Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
Dietoterapia na
insuficiência renal
aguda e crônica
53
também que recebam treinamento e apoio constante dos profissionais
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
que os acompanham, para melhorar a adesão à dieta.
O estado nutricional do paciente começa a piorar quando a taxa de
filtração glomerular (TFG) se aproxima da metade da taxa normal, ou
seja, por volta de 50 a 55 mL/min/1,73 m², estágio em que também se
inicia a diminuição na ingesta de proteínas e calorias. Portanto, nesse
momento, é importante manter o monitoramento da avaliação da in-
gesta alimentar e realizar a avaliação antropométrica periódica, a fim de
prevenir a desnutrição antes do início da terapia renal substitutiva (TRS).
pacientes com IRA pode ser difícil por meio de parâmetros como o exa-
me físico, a antropometria, a composição corporal e os níveis de proteí-
nas séricas (albumina e transferrina), devido às constantes e rápidas
alterações hídricas e porque as proteínas séricas podem ser alteradas
por outras causas que não são nutricionais, como infecções, inflama-
ções, estresse e a própria retenção hídrica. Sendo assim, o histórico
com dados pregressos e atuais pode ser a forma mais importante de
determinar a necessidade de intervenção nutricional. Dados como volu-
me urinário, perdas por drenos, fístulas e vômitos, operações recentes,
infecções e neuropatias, progressão da doença renal, medicamentos,
estado nutricional prévio, presença de condições associadas (diabetes,
câncer, hipertensão, dislipidemia, HIV+) e existência de problemas gas-
trointestinais podem ser válidos na hora de determinar o momento e o
tipo de terapia nutricional.
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
base e do grau de catabolismo, que pode fazer com que o paciente
necessite de mais ou menos proteínas, porém associadas à indicação
de diálise. O procedimento dialítico causa perda de aminoácidos, em
uma quantidade em torno de 0,2 g de aminoácido por litro de dialisato.
Dependendo do tipo da membrana dialítica utilizada, podem ocorrer per-
das ainda maiores.
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
tratamento conservador
O maior problema na fase não dialítica da doença renal crônica, se o
paciente se encontrar em tratamento conservador, é a desnutrição, que
está diretamente relacionada com a piora da função renal. As causas
da desnutrição são multifatoriais, porém a redução do apetite e dos pa-
râmetros antropométricos estão intrinsecamente ligados à redução da
função renal. As próprias alterações realizadas na dieta, sendo a restri-
ção proteica a principal intervenção dietética, podem contribuir, nessa
fase, para a piora do estado nutricional, principalmente nos pacientes
que não recebem acompanhamento clínico e dietético regularmente.
Além das alterações no estado nutricional, iniciam-se também altera-
ções metabólicas como acúmulo de metabólitos tóxicos; perda da fun-
ção reguladora do equilíbrio hidroeletrolítico, ácido-básico e hormonal,
que ocasionam redução do apetite; distúrbios gastrointestinais; acidose
metabólica; resistência à insulina; hiperparatireoidismo secundário; e in-
flamação. Essas condições associadas levam à diminuição da ingestão
alimentar e ao hipercatabolismo.
Lipídeos (% de ingestão
30-40% (sendo a proporção de ácido graxo poli/saturado = 1:1)
total de energia)
Carboidratos (% de ingestão
50 -60% (preferencialmente carboidratos complexos)
total de energia)
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
da função renal. Esses eletrólitos são controlados por meio do acom-
panhamento dos níveis séricos e com base neles é feita a prescrição
de sua restrição ou não. O cálcio pode necessitar de reposição, porque
sua absorção intestinal diminui com a progressão da DRC e a deficiên-
cia de vitamina D. O magnésio pode se apresentar baixo em pacientes
urêmicos, devido às restrições na dieta. O ferro e o zinco estão ligados
às proteínas, portanto podem aparecer alterados na DRC quando há
grandes perdas urinárias de proteínas.
Cálcio 800 mg/dia (varia de Recomendação pode variar de acordo com quadro
acordo com quadro clínico, terapia e deficiências
clínico e terapia)
VITAMINAS
(cont.)
VITAMINAS
Vitamina D 800 UI/dia Pode variar dependendo dos níveis séricos de cálcio,
fósforo e paratormônio
PARA PENSAR
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
rais devem ser utilizadas para guiar a terapia nutricional, mas devem es-
tar sempre associadas ao acompanhamento periódico, com a avaliação
nutricional e clínica constante, pois são pacientes que podem ter suas
necessidades modificadas por alterações clínicas, no estado nutricional
e na ingestão de alimentos, portanto, a terapia nutricional também pre-
cisa ser ajustada e individualizada.
Tabela 4 – Recomendações diárias de nutrientes para pacientes com doença renal crônica
submetidos à hemodiálise e à diálise peritoneal
(cont.)
Sódio 750-1.000 mg/dia, podem ser 750-1.000 mg/dia, podem ser maiores
maiores em indivíduos com grande em pacientes em diálise peritoneal
perda urinária crônica e em indivíduos com grande
perda urinária
Água 750-1.500 mL/dia, pode ser maior 750-1.500 mL/dia, pode ser maior
para pacientes com grande perda em pacientes em diálise peritoneal
urinária crônica e com grande perda urinária
(cont.)
NA PRÁTICA
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
a) Calcular o MGI (média da concentração de glicose infundida):
MGI (g/dL) = 3 (bolsas) × 1,36 g (glicose) = 4,08
1 (bolsa) × 3,87 g (glicose) = 3,87
4,08 + 3,87 = 7,95 ÷ 4 = 1,99 g/dL
b) Calcular o volume infundido (VI)
VI = 4 (bolsas) × 2 L = 8L
Glicose absorvida (g) = [11,3 (1,99) – 10,9] × 8 = 91,1 g/dia
3. Calcular o correspondente em energia (kcal/dia)
Energia = 91,1 g × 3,76 kcal = 342,5 kcal/dia
(CUPPARI; AVESANI; KAMIMURA, 2013, p. 276)
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
peso e no caso de hipertrigliceridemia, com o intuito de diminuir o nú-
mero de trocas com altas concentrações de glicose.
IMPORTANTE
Considerações finais
A insuficiência renal crônica é uma doença decorrente da perda
progressiva da função renal, que tem como principais consequências
a toxemia urêmica, os distúrbios metabólicos, além de desnutrição e
outras doenças que podem estar associadas.
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
da doença, controlar os efeitos colaterais, melhorar o prognóstico e re-
tardar a evolução da doença, os pacientes necessitam de alterações
dietéticas importantes, como o controle de nutrientes como proteínas,
sódio, potássio, fósforo, além de líquidos, dependendo do tipo de trata-
mento realizado (conservador, hemodiálise, diálise peritoneal).
BERGER, Mette M. et al. Copper, selenium, zinc, and thiamine balances during
continuous venovenous hemodiafiltration in critically ill patients. The American
Journal of Clinical Nutrition, v. 80, n. 2, p. 410-416, 2004.
CICHACEWSKI, Camila Luisa Roda; LEINIG, Cyntia Erthal. O papel das proteínas
dietéticas na progressão da doença renal crônica de pacientes em estágio três
e quatro. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, v. 26, n. 3, p. 216-221, 2011.
Disponível em: <http://www.sbnpe.com.br/wp-content/uploads/2016/12/12-O-
papel-das-prote%C3%ADnas-diet%C3%A9ticas-na-progress%C3%A3o.pdf>.
Acesso em: 15 out. 2017.
KOPPLE, Joel D. Nutrição, dieta e o rim. In: ROSS, A. Catherine et al. Nutrição
moderna de Shils: na saúde e na doença. 11. ed. Barueri: Manole, 2016.
p. 1342-1383.
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
dialítica da doença renal crônica. Projeto Diretrizes. Sociedade Brasileira de
Nutrição Parenteral e Enteral/Associação Brasileira de Nutrologia, 2011a.
Disponível em: <http://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/terapia_
nutricional_para_pacientes_na_fase_nao_dialitica_da_doenca_renal_cronica.
pdf>. Acesso em: 15 out. 2017.