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Marília Brandão Lemos de Morais Kallas

Psicanálise, sonhos e luto na pandemia


Marília Brandão Lemos de Morais Kallas

Resumo
O objetivo deste trabalho é falar sobre os impactos da pandemia na vida psíquica dos sujeitos,
desde as primeiras semanas até hoje, sobre o papel relevante da psicanálise e da clínica psicanalítica
no mundo atual e apresentar as características dos sonhos e do luto nesta época de Covid-19.

Palavras-chave: Pandemia, Psicanálise, Clínica Psicanalítica, Sonhos, Luto.

Decifra-me ou te devoro, diz a esfinge a As preocupações são várias, entre


Édipo, na tragédia de Sófocles Édipo Rei, elas, as questões econômicas que afligem
expressão usada aqui, para o que a pan- todos, em especial, os mais desfavorecidos
demia, no lugar da esfinge, poderia dizer socialmente. A violência doméstica e os
ao Homem estupefato. abusos aumentam assim como o uso de
Frente ao imponderável, é necessário drogas e bebidas alcoólicas. Casamentos
tecer uma teia de ficções e significantes se dissolvem. Crianças vivem o tédio da
entre beiradas, na expectativa de sobre- prisão domiciliar. E os idosos sofrem de
viver psiquicamente e não morrer para reminiscências.
a vida em si. “Nem o sol nem a morte O presente é o desamparo e o de-
podem ser encarados frente a frente”, salento. O estresse agudo. A pulsão de
diz o pensador francês François de La morte cavalga com os quatro cavaleiros
Rochefoucauld. do Apocalipse: a peste, a fome, a guerra e
Vivemos tempos estranhos. Um ví- a morte. Quem poderá detê-los?
rus, bastante limitado do ponto de vista Enquanto a ciência não consegue uma
de sua estrutura biológica de RNA, uma medicação eficaz ou uma vacina, podemos
ameaça invisível, surge do nada e ataca o tentar conter essa guerra com a solidarie-
planeta, provocando o pânico, a doença e dade, com Eros, formando conglomerados
a morte. O indizível nos rodeia. O medo libidinais, laços comunitários.
nos atravessa. A morte ronda ao lado. O Se a pandemia é um traumatismo ge-
mundo já não é o que é. E não sabemos o neralizado e mundial, o trauma do sujeito
que está por vir. é individual e singular: depende de suas
Vivemos o presente, e essa talvez fantasias e suas vivências anteriores. Os
seja a melhor forma de viver. Incertezas, atendimentos de crise na clínica aumenta-
desespero, perda de entes queridos, de- ram, e a melhor forma de catalogá-los, se-
sassossego. Alcançar a subjetividade do gundo a teoria psicanalítica, seria através
sujeito no mundo contemporâneo em da neurose de angústia em Freud, (1894;
tempos de pandemia é um desafio. Vive- 1895), que é o que fundamenta as crises
mos um pantraumatismo. O advento do do transtorno de pânico (morais; salles,
real desassombrado. Solidão. Isolamento. 1997; kallas, 2010).
É um convite para a reflexão de nossa Acrescente-se a isso os novos sinto-
finitude. Despimo-nos de nossas certezas mas descritos por Birman (2001), com
narcísicas e estamos à mercê da morte, o extravasamento das intensidades e a
que iguala todos. angústia no corpo, como acontece no
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estresse, no pânico e nos transtornos social em que vive. O choque traumáti-


psicossomáticos. Além disso, o extrava- co, se pudermos comparar essa situação
samento na ação, como na violência, na excepcional que vivemos com um trauma
agressividade e ações fracassadas ou nas generalizado e planetário, rompe com a
compulsões, como o álcool, as drogas, percepção temporal e instaura um tem-
a comida. E por último, com a descarga po único, tempo presente, que se repete
do excesso no psiquismo, que extravasa (Birman, 2014).
como humor e pathos nos sentimentos, O sujeito é invadido por uma quanti-
provocando depressão. O excesso é sempre dade insuportável de energia que rompe
a irrupção de algo que escapa ao controle as barreiras de proteção psíquicas, intensi-
e à regulação da vontade. dades essas que não serão transcritas para
Percebemos, então, a presença da an- a ordem psíquica da representação. Cabe
gústia do real e sua consequência – o efeito ao psicanalista proporcionar o espaço para
traumático (Birman, 2014). A subjetivi- esse escoamento e para a possibilidade de
dade fica ante algo que a ultrapassa, do elaboração. Quando existe uma situação
qual não pode dar conta. O pensamento de urgência vital, existe uma suspensão
e a linguagem do sujeito contemporâneo das urgências subjetivas.
estão empobrecidos. O adequado manejo da angústia na
No início da pandemia, com a re- pandemia é fundamental. Ela pode ser de
dução do contato físico e o isolamento tal forma intensa e desembocar perigo-
social, o foco de apreensão é o medo de samente na passagem ao ato e atuações,
ser contaminado. Posteriormente, além como uma descarga frente ao sofrimento
dos quadros ansiosos, temos as crises de insuportável vivido pelos pacientes. Daí a
pânico, o desencadeamento de quadros necessidade de diminuí-la e saber manejá
depressivos, inclusive, ideias suicidas, a -la. Estamos aqui falando de atendimento
piora dos quadros obsessivo-compulsivos, de crises.
com pessoas ferindo suas mãos e braços Enquanto psicanalistas, temos um
de tanto lavá-los e passar álcool, o desen- importante papel a ser desempenhado:
cadeamento de transtornos alimentares, acolher, estimular a fala do paciente, fala
como compulsões por comida, obesidade, essa que contorna as bordas do traumático
bulimia e anorexia, aumento do consumo e ouvir o seu sofrimento. A vida, a partir
de álcool e drogas, de primeiros surtos de uma catástrofe, nos apresenta novas
psicóticos. possibilidades de reinvenção.
Constatamos também a reagudização
de pacientes com transtornos mentais Os sonhos na pandemia
prévios estabilizados, o luto pela perda Observando os sonhos dos sujeitos durante
de entes queridos, a devastação daqueles esta pandemia, é interessante observar al-
sobreviventes que passaram pela Covid-19 gumas mudanças nas suas características.
com quadros graves e internações em Desde a Antiguidade os sonhos são
UTI, além das consequências psíquicas usados como forma de leitura do presente
das pessoas com dificuldades econômicas, e de previsões do futuro, relatos muito
financeiras e de desemprego. Aparecem os constantes no Antigo Testamento da
transtornos de estresse pós-traumático. O Bíblia e nos escritos homéricos com as
número de suicídios tem aumentado nesta profetizas e os oráculos.
pandemia. Em seu livro A interpretação dos so-
O manejo clínico da angústia nesta nhos, Freud ([1900-1901] 1996) diz que o
época de pandemia implica a necessidade sonho é a via régia do inconsciente. Nele
de olhar o sujeito no entorno da situação o desejo inconsciente navega atemporal
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entre presente, passado e futuro trazendo recem, na maioria das vezes, metaforizados
um enigma a ser decifrado pelo sonhador. (Silveira, 2020).
Os sonhos se decifram na singularida- Mas esse novo que a pandemia traz,
de de cada um. Se aproveitam dos desejos essa sensação de nunca termos vivido isso,
atuais, dos restos diurnos, voltam-se para carrega um sentimento de desamparo, de
os desejos passados, revisitam memórias e algo estranho, estranhamente familiar, o
traumas. Além disso, podem dizer do futu- infamiliar dos medos, tão bem descrito
ro, não porque têm o poder de adivinhar por Freud ([1919] 1996) no seu ensaio O
o que virá, mas porque realizam desejos estranho, que diz sobre esse sentimento de
que concorrem para a determinação de Unheimlich, algo que deveria ficar oculto,
estados futuros. mas veio à luz.
Os sonhos, durante a pandemia, estão Esse projeto de pesquisa Oniropolítica
mais vívidos, mais reais. As pessoas estão em tempo de pandemia se inspirou no en-
se lembrando mais, e o roteiro é mais saio Sonhos do Terceiro Reich, da jornalista
extenso e detalhado (Suzuki, 2020), já alemã de origem judaica Charlotte Beradt,
que o sonho é como um filme nonsense, que na década de 1930 recolheu testemu-
com imagens a serem desmontadas pelo nhos de sonhos vivenciados por centenas
sonhador, remetendo-o a um trabalho de de pessoas (Susuki, 2020).
simbolização. Diz Dunker que o sonho é uma alu-
Um grupo de pesquisadores da cinação que se afina com o campo da
UFMG, da USP e da UFRGS iniciou o política, porque ela também é campo dos
projeto Oniropolítica em tempo de pande- desejos humanos. E é a partir dessa afini-
mia (Susuki, 2020) cujo objetivo é inves- dade, o fato de a política democrática se
tigar a função social dos sonhos, como a fazer com a fala, que a violência é suspensa
pandemia, a quarentena e o isolamento e trocada pela palavra (Susuki, 2020).
social estão afetando os sonhos dos bra- O sonho, um dos produtos mais miste-
sileiros, movido pelo interesse na função riosos do cérebro, voltou agora a interessar
coletiva dos sonhos, nos medos e nas an- cientistas. Dunker cita o trabalho do neu-
gústias durante a pandemia. Atualmente rocientista Sidarta Ribeiro (Susuki, 2020).
mais de 500 relatos já foram colhidos, Sidarta Ribeiro, diretor da Sociedade
de acordo com um dos pesquisadores, Brasileira para o Progresso da Ciência
o psicanalista Cristian Dunker, da USP (SBPC) e um dos fundadores do Instituto
(Suzuki, 2020). Cérebro da Universidade Federal do Rio
Segundo os pesquisadores, o tema da Grande do Norte (M achado ; F ellet ,
perda se destaca nesses relatos oníricos 2019), cotejou as perspectivas do sonho
– perda de pessoas, de casa, perder-se e do ponto de vista de diferentes disciplinas,
não saber voltar mais, perda de objetos, tais como medicina, literatura e psicaná-
da memória, carregados de muita an- lise, o que resultou no livro O oráculo da
gústia, mal-estar, incertezas, sensação de noite: a história e a ciência do sonho, lançado
perseguição, falta de confiança nos laços pela Companhia das Letras em 2019.
afetivos, violência. O cientista afirma que o mundo mo-
Muitos sonhos remetem aos lugares de derno perdeu a intimidade com o sonho,
origem de quem relata – a cidade natal, a enquanto no passado as visões oníricas
casa de infância –, diz Gilson Iannini um apresentavam um papel social importante
dos pesquisadores da UFMG. E acrescenta e guiavam os governantes da Grécia, do
que o termo “casa” é o mais onipresente Egito, da Índia e da China, e que essa
nos sonhos, a partir de uma nuvem de perda causa grande prejuízo à humanidade
palavras. Os temas pandemia e morte apa- (Machado; Fellet, 2019).
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Psicanálise, sonhos e luto na pandemia

Segundo Ribeiro, ao relegar os sonhos são quebrados. Os rituais de morte sempre


a um segundo plano, abrimos mão de um existiram. O sepultamento é um ritual
poderoso elemento para simular os efeitos antigo. Quando não há esse tempo neces-
de nossos atos e encontrar soluções para sário de elaboração da perda, ela pode se
problemas. Sidarta Ribeiro está fazendo transformar em um luto patológico.
uma aproximação dos achados da neuro- Em seu trabalho Luto e melancolia,
ciência contemporânea com as hipóteses Freud ([1917] 1996) distingue o luto como
de Freud do início do século XX (Macha- uma reação a uma perda. É de duração
do; Fellet, 2019). limitada e superado espontaneamente.
As questões sociais, os impasses his- Seria uma reação à questão existencial da
tóricos não se encerram apenas na esfera finitude e da morte humanas. A melanco-
pública, mas se estendem ao nosso íntimo lia, diferentemente, é uma identificação
e ali se prolongam. O inconsciente não é com um objeto perdido inconsciente, com
individual. Ele abarca o social e a cultura. sintomas de autoflagelação, culpa, inibição
Inclusive nos nossos sonhos. A pandemia psicomotora, ideias suicidas, ideias de
faz uma convocação ao traumático, que ruína, tristeza, podendo chegar ao estupor
se manifesta nos sonhos. melancólico.
No artigo Psicologia de grupo e a análise O manejo clínico do paciente depres-
do ego, Freud ([1921] 1996) dizia que a sivo, principalmente aqueles com ideias
experiência subjetiva implica a referência suicidas, ou após uma tentativa frustrada
do sujeito ao outro e à linguagem, à sua de- de suicídio, requer uma especificidade e
terminação simbólica. Na esfera coletiva, um cuidado redobrado, de alguém que
a vida social apresenta unidades cada vez se encontra em estado de desamparo,
mais amplas, submissas às mesmas leis que esvaziado de palavras e pleno de vazio e
marcam o indivíduo. Não existe separação dor. Requer um espaço de acolhimento e
entre psicologia individual e coletiva. Para segurança, no qual o paciente se restabe-
a psicanálise, indivíduo e sociedade estão leça e comece a encontrar palavras para
intimamente imbricados. O inconsciente seu sofrimento.
está não no registro do indivíduo, mas para O luto de pacientes suicidas é terri-
além dele, inclusive o campo histórico e velmente traumático para as famílias e se
social (Birman, 2014). potencializado pela pandemia, torna-se
Em Função e campo da fala e da lin- ainda mais grave. Famílias que sofrem de
guagem, Lacan ([1953] 1998) diz que o culpa e de discriminação social, motivo
inconsciente é transindividual e designou de tratamento psicoterápico familiar.
a transindividualidade como uma proprie- Hoje temos vários grupos de apoio a essas
dade primordial do inconsciente. famílias enlutadas.
A necessidade de enterrar os mortos
O luto na Covid-19 aparece muito bem retratada na tragédia
O luto é um processo de despedida, de grega Antígona, de Sófocles, em que a
encarar a solidão, a finitude, a transito- personagem prefere morrer a deixar de
riedade, as incertezas. O período de luto enterrar seus irmãos mortos, cujos cor-
na pandemia pode se agravar já que não é pos foram abandonados ao relento como
permitido à família do paciente visitar seu castigo do rei. Existe uma necessidade de
parente no hospital, e não há possibilidade homenagear e ritualizar a morte, a neces-
de dizer adeus. sidade simbólica do enterro e do luto.
O enterro é feito com o caixão fecha- Como lidar ao longo do tempo com
do, com um número restrito de pessoas, e as diferenças entre o luto normal e o luto
os rituais necessários à elaboração do luto patológico?
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No caso do luto normal, a pessoa vai não conectados no ciberespaço, podem


elaborar, ressignificar, vai tecer com pala- desenvolver em casa atividades criativas e
vras um conforto para si mesma e retornar artísticas, tais como pintura, música, cine-
ao seu estado de equilíbrio, transformando ma, literatura, leitura, culinária. E há mais
a dor em saudade, em boas lembranças, tempo para a convivência com a família.
em amor. Do medo e do vazio das primeiras se-
O luto traumático é um luto que não manas de pandemia, muitos hoje passaram
se processa, que ultrapassa a capacidade a uma ocupação intensa e, para eles, “a
de elaborar, de aceitar a morte, podendo falta está fazendo falta”, como dizia o sau-
se transformar numa depressão ou rea- doso psicanalista Antônio Ribeiro (1994).
gudizar quadros de transtornos mentais Sempre aprendemos algo nas situa-
preexistentes. ções-limite, no vazio do real. Acredito que
Existem também os pequenos lutos, sairemos mais fortalecidos psiquicamente.
como o luto pelo isolamento, pela perda Valorizaremos mais o presente. Usufruire-
do contato físico, pela perda do futuro que mos melhor de nosso tempo livre e ao ar
ruiu, de um passado recente que tínhamos livre. Curtiremos a família, os amigos, os
e não valorizávamos e de coisas que dei- laços afetivos. Até a chegada da “indeseja-
xamos de realizar. da das gentes”, como diz Manoel Bandeira
A vida é um conjunto de forças que no poema a seguir.
lutam contra a morte. O papel do psica-
nalista é reforçar os laços com o desejo Consoada
de viver.
A pandemia será um divisor de águas Quando a indesejada das gentes chegar
do século 21. Ela segue o seu curso natural, (Não sei se dura ou caroável),
e suas consequências durarão por vários Talvez eu tenha medo.
anos. Já estamos deixando vagarosamente Talvez sorria, ou diga:
a fase de pico da infecção e do isolamento – Alô, ineludível!
social. Mas há muito a caminhar. Nós, que O meu dia foi bom, pode a noite descer,
fazemos parte da área de saúde mental, (A noite com seus sortilégios.)
temos ainda muito trabalho a realizar pois, Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
a quarta onda (Wirthman, 2020), que é A mesa posta.
justamente essa dos transtornos mentais Cada coisa em seu lugar. j
e que se iniciou nas primeiras semanas da
pandemia, continua se elevando.
Para as pessoas que têm o privilégio de
passar a quarentena em casa, qual seria a
melhor saída para essa fase de isolamento?
A tecnologia hoje nos apresenta a
possibilidade de comunicação através das
webinars, dos facetimes, da imensidão de
lives que invadiram nosso espaço íntimo,
das aulas virtuais, do trabalho em home-of-
fice, do atendimento on-line aos nossos pa-
cientes, de estar ao vivo e temporalmente
conectados com o planeta.
Hoje o vazio de ontem já diminuiu.
Vários já retomaram parcialmente suas
atividades laborativas e mesmo aqueles
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Psychoanalysis, dreams and


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Marília Brandão Lemos de Morais Kallas

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