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Psicologia aplicada ao Direito

Temas da Psicologia Jurídica

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Psicologia e Direito Penal


Olá estudante!

Essa é a disciplina de psicologia aplicada ao direito.

Nesta unidade será apresentado alguns aspectos da interface do direito penal com a psicologia, como as noções
de crime e criminalidade no que diz respeito a essa relação, bem como a psicologia do testemunho.

A criminologia, enquanto ciência, originou-se na segunda metade do século XIX, destacando-se uma etapa pré-
científica e outra científica, cujo marco principal é a obra do italiano Cesare Lombroso, Tratado antropológico
experimental do homem delinquente.
Apresenta uma visão positivista, criticada já naquela época, de que o
comportamento criminoso tem sua origem no atavismo, que os delinquentes são espécies não evoluídas. 

Crime e criminalidade
Criminologia:

Surgimento com Lombroso no século XIX

Perspectiva moderna

Perspectiva crítica

A criminologia no contexto moderno e atual mostra-se bem mais abrangente. Ela se caracteriza por ter como base
aspectos científicos, conforme aponta Molina (1997) ter as seguintes características:

empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle
social do comportamento delitivo, e que trata de subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a
gênese,
a dinâmica e as variáveis principais do crime

contemplado este como problema individual e como problema social

assim como sobre os programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicas de intervenção positiva no homem
delinquente

Dentro dessa concepção, o crime é um problema da sociedade, nasce na sociedade e nela deve encontrar
fórmulas de solução positiva, exatamente porque delinquente e vítima são membros ativos da sociedade.

O controle social pode ser formal, representado pelas instituições estatais, desde a investigação até a execução da
pena, ou informal, o controle presente na sociedade, que muitas vezes clama pela repressão e o endurecimento
do
controle formal. 

Já a criminologia crítica vem estabelecer novos parâmetros de análise, como paradigmas nas ciências humanas,
incluindo pensar na relação dialética existente entre as relações humanas de produção, historicamente
construídas, e a
criminalidade, enquanto fenômeno igualmente construído a partir dessas relações,
essencialmente desiguais:

Psicologia do testemunho
Conforme vimos anteriormente nessa disciplina, diversos aspectos psicológicos podem influenciar durante o
testemunho.

Aspectos como funções psicológicas, como a atenção, memória, percepção, emoção, etc podem influenciar
diretamente durante um testemunho, distorcendo de alguma maneira, seja exagerando ou fazendo com que
sejam omitidas algumas informações.

Outro aspecto que vimos que também pode influenciar o testemunho são os mecanismos de defesa, que podem
atuar para que situações traumáticas ou memórias que tragam grande sofrimento para o indivíduo não venham a
tona, fazendo assim
com que informações possam ser reprimidas ou distorcidas também.

O Código de processo penal e de processo civil já considera aspectos relacionados a especificidades do


testemunho, como a relação de parentesco ou em outro grau entre réu e testemunha bem como aspectos
relacionados a testemunha,
como incapacidade, impedimento ou suspeição.

Com relação ao testemunho de crianças, a linguagem constitui uma barreira considerável que precisa de técnica e
competência para ser transposta. Alguns aspectos relacionados nesse sentido: emitir uma linguagem que a
criança entenda; compreender a linguagem que ela; e preservar sua integridade psíquica, não submetendo-a a
situação que possa comprometê-la.

Nesse tipo de situação e posição (testemunha), a criança torna-se fragilizada. Medo e insegurança a acompanham
e o ambiente de interrogatório não tem nada para minorar esses sentimentos.

O desafio é imprimir credibilidade ao testemunho da criança (que não deferirá compromisso de dizer a verdade).
A imaturidade psicológica e orgânica combinam-se para torná-la imaginativa (mecanismo psicológico
de defesa) e
sugestionável (facilidade de receber influência). Essa condição torna-se manipulável, por exemplo, por um dos
genitores, que pode utilizá-la para agredir o outro (conforme já se viu anteriormente).  

Aspetos importantes a serem considerados para que possamos compreender os efeitos da postura dos familiares
e o apoio afetivo que ela venha a receber daqueles que se encontram a seu redor. Por outro lado, é muito
diferente a situação
da criança ou adolescente que se depara com um (ou ambos) progenitor envolvido em
comportamentos delituosos, que sempre se refletiram nas relações familiares.

Quando a violência acontece e ela se vê envolvida – no conflito com a polícia ou com outros criminosos, muitas
vezes dentro do lar – debate-se com sentimentos paradoxais que se somam à perda de referências.

Outra condição é a daquela criança ou adolescente que, por inúmeros fatores, acha-se envolvida em atos
infracionais. Do ponto de vista estritamente psicológico, poupar uma criança ou adolescente que tenha sido
vítima,
do constrangimento de se expor a questionamentos que venham a reavivar memórias que somente o
esquecimento ou a elaboração destas pode minorar, seria o ideal. Entretanto, o depoimento não deve deixar de
considerar a história
particular de cada criança ou adolescente, para que a linguagem a ser empregada seja
ajustada às características cognitivas e psicológicas do depoente.

Existe alguns exemplos, como no Rio Grande do Sul, do “depoimento sem danos”, para alguns casos especiais,
em que o testemunho é feito em sala reservado por profissional capacitado, sem a exposição da criança ou
adolescente à
inquirição do processo judicial. Dessa forma, por meio de recursos audiovisuais, os representantes
da justiça passam as perguntas ao profissional da área psicossocial (assistente social ou psicólogo), o qual fará as
perguntas
da forma mais adequada ao universo daquele que está sendo inquirido. O papel deste profissional é
basicamente de intermediação e sua aceitação não é pacífica. A objeção por parte dos psicólogos (e também dos
assistentes sociais)
é que este não se configura como uma prática psicológica, mas sim, um instrumental da justiça
e que, não necessariamente privará o depoente dos danos decorrentes.
Psicologia e Direito Civil
Olá estudante!

Nessa segunda sessão da unidade 2 da disciplina de Psicologia aplicada ao direito, apresentaremos as possíveis
interfaces da psicologia e do direito civil, como a formação e rompimento de vínculos familiares, alienação
parental,
separação, divórcio e a influência desses processos sobre os filhos.

O conceito e a estrutura do que chamamos de família tem se alterado com o decorrer do tempo, de acordo com o
contexto social e histórico. O modelo tradicional que se tem de família hoje (família nuclear constituída por mãe,
pai
e filhos) é característico do núcleo familiar da revolução industrial, que data do século XIX.

A migração da população rural para as cidades, o maior acesso da mulher ao mercado de trabalho e ao estudo, os
métodos contraceptivos, os novos costumes e conceitos morais, as técnicas de reprodução humana, o divórcio,
novas tecnologias
de reprodução, o novo Código Civil, que diminuiu as diferenças entre homens e mulheres do
ponto de vista jurídico, são ingredientes que ajudaram e ajudam a criar novos modelos de organização e
relacionamento nas e entre as
famílias. 

Da mesma maneira que os papéis se tornam difusos, o conceito de família solicita, cada vez mais, relativização
correspondente. 

Formação e rompimento de vínculo familiar


O conceito e a estrutura do que chamamos de família tem se alterado com o decorrer do tempo, de acordo com o
contexto social e histórico. O modelo tradicional que se tem de família hoje (família nuclear constituída por mãe,
pai
e filhos) é característico do núcleo familiar da revolução industrial, que data do século XIX.

No contexto contemporâneo, a estabilidade e a intensidade dos laços afetivos entre seus integrantes ganham
relevância, em lugar da exclusiva consanguinidade ou dos papéis tradicionalmente atribuíveis a cada um deles,
tamanha
a variedade e a complexidade das estruturas de convivência que se desenvolvem. Por outro lado, ainda
que a composição familiar não siga, atualmente, o padrão típico da sociedade patriarcal, ainda comporta seus
mitos, que influenciam
a plasticidade com que se abre a novos arranjos, ao mesmo tempo em que recebe
marcante influência da economia e cultura midiática, refletida em conflitos, limitações, desejos, fantasias e
relações clandestinas e subterrâneas. Os
vínculos formam-se a partir de referências internas e externas, de
aspectos conscientes e inconscientes.

Vale ressaltar que a formação de vínculos afetivos se dá em um processo, segundo um continuum, que envolve
afeto, corresponsabilidade, tolerância, segurança, entre outros aspectos. É evidente que crianças e adultos são
mais felizes e podem desenvolver melhor seus talentos quando se sentem seguros e protegidos. Além desses
aspectos positivos, o processo de formação de vínculos inclui outros negativos, que podem levar a frustrações,
mágoas
e ressentimentos, que permeiam por muito tempo a vida conjugal e que podem culminar na dissolução
da união. Trata-se, aqui, de pessoas com desenvolvimento psicológico normal; porém, aquelas que padecem de
distúrbios psiquiátricos
podem manifestar deterioração da capacidade para estabelecer vínculos afetivos.

Separação e divórcio
Utiliza-se o termo separação para indicar processos de rompimento de vínculo familiar; em sentido lato, refere-se
às modalidades jurídicas de separação, divórcio e dissolução de união estável. O poder familiar compreende
a
criação e educação dos filhos segundo parâmetros ditados por aquele núcleo familiar, bem como representá-los
ou assisti-los, conforme sua idade, nos atos da vida civil. A legislação ainda especifica que o pai ou a mãe que
constitui nova relação conjugal não perde o poder sobre seus filhos, devendo exercê-lo sem interferência do novo
parceiro(a). Segundo a mesma legislação, o poder familiar extingue-se pela morte dos pais ou do filho; pela
emancipação; pela maioridade; pela adoção ou ainda por decisão judicial no caso de pai ou mãe incidir
reiteradamente no abuso de autoridade, faltando com seus deveres de pais ou, ainda, arruinando o patrimônio
dos filhos. A
destituição do poder familiar refere-se a maus-tratos e direitos negligenciados ou descumpridos. Em
geral, chegam ao Judiciário depois que todas as instâncias familiares falharam ou se instalou um quadro grave em
relação à
integridade da criança ou adolescente. 

A separação implica em fim da conjugalidade e não da parentalidade. Essa conjugalidade há muito pode ter sido
perdida, ainda que não formalmente reconhecida. Há casos em que homem e mulher continuam a viver sob o
mesmo teto, porém,
cada um dedicando-se às próprias atividades, sem compartilhar sentimentos, decisões e
ações. Muitos casais chegam às vias judiciais quando já não há qualquer convivência, mas, simplesmente,
coabitação. Na separação, observam-se
diversas figuras a se intercambiar ao longo do processo; algumas vêm de
modo manifesto, outras, em atitudes e comportamentos que deixam implícitos os reais interesses das partes.
Assim, o juiz e o advogado podem ter de lidar
com litigantes representando diversos papéis, consciente ou
inconscientemente. Há o cônjuge manipulador, que irá articular os fatos e a própria audiência de modo a atrair
para si as atenções que deseja. Aparece o vitimizado,
o que, em termos de relações de gênero, evidencia-se
sobremaneira nas questões relativas à violência doméstica. 

Efeitos sobre os filhos


Em relação a estas condutas, para além das questões emocionais que implicam no rebaixamento da autoestima e
da autoconfiança, com reflexos importantes para a dinâmica familiar e para os filhos, é cabível pleitear a
indenização
por dano moral. 

À decisão dos pais relativamente à separação, segue-se outra decisão importante: como contar aos filhos? É
essencial que sejam comunicados sobre a decisão, porque isso se traduz em respeito à dignidade de cada um
deles.
Em geral, seja qual for a idade, já existe por parte dos filhos uma percepção acerca do relacionamento dos
pais, de seus conflitos e dificuldades. Ainda que não conscientemente, ou explicitamente, os filhos participam das
discussões
que precedem a separação propriamente dita. Mesmo em se tratando de crianças pequenas, o ideal é
que sejam comunicadas.

Conforme as circunstâncias e o que é comunicado, expõe-se os filhos a uma carga de culpa frente à situação
gerada pelos adultos. Por isso, a comunicação deve ser feita com cuidado e de maneira adequada.

É importante que fique bem claro, para a criança, que a separação ocorre por razões ligadas aos pais. Deve ser
descartada a possibilidade de ela desenvolver algum tipo de sentimento, por meio do qual assuma a
responsabilidade pela
decisão. O casal que enfrenta a situação de separação conjugal litigiosa disputando entre si
os direitos sobre os filhos apresenta frequentemente, em suas manifestações no âmbito da perícia, a ausência do
reconhecimento mútuo
do lugar de pai e de mãe, cada um em relação ao outro. As funções do cuidado e
educação dos filhos, bem como o estabelecimento de condições e limites adequados ao crescimento dos mesmos,
ficam prejudicadas neste contexto de
não reconhecimento. Como consequência, os filhos nem sempre são
reconhecidos no lugar de crianças, não se estabelecendo a suficiente consideração de suas necessidades e
direitos.

Muitos casais são resistentes em suportar perícias e avaliações a respeito de guarda de filhos e visitas, uma vez
que esses procedimentos, ainda que necessários para a compreensão global da situação, representam não só
uma demora
na solução do litígio, que é conduzido no “tempo do processo, do judiciário” e não necessariamente
no “tempo dos litigantes e seus conflitos”, como também a exposição de todos os envolvidos a seus próprios
conflitos. A perícia
faz o papel de um possivelmente incômodo espelho, capaz de colocar à luz o que se oculta no
psiquismo.

Síndrome de alienação parental


A alienação parental é tema polêmico, a lei que a disciplina (Lei 12.318, de 2010) e que pretende proteger
adolescentes e crianças, especialmente estas últimas, por sua vulnerabilidade perante o mundo adulto e o sistema
de justiça,
muito mais pela via punitiva do que conciliatória. Nas ações resultantes destes conflitos, muitas
crianças se acham envolvidas, quer por estarem vivenciando a situação de conflito, quer por serem colocadas
como “objeto” de
disputa entre os adultos.

Importante salientar que não se trata de um constructo psicológico e também de ponderar que, nos conflitos
familiares, especialmente nos casos de separação litigiosa, dificilmente “um só lado” está certo. É um contexto de
culpas,
perdas e danos mútuos.

Comportamentos ambivalentes e ansiosos prejudicam o desenvolvimento das crianças, já desde bebês, quando
são mais sensíveis e estão mais atentos aos significados de expressões faciais, tons de voz e gestos do que os
adultos. Assim,
um casal pode, facilmente, transmitir aos filhos, ainda que de tenra idade, “a guerra” existente
entre eles, e continuar a reproduzi-la mesmo após a separação.

O papel do profissional da psicologia, nesses casos, ao realizar uma perícia ou atuar na mediação, assim como o
operador do direito, deve ter em evidência esses aspectos, nem sempre manifestos, uma vez que na disputa pela
guarda
dos filhos podem estar latentes características que objetifiquem os filhos. Buscar o equilíbrio entre as
partes contribui para minimizar essa possibilidade, como ilustra o caso seguinte. Nesse tipo de disputa judicial,
ex-
casais trazem como característica o fato de ainda estarem envolvidos na dor, na desilusão e na raiva pelo fracasso
da relação. Observe-se que estes sentimentos podem estar presentes, ainda que de maneira velada, o que não
significa que suas consequências deixarão de se fazer sentir. 

Observe-se a plausibilidade da hipótese de a pessoa que pratica a chamada alienação parental desconhecer que
emite esse comportamento. Ela pode tê-lo aprendido de diversas formas, desde criança e ao longo da vida, e
considerá-lo
dentro de padrões de normalidade, posto ser esse o seu estilo de relacionamento interpessoal.

Psicologia e Direito Trabalhista


Assédio moral
Olá estudante!

Nessa terceira sessão da unidade 4 da disciplina de Psicologia aplicada ao direito iremos apresentar algumas
interfaces da psicologia e o direito trabalhista.

De forma geral, o psicólogo pode atuar como perito em processos trabalhistas. A perícia a ser realizada nesses
casos serve como uma vistoria para avaliar o nexo entre as condições de trabalho e a repercussão na saúde
mental do
indivíduo. Na maioria das vezes, são solicitadas verificações de possíveis danos psicológicos
supostamente causados por acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, casos de afastamento e aposentadoria
por sofrimento psicológico.
Cabe ao psicólogo a elaboração de um laudo, no qual irá traduzir, com suas
habilidades e conhecimento, a natureza dos processos psicológicos sob investigação.

Um das principais questões encontradas nesse âmbito é a do assédio. Conforme apontado por pesquisas
(Amazarray, 2010), no Brasil, 38% das pessoas entrevistadas na pesquisa já vivenciaram alguma situação de
assédio no trabalho.
Outro exemplo que podemos citar é o do estudo de Barreto (2003), que foi um dos primeiros
a enfocar o assédio moral como causa ou agravante de problemas de saúde: 42% dos 2.071 entrevistados
apresentavam histórias de violência
no trabalho

O assédio moral no trabalho é um tipo de violência psicológica, caracterizado pela intencionalidade de prejudicar,
pela repetição de comportamentos hostis e pela duração ao longo de um determinado tempo entre pessoas que
trabalham
em um mesmo contexto tem sido bastante utilizado, tanto em publicações da Psicologia como do
Direito:

“o assédio moral no trabalho é definido como qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento,
atitude...) que atente, por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou integridade psíquica ou física de
uma pessoa,
ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho.”

Para caracterizar o assédio, deve-se levar em conta a repercussão da conduta abusiva na saúde da vítima, a
periodicidade e duração do ato faltoso e a intencionalidade dos agressores (Einarsen, 2000; Freitas, Heloani &
Barreto,
2008; Leymann, 1996). Trata-se de condutas abusivas, que atentam contra a dignidade humana e podem
levar os que não as suportam a adoecerem ou a tomarem decisões não esperadas quanto à vida profissional,
como pedir demissão
ou mudar de cargo/setor.

Os comportamentos hostis podem ocorrer simultaneamente, em quatro modalidades:

a. deterioração proposital das condições de trabalho,

b. isolamento e recusa de comunicação,

c. atentado contra a dignidade e

d. violência verbal, física e sexual.


Exemplificam o primeiro grupo de comportamentos práticas como: privar o acesso aos instrumentos de trabalho
(telefone, computador), não transmitir informações necessárias para a realização das tarefas, atribuir serviços
inferiores
ou superiores às competências dos trabalhadores, ou incompatíveis com sua saúde e induzir ao erro.
No segundo grupo de comportamentos hostis, encontram-se condutas como ignorar a vítima, separá-la dos
outros e recusar todo
tipo de contato com ela. Na terceira modalidade, podem ser utilizadas insinuações para
desqualificar a vítima, espalhar rumores, fazer gestos de desprezo, desacreditá-la diante dos demais, zombar de
suas qualidades físicas,
origens ou nacionalidade, criticar sua vida privada, entre outros exemplos. Finalmente, no
quarto grupo de comportamentos, utilizam-se ameaças de violência física ou mesmo se agride a vítima
fisicamente, fala-se com ela aos
gritos, invade-se a sua privacidade, assedia-se sexualmente, e não se leva em
conta seus problemas de saúde, entre outras possibilidades.

Comumente confunde-se o assédio sexual com moral e modismo e usualmente o relacionam com conceitos como
o politicamente correto.

O fenômeno do assédio sexual no trabalho com certeza não é um fenômeno novo, mas sua maior visibilidade
atual pode estar relacionada a fenômenos como a maior participação da mulher no mercado profissional (em
diversos cargos
e funções), bem como a relativa liberalização dos costumes.

O aspecto mais visível ou óbvio nas situações de assédio sexual é que, geralmente, não se trata de relações entre
iguais, entre pares, nas quais a negativa pode ocorrer sem maiores consequências para quem está fazendo a
recusa.
Verificamos, ainda, que o assédio sexual é entre desiguais, não pela questão de gênero masculino versus
feminino, mas porque um dos elementos da relação dispõe de formas de penalizar o outro lado.

Desgaste psicológico decorrente de condições laborais de estresse


emocional
A síndrome do burnout pode ser definida como um estado de frustração e/ou fadiga que surge a partir do
investimento e da expectativa dos profissionais que esperam resultados diante de um determinado problema
e/ou estilo
de vida dos clientes e que não ocorre conforme o esperado. É comum que profissionais carismáticos e
compromissados ou os que assumem a postura de “salvadores da pátria” fiquem esgotados, fatigados e com
doenças psicossomáticas. O
burnout caracteriza-se por alterações físicas, comportamentais, pessoais e no
trabalho, incluindo práticas clínicas, questões interacionais, psicológicas, etc.

Nesse sentido, é importante não focar nas características pessoais daquele que sofre do Burnout (muitas vezes ele
pode ser creditado à déficits daquele que o sofre), mas sim nas características do trabalho da pessoa.

Síndrome de pânico decorrente de eventos traumáticos no ambiente de


trabalho
O trabalho deveria ser um fator de promoção da saúde, visto que por intermédio dele o indivíduo se desenvolve
nas dimensões psicológica, social e econômica. No entanto, para aqueles trabalhadores que experienciam
situações traumáticas
durante a jornada de trabalho, torna-se nocivo para o empregado, especialmente quando
realizado sob condições materiais e psicológicas inadequadas. Diante disso, a atividade profissional perde o
significado para o trabalhador,
de modo que não favorece o seu desenvolvimento pessoal, levando a um
esgotamento.

Entre os sintomas de revivência, incluem-se: pensamentos intrusivos que invadem a consciência sem o
consentimento do indivíduo, sonhos aflitivos e recorrentes relacionados à experiência traumática vivenciada,
sensação de que o
evento está ocorrendo novamente, sofrimento psicológico intenso e/ou reatividade fisiológica
quando exposto a estímulos que lembrem algum aspecto do trauma. No critério de esquiva e entorpecimento, as
respostas mais comuns
dizem respeito a tentativas de evitar pensamentos, atitudes, sentimentos, locais e/ou
pessoas relacionadas ao trauma, incapacidade de lembrar algum aspecto importante do evento traumático, perda
de interesse por atividades
anteriormente prazerosas, sensação de distanciamento das outras pessoas e/ou de
um futuro abreviado.

Desgaste psicológico decorrente de condições laborais de estresse


emocional
A exaustão emocional é caracterizada por um sentimento muito forte de tensão emocional que produz uma
sensação de esgotamento, de falta de energia e de recursos emocionais próprios para lidar com as rotinas da
prática profissional
e representa a dimensão individual da síndrome. A despersonalização é o resultado do
desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas, por vezes indiferentes e cínicas em torno daquelas pessoas
que entram em contato direto
com o profissional, que são sua demanda e objeto de trabalho. Num primeiro
momento, é um fator de proteção, mas pode representar um risco de desumanização, constituindo a dimensão
interpessoal de burnout. Por
último, a falta de realização pessoal no trabalho caracteriza-se como uma tendência
que afeta as habilidades interpessoais relacionadas com a prática profissional, o que influi diretamente na forma
de atendimento e contato
com as pessoas usuárias do trabalho, bem como com a organização Trata-se de uma
síndrome na qual o trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho, de forma que as coisas não lhe
importam mais e qualquer esforço lhe
parece inútil. Finalmente, a síndrome de burnout tem sido negativamente
relacionada com saúde, performance e satisfação no trabalho, qualidade de vida e bem-estar psicológico.

Infância e Juventude
Código de menores e o Estatuto da Criança e Adolescente
Olá estudante!

Nessa quarta sessão da unidade 4 da disciplina de Psicologia aplicada ao direito iremos apresentar algumas
interfaces da psicologia e o direito trabalhista.

A partir do advento da constituição de 88, que em seu art. 277 preceitua sobre aspectos relacionado aos direitos
da criança e os deveres da família, sociedade e estado nesse processo, fez se necessário a criação de uma nova lei,
ou o que o valha, em substituição do antigo código de menores, que já não condizia com esses aspectos da
constituição federal de 1988.

O antigo Código tratava o menor em pé de igualdade com os outros sujeitos infratores, inclusive maiores,
submetendo estes menores a medidas judiciais todas as vezes que sua conduta se encontrasse definida em Lei; O
ECA passa consagrar
o Proteção Integral, onde as crianças e adolescentes passam a não mais poder sofrer
qualquer tipo de discriminação, as regras do Estatuto devem ser aplicadas com imparcialidade, sem distinção
alguma, de cor, sexo, idioma, religião
ou de outra natureza;

 Pelo antigo código, o menor ao cometer uma infração teria como consequência as medidas judiciais cabíveis,
desta forma trazia-se o menor para a esfera do comum, igualando seus atos ao de outros entes que não possuíam
as suas
peculiaridades, com tal atitude, ignorava-se que o jovem possui particularidades geradas pela fase de
transformação e estruturação do caráter pela qual estão passando, assim sendo, seu tratamento deve ser
diferenciado, levando
em conta todos os fatores variáveis que os cercam; Com o ECA o jovem passa ter
reconhecido seus direitos, principalmente o de um tratamento diferenciado devido ao momento que vive, suas
particularidades e individualidades passam
a ser reconhecidas, o objetivo agora é conduzir, educar, readaptar e
preparar o menor.

O ECA tem por objetivo de direcionar políticas públicas que atendam tanto à criança e ao adolescente em situação
de risco social, como aos adolescentes autores de ato infracional, visando à aplicação de medidas de proteção no
primeiro
caso e socioeducativas no segundo. O Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe sobre a proteção
integral à criança e ao adolescente, especificando uma rede de direitos e deveres que devem ser alvo de aplicação
dos mecanismos
sociais próprios ao estabelecimento da ordem social. Isto inclui as ações na área de saúde e no
âmbito do judiciário Lembrando que o ECA vai também em direção aos termos da declaração universal dos
direitos humanos, da
qual o Brasil é signatário, e que dispões da necessidade de direitos e assistência especial
para as crianças.

Não se trata, pois, de simplesmente dar um tratamento especializado do ponto de vista técnico, por exemplo, da
psicologia, mas fazer com que ele propicie a integração do indivíduo, ao atingir a idade adulta, à sociedade maior
em
que se encontra inserido. Portanto, existe a clara menção à multidisciplinaridade. Ressalte-se que, com estas
diretrizes e as leis pátrias, cria-se, no âmbito da infância e adolescência, em sua interface com o sistema jurídico,
um novo paradigma, ao se estabelecer que a cidadania e o respeito a direitos e deveres não se alcançam com
medidas coercitivas e sanções penais, mas, primordialmente, com medidas que carecem da participação de toda a
sociedade
em todos os segmentos.
Atos infracionais e o processo de inclusão social
O ECA dispõe em seus arts. 112 e seguintes as medidas que podem ser aplicadas na ocorrência de ato infracional
praticado por adolescente, dentre elas:

I. advertência;

II. obrigação de reparar o dano;

III. prestação de serviços à comunidade;

IV. liberdade assistida;

V. inserção em regime de semiliberdade;

VI. internação em estabelecimento educacional;

VII. qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a


gravidade da infração.

§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.

§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e especializado,


em local adequado às suas condições.

A Lei nº 12.594/2012 institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) e regulamenta no art. 35
a execução das medidas socioeducativas destinadas a adolescente que pratique ato infracional. Destacam-se os
seguintes
princípios:

I. legalidade, não podendo o adolescente receber tratamento mais gravoso do que o conferido ao adulto;

II. excepcionalidade da intervenção judicial e da imposição de medidas, favorecendo-se meios de


autocomposição de conflitos;

III. prioridade a práticas ou medidas que sejam restaurativas e, sempre que possível, atendam às necessidades
das vítimas;

IV. proporcionalidade em relação à ofensa cometida;

V. brevidade da medida em resposta ao ato cometido, em especial o respeito ao que dispõe o art. 122 da Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);

VI. individualização, considerando-se a idade, capacidades e circunstâncias pessoais do adolescente;

VII. mínima intervenção, restrita ao necessário para a realização dos objetivos da medida;

VIII. não discriminação do adolescente, notadamente em razão de etnia, gênero, nacionalidade, classe social,
orientação religiosa, política ou sexual, ou associação ou pertencimento a qualquer minoria ou status;

IX. fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no processo socioeducativo.

Adolescente, judiciário e sociedade


A adolescência inicia-se, segundo a legislação (ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, art. 2º), aos 12 anos. A
lei deve determinar de modo específico e objetivo este marco. Entretanto, sob a ótica biopsicológica, os
parâmetros não são determinados de acordo com uma data específica, mas de acordo com mudanças
psicológicas e fisiológicas variáveis que ocorrem em torno dessa idade. No início, as mudanças físicas mostram-se
mais perceptíveis,
porém a imagem que o adolescente tem de si apresenta-se, muitas vezes, difusa. Os valores da
infância caducam principalmente quando a pessoa é submetida a um estilo de vida em que a permanência dos
costumes mostra-se
escassa; desencadeia-se, nesta situação, falta de sintonia entre os comportamentos parentais
cronificados e a dinâmica da nova configuração social vivida por moças e rapazes.

A adolescência gera grandes mudanças na vida do indivíduo, tanto quantitativas, quanto qualitativas. Dentre elas
podemos dar como exemplo o aumento da autonomia e circulação social, mudanças na auto imagem e na forma
que ela se
vê, inclusão em diferentes grupos de pares, diferentes papeis na família e na sociedade (escola,
consumo, trabalho), possível criação de planos para o futuro, relacionados ao trabalho e formação. Todas essas
questões envolvem
novas configurações simbólicas que envolvem também questões identitárias do adolescente.
Ocorre uma reconstrução de sua identidade nessa fase, ou a construção de uma.

Na infância a imitação tem um papel fundamental, enquanto na adolescência a diferenciação passa a ter um papel
central, o que pode gerar e explicar o aumento de conflitos geracionais.

Obviamente, a adolescência não é o reduto causal da criminalidade. As influências das vivências familiares e
sociais se constituem como principais determinantes onde a criança pode observar inúmeros comportamentos
que levam à delinquência;
seus efeitos a impregnam, desde cedo, e o resultado dessa etapa fará parte dos
conteúdos psíquicos do indivíduo quando este chega à adolescência. Observe-se que, ao mesmo tempo em que
ao adolescente solicitam-se escolhas
de grande impacto para a vida (como a escolha do tipo de estudo), ele é
submetido a um rosário de pequenas decisões que, muitas vezes, situam-se no estreito limiar entre o socialmente
tolerável e o proibido. A boa estrutura
familiar e o sucesso com que tenha transitado pelas etapas anteriores do
desenvolvimento psicológico permitem-lhe realizá-las conscientemente, com segurança. Se ele falha nessas
escolhas, com toda a certeza se identificarão
deficiências nas etapas citadas, vividas preponderantemente no lar e,
também, na escola.

No entanto, considerando o contexto social em que nos encontramos, grande parte da população não pode
encontrar essas condições ideais.

Situação Problema
Contextualização
Olá estudante, essa é a situação problema relacionada unidade 4 da disciplina de Psicologia aplicada ao direito.

Para iniciarmos essa contextualização, iremos relembrar primeiramente a discussão referente a família e sua
influência na constituição do indivíduo.

O conceito e a estrutura do que chamamos de família tem se alterado com o decorrer do tempo, de acordo com o
contexto social e histórico. O modelo tradicional que se tem de família hoje (família nuclear constituída por mãe,
pai
e filhos) é característico do núcleo familiar da revolução industrial, que data do século XIX.

A migração da população rural para as cidades, o maior acesso da mulher ao mercado de trabalho e ao estudo, os
métodos contraceptivos, os novos costumes e conceitos morais, as técnicas de reprodução humana, o divórcio,
novas tecnologias
de reprodução, o novo Código Civil, que diminuiu as diferenças entre homens e mulheres do
ponto de vista jurídico, são ingredientes que ajudaram e ajudam a criar novos modelos de organização e
relacionamento nas e entre as
famílias.

Da mesma maneira que os papéis se tornam difusos, o conceito de família solicita, cada vez mais, relativização
correspondente.

No contexto contemporâneo, a estabilidade e a intensidade dos laços afetivos entre seus integrantes ganham
relevância, em lugar da exclusiva consanguinidade ou dos papéis tradicionalmente atribuíveis a cada um
deles,
tamanha a variedade e a complexidade das estruturas de convivência que se desenvolvem. Por outro lado, ainda
que a composição familiar não siga, atualmente, o padrão típico da sociedade patriarcal, ainda comporta seus
mitos, que influenciam a plasticidade com que se abre a novos arranjos, ao mesmo tempo em que recebe
marcante influência da economia e cultura midiática, refletida em conflitos, limitações, desejos, fantasias e
relações clandestinas
e subterrâneas. 

Os vínculos formam-se a partir de referências internas e externas, de aspectos conscientes e inconscientes. 

Vale ressaltar que a formação de vínculos afetivos se dá em um processo, segundo um continuum, que envolve
afeto, corresponsabilidade, tolerância, segurança, entre outros aspectos. É evidente que crianças e adultos são
mais felizes e podem desenvolver melhor seus talentos quando se sentem seguros e protegidos. Além desses
aspectos positivos, o processo de formação de vínculos inclui outros negativos, que podem levar a frustrações,
mágoas
e ressentimentos, que permeiam por muito tempo a vida conjugal e que podem culminar na dissolução
da união. Trata-se, aqui, de pessoas com desenvolvimento psicológico normal; porém, aquelas que padecem de
distúrbios psiquiátricos
podem manifestar deterioração da capacidade para estabelecer vínculos afetivos.

Situação problema
Considere agora a seguinte situação:

Um adolescente, de uma família de características comuns de sua cidade pequena (núcleo familiar constituído por
pai, mãe e irmão mais velho) foi detido e sua família foi chamada após ter sido flagrado atirando pedras e
quebrando
vidraças de uma casa desabitada em sua vizinhança.

O adolescente, apesar de nunca ter se envolvido anteriormente em nenhum ato infracional, vinha apresentando
queda em seu desempenho na escola e alguns pequenos desentendimentos na relação com sua família.

Considerando as características do caso, quais aspetos legais relacionados ao ECA e também ao desenvolvimento
da criança podemos levar em consideração para pensarmos em medidas ideias para o encaminhamento da
situação?

Resolução
De começo devemos deixar claro que apesar do estereótipo comum dado à adolescência relacionando-a a
rebeldia e delinquência deve ser superado, principalmente no sentido de relacioná-la à criminalidade.

As influências das vivências familiares e sociais se constituem como principais determinantes onde a criança pode
observar inúmeros comportamentos que levam à delinquência; seus efeitos a impregnam, desde cedo, e o
resultado dessa
etapa fará parte dos conteúdos psíquicos do indivíduo quando este chega à adolescência.

Observe-se que, ao mesmo tempo em que ao adolescente solicitam-se escolhas de grande impacto para a vida
(como a escolha do tipo de estudo), ele é submetido a um rosário de pequenas decisões que, muitas vezes,
situam-se no estreito
limiar entre o socialmente tolerável e o proibido.

De fato, uma boa estrutura familiar e o sucesso com que tenha transitado pelas etapas anteriores do
desenvolvimento psicológico permitem-lhe realizá-las conscientemente, com segurança. Se ele falha nessas
escolhas, com toda a certeza
se identificarão deficiências nas etapas citadas, vividas preponderantemente no lar e,
também, na escola. 

Entretanto, nos é óbvio que essas condições podem ser raras no contexto social e econômico geral em que
vivemos.

Devemos lembrar no entanto nessa fase também ocorre o processo de construção ou reconstrução da identidade
desses indivíduos, de cisão, ainda que simbólica, a partir da diferenciação de si com relação a família, o que é
saudável
em certo sentido para que futuramente o adolescente possa se tornar um indivíduo independente e com
capacidade para ter sua própria vida, conforme esperado socialmente, mas o que não é necessário, constituir a
própria família.

Nesse contexto, comportamentos, alguns comportamentos, de forma episódica e não constantes, de


questionamento, podem ser considerados saudáveis e, de certa forma, esperados.

O ECA dispõe em seus arts. 112 e seguintes as medidas que podem ser aplicadas na ocorrência de ato infracional
praticado por adolescente, dentre elas:

I. advertência;

II. obrigação de reparar o dano;

III. prestação de serviços à comunidade;

IV. liberdade assistida;

V. inserção em regime de semiliberdade;

VI. internação em estabelecimento educacional;

VII. qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.


§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a
gravidade da infração.

§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.

§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e especializado,


em local adequado às suas condições. 

Devemos considerar com grande relevância o disposto nesses 3 incisos. Nos casos de PSC, LA, bem como os
regimes de privação de liberdade, contam, obrigatoriamente, com acompanhamento de equipe interdisciplinar
(que inclui
psicólogos) para acompanhamento. Do adolescente.

Conforme vimos na situação problema, o adolescente, pensando a partir dos dados apresentados, aparenta não
ter algum aspecto patológico ou algum envolvimento aprofundado com a delinquência, e considerando os
aspectos apresentados
nesse slide, as medidas I e II pareciam ser as mais adequadas. Lembrando que esse tipo de
decisão é judicial, ainda que com amparo técnico.

De qualquer forma, a inclusão da família em algum tipo de acompanhamento social (como CRAS), parece ser
imprescindível para que se possa acompanhar o caso sem realizar nenhuma intervenção mais radical.

Referências bibliográficas
BORDIGNON, Jeferson Carlos; SOUZA, Vera Lucia Trevizan. O papel do afeto nas relações escolares de
adolescentes. Revista Perspectivas em Psicologia, Uberlândia, V. 15, n. 1, p. 132 – 144, Jan-Jun 2011.

CASTRO, Elisa Guaraná de; MACEDO, Severine Carmem. Estatuto da Criança e Adolescente e Estatuto da
Juventude: interfaces, complementariedade, desafios e diferenças. Rev. Direito Práx., Rio de Janeiro
, v. 10, n. 2, p.
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MOREIRA, Jacqueline de Oliveira et al . Medidas socioeducativas com seus dispositivos disciplinares: o que, de fato,
está em jogo nesse sistema?. Rev. psicol. polít., São Paulo , v. 15, n. 33, p.
285-302, ago. 2015 .

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