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Resumo sobre português → Gramática

Temas:
→ Orações
→ Funções sintáticas
→ Deíticos
→ Valor modal
→ Valor aspetual
→ Coesão textual
→ Intertextualidade
→ Subclasses do verbo
→ Recursos expressivos

Orações
ORAÇÕES COORDENADAS

As orações coordenadas podem ser:


Assindéticas: Orações coordenadas justapostas, sem recurso a conjunções ou
locuções conjuncionais
Ex: Fernando Pessoa foi empregado de escritório, escreveu uma vasta obra sob diversas
identidades, traduziu textos de autores estrangeiros,...
Sindéticas: Orações coordenadas ligadas por conjunções ou por locuções
conjuncionais
Ex: Fernando Pessoa foi empregado de escritório e escreveu não só uma vasta obra sob
diversas identidades como também traduziu textos de autores estrangeiros e …

Orações coordenadas sindéticas:


Copulativa (e, nem, nem…nem, não só… mas também, não só… como (também),
tanto… como) → sentido de adição
Adversativa (mas) → sentido de oposição, contraste
Disjuntiva (ou, ou… ou, ora… ora) → sentido de alternativa, outra possibilidade
Conclusiva (logo) → sentido de conclusão
Explicativa (pois, que) → sentido de justificação, explicação

ORAÇÕES SUBORDINADAS

Orações subordinadas substantiva:


Completiva (que, se para) → Completa o sentido de outra oração (ex: Perguntei-lhe
se já tinha lido a obra), um nome (ex: George tinha a certeza de que não queria voltar á sua
terra natal) ou um adjetivo (ex: Ricardo Reis estava convicto de que seria visitado por
Pessoa)
Relativa (quem, (o) que, onde) → ex: A multidão ia onde passasse a procissão
Oração subordinada adjetiva:
Relativa explicativa (quem, quem, o qual (variável em género e número), cujo
(variável em género e número), onde) → Introduzida por um relativo que retoma um
antecedente; fornece informação adicional sobre o constituinte que modifica; estas orações
são sempre separadas por vírgulas, ou travessões
Relativa restritiva (quem, quem, o qual (variável em género e número), cujo (variável
em género e número), onde) → Introduzida por um relativo que retoma um antecedente;
restringe a referência do constituinte que modifica

Oração subordinada adverbial:


Causal (porque, que, como, dado, dado que, uma vez que, visto que, pois, já que,...) →
Indica a razão, a causa, o motivo ou a justificação da situação expressa na subordinante
Comparativa (mais/menos… de que, qual (depois de “tal”), quanto (depois de “tanto”),
tanto/tão… como, bem como, como se, que nem,... ) → Expressa uma comparação,
contendo o segundo elemento da comparação estabelecida com o conteúdo da
subordinante
Concessiva (embora, conquanto que, ainda que mesmo que/se, posto que, se bem
que, por mais/menos que,... ) → Apresenta uma ideia ou um facto que contrasta com o
expresso na subordinante, mas não impede a sua realização
Condicional (se, caso, desde que, contanto que, salvo se, a menos que, a não ser
que,...) → Apresenta a condição ou a hipótese exigida para a realização da situação
expressa na subordinante
Consecutiva (tão/tanto… que, a ponto de, de tal modo… que,... ) → Expressa o efeito
ou a consequência do que é dito na subordinante
Final (para, para que, com a finalidade/ o objetivo de, de modo a/ que, de forma a
que, a fim de (que), de maneira a (que),... ) → Refere o propósito, a intenção ou a finalidade
da ação expressa na subordinante
Temporal (quando, enquanto, apenas, mal, logo que, depois de/ que, antes de/ que,
até que, sempre que, todas as vezes que, agora que, cada vez que, assim que,... ) → Cria a
referência temporal à luz da qual a ação expressa na subordinante deve ser interpretada

Funções sintáticas
Sujeito → Função sintática desempenhada pelo constituinte da frase que controla a
concordância verbal
Vocativo → Função sintática desempenhada por um constituinte que não controla a
concordância verbal e que serve apenas para interpelar ou chamar o interlocutor, em
posição inicial, média ou final, surgindo em frases do tipo imperativo, interrogativo ou
exclamativo
Predicado → Função sintática desempenhada por um grupo verbal. Pode
corresponder só ao verbo ou ao verbo com os seus respectivos complementos e/ou
predicativos requeridos e ainda os modificadores.
Modificador (de frase) → Função sintática desempenhada por um constituinte de
uso facultativo, não selecionado por nenhum dos seus elementos. Acrescenta um juízo de
valor sobre o conteúdo da frase/oração e pode ser eliminado sem que a frase se torna
agramatical
Complemento direto → Os grupos nominais que exercem esta função são
pronominalizáveis pelos pronomes pessoais o, a, os, as, e os constituintes oracionais são
substituíveis pelos pronomes demonstrativos invariáveis isto, isso, aquilo.
Complemento indireto → O constituinte sintático que exerce a função de
complemento indireto é introduzido pela preposição a e pronominalizável pelos pronomes
lhe, lhes
Complemento oblíquo → O constituinte sintático que exerce a função de
complemento oblíquo é introduzido, maioritariamente, por uma preposição. Pode assumir
um valor locativo, de movimento, de duração, de necessidade ou de carência
Complemento agente da passiva → Função sintática desempenhada por um
constituinte selecionado por um verbo transitivo direto conjugado na passiva, tendo como
auxiliar o verbo ser
Predicativo do sujeito → Função sintática desempenhada por um constituinte
selecionado por um verbo copulativo que atribui uma propriedade ao sujeito
Predicativo do complemento direto → Função sintática desempenhada por um
constituinte selecionado por um verbo transitivo-predicativo que atribui uma propriedade ao
complemento direto
Modificador (do grupo verbal) → Função sintática desempenhada por um
constituinte do grupo verbal e que pode ser eliminado sem que a frase se torne agramatical
Complemento do nome → Função sintática desempenhada por um constituinte
selecionado por um nome e que lhe completa a referência. Requerem complemento: nomes
de grau de parentesco, nomes de profissões que derivam de outros nomes (ex: condutor),
nomes icónicos (ex:gravura), nomes epistémicos (ex: desejo), nomes que derivam de verbos
(ex: construção), nomes que designam cargos (ex: presidente), numerais fracionários e
multiplicativos (ex: dobro)
Modificador do nome:
Restritivo → restringe/limita a referência do nome que modifica.
Apositivo → não restringe nem limita a referência do nome que modifica. É
obrigatoriamente delimitado por vírgulas(s).
Complemento do adjetivo → Função sintática desempenhada por um constituinte
selecionado por um adjetivo e que ocorre normalmente à direita desse adjetivo.

Deíticos

Os deíticos são mecanismos linguísticos de caráter pessoal (deíticos pessoais), espacial


(deíticos espaciais) e temporal (deíticos temporais) , que remetem para a situação de
enunciação. Esta, por sua vez, pressupõe sempre um eu/tu, um aqui e um agora.
Os elementos de referência deítica podem ser pronomes pessoais, determinantes e
pronomes possessivos e demonstrativos, advérbios, tempos verbais, algumas preposições
e locuções prepositivas, alguns adjetivos (atual, contemporâneo, futuro,... ), alguns nomes
(véspera,... ).
Valor modal

Modalidade apreciativa → o locutor exprime um juízo de valor sobre uma situação,


utilizando construções exclamativas e/ou verbos como lamentar, gostar, apreciar, admirar,...
Modalidade epistémica:
De certeza → o locutor assume uma posição de certeza face ao que afirma
De probabilidade → o locutor não assume a falsidade ou a verdade do que afirma,
antes supõe que possa ser verdade ou não o seu juízo
Modalidade deôntica (o locutor procura agir sobre o interlocutor impondo, proibindo, ou
autorizando):
De permissão → autorizar
De obrigação → impor ou proibir

Valor aspetual

Perfetivo → A situação expressa no enunciado apresenta-se concluída


Imperfetivo → A situação expressa no enunciado apresenta-se em curso ou por
concluir
Genérico → Apresenta-se em enunciados que veiculam informações aceites como
universais e intemporais
Habitual → Apresenta situações que surgem em enunciados que expressam uma
pluralidade infinita de acontecimentos que se sucedem num período de tempo construído
como limitado. São recorrentes expressões como: costumar, ser costume, ser habitual
Iterativo → Apresenta-se em enunciados que expressam situações que se repetem
num período de tempo delimitado ou não

Coesão textual

Coesão lexical:
Reiteração → repetição de uma mesma unidade lexical ou expressão no texto
Substituição → substituição de unidades lexicais e expressões por outras que se
relacionam no texto através de relações de:
Sinonímia
Antonímia
Hiperonímia-hiponímia (hierarquia)
Holonímia/meronímia (parte/todo)

Coesão gramatical
Referencial → relaciona-se com o uso anafórico de pronomes
Frásica (concordância) → mecanismos linguísticos usados na ligação dos
elementos que constituem as frases ou cada uma das suas partes
Interfrásica → mecanismos que servem para ligar as frases, os períodos e os
parágrafos de um texto através de conectores ou apenas da pontuação quando se
pressupõem a elipse de conectores
Temporal → relaciona-se com mecanismos linguísticos, como advérbios e tempos
verbais, que instituem uma relação temporal com sentido, na superfície textual.

Intertextualidade

Alusão → Referência indireta a um texto preexistente, cujo sentido é inferido pelo


leitor através da análise do contexto e fazendo apelo à sua memória literária e cultural
Citação → Reprodução de um texto ou de um fragmento de um texto noutro texto,
assinalada com referência ao autor e/ou à obra aos quais aqueles pertencem e
graficamente demarcada com aspas ou com um tipo de letra diferente
Paródia/Imitação criativa → Um texto que imita outro texto com distanciamento
crítico, podendo ou não provocar o riso e sendo muitas vezes visto como uma arma
ideológica
Paráfrase → Enunciado/texto que reformula e reescreve outro enunciado/texto,
conservando, na medida do possível, uma equivalência semântica e formal
Plágio → Imitação ilegítima de um texto preexistente

Subclasses do verbo

VERBOS PRINCIPAIS

Intransitivo → não seleciona complementos (ex: O padre Bartolomeu morreu!)


Transitivo direto → seleciona um sujeito e um complemento direto (ex: Blimunda, no
fim da narração, encontrou Baltasar. Blimunda, no fim da narração, encontrou-o.)
Transitivo indireto → seleciona um sujeito e um complemento indireto ou oblíquo ( O
diretor de turma telefonou ao meu pai. O diretor de turma telefonou-lhe. Fernando Pessoa
viveu em Lisboa.)
Transitivo direto e indireto → seleciona um sujeito, um complemento direto e um
complemento indireto ou um complemento oblíquo (ex: Ricardo Reis escreveu uma carta a
Marcenda. Ricardo Reis escreveu-lhe uma carta. Fernando Pessoa colocou o casaco no
quarto de Reis. Fernando Pessoa colocou-o no quarto de Reis.)
Verbo transitivo-predicativo → seleciona um sujeito, um complemento direto e um
predicativo do complemento direto (ex: Lídia tratou Ricardo Reis por “meu amor”) → achar,
considerar, julgar, nomear, eleger, declarar, chamar, supor, ter por, tratar por

VERBOS COPULATIVOS
Seleciona um sujeito e um predicativo do sujeito
Ex: Os alunos permanecem atentos; O João tornou-se um leitor exímio.
Verbos: ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-se, revelar-se
VERBOS AUXILIARES
Coocorre com um verbo principal e não determina quais são os complementos ou o sujeito
que ocorre na frase
Verbos: ser, ter, haver, estar, dever, poder

Verbo auxiliar dos tempos compostos (ter, haver) → Ex: Ele tem lido todas as obras
indicadas pelo professor
Verbo auxiliar da voz passiva (ser) → Ex: O livro foi lido por todos os alunos desta
turma
Verbo auxiliar do valor modal (dever, poder) → Ex: Todos os alunos devem ler o livro
Verbo auxiliar do valor aspetual (estar) → Ex: A aluna está a ler uma das obras de
Saramago.

Recursos Expressivos

Adjetivação → utilização expressiva e recorrente da classe dos adjetivo


Aliteração → repetição sucessiva e um tipo de sons consonânticos
Anáfora → repetição de uma palavra ou expressão no início de versos ou de frases
sucessivas
Antítese → aproximação de duas ideias opostas ou contraditórias
Apóstrofe → interpelação, chamamento do recetor a quem é destinado o discurso
Assíndeto → supressão intencional de articulações/ conectores entre palavras,
expressões ou frases sucessivas
Comparação → relação de realidades, colocadas em paralelo, por meio de um termo
comparativo ou verbos como parecer, lembrar, sugerir,...
Enumeração → apresentação sucessiva de elementos, frequentemente da mesma
categoria gramatical ou com o mesmo tipo de estruturação
Eufemismo → atenuação na transmissão de uma ideia ou de uma realidade
excessiva, semanticamente negativa
Exclamação → recurso a sequências/frases do tipo exclamativo, marcando reações,
atitudes expressivas e subjetivas
Gradação → sucessão de, pelo menos, três termos sintaticamente equivalentes,
organizados segundo uma ordem crescente (progressiva) ou decrescente (recessiva)
Hipálage → atribuição, ao ser ou entidade designado por uma palavra, de uma
qualidade ou ação logicamente pertencente a outro ser ou entidade expresso ou
subentendido na mesma frase ou sequência textual
Hipérbole → utilização de termos excessivos para efeito de exagero da realidade
Interrogação retórica → questão que se formula não para obter resposta, mas para
melhor orientar/realçar a ideia a transmitir
Ironia → expressão de palavra/ideia polemicamente orientada para conclusão
diferente daquilo que é o sentido literalmente proferido
Metáfora → reconstrução, por analogia, do significado normal de uma palavra ou
expressão, aproximando-o ou associando-o a um campo semântico distinto
Metonímia → substituição de uma palavra por outra que designa uma realidade que
lhe é próxima
Oxímoro → relação sintática de termos com lógica contraditória no seio de um juízo
Perífrase → utilização de uma expressão composta por vários termos em vez da
possibilidade de utilizar uma só palavra
Personificação → atribuição de sentimentos, ações ou ideias próprias do ser
humano a objetos ou elementos da natureza
Sinédoque → expressão da parte pelo todo, do singular pelo plural, do abstrato pelo
concreto e vice-versa
Sinestesia → fusão de sensações decorrentes da perceção de diferentes sentido

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