Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE EDUCAÇÃO – CE

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO

DOCENTE: MAX RODOLFO ROQUE DA SILVA

DISCENTE: MARIA GABRIELLY JATOBÁ DE MELO

A presente atividade trata-se de uma construção crítico-analítica sobre o texto


“Verdades e mentiras sobre o financiamento da educação” e seus mitos 1, 2 e 3,
além da leitura e reflexão do artigo publicado na Folha de Pernambuco com o título
“Na pandemia, MEC registra o menor gasto para educação básica da década”.

MITO 1: O Brasil não gasta pouco com educação, gasta mal;

MITO 2: O que dificulta a melhoria da educação básica é que o brasil gasta muito
com a educação superior pública, frequentada por jovens ricos cujas famílias
poderiam pagar mensalidades;

MITO 3: Ampliar os gastos não vai melhoras a qualidade da educação brasileira.

Foi mencionado no mito 1 que, economistas e representantes do MEC,


independente do governo, afirmam que é aplicado um percentual do PIB equivalente
ou superior ao investido por países ricos e que possuem uma educação muito
melhor que a nossa. Um exemplo: em 2014, os EUA investiram 4,2% do seu PIB em
recursos públicos para a educação em todos os níveis de ensino. O Brasil aplicou
4,9%, sendo que a média dos países da OCDE ficou em 4,4%. A partir desse dado,
esses autores concluem que o problema não é a falta de dinheiro, mas a gestão
adequada dos recursos. O problema é que 4,2% ou 4,9% do PIB não equivalem à
mesma coisa em países desenvolvidos e subdesenvolvidos e há, portanto, uma
grande diferença quanto aos gastos por aluno.

Numa reflexão sobre escolas privadas e públicas, foi exposto que o setor privado é
sempre apontado como mais eficiente na utilização dos recursos financeiros. Isso
porque recebe um maior movimento de capital e, como citado, em 2014, foram
gastos R$495,00 por mês por aluno da educação básica, o que equivale a 10% da
mensalidade de uma escola de elite. Com mais dinheiro investido, mais recursos e
disposição de variedades de materiais, além de atração de docentes através de
salários consideravelmente bons, o que gera mais possibilidade de investimento na
própria carreira e mais disposição na prática educacional, sem contar com o fato de
já se estar trabalhando com um grupo de alunos majoritariamente provenientes de
famílias com escolaridade completa. A tendência, por esse fato, é terem mais
chances de se manterem nesse patamar. Uma pesquisa realizada pelo IBGE em
2017 sustenta essa afirmação, quando analisa a correlação entre o nível de
escolaridade da família e a chance de o filho concluir a universidade. Diz a pesquisa
que, 69% dos jovens com pais que terminaram o ensino superior também
concluíram a graduação. Já a probabilidade de alguém que não frequentou a escola
ter um filho com diploma universitário é de apenas 4,6%.

Segundo o Artigo 211 da Constituição Federal de 1988, § 1º: “A União organizará o


sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino
públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e
supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão
mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.” Essa promessa de equalização pode
estar, porém, velada de fraudes. Como incluído no texto, existem desvios que
podem ser realizados por meio do pagamento de pessoal, na inclusão de
funcionários fantasmas nas folhas de pagamento das secretarias de educação que
não publicizadas, ou pagamentos de profissionais aposentados do magistério
contabilizado como gastos da educação. Ainda podem acontecer nas construções e
reformas escolares, bem como nos contratos de alimentação e transporte escolar.

Isso diz que podem estar inflacionados os dados de gasto declarados pela União,
estados e municípios, podendo ser que esses gastos, na verdade, sejam bem
menores que os declarados, e isso, particularmente, na educação básica. Tudo para
comprovação de aplicação dos valores destinados, como determina a Constituição
Federal. Resultado: O Brasil é o país que paga menores salários e que apresenta as
maiores razões de alunos por turma.
No mito 2, além de trazer de volta a discussão sobre os setores privado e público, foi
posto que se gasta mais com a educação superior que com a básica, sendo que, o
gasto por aluno na educação básica é muito baixo. Mesmo assim, a OCDE afirma
que o investimento total em educação no Brasil está abaixo da média em
comparação com os outros países membros da organização.

Os alunos mais desfavorecidos economicamente não têm acesso nem à educação


pública, nem à privada. As diferenças no perfil de renda dos alunos ocorrem mais
entre cursos do que entre as redes pública e privada. Medicina é muito mais
elitizada que pedagogia, por exemplo, porque oferta menos vagas. Mesmo assim,
nos cursos de medicina, os alunos são menos elitizados nas públicas que nas
privadas, assim como pedagogia. Deve-se, portanto, ampliar os egressos da
educação superior em políticas públicas voltadas às famílias mais pobres.

E tudo leva a pensar, como mostrado no mito 3, sobre o desempenho escolar entre
esses dois setores, afinal. Mostraram que, nos EUA, foi comprovado através de
aplicação de testes padrão que ampliar os gastos é inútil. E foi importante ressaltar
que, é muito arriscado avaliar as notas dos alunos em testes como qualidade da
educação. Sistemas burocratizados, pedagogias tradicionais e testes de resistência
não dizem respeito nem às competências e valores reais dos estudantes. Nada leva
em consideração as particularidades de cada um.

Mesmo assim, o desempenho nas escolas com mais investimento se mostra,


geralmente, superior ao de escolas públicas de baixo investimento. Na cidade do
Recife, nesse ano de 2021, com os resultados do Enem e outros testes, um colégio
da rede privada, o Colégio Núcleo, teve a maior aprovação em Medicina, Direito e
nos cursos mais concorridos do Sisu 2021.1 de Pernambuco, teve as maiores notas
do maior número de alunos em matemática e redação no Enem 2020, anunciou o
maior número de classificações na Unesp 2021, sem precisar de vestibular, se
tornou também a única escola de PE com medalhas de Ouro, Prata e Bronze nas
duas modalidades da OPEQ 2021, com 59 premiações no total, entre outras
grandes conquistas.

Precisa-se dobrar o percentual de investimento retirado do PIB pois, temos uma


dívida educacional, relacionado a décadas de uma situação precarizada. Além disso,
aumentar os salários dos professores torna a carreira mais atrativa. Não é, porém, o
que indica que irá acontecer com as recorrentes provas de descaso para com a
educação. Em plena pandemia, cortes na educação ocorreram, quando, na verdade,
o setor gritava por atenção e ajuda. Houveram vários vetos de soluções para as
dificuldades enfrentadas pela educação e por aqueles que fazem parte de um grupo
com maior vulnerabilidade da educação básica, mas, não sendo o suficiente, o MEC
registra o menor gasto para com essa da década e se mostra incapaz de cumprir
com suas funções, até, ainda, de responder aos questionamentos realizados sobre
tais atitudes. O período revela que enormes barreiras persistem, mas à essas
barreiras já existentes no avanço educacional dos brasileiros menos favorecidos se
somam, agora, outras criadas pela pandemia, e com a falta de um apoio, nos
preocupamos com a queda.

RECIFE-PE
2021

Você também pode gostar