros 21 dias, sendo que 67% des-
sa perda de proteína é proveniente do tecido muscular esquelético.
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perfil lipídico, considerado anti-inflamatório (com óleo de peixe, por
exemplo), e antioxidantes, para os pacientes críticos, mais estudos
são necessários.
PARA PENSAR
Referências
BOTTONI, Adriana et al. Cirurgia e trauma. In: CUPPARI, Lilian (Coord.). Guia
de nutrição clínica no adulto. 3. ed. Barueri: Manole, 2014.
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Projeto Diretrizes. Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, 2008. Disponível
em: <https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/queimaduras-diagnostico-e-
tratamento-inicial.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2018.
SILVA, Ana Paula Alves et al. Terapia nutricional em queimaduras: uma revisão.
Revista Brasileira de Queimaduras, v. 11, n. 3, p. 135-141, 2012. Disponível em:
<http://rbqueimaduras.org.br/details/180/pt-BR/terapia-nutricional-em-pacientes-
grandes-queimados---uma-revisao-bibliografica>. Acesso em: 28 nov. 2017.