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N-2254 DEZ / 87

INSPEÇÃO DE TUBOS NÃO-


FERROMAGNÉTICOS POR CORRENTES
PARASITAS
Procedimento

Cabe à CONTEC - Subcomissão Autora, a orientação quanto à interpretação do texto


desta Norma. O Órgão da PETROBRAS usuário desta Norma é o responsável pela
adoção e aplicação dos itens da mesma.
Requisito Mandatório: Prescrição estabelecida como a mais adequada e que deve ser
CONTEC utilizada estritamente em conformidade com esta Norma. Uma eventual resolução de
Comissão de Normas não seguí-la ("não-conformidade" com esta Norma) deve ter fundamentos técnico-
Técnicas gerenciais e deve ser aprovada e registrada pelo Órgão da PETROBRAS usuário desta
Norma. É caracterizada pelos verbos: “dever”, “ser”, “exigir”, “determinar” e outros
verbos de caráter impositivo.

Prática Recomendada (não-mandatória): Prescrição que pode ser utilizada nas


condições previstas por esta Norma, mas que admite (e adverte sobre) a possibilidade
de alternativa (não escrita nesta Norma) mais adequada à aplicação específica. A
alternativa adotada deve ser aprovada e registrada pelo Órgão da PETROBRAS usuário
desta Norma. É caracterizada pelos verbos: “recomendar”, “poder”, “sugerir” e
“aconselhar” (verbos de caráter não-impositivo). É indicada pela expressão: [Prática
Recomendada].
SC – 27
Cópias dos registros das "não-conformidades" com esta Norma, que possam contribuir
Ensaios Não-Destrutivos
para o aprimoramento da mesma, devem ser enviadas para a CONTEC - Subcomissão
Autora.

As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC - Subcomissão
Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, o item a ser revisado, a
proposta de redação e a justificativa técnico-econômica. As propostas são apreciadas
durante os trabalhos para alteração desta Norma.

“A presente Norma é titularidade exclusiva da PETRÓLEO BRASILEIRO


S.A. - PETROBRAS, de uso interno na Companhia, e qualquer reprodução
para utilização ou divulgação externa, sem a prévia e expressa autorização
da titular, importa em ato ilícito nos termos da legislação pertinente,
através da qual serão imputadas as responsabilidades cabíveis. A
circulação externa será regulada mediante cláusula própria de Sigilo e
Confidencialidade, nos termos do direito intelectual e propriedade
industrial.”

Apresentação

As normas técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho –


GTs (formados por especialistas da Companhia e das suas Subsidiárias), são comentadas pelos
Representantes Locais (representantes das Unidades Industriais, Empreendimentos de Engenharia,
Divisões Técnicas e Subsidiárias), são aprovadas pelas Subcomissões Autoras – SCs (formadas por
técnicos de uma mesma especialidade, representando os Órgãos da Companhia e as Subsidiárias) e
aprovadas pelo Plenário da CONTEC (formado pelos representantes das Superintendências dos
Órgãos da Companhia e das suas Subsidiárias, usuários das normas). Uma norma técnica
PETROBRAS está sujeita a revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser
reanalisada a cada 5 (cinco) anos para ser revalidada, revisada ou cancelada. As normas técnicas
PETROBRAS são elaboradas em conformidade com a norma PETROBRAS N -1. Para
informações completas sobre as normas técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas
PETROBRAS.

PROPRIEDADE DA PETROBRAS
N- 2254
Dez 87

INSPEÇÃO DE TUBOS NÃO-FERROMAGNÉTICOS POR

CORRENTES PARASITAS
(Procedimento)

1 OBJETIVO

1.1 Esta Norma fixa os parâmetros que devem constar no


procedimento de ensaio não-destrutivo por meio de correntes
parasitas aplicável a inspeção de tubos não-ferromagnéticos.

1.2 Esta Norma se aplica na detecção e avaliação de


descontinuidades tais como trincas, corrosão localizada, corrosão
generalizada, redução e medição de espessura de parede do tubo.

2 DEFINIÇÕES

Para os fins desta Norma são adotadas as definições de 2.1 a


2.9.

2.1 Sonda Superficial

É aquela composta de um ou mais enrolamentos, onde cada


enrolamento é responsável pela inspeção de um setor da
circunferência do tubo.

2.2 Sonda Envolvente

É aquela em que o tubo a ser inspecionado é envolvido pelo


enrolamento da sonda.

2.3 Sonda Interna

É aquela em que o enrolamento está disposto


circunferencialmente ao tubo e envolvido pelo tubo.

______________________
Propriedade da PETROBRAS Palavras-chave: Tubos Não-Ferromagnéticos
- Correntes Parasitas.
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2.4 Técnica de Ensaio Absoluto

É aquela na qual a medida realizada é feita sem uma referência


ou comparação com um padrão.

2.5 Técnica Diferencial

É aquela na qual a medida realizada é feita com uma comparação


ou referência a um padrão.

2.6 Técnica por Comparação Externa

É uma técnica diferencial em que o padrão de referência não é


o tubo inspecionado.

2.7 Técnica por Comparação Interna

É uma técnica diferencial em que o padrão de comparação é uma


região do próprio tubo inspecionado.

2.8 Fator de Enchimento (sonda interna)

É a relação entre o quadrado do diâmetro da sonda e o quadrado


do diâmetro interno do tubo inspecionado.

2.9 Fator de Enchimento

É a relação entre o quadrado do diâmetro interno da sonda e o


quadrado do diâmetro externo do tubo inspecionado.

3 INSPEÇÃO

3.1 Procedimento de Inspeção

3.1.1 Devem constar os seguintes itens, na seqüência indicada:

(a) objetivo, citando se o tubo está montado ou não no


equipamento;

(b) normas de referência;

(c) normas de fabricação do tubo, com ou sem costura,


diâmetro, espessura e comprimento;
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(d) aparelhagem, citando fabricante, modelo, número e faixas


de freqüência, forma de apresentação dos sinais
(osciloscópio, indicador analógico ou digital);

(e) tipo de sonda (superficial, interna ou envolvente),


dimensões, citando fabricante e modelo;

(f) técnica a ser usada (diferencial ou absoluta, por


comparação externa ou interna);

(g) padrões de calibração;

(h) método de calibração;

(i) condição superficial e método de preparação da


superfície, se necessário;

(j) velocidade de inspeção;

(l) requisitos adicionais;

(m) sistemática de identificação e rastreabilidade;

(n) formulário para relatório de registro dos resultados.

3.1.2 O procedimento deve ter o nome do emitente (órgão da


PETROBRAS ou firma executante), ser numerado e ter indicação da
revisão.

3.2 Registro dos Resultados

3.2.1 Os resultados do ensaio devem ser registrados por meio de um


sistema de identificação e rastreabilidade que permita
correlacionar o local ensaiado com o relatório e vice-versa.

3.2.2 Deve ser emitido um relatório contendo:

(a) nome do emitente (órgão da PETROBRAS ou firma


executante);

(b) identificação numérica do registro dos resultados;

(c) identificação do tubo e/ou equipamento;

(d) número e revisão do procedimento;

(e) registro dos resultados;

(f) normas e/ou valores de referência para interpretação dos


resultados;
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(g) laudo indicando aceitação, rejeição ou recomendação de


ensaio complementar;

(h) data;

(i) identificação e assinatura do inspetor responsável.

3.3 Aparelhagem

3.3.1 A aparelhagem de inspeção deve ter no mínimo:

(a) aparelho de corrente parasitas capaz de detectar,


diferenciar e avaliar os sinais provenientes de:

- descontinuidades existentes nos tubos padrão de


calibração citados em 3.5.1 e 3.5.2;

- descontinuidades localizadas sob suportes, sob


defletores de fluxo, em amassamentos e em regiões
afetadas por mudança de composição química ou
depósitos magnéticos;

(b) aparelho capaz de registrar e armazenar, em tempo real,


os sinais provenientes da inspeção.

3.3.2 A aparelhagem deve ser capaz de detectar e registrar falhas


em ambos os lados da parede do tubo que representem, no mínimo, 20%
de redução de espessura.

3.4 Tipo de Sonda

3.4.1 No caso de sonda interna ou envolvente, o fator de


enchimento deve ser maior que 85%.

3.4.2 Na inspeção de tubos montados em trocador de calor, quando


não for possível atingir o fator de enchimento citado em 3.4.1,
deve-se utilizar sondas autocentrantes.

3.5 Padrões de Calibração

3.5.1 Detecção de descontinuidades

3.5.1.1 O padrão de calibração (Fig. 1) deve ser fabricado a


partir de um tubo do mesmo material (composição química e
tratamento térmico) e de mesmas dimensões (espessura e diâmetro)
daquelas dos tubos a serem inspecionados.
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3.5.1.2 As superfícies interna e externa, originais do tubo


padrão, devem ser mantidas sem qualquer operação adicional de
acabamento mecânico. Devem ser tomados os cuidados necessários
afim de evitar-se amassamentos, abrasões ou outras distorções do
contorno da parede do tubo padrão.

3.5.1.3 O tubo padrão (Fig. 1) deve conter as seguintes


descontinuidades:

(a) uma ranhura circunferencial interna, com largura de


1,60 mm e profundidade igual a 20% da espessura;

(b) uma ranhura circunferencial interna, com largura de


1,00 mm e profundidade igual a 40% da espessura;

(c) um furo passante com um diâmetro de 1,30 mm para tubos


com diâmetros externos menores ou iguais a 19,05 mm
(3/4 de polegada) e 1,70 mm para tubos com diâmetros
maiores que 19,05 mm (3/4 de polegada);

(d) um furo cego de fundo plano usinado na superfície


externa, com diâmetro de 2,00 mm e, profundidade igual
a 80% da espessura;

(e) um furo cego de fundo plano usinado na superfície


externa, com diâmetro de 2,80 mm e, profundidade igual
a 60% da espessura;

(f) um furo cego de fundo plano usinado na superfície


externa, com diâmetro de 4,80 mm e, profundidade igual
a 40% da espessura;

(g) quatro furos cegos de fundo plano usinados na


superfície externa, com diâmetro de 4,80 mm e
defasados de 90°, em um mesmo plano perpendicular ao
eixo do tubo, e com profundidade igual a 20% da
espessura;

(h) uma ranhura circunferencial externa, com largura de


3,20 mm, e de profundidade igual a 10% da espessura.

3.5.1.4 A profundidade das descontinuidades de calibração, em seus


centros, devem possuir uma tolerância de ± 20% do indicado ou
± 0,08 mm, a que for menor. Todas as outras dimensões devem ter
tolerância de ± 0,25 mm.

3.5.1.5 As descontinuidades devem estar suficientemente espaçadas


de modo que as suas indicações sejam distintas, bem como aquelas
provenientes das extremidades do padrão. Recomenda-se um
espaçamento de 40 mm (Ver Fig. 1).
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3.5.1.6 Cada padrão deve receber uma identificação que permita


distinguí-lo dos demais padrões.

3.5.1.7 Podem ser usadas outras descontinuidades para calibração,


desde que aprovadas pela PETROBRAS.

3.5.2 Medição de espessura

3.5.2.1 Os padrões de calibração (Fig. 2) devem ser fabricados a


partir de quatro pedaços de tubo novo, do mesmo material
(composição química e tratamento térmico), de mesmas dimensões
(espessura e diâmetro) e daquelas dos tubos a serem ensaiados,
sendo um pedaço sem redução de espessura e os demais com reduções
de 20%, 40% e 60%.

3.6 Método de Calibração

3.6.1 Periodicidade de calibração

A calibração da aparelhagem deve ser efetuada e/ou


verificada a cada:

(a) início do serviço;

(b) duas horas;

(c) troca de qualquer componente ou acessório da


aparelhagem;

(d) troca de inspetor;

(e) reinício dos serviços após cada interrupção.

3.6.2 Detecção de descontinuidades

3.6.2.1 Sonda diferencial - devem ser observados os seguintes


requisitos:

(a) ajustar o aparelho em uma freqüência escolhida de


forma que os ângulos de fase dos sinais provenientes
das descontinuidades do padrão indicado em 3.5.1
estejam de acordo com o abaixo indicado e a Fig. 3;
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Redução de espessura Ângulo de fase


(%) (em graus)
100 (passante) 40 ± 5

20 (externa) 155 ± 5

(b) a sensibilidade deve ser suficiente para produzir uma


resposta proveniente do furo passante com amplitude de
50% da altura total da tela. Com esse ajuste, a fase e
a amplitude de sinais provenientes das
descontinuidades de calibração devem ser perfeitamente
distinguíveis;

(c) ajustar o controle de rotação ou ângulo de fase do


instrumento, de forma que o sinal oriundo da
movimentação da sonda permaneça na horizontal da tela,
e que os ângulos de fase citados na alínea (a) sejam
mantidos;

(d) determinar uma relação entre a profundidade das


descontinuidades artificiais (gráfico) e o ângulo de
fase de sinal, para a realização do ensaio
(ver Fig. 4).

3.6.2.2 Sonda absoluta - por intermédio do tubo padrão de


calibração deve-se ajustar os sinais provenientes dos rasgos
externo (10%) e interno (20%) através de seletor de freqüência e do
seletor de ângulo de fase, de forma que estes sinais assumam uma
defasagem aproximadamente de 90°. O sinal do rasgo externo deve
ficar na posição vertical na tela e o do furo passante na posição
intermediária entre os dois sinais anteriores (ver Fig. 5).

3.6.2.3 Puxar a sonda de ensaio através do padrão de calibração,


gravando as respostas das descontinuidades de calibração.
Assegurar-se que elas sejam claramente indicadas e distinguíveis
entre si, bem como provenientes do movimento da sonda.

3.6.3 Medição de espessura

3.6.3.1 Caso seja usada a técnica de comparação externa, a sonda


de referência deve ser colocada no padrão citado em 3.5.2.2.

3.6.3.2 Colocar a sonda de ensaio nas diversas seções do tubo


padrão (ver Fig. 2) e ajustar a freqüência, ângulo de fase e
sensibilidade de forma que os sinais correspondentes aos degraus de
perda de espessura, posicionem-se horizontalmente e que a diferença
entre o grau de maior e de menor espessura ocupe 80% da escala do
aparelho.
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3.6.3.3 Puxar a sonda de ensaio através do padrão de calibração,


gravando as respostas das descontinuidades de calibração.
Assegurar-se que elas sejam claramente indicadas e distinguíveis
entre si, bem como dos sinais provenientes do movimento da sonda.

3.6.4 Freqüências auxiliares

Podem ser usadas freqüências auxiliares para a eliminação de


sinais provenientes de defletores de fluxo, amassamentos e regiões
afetadas por mudança de composição química em depósitos magnéticos.
Nesse caso devem ser empregados padrões que permitam verificar a
eficiência da supressão desses sinais.

3.7 Preparação de Superfície

Na inspeção de tubos montados, a preparação de superfície


deve ser executada por meio de limpeza química, mecânica ou por
hidrojateamento, de forma a remover depósitos que possam existir e
que venham obstruir a passagem da sonda ou interferir na resposta
do ensaio.

3.8 Velocidade de Inspeção

A máxima velocidade de inspeção da sonda é determinada pela


resposta de freqüência do sistema eletrônico empregado, sendo que
se recomenda uma velocidade máxima de 0,25 m/s.

3.9 Qualificação do Procedimento de Inspeção

Deve ser efetuada nos tubos padrões (ver Figs. 1 e 2),


conforme o caso, e o procedimento é considerado qualificado se a
calibração puder ser efetuada atendendo ao descrito em 3.6.

3.10 Revisão e/ou Requalificação do Procedimento de Inspeção

3.10.1 Sempre que qualquer das variáveis citadas em 3.1.1 for


alterada, deve ser emitida uma revisão do procedimento.

3.10.2 Sempre que qualquer das variáveis (a), (c), (d), (e), (f),
(g) e (h) citadas em 3.1.1 for alterada, o procedimento deve ser
requalificado.
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4 ANEXO

Esta Norma contém 01 (um) Anexo constituído de 05 (cinco)


folhas.

_____________________________
CONTEC - Subcomissão no 27 - Ensaios Não-Destrutivos.

Toda norma é dinâmica, estando sujeita a revisões. Comentários


e sugestões para seu aprimoramento devem ser encaminhados à
Comissão de Normas Técnicas da PETROBRAS - CONTEC - RJ.

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