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RESENHA TEXTOS SEMINÁRIO ÉTICA E GESTÃO DE PROJETOS –

DISCIPLINA GESTÃO DE PROJETOS

ALUNA: MISLENE APARECIDA SILVA RODRIGUES

No texto, INCENTIVOS À CORRUÇÃO E À INAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO: UMA


ANÁLISE DE DESEMPENHO DE MECANISMOS, Autores: Maurício Bugarin e Fernando
B. Meneguim, analisam o marco legal brasileiro ao desempenho e gestão inovadora no
funcionalismo público.
Como introdução ao tema, os autores citam diversos estudos sobre a corrupção e os prejuízos
que geram no desenvolvimento do País, em todas as áreas. Lado outro faz um histórico sobre a
preocupação com a eficiência no serviço público, deste o surgimento da Nova Gestão Pública
entre os anos de 80 e 90, na Grã Bretanha, até a chegada de tal movimento ao Brasil em 1995,
com a Reforma Gerencial, movimento este que visa em suma trazer práticas gerencias para a
Administração Pública.
Dentre as práticas gerenciais podemos destacar que as contratações de pessoal no setor público
visavam segundo Mendes (2011), elevar o estimula à produtividade, evitar a admissão
excessiva de pessoal, melhorando a qualidade do pessoal selecionado, reduzindo o custo da
folha de pagamento e dando prioridade ao interesse dos órgãos, defendendo a livre nomeação
para funções gerenciais mais elevadas, haja vista a incidência de vícios de empreguismo na
livre nomeação em baixos escalões.
Os autores citam que o modelo teoria da decisão sugere que servidores de carreira não inovam
em sua gestão em razão do princípio da Legalidade, já os gestores, ocupantes de cargos
comissionados tendem a inovar, quando dotados de consciência social em benefício da
sociedade, quando desprovidos de consciência social tendem a corromper e gerar malefícios
para sociedade.
Desenho de mecanismos indica que o marco institucional pode alinhar os incentivos aos
gestores, induzindo a inovação e reduzindo a corrupção. Assim, a principal contribuição do
estudo é explicitar os incentivos determinantes para o comportamento dos gestores públicos,
para que os mesmos sejam contemplados nas politicas públicas, contribuindo para que o serviço
público sejam mais profissional e eficiente. Entretanto, permanece o desafio de buscar variáveis
para identificar as decisões ilegais, em benefício do próprio gestor público, que aliado a outras
variáveis citadas pelos autores devem ser exploradas em novos estudos sobre o tema.
O texto "Corruption in public projects and megaprojects: There is an elephant in the room!" de
Giorgio Locatelli, Giacomo Mariani, Tristano Sainati e Marco Greco, traz à tona a discussão
sobre a corrupção que assola os mega projetos. Eles alertam para a presença de um problema
que muitas vezes é ignorado ou tratado de forma superficial.
A corrupção em projetos públicos e megaprojetos é um problema sério que afeta não apenas a
economia, mas também a sociedade como um todo. Quando recursos públicos são desviados
para interesses privados, o impacto é sentido por todos. O dinheiro que deveria ser investido
em infraestrutura, saúde, educação e tantas outras áreas importantes acaba indo parar nos bolsos
de pessoas inescrupulosas.
O estudo aponta que a corrupção nesses projetos é um fenômeno complexo e multifacetado,
que envolve uma série de fatores. Desde a falta de transparência na contratação de empresas até
a influência política e o jogo de interesses, tudo contribui para o aumento da corrupção nesse
setor.

Uma das principais questões levantadas pelos autores é a falta de controle e fiscalização efetiva
por parte dos órgãos responsáveis. Muitas vezes, as obras são realizadas sem um planejamento
adequado, o que facilita a ocorrência de desvios de verba e outras práticas corruptas.
Além disso, a impunidade também é um fator que contribui para a perpetuação da corrupção.
Quando os responsáveis não são punidos de forma adequada, isso cria um ambiente propício
para que essas práticas continuem acontecendo.
Mas como resolver esse problema? Os autores sugerem algumas medidas que podem ajudar a
combater a corrupção em projetos públicos e megaprojetos. Entre elas, destacam-se a
implementação de mecanismos de transparência e accountability, a adoção de processos de
contratação mais rigorosos e a criação de leis mais severas para punir os envolvidos em práticas
corruptas.
É importante que a sociedade como um todo se envolva nessa discussão e cobre medidas
efetivas por parte dos governantes. A corrupção em projetos públicos e megaprojetos é um
problema que precisa ser enfrentado de forma séria e urgente e buscar soluções efetivas para
garantir que os recursos públicos sejam realmente utilizados em benefício da sociedade.
Nanci Fonseca Gomes, em seu artigo "Ética na administração pública: desafios e
possibilidades", aborda essa questão de forma profunda e reflexiva. A autora destaca a
importância da ética como um valor fundamental para a administração pública, pois é através
dela que se estabelece a confiança entre os cidadãos e os gestores públicos.
Um dos principais desafios apontados por Gomes é a falta de uma cultura ética enraizada na
administração pública. Muitas vezes, os servidores públicos são influenciados por práticas
corruptas e antiéticas que estão presentes há décadas. Essa cultura precisa ser transformada, e
isso requer um esforço conjunto de todos os envolvidos, desde os gestores até os próprios
cidadãos.
Outro desafio mencionado pela autora é a falta de transparência na administração pública. A
falta de acesso às informações e a dificuldade em fiscalizar as ações dos gestores públicos
contribuem para a perpetuação da corrupção. É necessário que haja uma mudança nesse cenário,
com a implementação de mecanismos de transparência e prestação de contas, para que os
cidadãos possam acompanhar de perto as atividades do setor público.
Apesar dos desafios, Gomes também destaca as possibilidades de promover uma administração
pública ética. Ela ressalta a importância da educação e da formação dos servidores públicos,
para que eles tenham consciência dos valores éticos e possam aplicá-los em seu trabalho diário.
Além disso, a autora sugere a criação de canais de denúncia e a valorização da participação da
sociedade civil na fiscalização das ações do governo.
Em suma, o artigo de Nanci Fonseca Gomes traz uma reflexão importante sobre a ética na
administração pública. É necessário reconhecer os desafios existentes, como a cultura antiética
e a falta de transparência, mas também é fundamental acreditar nas possibilidades de
transformação, através da educação, da transparência e do engajamento da sociedade, é possível
construir uma administração pública ética e comprometida com o bem comum.
Os três textos ora estudados falam sobre temas relevantes para a gestão dos projetos na
administração pública: eficiência no setor público, corrupção no baixo escalão do serviço
público, corrupção nos megaprojetos, adoção de medidas para combate a corrupção através da
transparência e accountability e da importância da ética e da formação dos servidores e cidadãos
éticos para combater as práticas de corrupção no país, dentre outras.
Ressalta-se que estudos como estes colaboram para elucidar os ambientes, as ações dos
envolvidos e os meios de coibir as práticas corruptas, possibilitando o desenvolvimento de
mecanismos institucionais de controle dos atos ilícitos, bem como reforço da legislação existe
para punição dos envolvidos em atos de corrupção.
Ademais a transparência, a accountability e o fortalecimento dos incentivos para a honestidade
e o desempenho eficiente são elementos-chave no processo de fortalecimentos da ética e boas
práticas na administração pública. E somente através de um esforço conjunto da sociedade e
das instituições será possível construir uma administração pública ética e eficiente.

Referência Bibliográfica
ABRUCIO, F. L. Trajetória recente da gestão pública brasileira: um balanço crítico e a
renovação da agenda de reformas. Revista Brasileira de Administração Pública, v. 1, p. 77-87,
2007.
MENDES, M. Política de Pessoal do Governo Federal: diretrizes para maior produtividade,
qualidade, economicidade e igualdade. In: Meneguin, F. B. Agenda Legislativa para o
Desenvolvimento Nacional. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2011.
BRESSER-PEREIRA, Luiz C. Gestão do setor público: estratégia e estrutura para um novo
estado. In: BRESSER-PEREIRA, Luiz C.; SPINK, Peter (Org.). Reforma do Estado e
administração pública gerencial. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1998. p. 21-38.

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