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INSTITUTO DE FILOSOFIA SANTO TOMÁS DE AQUINO – INFISTA

HERMENÊUTICA

José Augusto Scudilio Junior

SÃO CARLOS
Maio/2023
José Augusto Scudilio Junior

Trabalho apresentado ao curso do


Instituto de Filosofia Santo Tomás de
Aquino em disciplina Hermenêutica.

Professor: Padre Marcos Eduardo Coró.

SÃO CARLOS
Maio/2023

SOBRE A MUDANÇA NAS CIENCIAS DO ESPÍRITO (CIENCIAS HUMANAS)


1985
O termo ciências do espírito apresentado por Stuart Mill, corresponde ao estudo
que deriva diretamente da análise do homem, propriamente abordando “as ciências do
homem”. O termo possuiu diferentes formas de abrangência e entendimento, desde uma
herança mais romantizada ao conceito hegeliano, scheleimarcheriano, Dilthey, até o
presente momento.
A expressão “ciências da cultura” primeiramente relatada no contexto
neokantiana na Alemanha, colocava como opostos os conceitos da natureza e da cultura,
buscando formalizar-se no conceito da formação científico natural. Dilthey por sua vez,
se apropria dos termos de herança Hermenêutica através de Schleirmacher,
consolidando em sua obra História da Juventude de Hegel (Jugendgeschichte Hegels),
todo o desenvolvimento dela, de Kant a Hegel.
Dilthey em suas reflexões, buscou fugir do relativismo, através de sua visão
sobre as coisas, considerando a multiplicidade da vida como aspectos importantes a
serem considerados, e não utilizados para justificarem uma não conceitualização
relativizada. Já a doutrina de Husserl, trouxe uma nova proposta, lidando-a como e
enquanto ciência filosófica rigorosa.
Neste contexto, em detrimento dos conflitos também provocados pela Primeira
Guerra Mundial, se elucidaram muitos conflitos em movimentos e desenvolvimento de
pensamentos, até mesmo religiosos, como um colapso ao idealismo, a busca da
existência em si, crise em fundamentos da teologia, formação de uma nova teologia
dialética, crises econômicas, entre outras transformações, que tenderam a buscar
assegurar-se nas predominâncias filosóficas de Husserl, através de sua fenomenologia.
Além disso, ao que se refletia sobre as dimensões da existência, no estudo das
ciências humanas a cerca do homem, do seu proceder, do espírito, “um acolhimento dos
impulsos kiekegaardianos, produziu o seu efeito nas ciências humanas dos anos de
1920. Foram antes de tudo em Karl Jaspers e em Martin Heidegger que os impulsos da
fenomenologia husseriliana e do pensamento histórico ditheyano se unificaram”. Por
sua vez, foi com Jaspers, psiquiatra, que Max Weber apresenta sua pesquisa de
engajamento moralista. Por sua vez, Heidegger, se apresentando como filósofo católico,
iniciado por Husserl na descrição dos processos fenomenológicos, acolhe os processos
de Dilthey em sua pesquisa.
Ademais, o autor reflete sobre o processo de construção das ciências do espírito,
que se voltam concretamente a dimensão social da humanidade, e tudo aquilo que se
conhece e entende a respeito do mesmo, pensamento que ao longo do tempo foi
profundamente influenciado pelo contexto histórico de cada época, trazendo em
questão, especialmente o contexto das duas grandes guerras, que além de profundas
transformações sociais, teorizaram e possibilitaram muitas novas reflexões acerca do
homem.
Em um estudo mais amplo, as ciências do espírito se voltam ao que se
predomina no seu presente momento, olhando pra toda a construção histórica, mas,
considerando e buscando encontrar elementos a dar respostas ao tempo presente, isso se
faz, através do diálogo hermenêutico, que olha para as mais diversas realidades e torna-
se capaz de conversar entre elas.

REFERENCIA
Sobre a mudança nas ciências do espírito. Ciências Humanas. 1985

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