Você está na página 1de 4

Rafael Dias Costa

N. USP 11842063
rafadiaz@usp.br
Introdução à Filosofia I – 1/2023
Período noturno

FICHAMENTO SINTÉTICO
Artigos I e II – Europa- Crise e Renovação- Edmund Husserl

A ausência de sentido na cultura europeia é o motivo principal da escrita dos artigos de


Husserl, ele vê a necessidade urgente de renová-la para recuperar este sentido, é então que ele
se entrega às reflexões: podemos fazer algo diante disto? Oque fazer? O que de fato tem poder
para mudar uma sociedade? Já se é possível lutar pela renovação na prática? No entanto, Um
grande empecilho a esta renovação que nos aproxime ao conceito de comunidade autentica é a
própria deturpação do conceito de comunidade, o que leva ao filósofo a tentar achar caminhos
para melhor definir esse conceito de maneira rígida o bastante para pautar as ações políticas
da humanidade, porém, isto esbarraria em mais um obstáculo, que seria a falta de uma ciência
que o defina, Husserl tenta então entender o que falta às ciências do espírito existentes que
não conseguem formular bem tais conceitos. Haveria como as ciências do espírito ter tanto
êxito e exatidão quanto as ciências da natureza? Edmund Husserl se esforça então para formar
as bases para uma ciência do espírito que se aproxime ao máximo da exatidão e desta maneira
ajude a dar sentido a cultura europeia.

A perda de sentido na cultura resulta da perda de, também, a crença impulsionadora


europeia, que é se satisfazer na realização de valores autênticos progressivamente, ou seja, o
progresso ético desta cultura. A capacidade humana de agir livremente no mundo e configurar
a sociedade conjuntamente é o que possibilita a ação humana sobre esta questão e mesmo que
não se alcance completamente o objetivo, a própria tentativa trará avanços, sendo assim,
Husserl reconhece como uma exigência ética absoluta a tentativa de se aproximar a uma
cultura e humanidade autêntica. Recorre então a Platão para achar possíveis formas de se
transformar a sociedade, adicionando que os juízos políticos de valor que ocorrem quando
indivíduos têm despontadas apercepções das atualidades da vida humana serão fundamento
para reformas racionais da comunidade. Infelizmente, os indivíduos que dominam tais juízos
não se preocupam em tratar adequadamente dos conceitos fundamentais, como “comunidade”
por exemplo. A sua resposta para essa adequação seria recorrer à ciência estrita, que poderia
dar firmeza e exatidão necessárias à reforma racional da cultura, no entanto, as ciências que
naquele tempo se voltavam para o humano eram apenas mera junção de fatos históricos,
tornando em vão procurar respostas nelas, sendo necessário então, segundo Husserl, criar a
versão apriorística das ciências do espírito.

Husserl se inspira então, no que foi feito nas ciências da natureza através da matemática
para embasar sua resolução para o problema, mas adequa sua tese às especificidades que
pedem à racionalização do empírico nas ciências do espírito, a exemplo do ajuizamento
normativo segundo regras gerais e a direção da própria práxis factual, leva também em conta
que têm o fator motivação, que não necessariamente será explicado de maneira racional. Mais
propriamente se atendo ao ato de racionalização, considera necessário o regresso às leis de
essência, sendo assim, ele define como pertencentes às formas a consciência e motivação : as
formas normativas da razão e a possibilidades de pensa-las a priori e de acordo com leis
autorreconhecidas, determinar a prática. A própria ideia que há no nosso juízo de buscar a
uma humanidade autêntica instiga o autor a perseguir sua essência conceitual assim como
também as suas possíveis realizações, Husserl volta o olhar para as estruturas genérico-
formais da cultura humana, unindo todas as situações como variáveis livres, adicionando
também a elas, as fantasias puras do pensamento com iguais direitos ou (como no caso da
natureza) humanidades possíveis no geral, tendo essas fantasias que corresponder
primeiramente às leis de essência e posteriormente às condições de experiencia possível.

Tarefa 1-sua intenção passa a aqui a ser a submissão da ideia pura do


homem ético a uma investigação de essência, para em seguida, preparar
para uma ética principal

Conceituações:

• vida ética: por essência está sob constante renovação

• ética pura: ciência da essência e das formas possíveis de vida geral

• ética empírico-humana: conduz o homem sobre condições dadas

• Ética é equivalente a ciência da razão prática

Reconhece também uma ética comunitária e a define:

• Comunidade é uma subjetividade pessoal, embora pluricéfala

• Pode se comportar de 2 maneiras:

1. Acefalamente: tão variada que acaba sem direção fixa, como um


agrupamento de pessoas
2. Grau superior: semelhante a um indivíduo, são bem mais que atitudes de
pessoas, são a comunidade pessoalmente agindo

Assumindo a comunidade uma forma unitária da razão, conclui que ela pode e
deve pensar e se autodeterminar eticamente, visando dar a sua cultura uma
forma autenticamente humana, embora ainda deva ser esclarecida as suas
possibilidades principais e de essência, assim como as necessidades normativas

Problemática- a relação de essência da renovação ética social com a individual


precisa de um tratamento prévio do problema basilar da ética individual (diz que
tratará disto neste artigo)

Subtarefa- Olhando para as motivações de essência das diferentes formas de ser


da vida humana, acredita que achará a forma da autorrenovação em direção ao
homem novo

Toma como ponto de partida a autoconsciência e a capacidade dela de tomar


posição retrorreferindo-se reflexivamente a sua vida, dentro dela há três atos
pessoais:

1. a autovaloração: o ato do homem julgar ao seu caráter prático e


propriedades particulares de caráter, levando em contam seus ato e metas
efetivos junto dos atos e metas possíveis;

2. o autoconhecimento

3. e autodeterminação prática: o querer próprio e a autoformação

destaca também o agir a partir de si mesmo negando tendencias e o poder de


agir avaliando o geral

a vida humana se desenrola em forma de esforço positivo: fugindo da dor e buscando prazer
 no entanto, esses esforços muitas vezes não levarão ao valor desejado, e
decepcionarão
 esta decepção o motivará a tomar atitudes com mais segurança frente a possível
decepção
 ele olha sua vida como um todo e avalia então novos e velhos valores, efetivos e
possíveis que lutam entre si, vencendo o mais de acordo com os critérios do sujeito, ou
seja, há uma luta em busca ao pleno valor e com menos chances de desvalorizações
conclusão: por conta da penosa vivência de negação e dúvida (da aniquilação sempre à
espreita das opiniões e atitudes já tomadas) o sujeito passa à livre ponderação largando às
afetividades. A clareza do ver se destaca sobre a presunção antecipadora pois ela se torna uma
fonte de normas verificadoras
assim que é o esforço racional: esforço para dar a vida a clareza e adequação a legitimidade e
racionalidade, aproximando os valores de valores autênticos, porém, tudo isto pertence às
possibilidades de essência do homem

Você também pode gostar