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Vícios de linguagem são desvios das normas gramaticais, ou seja, segundo Napoleão
Mendes de Almeida, são palavras ou construções que deturpam, desvirtuam ou dificultam
a manifestação do pensamento. Costumam ocorrer por desconhecimento das
normas-padrões ou por descuido por parte do emissor.

Lista de vícios de linguagem

Ambiguidade ou anfibologia
Consiste na polissemia especial de palavras e expressões tornando incerto o significado
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da frase. Ou seja, uso de palavras que causam duplo sentido na interpretação, salvo
quando ocorre propositalmente em textos literários.
- Exemplos:
"Não se convence, enfim, o pai, o filho, amado."
"O chefe discutiu com o empregado e estragou seu dia."
Análise: nos dois casos, não se sabe qual dos dois é autor, ou paciente.

Barbarismo
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É o uso incorreto de palavras quanto à grafia, pronúncia ou flexão. Assim, divide-se
em:

Prosódico

Erro quanto a pronúncia.


Exemplo: Solicitou a rúbrica do aluno no contrato. (correto: rubrica)

Grafia

Erro quanto a ortografia.


Exemplo: Seguimentos (correto seria segmentos); Advinhar. (correto seria adivinhar)

Morfológico

Erro quanto a flexão.


Exemplo: Quando eu pôr o vestido. (correto seria puser)

Mórfico

Erro quanto a forma.


Exemplo: Esse tipo de cálculo deve ser com um objeto monolinear. (correto seria
unilinear)

Semântico

Erro quanto a significação.


Exemplo: Eu sofri no tráfico intenso. (pelo contexto, o correto seria tráfego)

Estrangeirismo

Uso desnecessário de palavras estrangeiras, devido a já existir palavras análogas no


idioma.
Exemplos: show (apresentação); menu (cardápio).

Solecismo
Inadequação na estrutura sintática da frase com relação à gramática normativa. Ou seja, é
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um desvio em relação à sintaxe. Há três tipos de solecismo: de concordância, de
regência e de colocação.

De regência

- Exemplos:
''Custei a resolver esse problema.'' → O correto é: Custou-me resolver esse problema.
''Respondi o questionário da prova.'' → O correto é: Respondi ao questionário da
prova.''Instalei um programa, mas ele não é compatível do sistema.'' → O correto é:
Instalei um programa, mas ele não é compatível com o sistema

De concordância

- Exemplos:
"As menina se apaixonou." → O correto é: As meninas se apaixonaram.
"O pessoal já saíram?" → O correto é: O pessoal já saiu?
''Fiz bastante tarefas.'' → O correto é: Fiz bastantes tarefas.
''Segue anexo as faturas.'' → O correto é: Seguem anexas as faturas.
''Vossa Alteza participais do encontro?'' → O correto é: Vossa Alteza participa do
encontro?

De colocação

- Exemplo:
“Não vi-te hoje."→ O correto é: Não te vi hoje.
''O livro que enviei-te..."→ O correto é: O livro que te enviei.
"Compraremos-te um carro."→ O correto é: Comprar-te-emos um carro.

Queísmo
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Consiste na repetição excessiva e indiscriminada da partícula "que" em uma oração.
- Exemplo:
"A pessoa que conversei disse outras coisas...”
Correção: "A pessoa com quem conversei...”
Neologismo
Consiste na criação desnecessária de novas palavras quando já existem termos análogos
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no idioma. Costumam-se classificar os neologismos em:

Extrínsecos

Abrange todo e qualquer emprego de palavras, expressões e construções estrangeiras


em nosso idioma, recebendo a denominação de estrangeirismo. Classificam-se em:
anglicismo (inglês), eslavismo (russo, polaço, etc.), arabismo, tupinismo (tupi-guarani),
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americanismo (línguas da América), etc.
O estrangeirismo pode ser morfológico ou sintático.
Estrangeirismos morfológicos
Exemplos:
- Francesismos: abajur, chefe, carnê, matinê etc.
- Italianismos: ravioli, pizza, cicerone, minestra, madona etc.
- Espanholismos: camarilha, guitarra, quadrilha etc.
- Anglicismos: futebol, telex, bofe, ringue, sanduíche, breque.
- Germanismos: chope, cerveja, gás, touca etc.
- Eslavismos: gravata, estepe etc.
- Arabismos: alface, tarimba, açougue, bazar etc.
- Hebraísmos: amém, sábado, maná, aleluia etc.
- Grecismos: batismo, farmácia, o limpo, bispo etc.
- Latinismos: index, bis, memorandum, quo vadis etc.
- Tupinismos: mirim, pipoca, peteca, caipira etc.
- Americanismos: canoa, chocolate, mate, mandioca etc.
- Orientalismos: chá, xícara, pagode, kamikaze etc.
- Africanismos: macumba, fuxicar, cochilar, samba etc.
Estrangeirismos sintáticos
- Exemplos:
"Saltar aos olhos" (francesismo)
"Pedro é mais velho de mim" (italianismo)
"O jogo resultou admirável" (espanholismo)
"Percentagem" por porcentagem, ''Automação'' por automatização (anglicismo)

Intrínsecos ou vernáculos

São aqueles formados com os recursos da própria língua. Podem ser de origem culta ou
popular.
Origem culta
- Científicos ou técnicos: aeromoça, penicilina, telespectador, taxímetro (redução: táxi),
fonemática, televisão (redução: TV), comunista etc.
- Literários ou artísticos: olhicerúleo, sesquiorelhal, paredro (= pessoa importante,
prócer), vesperal, festival, recital, concretismo, modernismo etc.
Origem popular
São criados no âmbito da linguagem popular, muitas vezes mediante a atribuição de
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novos sentidos a palavras já existentes.
Exemplos:
'manjar' (conhecer, entender ou saber de algo ou alguém), 'à pampa' ou 'às pampas'
(em grande quantidade ou intensidade), legal (bem, bom, certo), 'zica' (má sorte,
provavelmente por redução de 'ziquizira'), biruta (indivíduo instável ou amalucado,
sentido literal: instrumento que indica a direção do vento) etc.

Plebeísmo
É qualquer vocábulo, locução ou expressão típicos da fala popular ou dos registros
distensos da fala culta que, embora tidos como grosseiros, não chegam a ser
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tabuísmos. Exemplos: "Esculhambou o garçom só porque o bife estava frio." (Insultou)
"Já estou de saco cheio de tanta reclamação!" (irritado com)
"Aquele funcionário é o maior puxa-saco do chefe!" (bajulador)
"Cacete! Acho que perdi minha carteira."

Cacofonia ou cacófato
Caracterizado pelo encontro ou repetição de fonemas ou sílabas que produzem um som
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desagradável. Constituem cacofonias:
"Olha o que tem na boca dela."
"Vi-a saindo da vez passada."
"Ao som do nosso hino." (suíno)
"Nunca gaste seu dinheiro à toa."
"Paguei cinco reais por cada pacote."

Colisão

Consiste na aliteração (repetição de fonemas idênticos ou parecidos no início de várias


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palavras na mesma frase) de efeito acústico desagradável. - Exemplo:
"Pede o Papa paz ao povo."
"Cá comi coalhada comum."
"É o quesito que queria que caísse."

Parequema
Constrói-se a partir do encontro de sílabas idênticas ou semelhantes entre o final de uma
palavra e o início da subsequente.
- Exemplo: “vaca cara”, “cone negro”, “teto torto”, “pouco caso”, “uma mala”, “grife
feminina”, “31 de dezembro”, ''Ano Novo'', ''regra gramatical''

Eco

Sucessão de palavras com terminação igual (rimas na prosa).


- Exemplo:
“Houve aflição e tensão durante a recepção.”
“É possível a aprovação da transação sem concisão e sem associação.”
● Hiato: aproximação de vogais idênticas.
- Exemplo: "Ou eu ou outra pessoa ouvirá a outra canção."
● Cacófato: formação de uma nova palavra a partir de silabas de palavras
diferentes e sucessivas.
- Exemplo: "Nosso hino é muito elegante."(Semelhante a "suíno").
● Cacoépia: pronúncia viciosa de fonemas
- Exemplo: "Estou com poblema para resolver." (= problema)

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