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ASSUNTOS DIVERSOS

Boletim Imposto de Renda n° 02 - 2ª Quinzena. Publicado em: 29/01/2021

 Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.

ATIVIDADE RURAL NA PESSOA JURÍDICA


Encerramento do Exercício Social

Roteiro 

1. Introdução
2. Conceito de Empresa Rural
3. Exploração da Atividade Rural
3.1. Natureza Jurídica
3.2. Escrituração Contábil na Atividade Rural
4. Exercício Social
4.1. Orientações Para Empresas em Geral
4.2. Orientações Para Atividades Agrícolas e Zootécnicas
5. Evidenciação do Exercício Social nos Livros Contábeis
5.1. Termo de Abertura e Encerramento
5.2. ECD
6. Encerramento das Demonstrações Contábeis
6.1. Erros ECD em Decorrência da Diferença do Período Societário/Contábil
7. Reflexos e Erros na ECF em Decorrência da Diferença do Período Societário/Contábil

1. Introdução
A presente matéria tem por objetivo apresentar informações sobre o exercício social e o ano agrícola, bem como sobre seus reflexos nas obrigações acessórias da ECD
e ECF com base na Resolução CFC n° 1.330/2011; artigo 175 da Lei 6.404/1976, Instrução Normativa DREI n° 11/2013 e artigo 1.184 do Código Civil.

2. Conceito de Empresa Rural


Antes de dar início as particularidades envolvendo o exercício social para as empresas rurais convém esclarecer que estas são compreendidas como pessoas que
exploram a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação e até mesmo da transformação de produtos agrícolas. (MARION, J. C. Contabilidade
Rural: agrícola, pecuária e imposto de renda, 15ª Edição, São Paulo: Atlas, 2020, capítulo 1, páginas 01 e 02)

Seguindo a doutrina pesquisada as empresas rurais podem se dividir da seguinte forma:

a) atividade agrícola: compreende a exploração vegetal, envolvendo por exemplo o cultivo de cereais, flores, hortaliças, vinhedos, florestamento, etc;

b) atividade zootécnica: compreende a produção/ criação animal na qual estão contidas a pecuária, piscicultura, avicultura, apicultura, dentre outros;

c) atividade agroindustrial: onde estão inseridas as indústrias rurais responsáveis pelo beneficiamento de produtos agrícolas, bem como pela transformação destes ou
de produtos zootécnicos.

Desta forma, as referências contábeis de empresas rurais, estão em concordância com a própria disposição tributária para a atividade rural que podem ser observadas
no artigo 249 da Instrução Normativa RFB n° 1.700/2017 e passarão a ser explicadas no tópico seguinte.

3. Exploração da Atividade Rural


Neste tópico da matéria vamos tratar a respeito das possibilidades da exploração da atividade rural, seja como pessoa física, equiparada a pessoa jurídica quando
explorar outra profissão ou como pessoa jurídica de fato e também será sobre a escrituração contábil para a atividade rural.

3.1. Natureza Jurídica


Do ponto de vista tributário, a atividade rural poderá ser exercida tanto por pessoa física quanto jurídica, sendo importante atender aos conceitos e limites vinculados
nas normativas (Instrução Normativa SRF n° 83/2001, artigos 1° e 2° e Instrução Normativa RFB n° 1.700/2017, artigo 249).

a) pessoa física:

A exploração da atividade rural quando exercida na pessoa física por opção, não necessita de registro empresarial na Junta Comercial, tampouco de inscrição no CNPJ
(Instrução Normativa RFB n° 1.863/2018, artigos 3° e 4°).

No entanto, a disposição legal voltada ao CNPJ em seu artigo 4°, inciso XVIII menciona que são obrigados a se inscrever as outras entidades, no interesse da RFB ou dos
convenentes, ou seja, quando qualquer órgão público exigir a inscrição, a pessoa física deverá cumpri-la, como ocorre por exemplo no Estado de São Paulo (Portaria CAT
n° 092/98, artigos 7 a 13).

Para estes casos, a natureza jurídica constante no CNPJ será a 412-0, considerado então como produtor rural autônomo (Instrução Normativa RFB n° 1.863/2018, Anexo
V).

b) pessoa física equiparada a pessoa jurídica:

Pelo artigo 971 da Lei n° 10.406/2002 (Código Civil), a pessoa física que tenha como principal profissão a atividade rural, poderá requerer a inscrição como empresário
individual (EI) na Junta Comercial após observar os requisitos do artigo 968 do Código Civil , hipótese em que ficará equiparado, para todos os efeitos a empresa para
fins tributários conforme artigo 162 do Decreto n° 9.580/2018 (RIR/2018).

Neste cenário o EI ficará obrigado a inscrição em CNPJ com a natureza jurídica 213-5 (Instrução Normativa RFB n° 1.863/2018, Anexo V).
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c) sociedade empresária:

Caso tenha interesse em formalizar uma pessoa jurídica de fato para explorar a atividade rural, poderá considerar as naturezas jurídicas abaixo indicadas, sendo
primordial buscar informações na legislação societária quanto a constituição do quadro de sócios, capital social, responsabilidade societária, entre outros (Lei n°
10.406/2002, artigo 44 e Instrução Normativa DREI n° 81/2020).

Natureza Jurídica Descrição

204-6 Sociedade Anônima Aberta

205-4 Sociedade Anônima Fechada

206-2 Sociedade Empresária Limitada

230-5 Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli)

3.2. Escrituração Contábil na Atividade Rural


A escrituração contábil regular é exigida perante o Código Civil, artigo 1.179 é exigida para todas as pessoas jurídicas, com exceção ao pequeno empresário (MEI).

Desta forma, quando exercida a atividade rural na pessoa física não cabe a escrituração contábil mediante livros contábeis, somente utilizará do livro caixa ou livro caixa
digital.

Para maior detalhamento em relação as formalidades do livro na pessoa física perante a legislação do imposto de renda indica-se as seguintes matérias dos Boletins
Imposto de Renda n°:

a) 19/2019: LIVRO CAIXA DIGITAL DO PRODUTOR RURAL (LCDPR) Considerações Gerais;

b) 24/2018: ATIVIDADE RURAL Considerações, Apuração, Livro Caixa.

Já se esta for constituída como pessoa jurídica, a escrituração contábil será obrigatória, exceto se for MEI, devendo contabilizar pelo regime de competência as receitas,
custos e despesas, conforme o exercício social adotado em decorrência da atividade.

A referida pessoa jurídica deve utilizar de sistema de contabilidade com base na escrituração uniforme de seus livros, conforme a documentação, utilizando de livros e
papéis adequados, com base no regime de competência (RIR/2018, artigo 272 e Lei n° 6.404/76, artigo 177).

As demonstrações contábeis devem ser úteis aos usuários para avaliações e tomada de decisões econômicas e possuem como objetivo a apresentação de
informações quanto a situação patrimonial, financeira e desempenho da empresa.

Ainda cumpre ressaltar que as referidas demonstrações contábeis devem ser complementadas pelas notas explicativas, quando se julgar necessário maior
detalhamento das demonstrações (Lei n° 6.404/76, artigo 176, § 4°).

4. Exercício Social
De modo geral, as pessoas jurídicas possuem receitas e despesas contínuas no decorrer dos meses, logo, é possível a identificação do mês para encerramento do
exercício social que representará o resultado equivalente para os doze meses (MARION, J. C. Contabilidade Rural: agrícola, pecuária e imposto de renda, 15ª Edição, São
Paulo: Atlas, 2020, Capítulo 1, Páginas 1 e 2).

Por outro lado, geralmente também se tem a opção pelo encerramento no mês de dezembro em virtude de corresponder ao último mês do ano e também pelo fato da
interrupção das atividades em decorrência da festas de final de ano e férias coletivas em que facilita o procedimento de inventário das mercadorias.

Conforme artigo 18 da Lei n° 7.450/85, e artigos 217 e 218 do RIR/2018, o exercício fiscal corresponde ao ano-calendário, com isto, o exercício social que é citado em
estatuto/contrato é considerado societário e podendo ser diferente do exercício fiscal

4.1. Orientações Para Empresas em Geral


Com base no artigo 175 da Lei n° 6.404/76, o exercício social terá duração de um ano e a data do término será conforme previsão estatutária/contratual, não havendo a
necessidade de que o exercício corresponda ao ano civil (01.01 a 31.12).

Portanto, a norma societária e até mesmo a contábil permitem as empresas em geral estabelecer em seus atos constitutivos o correspondente prazo de término do
exercício financeiro, sendo que por ocasião desta data serão encerradas as contas de resultado e elaboradas as demonstrações financeiras (Código Civil, artigos 1.065 e
1.179).

Ainda cumpre salientar que fica a cargo da empresa e do contador em analisar qual o exercício social da empresa (Resolução CFC n° 1.330/2011 - Aprova a ITG 2000
(R1) - Escrituração Contábil, item 12).

No entanto, para fins do imposto de renda, a receita federal não considera o prazo adotado pela contabilidade, mas sim exigindo do responsável técnico a elaboração do
balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício ao término do período de apuração do IR, conforme disposto no artigo 286 do RIR/2018.

Ou seja, como exemplo uma indústria aeronáutica estabelece o término do seu exercício social em março do ano X1 mas embora realize as demonstrações neste
período fica responsabilizada também por promover a escrituração do Balanço e Demonstração de Resultado em 31.12.X1, tendo em vista que apura-se o imposto de
renda com base no Lucro Real Anual.

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4.2. Orientações Para Atividades Agrícolas e Zootécnicas


Já para as atividades agrícolas e zootécnicas, pelo fato de estar atrelada a colheita e nascimento do gado (mais especificamente voltada a atividade pecuária), que
concentram-se em determinados períodos no decorrer do ano, é comum que o encerramento do período seja diferente de 31.12 ou com o término do exercício social
tendo em vista que a opção por um período que não corresponda ao término da atividade pode distorcer as demonstrações e dificultar a mensuração dos ativos
(MARION, J. C. Contabilidade Rural: agrícola, pecuária e imposto de renda, 15ª Edição, São Paulo: Atlas, 2020, capítulo 1, páginas 04 e 05).

Portanto, a definição da data de encerramento está diretamente ligada ao fato de se conhecer o negócio e a sua sazonalidade, de maneira que quando o assunto é
atividade agrícola a doutrina orienta que o melhor momento para se medir o resultado seria após a colheita e comercialização do produto agrícola, tendo em vista que o
encerramento em momento posterior ou até mesmo anterior a este não apresenta aos usuários da contabilidade uma mensuração precisa sobre o desempenho da
atividade rural e ainda prejudica na avaliação dos ativos.

Tendo em vista o exposto acima, tem-se a tabela abaixo a organização de eventos e datas para auxiliar na compreensão quanto a definição do ano agrícola:

Produto Plantio Colheita Comercialização Exercício Social

Aveia Abril Setembro Novembro X2 Dezembro de 20X1 à novembro de 20X2

Café Setembro Maio Julho X2 Agosto de 20X1 à julho de 20X2

Arroz Fevereiro Julho Setembro Outubro de 20X1 à setembro de 20X2

Embora haja particularidades relacionadas as empresas rurais incentiva-se do mesmo modo o encerramento do exercício social para as atividades pecuárias que serão
estabelecidas a partir do produto final, que neste caso pode ser visto na tabela abaixo:

Produto Nascimento Desmame/ Comercialização Exercício Social

Bezerro Maio Julho Agosto de 20X1 à julho de 20X2

Reses Maio Agosto Setembro de 20X1 à agosto de 20X2

Por fim, quando a atividade agrícola tiver mais de um produto sendo cultivado e da mesma forma na atividade pecuária tivermos por exemplo o nascimento dos animais
em diferentes meses, recomenda-se realizar o encerramento do exercício com base no produto com maior impacto econômico ou que indique a maior quantidade de
animais nascidos.

5. Evidenciação do Exercício Social nos Livros Contábeis


Em continuidade ao tópico anterior, vamos dar continuidade a respeito dos aspectos contábeis, mais precisamente quanto aos livros contábeis como termo de abertura
e encerramento e a respeito da Escrituração Contábil Digital (ECD).

5.1. Termo de Abertura e Encerramento


Os instrumentos de escrituração incluindo os livros ou fichas do Diário deverão conter termos de abertura e de encerramento conforme veremos a seguir e ser
apresentado para autenticação no órgão competente do Registro do Comércio, ou se tratando de sociedade civil, no Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou no Cartório
de Registro de Títulos e Documentos (RIR/2018, artigo 273, § 4°; Decreto n° 1.800/96, artigo 32, inciso III e artigo 7°, inciso I, alínea “d” e Instrução Normativa DREI n°
11/2013, artigo 9°).

Cumpre ainda salientar que os Termos de Abertura e de Encerramento deverão ser datados e assinados pelo empresário, administrador de sociedade empresária ou
procurador e pelo contabilista legalmente habilitado com o número da inscrição no Conselho Regional de Contabilidade (CRC) e dos nomes completos dos signatários e
das respectivas funções (Instrução Normativa DREI n° 11/2013, artigo 10).

No entanto, caso não se tenha contabilista habilitado na localidade da sede da pessoa jurídica, os Termos de Abertura e de Encerramento serão assinados, somente pela
pessoa que couber conforme citado anteriormente. Competindo aos CRC de informar às Juntas Comerciais quanto as localidades onde não haja profissional habilitado
(Instrução Normativa DREI n° 11/2013, artigo 10, §§ 2° e 3°).

Quanto ao termo de abertura e encerramento para o livro digital, devem ser assinados por contabilista legalmente habilitado e pelo empresário individual, empresa
individual de responsabilidade ltda (Eireli), sociedade empresária, cooperativa, consórcio ou grupo de sociedade, com qualquer certificado digital emitido por entidade
credenciada pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) ou qualquer outro meio de comprovação da autoria e integridade de documentos em forma
eletrônica, antes da autenticação pelas Juntas Comerciais, sendo dispensada a apresentação de procuração arquivada na Junta Comercial (Instrução Normativa DREI n°
11/2013, artigo 10, § 5°). 

5.2. ECD
A Escrituração Contábil Digital (ECD) faz parte do projeto SPED, com objetivo em substituir a escrituração em papel pela escrituração digital, esta que compreenderá os
livros:

a) Livro Diário e seus auxiliares, se for o caso;

b) Livro Razão e seus auxiliares, se for o caso;

c) Livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias. 


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Cumpre ainda salientar que as autenticações de maneira física não se aplicam quando tem-se a autenticação digital através da transmissão da ECD, sendo está
comprovada através de recibo de entrega (Lei n° 8.934/94, artigo 32, inciso III; Instrução Normativa RFB n° 2.003/2021, artigo 6°; Decreto n° 8.683/2016, artigo 1°).

Ainda, conforme o item 17 da ITG 2000 (R1) - Escrituração Contábil e item 1.9 - Impressão dos Livros da página 9 do Manual de Orientação da ECD, são formas opcionais
de escrituração a realização em papel, em fichas ou digital quando da entrega da ECD, conforme aba de “O que é” do Portal Sped - ECD.

Desta forma, as maneiras de escrituração anteriormente mencionadas não podem coexistir para o mesmo período, ou seja, não podem existir, ao mesmo tempo, dois
livros diários em relação ao mesmo período, sendo um digital e outro impresso.

Portanto, se realizou a entrega da ECD, não haverá a necessidade em imprimir e encadernar em forma de livro, devendo manter o arquivo magnético autenticado pelo
Sped.

Quanto as informações do início e final de período a serem prestadas na ECD, serão tratadas no próximo tópico desta matéria.

6. Encerramento das Demonstrações Contábeis


Neste tópico da matéria serão apresentadas informações a respeito dos possíveis erros a serem gerados na ECD pela diferença do encerramento do exercício
societário.

6.1. Erros ECD em Decorrência da Diferença do Período Societário/Contábil


Conforme as orientações do item 1.21 - Período Societário Diferente do Período Fiscal da página 21 do Manual da ECD, as pessoas jurídicas que possuam período
societário diferente do período fiscal podem entregar a ECD correspondente ao período societário.

Pelo fato de a diferença de períodos gerar erro na Escrituração Contábil Fiscal (ECF) em decorrência do período fiscal ser diferente do contábil, os ajustes serão
realizados na própria ECF após a recuperação dos dados da ECD.

Tomemos como exemplo uma pessoa jurídica optante pelo Lucro Presumido do regime de competência que realiza o plantio de arroz e realizou a colheita em setembro
realizando então neste momento o encerramento do exercício social (outubro de 2018 à setembro de 2019), desta forma a empresa poderá entregar um arquivo de
janeiro/2019 a setembro/2019, com encerramento do exercício em setembro/2019 e o segundo arquivo de outubro/2019 a dezembro/2019.

Com base no exemplo acima, no Registro 0000 - Abertura do Arquivo Digital e Identificação do Empresário ou da Sociedade Empresária, no campo 03 - Data inicial das
informações contidas no arquivo e no campo 04 - Data final das informações contidas no arquivo, devem corresponder ao mesmo ano período das informações do
bloco I (Manual da ECD, páginas 50 a 55):

Já no registro I030 o campo 12 - Data de encerramento do exercício social é campo de preenchimento obrigatório em que deve conter 8 dígitos correspondentes a dia,
mês e ano sem a separação com barra, caso não seja informado, gerará erro.

Desta forma, com base no exemplo anterior no campo 12 deverá informar a data de 31.10.2019 (Manual da ECD, página 94):


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Ainda na ECD, outro registro que requer atenção quanto aos períodos é o J900 - Termo de Encerramento, nos campos 07 - Data de início da escrituração e o 08 - data de
término da escrituração, estes que são de caráter obrigatório (Manual da ECD, páginas 174 e 175).

O campo 07 do registro J900 deve ser igual ao informado no campo 03 do registro 0000, que corresponde a data inicial das informações contidas no arquivo, caso
contrário o PGE do Sped Contábil gera um erro:

Ainda, no campo 08 do registro J900 deve corresponder a informação prestada no campo 04 do registro 0000, que se refere à data final das informações contidas no
arquivo, se forem informações diferente, o PGE do Sped Contábil gera um erro:

7. Reflexos e Erros na ECF em Decorrência da Diferença do Período Societário/Contábil


Pelo artigo 16 da Lei n° 7.450/85 a apuração do imposto de renda das pessoas jurídicas, terá como exercício primeiro de janeiro de cada ano-calendário até 31 de
dezembro, diferente do exercício contábil que corresponde a atividade exercida e ao ciclo operacional, para fins fiscais deve corresponder ao ano civil.

Desta forma, conforme vimos anteriormente, sobre o exercício para fins contábeis e neste tópico para fins fiscais, provavelmente que terá diferença no encerramento do
período, gerando possíveis erros na ECF.

Na ECF, para a pessoa jurídica que exerça a atividade rural deve constar tal informação no campo 10 do registro 0020 - Parâmetros Complementares (Manual da ECF,
página 72):


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Quanto a diferença dos períodos, tal situação pode gerar erro em decorrência da recuperação da ECD com encerramento do exercício diferente dos encerramentos da
ECF, em que poderá constar mensagem com o valor da diferença entre os saldos finais credores e os saldos iniciais credores. Podendo então a pessoa jurídica ajustar
os saldos por meio de alteração nos registros K155 e K355 no período em que gerar o erro em decorrência da diferença entre saldos (Manual da ECF, página 15, item
1.7).

Para o exemplo apresentado nesta matéria, considerando que apresente erro em decorrência do encerramento contábil no terceiro trimestre, os referidos ajustes no
K155 e K355 devem ocorrer neste momento.

Ainda ressaltamos que para a atividade rural, atuando somente neste ramo deve utilizar do plano de contas referencial específico.

Autor: Equipe Técnica Econet Editora

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