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São Paulo,
2006
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Orientador
Prof. Dr. Umberto Cesar Corrêa
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Sumário
1. Introdução 4
2. Revisão de literatura 5
2.1. Definindo o jogo 5
2.2. Ensino – Aprendizagem 8
2.3. Tomada de decisão 11
2.3.1 Aspectos Individuais da Tomada de Decisão 13
2.3.2 Aspectos coletivos da Tomada de Decisão 15
3. Correntes Teóricas 16
3.1 Corrente Ibérica 16
3.2 Corrente Inglesa 19
3.3 Corrente Argentina 21
3.4 Corrente Alemã 25
3.5 Corrente Brasileira 29
4. Considerações finais 33
5. Referências bibliográficas3 35
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1. Introdução.
Hoje em dia muito se discute sobre a forma como deve ser ensinado
o desporto no Brasil. Este trabalho quer mostrar algumas das principais
formas de ensino utilizadas atualmente, a abordagem técnica-base,
tradicionalista, uma e a abordagem a partir do desenvolvimento táctico,
onde se inclui como exemplo o GFU, Games For Understanding (Bunker
and Thorpe, 1982), que em português significa Jogo para compreensão,
para evidenciar qual modelo de ensino atualmente seria mais eficaz para a
formação de um jogador que se adeqüe as características e exigências
atuais do jogo, bem como a manutenção do iniciante na modalidade caso
esse não venha a se tornar um atleta profissional, por fatores variados,
como o biótipo, genética, família, estudos, etc. ele se torne um praticante
de atividade física e possa apreciar o jogo em todas as suas características.
O jogo apresenta situações que sofrem mudanças permanentes e de
uma forma rápida, que exigem a tomada de decisões táticas com rapidez e
prontidão (Konzag, 1983), logo o bom jogador de basquetebol, é aquele que
consegue tomar decisões corretas rapidamente e utiliza a habilidade
motora de maneira eficiente para que a tomada de decisão acertada se
concretize, ou seja, não adianta saber fazer um bom passe, se este for para
um companheiro marcado, assim como de nada adiantará saber que deve-
se passar a bola ao jogador desmarcado se não se tem a capacidade para
fazê-lo, e ainda será inútil descobrir que a bola deveria ser passada ao
jogador que estava livre e agora já está marcado pois demorou-se para
tomar a decisão de passar a bola.
É neste ponto em que este trabalho terá seu foco, em um trabalho de
iniciação no basquetebol, seria melhor ensinar todo o fundamento técnico
para que o atleta seja capaz de realizar a tática, ou é melhor ensinar o jogo
de maneira simplificada e ir gradualmente aumentando a complexidade,
para a partir de uma situação problema o atleta sentir a necessidade do
fundamento técnico e daí então aprimorá-lo? Konzag, 1983 diz que depois
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2. Revisão de literatura
JOGO
APRECIAÇÃO DO PRESTAÇÃO
JOGO
APRENDIZ
TOMADA DE DECISÃO
O que Como
fazer? fazer?
sua execução, é decidir, “fazer”. Deste modo, Thomas (1994) apud Iglesias
(2005) estabelece uma subdivisão do conhecimento procedimental,
diferenciando os procedimentos de seleção de resposta e os procedimentos
motores.
Estudos de caráter transversal tem demonstrado que os jogadores
experientes diferem dos novatos em conhecimento declarativo e
procedimental (Rink, French e Tjeerdsma 1996). Assinalam também uma
relação de fatores cognitivos característicos dos experientes:
- Conhecimento declarativo e procedimental superior.
- Um conhecimento mais organizado e estruturado.
- Tomada de decisão mais rápida e acertada.
- Antecipação superior aos movimentos e ações do adversário.
- Conhecimento superior das probabilidades situacionais.
McMorris e MacGillivary (1988) apud Iglesias (2005), dizem que na
tomada de decisão, além do jogador perceber a situação e ver a quais são
as melhores opções, os jogadores tem que levar em conta a própria
habilidade, a habilidade do adversário, as condições físicas no jogo, o
placar no momento da ação e local onde a ação está sendo efetuada.
Na figura 2, Gréhaigne, Godbout, e Bouthier, 2001, colocam os
elementos que influenciam uma tomada de decisão. Os elementos listados
do lado esquerdo são de caráter coletivo, e os da direita individuais.
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Ação de Jogo
Percepção
Conhecimento Tático
Rede de
Competência Recursos
Localização e postura do
jogador
Tomada de Decisão
3. As correntes Teóricas
Nessa parte será apontado o que se tem feito em alguns países sobre
o ensino dos jogos coletivos, quais correntes teóricas vem sendo
discutidas, ou seja, qual a metodologia vem sendo encontrada na
literatura.
Ações próprias
Espaços livres Amplitude
OBSERVAR- Espaços ocupados Modificação constante
PERCEBER
Trajetórias
ANALISAR Deslocamentos da Velocidades
Bola Características de sua
posse
Companheiros
Oponentes
Distancias e sua Bola
variabilidade Elementos materiais do
local de jogo
Objetivos da execução
em relação com os
Princípios de Aplicação
DECIDIR Meios técnicos de
utilização
Momento de aplicação
Espaço de utilização
Intensidade da ação
motora
o
a
vantagem
bola ao objetivo
Acertar o alvo
tática do jogo
Jogo coletivo
Transportar
Reconhecer
Orientar-se
Oferecer-se
adversário
Superar
espaços
Tirar
Organizar os
x x x
ângulos
Dirigir a aplicação
x x x
de força
Determinar o
x x x
momento e o
tempo da bola
Determinar a linha
x x x
de corrida e o
tempo da bola
Oferecer-se e
x x x x
orientar-se
Determinar a
x x x
direção e a
distância do passe
antecipadamente
Antecipar a
x x x x x x
posição do
defensor
Observar linhas de
x x x x x x
corrida
Elementos técnico e sua relação com os elementos táticos (Kröger
&Roth, 2002).
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4. Considerações Finais
Pelo que foi revisado podemos notar que apesar das nomenclaturas e
terminologias diferentes, todas as correntes teóricas atuais preconizam a
importância da consciência tática e desenvolvimento cognitivo.
Os esportes de natureza aberta, devem conter situações de práticas
variadas com problemas semelhantes a situação de jogo, ao invés de
situações de repetições descontextualizadas, onde além de não estimular o
aluno não há uma transferência para a solução de um problema real
enfrentado no jogo (Graça & Mesquita, 2002).
Nenhuma das correntes diz que a técnica não é importante, porém
esta é importante se aliada a consciência tática. Uma dificuldade talvez
seria saber o momento de aplicação da consciência tática ou do
aperfeiçoamento técnico, atualmente é reconhecido a importância de
ambos, mas apesar das evidências (Di Cesare, 2000; Paes, 2002; Turner,
Allison e Pissanos, 2001) que se tem hoje sobre a abordagem tática, faltam
estudos a longo prazo que acompanhem e comparem essas abordagens.
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5. Bibliografia
Bunker, D.J., & Thorpe, R.D. (1982). A model for the teaching of games in
the secondary schools. Bulletin of Physical Education, 10, 9-16.
Iglesias, D.; Julián, J. A.; Ramos, L. A.; Fuentes, J. P.; Del Villar, F. (2001).
Evaluacion de los procesos cognitivos implicados en la toma de decisiones
en baloncesto. Congreso Ibérico de Baloncesto. La enseñanza y el
entreniamento del baloncesto, 91-100.
Kroger, C. & Roth, K. (2002). Escola da bola : um abc para iniciantes nos
jogos esportivos. São Paulo: Phorte. Tradução Greco, J. P.
Light, R. & Fawns, R. (2003). Knowing the game: integrating speech and
action in games teaching trough TGfU. Quest, 55, 161-176.
Zhongfan, L., Inomata, K., Takeda, T. (2002). Soccer players and closed-
skill athletes execution of a complex motor skill. Perceptual and motor
skills, 95, 213-218.