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Produção de álcoois em gel glicerinados


contendo compostos com atividades
antibacterianas: uma revisão de literatura

Sandro Luiz Barbosa dos Santos


UFVJM

Cristiane Fernanda Fuzer Grael


UFVJM

Milton de Souza Freitas


UFVJM

Tássio Trindade Mazala


UFVJM

Maria Luiza Pereira e Oliveira


UFVJM

'10.37885/221211424
RESUMO

A utilização de formulações antissépticas, além da imunização e outras medidas preven-


tivas, com a finalidade de controlar a transmissão de doenças infecciosas, estão sendo
recomendadas para o combate e prevenção da infecção pelo SARS-CoV-2. Considerando
a obtenção de glicerol e salicilato de metila de alta pureza, bem como, ao perceber que o
cenário exigia o envolvimento de todos os pesquisadores, o presente estudo consiste em
descrever e investigar o desenvolvimento de álcool em gel glicerinado contendo compostos
bioativos. Os resultados preliminares de formulações contendo agentes bactericidas, como
extrato de arnica-do-mato (P. brasiliensis) e óleo de Wintergreen (salicilato de metila) tem
se mostrado promissores para a assepsia das mãos.

Palavras-chave: Álcool gel, Salicilato de Metila, Pseudobrickellia Brasiliensis, Sanitizantes,


Óleo de Wintergreen.
INTRODUÇÃO

Os seres humanos são a principal fonte de transmissão do SARS-CoV-2 por meio de


interações entre eles, ocorrendo quando qualquer pessoa infectada sintomática ou assinto-
mática entra em contato com pessoa saudável (MAHMOOD et al., 2020). A contaminação
não se resume ao contato interpessoal e pode ocorrer pelo contato com superfícies con-
taminadas, por exemplo, através de secreções produzidas por pessoas doentes quando
tossem ou espirram.
Portanto, em um cenário global, atualmente a Organização Mundial da Saúde (OMS)
estima cerca de 6,54 milhões de mortes decorrentes de COVID-19 (WHO, 2022). Diante disso,
além da imunização, as medidas preventivas e estilo de vida saudável têm sido indicados
para combater e se manter seguro da COVID-19. A adaptação da higiene eficaz das mãos é
vital, onde um dos melhores conselhos da OMS é lavar ou higienizar as mãos frequentemente
com sabão ou álcool em gel com mais de 60%, respectivamente (MAHMOOD et al., 2020).
As primeiras patentes registradas nos EUA, de formulações antissépticas contendo
álcool para higienização das mãos ocorreram entre 1957 e 1965 (NELSON, 1965). Apesar
de ser amplamente utilizado comercialmente nas últimas três décadas, o uso de álcool
como desinfectante, no entanto, remonta a milênios. As primeiras investigações acerca das
propriedades antissépticas do etanol são datadas de 1875, por cientistas e pesquisadores
da época, que apesar das limitações contribuíram com as primeiras evidências acerca das
características germicidas destas preparações. Contudo, somente no final da década de 1980,
a empresa americana Gojo disponibilizou comercialmente o primeiro produto antisséptico
para as mãos à base de álcool, sob o nome comercial Purell®.

Produção mundial de etanol

Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, com 7,43 bilhões
de galões produzidos em 2021, correspondendo a 27% da produção mundial de etanol (RFA,
2022). Devido às condições terrestres e climáticas vantajosas, bem como à boa infraestru-
tura e mercados, cerca de 85% da produção de etanol do país está concentrada na região
centro-sul (KARP et al., 2021).
A maior parcela do bioetanol produzido no Brasil é classificado como primeira geração,
que são aqueles produzidos a partir de matérias-primas usadas também como alimentos,
para humanos e animais (KARP et al., 2021; RODRIGUES, 2011). Esse produto é produzido
principalmente por caldo de cana e/ou melaço, que representa cerca de 80-90% da massa
dos colmos da cana-de-açúcar e é rico em açúcar (12-18% sacarose, glicose e frutose) e
nutrientes como proteínas, vitaminas, ácidos orgânicos e minerais que podem ser utilizados

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diretamente como substrato no processo de fermentação. A produção de bioetanol é realizada
em três etapas principais que são o pré-tratamento, a fermentação e separação/purificação
(KARP et al., 2021).
O Estados Unidos é o maior produtor mundial de bioetanol, com cerca de 15,02 bi-
lhões de galões produzidos em 2021, correspondendo a 55% da produção mundial (RFA,
2022). A maior parte desse etanol vem do amido de milho como matéria-prima que foi
estimado em quase 95% do total de etanol combustível produzido naquele país no ano de
2016, seguido por cerca de 3% oriundo do trigo. A disponibilidade de matéria-prima de baixo
custo em quantidades suficientes durante todo o ano é sempre uma grande vantagem para
qualquer processo biotecnológico economicamente (MOHANTY; SWAIN, 2019), portanto,
o Brasil e o Estados Unidos são referências na produção de etanol de primeira geração.

Álcool em gel e suas propriedades como sanitizante

O uso da formulação em gel para as mãos à base de álcool em tempos de pandemia


de SARS-CoV-2 tem sido uma alternativa interessante. Os álcoois são agentes antibac-
terianos e antivirais, eficazes em promover a inativação de microrganismos, através de
mecanismos de desnaturação de proteínas, ruptura e dissolução da membrana lipídica
(ANDAL; LAKSHMIPATHY; JOSE, 2022; JING et al., 2020). Bactérias gram-negativas e vírus
envelopados possuem bicamada lipídica que serve como alvo para preparações hidro alcoó-
licas (MADHURYA et al., 2021). É importante destacar que esses álcoois não são eficazes
contra esporos bacterianos, no entanto, o etanol possui uma importante atividade virucida,
incluindo o SARS-CoV-2, contra todos os vírus lipofílicos (p. ex. influenza, herpes) e alguns
hidrofílicos (adenovírus, enterovírus, rinovírus e rotavírus). Além disso, apresenta melhor
tolerabilidade à pele, quando comparado ao isopropanol e n-propanol, sendo, portanto, o
produto antisséptico mais eficaz e comumente selecionado (JING et al., 2020).
No entanto, a fricção de álcool nas mãos pode causar ressecamento da pele, princi-
palmente por exposição frequente, o que pode ser minimizado pela adição de emolientes
ou umectantes. O glicerol é o umectante comumente utilizado em sanitizantes para as mãos
e outros produtos cosméticos. Dessa forma, há estudos na literatura demonstrando que a
incorporação de glicerol em sanitizantes por fricção promove a hidratação das mãos, numa
extensão diretamente proporcional à sua concentração na formulação (HOUBEN; DE PAEPE;
ROGIERS, 2006; BERARDI et al., 2020). Em outro estudo, os sanitizantes para as mãos à
base de álcool contendo glicerol foram indicados para aumentar a hidratação da pele, mas
também para diminuir o pH e a oleosidade de sua superfície, sem comprometer a sua função
de barreira protetora (AHMED-LECHEHEB et al., 2012; BERARDI et al., 2020).

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Produção de glicerol de alta pureza e aplicações

A principal via de obtenção do glicerol é por transesterificação de triacilglicerídeos de


óleos vegetais, gorduras animais e óleos e gorduras residuais de frituras na presença de
álcoois de cadeia curta, normalmente metanol ou etanol. O glicerol é o principal coproduto
obtido na reação de transesterificação, no entanto, o glicerol bruto carece de purificação
para agregar valor à cadeia produtiva do biodiesel, pois tem a sua utilização limitada em
virtude do elevado teor de contaminantes, dentre eles, resíduos graxos, cinzas, umidade e
excesso de álcool, principalmente o metanol.
Além disso, as metodologias de purificação até então utilizadas eram onerosas e au-
mentavam seu custo de produção, como por exemplo, o emprego da destilação, filtração
por membrana e eletrodiálise. Nesse cenário, buscando meio alternativo de baixo custo para
a purificação do glicerol bruto, visando a obtenção de elevado teor de pureza para que o
glicerol fosse empregado em diversos setores industriais, Barbosa e colaboradores (2020)
desenvolveram a metodologia de síntese de carvão ativado a partir do endocarpo do fruto
de macaúba (Acrocomia aculeata), obtendo um produto com área superficial de 627 m2 g-1,
volume de poro de 0,39 m3 g-1, sítios de Bronsted de 118,23 μmol g-1 e sítios de Lewis de
104,86 μmol g-1 que foi empregado para o desenvolvimento de processo para purificação de
glicerol bruto obtido a partir da reação de transesterificação de triacilglicerídeos em catálise
homogênea básica e metanol (BARBOSA et al., 2020).
O glicerol bruto, após separação por densidade do biodiesel, foi concentrado após re-
cuperação do excesso de álcool em um rotaevaporador e em seguida foi submetido à acidi-
ficação com ácido fosfórico (H3PO4) concentrado até pH 2 que, após repouso, foi filtrado sob
pressão reduzida para remoção dos sais insolúveis. Ainda, o material graxo remanescente
foi separado do glicerol por diferença de densidade e posteriormente a amostra foi neutrali-
zada com hidróxido de potássio (KOH) até pH 7. O glicerol resultante foi centrifugado para
remoção dos sais remanescentes e extraído com propanol, sendo este álcool recuperado
posteriormente em um rotaevaporador (BARBOSA et al., 2020).
O glicerol pré-tratado obtido na etapa anterior foi submetido a purificação por adsor-
ção no carvão ativado produzido a partir do endocarpo do fruto de macaúba para remoção
de impurezas, dentre elas, pigmentos como carotenoides. A metodologia desenvolvida por
Barbosa e colaboradores conferiu ao glicerol 95,99% de pureza, com remanescente de 4,01%
que foi identificado como água (BARBOSA et al., 2020). Portanto, o glicerol de alta pureza
obtido pela metodologia supracitada se mostrou apto para ser empregado pela indústria
química, farmacêutica, de cosméticos, entre outros.
Nesse contexto, percebendo-se que o cenário atual exigia o envolvimento de todos
os pesquisadores no combate à pandemia, além de outras doenças, o grupo de pesquisa

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do Laboratório de Produção de Biodiesel, Biolubrificantes e Biograxas - LAPROBIO da
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) tem envidado esfor-
ços no desenvolvimento de formulação de álcool em gel glicerinado contendo salicilato de
metila ou extrato de arnica-do-mato (Pseudobrickellia brasiliensis), uma vez que, estudos
demonstram que a adição de princípios ativos com atividade bactericida apresentam ativi-
dade sinérgica na proteção contra agentes patogênicos.
Diferentes formulações contendo produtos naturais com propriedades bioativas já fo-
ram relatados, dentre elas, Piper betle Linn. (AZNURY; SOFIAH; SARI, 2021), Argemone
Mexicana (BAGADE et al., 2021), Ficus lyrata (WIRA et al., 2019), Psidium guajava L.,
Matricaria chamomilla, Azadirachta indica, Ocimum sanctum e Citrus limon (ALGHAMDI,
2021), Rosmarinus officinalis e Mentha piperita (MADHURYA et al., 2021; MALABADI
et al., 2021).

Compostos bioativos para emprego em formulações de álcool em gel

Salicilato de metila

O salicilato de metila é o principal componente do óleo de Wintergreen, extraído da


Gualtéria (Gaultheria procumbens L.), que é uma planta pequena e ericácea encontrada na
vegetação rasteira de florestas densas nos Estados Unidos. O óleo essencial de gualtéria é
preparado comercialmente por destilação a vapor, no entanto, a forma do óleo de Wintergreen
mais comumente usada é a sintética, sendo usado rotineiramente em pomadas tópicas para
o tratamento da inflamação (BARBOSA et al., 2022; OJHA et al., 2022).
Dessa forma, tendo em vista a inviabilidade de produção de óleo de Wintergreen a
partir de extração a vapor, Barbosa e colaboradores (2022) revisaram a literatura e obser-
varam poucos trabalhos sobre a esterificação-transesterificação do ácido acetilsalicílico,
bem como, a ausência de resultados sobre a esterificação-transesterificação em tandem
do ácido acetilsalicílico em catalisador de sílica sulfonada hidrofílica ou relatos do uso de
catalisadores líquidos ou sólidos utilizando os princípios da Química Verde (BARBOSA et al.,
2022). Essa observação implicou no desenvolvimento de nova metodologia empregando
o catalisador de sílica sulfonada (BARBOSA et al., 2015) na síntese limpa de salicilato de
metila. Por isso, foi desenvolvido a metodologia para reações de transesterificação-este-
rificação altamente seletivas, “one-pot”, em tandem, de ácido acetilsalicílico com metanol,
acelerada por micro-ondas, com alta atividade catalítica em um período de tempo muito
curto, empregando um processo barato para produção de salicilato de metila altamente puro
e com altos rendimentos a partir de ácido acetilsalicílico. Além disso, esse trabalho permitiu

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o desenvolvimento de metodologia para a síntese de salicilato de metila por metilação do
ácido salicílico empregando o catalisador SiO2-SO3H (BARBOSA et al., 2022).
A escolha do salicilato de metila em combinação com formulação do álcool em gel
glicerinado se deve em virtude de sua capacidade contra cepas fúngicas e bacterianas que,
inclusive, é empregado na composição de antissépticos bucais (BANERJEE et al., 2020).

Extrato de arnica-do-mato (Pseudobrickellia brasiliensis)

A utilização de produtos naturais com propriedades conhecidas vem sendo cada vez
mais explorada e tem se mostrado eficaz contra diversos microrganismos, incluindo vírus e
bactérias, dado o conteúdo de compostos bioativos encontrados em espécies vegetais, além
de serem considerados seguros para a saúde humana e ao meio ambiente (ALGHAMDI,
2021). A utilização de óleos ou extratos de plantas medicinais em formulações deve-se,
principalmente, às propriedades antimicrobianas presentes nos metabólitos (MAHISH et al.,
2022). O estudo inédito conduzido por Cardoso et al. (2020) demonstrou, in vitro, a eficácia
antimicrobiana de P. brasiliensis, justificando assim, a sua indicação para o tratamento de in-
fecções tópicas. Todos os microrganismos testados, como E. coli, P. aeruginosa e S. aureus,
apresentaram susceptibilidade ao extrato etanólico das folhas, com valores de concentração
inibitória mínima entre 6,25 mg.mL-1 e 12,5 mg.mL-1.
Além da propriedade antimicrobiana, estudos anteriores utilizando diferentes extratos
preparados a partir de P. brasiliensis também demonstraram atividades biológicas. Estudos
in vitro mostraram que os extratos etanólico das folhas, flores e caule da P. brasiliensis
exerceram atividade anti-inflamatória, através da diminuição da expressão de citocinas
pró-inflamatórias, TNF-α, IFN-γ e IL-10 em monócitos e linfócitos humanos. Além disso, o
extrato aquoso das folhas reduziu a resposta proliferativa de linfócitos T, incluindo células
CD4+ e CD8+, em linfócitos humanos (ALMEIDA et al., 2017).
Portanto, com a adição do extrato de arnica-do-mato (P. brasiliensis), que de acordo
com a literatura apresenta propriedades antimicrobianas (CARDOSO et al., 2020), o poder
antisséptico presente no álcool em gel seria potencializado, tornando o uso do mesmo bem
conveniente e prático em relação ao método de lavagem tradicional das mãos realizada
com água e sabão antisséptico. Desse modo, vale ressaltar que o extrato de arnica-do-ma-
to que tem sido empregado para o desenvolvimento e produção de álcool em gel gliceri-
nado foi produzido e gentilmente cedido pela docente e pesquisadora Cristiane Fernanda
Fuzer Grael, vinculada ao laboratório de extração de Produtos Naturais do Departamento
de Farmácia da UFVJM.

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METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva do tipo revisão integrativa da literatura, utilizando


bases de dados on-line, nacionais e internacionais, como Scientific Eletronic Library Online
(SciELO) e Google Acadêmico, realizada entre abril e outubro de 2022 e nos idiomas inglês
ou português. Para as buscas, foram utilizadas como palavras-chave: álcool gel, salicilato
de metila, Pseudobrickellia brasiliensis, sanitizantes e óleo de Wintergreen.

Álcool em gel glicerinado contendo extrato de arnica-do-mato (P. brasiliensis) ou


salicilato de metila

Os resultados obtidos pelo grupo de pesquisa LAPROBIO no desenvolvimento do


álcool em gel glicerinado contendo princípios ativos com atividades bactericidas têm se
mostrado promissores.
A formulação hidroalcoólica contendo glicerol com elevado grau de pureza (≥95,99%),
carbopol 940 e trietanolamina foi preparada de acordo com a legislação vigente e o controle
de qualidade foi realizado através da determinação da espalhabilidade in vitro, pH e densida-
de relativa, bem como pela avaliação das características organolépticas, cor e odor. O valor
de pH médio encontrado (5,23±0,1) pode ser considerado compatível com a faixa de pH
cutâneo, garantindo a sua segurança para utilização. O valor da densidade média da amostra
foi de 0,87 a 0,9043 g/cm3 e a espalhabilidade variou entre 153.83 – 176.62 mm2.
O álcool em gel contendo extrato vegetal foi preparado a partir da incorporação de
extrato etanólico das folhas de arnica-do-mato nas concentrações de 6,25 mg.mL-1 e 12,5
mg.mL-1. Essas concentrações foram aquelas apontadas por Cardoso e colaboradores (2020)
com capacidade mínima de inibição microbiológica e, portanto, foram adotadas para a for-
mulação. Diante disso, o álcool em gel contendo extrato de arnica-do-mato apresentou
aspecto homogêneo, consistente e de média viscosidade, coloração esverdeada, com odor
característico de etanol e com refrescância ao toque.
Por outro lado, a incorporação do salicilato de metila à formulação base do álcool em
gel, aparentemente, não demonstrou nenhuma incompatibilidade, sendo facilmente solu-
bilizado no produto final. Através de ensaios organolépticos foi possível verificar que não
houve alteração da cor, apresentando odor característico semelhante a menta, oriundo do
composto incorporado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dessa forma, os produtos obtidos se encontram em fase de caracterização e têm


apresentado resultados preliminares satisfatórios à proposta de serem empregados como

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sanitizantes visando a desinfecção da pele e superfícies com o intuito de evitar ou minimizar
a transmissão de infecções por contato, incluindo SARS-CoV-2.

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