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4.1. CONDUTA
Apesar das observações feitas por este respeitado jurista, faz-se necessário realizar
uma terceira observação. A responsabilização da omissão, além de ser imposta pelo Direito
também pode advir de um negócio jurídico, no qual se ambas as partes pactuarem
determinada obrigação de fazer ou não fazer e em caso de eventual omissão um dos
contratantes, este poderá vir a ser responsabilizado civilmente.
4.3. DANO
Realizando uma análise minuciosa dos diversos conceitos de dano social trazidos
por juristas de diversas áreas, podemos conceituar o dano social como: é aquele que
atingindo os direitos sociais positivados no art. 6º da CF/88, alcança toda a sociedade,
podendo provocar insegurança, intranquilidade ou redução da qualidade de vida da
população. É uma lesão à sociedade no seu nível de vida, tanto por rebaixamento de sua
segurança quanto por diminuição de sua qualidade de vida.
É de extrema importância a conceituação de dano social no âmbito da aplicabilidade
da teoria da perda de uma chance e a responsabilização do profissional liberal. Segundo
Ana Cláudia Corrêa Zuin Mattos do Amaral, expondo as ideias de Rafael Peteffi da Silva,
menciona que:
Portanto, se uma conduta praticada por um profissional liberal vier a causar algum
dano social, violando os direitos da coletividade insculpidos no art. 5º e 6º da Constituição
Federal, é perfeitamente possível o reconhecimento de indenização com base na teoria da
perda de uma chance.
4.4. CULPA
Evolução histórica, teoria geral do instituto, teoria da responsabilidade civil pela perda
da chance foram assuntos até então abordados.
Nesse ponto, a reparabilidade da chance perdida em face de ato ilícito do profissional
liberal é pacífica, tanto na doutrina quanto na jurisprudência pátria. Os elementos necessários
para a configuração da responsabilidade foram perfeitamente delineados.
Por ora, cumpre então demonstrar a existência de circunstâncias que condicionam a
ressarcibilidade do dano pela perda de uma chance e que devem ser apreciadas com cuidado
pelo magistrado, no momento decisório da demanda instaurada para a responsabilização.
5.4. CAUSALIDADE
Dessa forma, embora a álea esteja presente tanto na chance quanto na criação do risco
e na simples hipótese, somente caracterizar-se-á a perda da chance quando essa álea tornar
incerto o resultado. Caso contrário, na ausência de álea, a perda de uma chance não se
caracteriza, tendo em vista que a conduta que interrompe o processo aleatório passa a ser
causa certa do prejuízo final. Isso significa que, em caso de perda de uma chance, o foco da
questão se desloca para a dúvida, caso a possibilidade tivesse se concretizado, se o dano final
pudesse ter sido evitado ou a vantagem alcançada.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, Ana Cláudia Corrêa Zuin Mattos de. Responsabilidade Civil Pela Perda de Uma
Chance: Natureza Jurídica e Quantificação do Dano. 1º ed. Curitiba: Juruá, 2015.
CRUZ, Gisela Sampaio da. O problema do nexo causal na responsabilidade civil. Rio de
Janeiro: Renovar, 2005.
FILHO, José dos Santos Carvalho, Manual de Direito Administrativo. 33 ed. São Paulo:
Atlas, 2019.
FILHO, Sérgio Cavalieri. Programa de Responsabilidade Civil. 13 ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MIRANDA, Pontes, Tratado de direito privado, 1° ed. São Paulo: Bookseller, 2001.
SAVI, Sergio. Responsabilidade Civil Pela Perda de Uma Chance. São Paulo: Atlas, 2006.
TARUFFO, Michele. La prova sientifica nel processo civile. Riv. Trim. Dir. Proc. Civ., 2005.
Disponível em: <http://www.csdri.org/italiano/class_deltai.asp?infoid=316>. Acesso em:
03/08/2020.